Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DO ESTADO _______. Processo Nº_____________ Jerusa, Já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, que lhe move o Ministério Público, por seu Advogado, que a este subscreve, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, inconformada com a decisão de pronuncia prolatada interpor com fundamento no Art. 581, IV do Código de Processo Penal: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Requer assim a verificação quanto à possibilidade de despronuncia da recorrente, em juízo de retratação, ou que após o recebimento do recurso, com as razões do inconformismo em anexo, que seja encaminhado ao Egrégio tribunal de justiça do Estado ____ para que seja processado e, ao final, provido. Nestes termos pede e espera deferimento. Local 09 de agosto de 2016 Advogado (nome completo e sua assinatura) OAB/Nº... RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Recorrente: Jerusa Recorrido: Ministério Público Processo Nº_________ Egrégio Tribunal Colenda Câmara Em que pese o notório conhecimento jurídico do D. Magistrado a Quo a decisão de pronuncia proferida não deve ser mantida, pelas razões de fato e de direito aduzidas a seguir: DOS FATOS Jerusa, atrasada para compromisso profissional, dirige seu carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade, e em uma via de mão dupla, decide ultrapassar o carro a sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida, porém para realizar a devida manobra, Jerusa, não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo, e no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo , motociclista que , em alta velocidade , conduzia sua moto no sentido oposto da via. Em virtude disso, Jerusa foi quem própria solicitou o socorro junto com as demais testemunhas, que veio logo em seguida, porém não conseguiu evitar o falecimento de Diogo em razão dos ferimentos sofridos pela colisão. Diante dos fatos narrados, instaurado o inquérito policial, e após o curso da investigações, o Ministério Publico ofereceu denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio Doloso, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do Código Penal). Desta forma a denúncia foi recebida pelo Juiz competente e todos os atos processuais exigidos em lei foi regularmente praticados, onde finda a instrução probatória, o juiz, em decisão definitivamente fundamentada decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. Logo o advogado de Jerusa, após prolatada a decisão, foi intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2016 (sexta-feira). DOS FUNDAMENTOS Consoante se depreende dos fatos supramencionados, a suposta conduta criminosa não se deu a título de dolo direto e nem eventual, pois a recorrente não atuou com vontade livre e consciente dirigida à pratica do resultado proibido pelo tipo penal do Art. 121, caput do Código Penal, em também não assumiu o risco de produzi-lo, uma vez que a sua conduta, se criminosa, só poderá lhe ser imputada na modalidade culposa. Houve, portanto, se crime existiu, a inobservância de dever objetivo de cuidado, consubstanciado na imprudência. Verificou-se também que Jerusa estava dentro do limite de velocidade, o carro que estava a sua frente em baixa velocidade, e o motorista da moto vitimada em alta velocidade. Em razão do supramencionado, a decisão de pronuncia não deve prosperar, cabendo o reconhecimento da culpa na suposta pratica criminosa prevista no Art. 18 II, do Código Penal. DO PEDIDO Ante o exposto, requer a esse Egrégio Tribunal a reforma da decisão de pronuncia prolatada pelo juízo A Quo, em razão do reconhecimento do elemento subjetivo do suposto crime ser a culpa, devendo os autos serem encaminhados ao juiz singular competente para processar e julgar o caso. Nestes termos pede e espera deferimento. Local , 09 de agosto de 2016 Advogado (nome completo e sua assinatura) OAB/ UF Nº...
Compartilhar