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LINGUAGENS, CÓDIGOS 
E SUAS TECNOLOGIAS
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Competência de área 8 - Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.
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H25 - Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
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SOUZA, Maurício de. [Chico Bento]. O Globo, Rio de Janeiro, Segundo Caderno, 19 dez. 2008, p.7.
O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, comumente chamado de “roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada primordialmente pela
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a) transcrição da fala característica de áreas rurais.
b) redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comunidades rurais.
c) emprego de elementos que caracterizam sua linguagem como coloquial.
d) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos meios urbanos.
e) utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas zonas mais urbanizadas.
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O viajante chegou numa cidade e perguntou o que tinha pra se fazer ali, pra móde distrair um pouquinho. Logo lhe disseram que havia lá no arrabalde da cidade uma rinha de galo. Lugar onde colocam os coitados para brigar. Almanaque Brasil de Cultura Popular, n.º 84, mar/2006.
A expressão empregada pelo autor para registrar uma fala tipicamente caipira é
a) “pra móde distrair”.
b) “arrebalde da cidade”.
c) “‘rinha de galo”.
d) “distrair um pouquinho”.
e) “logo lhe disseram”.
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FOI SONHO
(Mário de Andrade – Melhores Contos)
	 Antão, Frorinda, que é isso! Você tá loca...
Será que você qué abandoná seu negro prucauso de outra muié? ... Inda que eu fosse um desses miserave que dêxum fartá inté pão em casa, mais eu, Frorinda! Que nunca te dexei sem surtimento! E inté trago tudo de sobra pá gente pudê sê filiz...Quando que na casa da sua mãi ocê usô argola nas orêia, feito deusa? Sô eu, que quero ocê bunita sempe, bunita pr’eu querê bem, e não bunita pâ gozá ... Quando Romero comprô aquela brusa de seda pra muié dele, num comprei logo um vistido intêro pr’ocê? Dexa disso Frorinda, eu exprico tudo! Num vamo agora se disgraça pr’uma coisinha de nada!
...Eu onte caí na farra, tanta gente mascarado divirtino, você tava tão longe pr’eu í buscá ... Depois minha mulé num é pra farra não! Eu quis mulé foi pá tá im casa mi sirvindo cum duçura, intrei na premera venda e bibi. Antão me deu uma corage de sê o que num tenho sido, você bem que num tenho sido, mais quis caí na farra uma veiz. Inté tava bem triste pruque de repente me alembrei que dê-certo o Romero tava im casa cum a famia, im veiz de andá sozinho cumo eu tava feito sordado na vida... Porém já tinha bibido outra veiz, fiquei contente, pois num tenho que dá satisfação ninhuma pr’u Romero, eu sô eu! Fui dexá as ferramenta na premera venda que eu sô cunhicido lá, tava todo sujo do trabaio, mai justifiquei que pra cai na farra num caricia de mi trocá. Farra é vergonha, pra sujo de pensamento, sujo de corpo num faiz má.
	
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No texto acima, Mário de Andrade utilizou vários recursos lingüísticos para manifestar traços peculiares do personagem também pela “forma” da escrita. Dentre os recursos usados na elaboração do texto está
a) uso da linguagem culta com alguns trechos que demonstram ousadia, principalmente no que diz respeito à construção sintática.
b) uso tanto da linguagem culta quanto da linguagem coloquial, para demarcar, com clareza, personagem e narrador.
c) uso de uma linguagem coloquial caracterizada pela reprodução, na escrita, da pronúncia das palavras.
d) uso de frases carregadas de melodia e sonoridade para enfatizar o pedido de desculpas feito pelo personagem.
e) uso de linguagem regionalista, mostrando fidelidade ao vocabulário do sertanejo.
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Vivo do currá pro mato,
Sou correto e munto izato,
Por farta de zelo e trato
Nunca um bezerro morreu.
Se arguém me vê trabaiando,
A bezerrama curando,
Dá pra ficá maginando
Que o dono do gado é eu.
		Internet: <www.tanto.com.br/ patativa–clássicos.htm>
Os versos acima são de Patativa do Assaré, poeta popular cearense. Sua linguagem
a) necessita de correções para ter valor.
b) é incorreta porque imita a fala do vaqueiro.
c) representa adequadamente a fala dos vaqueiros
d) é inadequada para poemas populares.
e) representa a fala de um estrangeiro.
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Leia:
“Muitas vezes, cidadãos são marginalizados por não saberem empregar a norma culta na hora de falar ou de escrever. Esse comportamento é chamado de preconceito lingüístico. A língua é viva e sofre modificações de acordo com o contexto. É um engano pensar que haja certos ou errados absolutos. Há razões históricas para que comunidades inteiras se expressem de uma forma e não de outra. Exigir que todos empreguem a mesma linguagem é um desrespeito às diferenças.” (Sarmento, Leila Lavar. Oficina de Redação. São Paulo: Moderna, 2003 vol. 3, 7ª série, pág. 131.)
Seguindo as idéias do texto, podemos concluir que
a) a língua é morta e não sofre modificações.
b) a variação lingüística no nosso país é respeitada.
c) a linguagem culta é a única língua falada no Brasil.
d) muitos cidadãos são marginalizados por não saberem a norma culta.
e) a linguagem coloquial não é importante para o Brasil.
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(www.chargeonline.com.br)
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2) Na charge apresentada, o autor utilizou recursos lingüísticos para representar mosquitos de lugares diferentes. Sobre isso, é coerente dizer que
a) a intenção de mostrar a diferença lingüística ridiculariza os erros gramaticais praticados.
b) os deslizes ortográficos, ressaltados com aspas, tentam reproduzir, na escrita, a pronúncia das palavras.
c) um mosquito é argentino, o outro, português.
d) o uso equivocado de algumas palavras não interfere na interpretação da charge.
e) a utilização de palavras específicas de cada região não contribui para a identificação da origem de cada mosquito.
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Leia:
Depoimento do Zé da Ilha
“– Seu doutor, o patuá é o seguinte: depois de um gelo da coitadinha, resolvi esquiar e caçar outra cabrocha que preparasse a marmita e mandasse o meu linho no sabão.” Correio da Manhã - Rio de Janeiro.
O texto acima retrata a fala de uma pessoa, na década de 60, que utilizava muitas gírias em seu linguajar. Ao ler o texto, supõe-se que a pessoa pertence a um grupo de
a) malandros.
b) executivos.
c) donas de casa.
d) professores.
e) médicos.
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H26 - Relacionar as variedades lingüísticas a situações específicas de uso social.
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Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completam primaveras, em geral dezoito.
				Carlos Drummond de Andrade.
As expressões mademoiselles, mimosas, prendadas constituem um recurso usado pelo autor para explorar a mudança da língua no seu aspecto
a) espacial.
b) histórico.
c) profissional.
d) individual.
e) fonético.
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Os amigos F. V. S., 17 anos, M. J. S., 18 anos e J. S., 20 anos, moradores de Bom Jesus, cidade paraibana na divisa com o Ceará, trabalham o dia inteiro nas roças de milho e feijão. Não ganhamos salário, é “de meia”. Metade da produção fica para o dono da terra e metade para a gente. Folha de S. Paulo, 1º de junho de 2002.
Os jovens conversam com o repórter sobre sua relação de trabalho. Utilizam a expressão é de meia, e, logo em seguida, explicam o que isso significa. Ao dar a explicação, eles
a) alteram o sentido da expressão.
b) consideram que o repórter talvez não conheça aquele modo de falar.
c) dificultam a comunicação com o repórter.
d) desrespeitam a formação profissional do repórter. 
e) enfatizam o conhecimento do repórter.
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Leia:
			12 de outubro
12 de outubro de 2001
Dia das Criança
Várias festa espalhada na periferia
No Parque Santo Antônio hoje teve uma festa
Foi bancada pela irmandade, uma organização
Tavam confeccionando
roupa lá no Parque Santo
Antônio lá
Lutando
Remando contra a maré
Mas tá lá tá firme
Tinha umas 300 pessoa
No, na festa das criança
(...)
E o moleque era mó revolta, vai vendo
Moleque revolta
E ele tava friozão
Jogando bola lá, tal
Como se nada tivesse acontecido
Ali marcou pra ele
Talvez ele tenha se transformado numa outra pessoa
aquele dia
Vai vendo o barato
Dia das criança
(Racioanais mc’s)
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O rap é um gênero de música popular, em que os versos são declamados rapidamente. A linguagem segue o padrão falado predominantemente pelos jovens de periferias urbanas. Na composição acima, os termos destacados indicam uma tendência dessa variedade lingüística, que é
a) marcar uma só palavra para indicar o plural.
b) conjugar o verbo na segunda pessoa.
c) transformar a pronúncia “lh” em “i”.
d) usar palavras em sentidos figurados.
e) ignorar regras de concordância.
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VENDE-SE
Casa no Ipiranga com 2 dormitórios, sala, copa,
cozinha, banheiro, garagem para 1 auto. Galinha
morta. Fone 3334 1252 (hor. comercial)
Jargão é um modo próprio de falar dos profissionais de diferentes áreas. No anúncio acima, pode-se identificar um jargão dos vendedores de imóvel, informando ao leitor que a casa anunciada é boa e tem preço baixo. Esse jargão é:
a) casa no Ipiranga.
b) vende-se.
c) garagem para 1 auto.
d) galinha morta.
e) Fone 3334 1252
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Assinale a alternativa que expressa preconceito social em relação ao uso da linguagem.
a) — Você é cego de nascença?
— Não, senhor. Só da vista mesmo.
b) — Eu adorei dançar com o Carlos. Ele é tão inteligente...
— Não acho. Ele fala tudo errado: pobrema, crasse...
c) — Por favor, você viu um rapaz dobrando essa esquina, agora há pouco?
— Não. Quando eu cheguei aqui ela já estava dobrada.
d) — Enfermeira, vamos fazer anestesia geral neste paciente.
— Impossível, doutor, sei aplicar apenas anestesia local.
e) — Senhor, o senhor saber onde fica essa rua?
— Sei!
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Para dizerem milho dizem mio
Para melhor mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
ANDRADE, Oswald de. Vício na fala. In: Literatura Comentada, São Paulo: Abril, 1980.
Esse poema relaciona a forma culta e a popular das palavras milho/mio, pior/pio, telha/teia, telhado/teiado. Ao contrapor essas duas formas de expressão e terminar dizendo E vão fazendo telhados, o texto
a) ironiza a fala das pessoas simples.
b) ressalta a função social e produtiva dos mais humildes.
c) procura ensinar a pronúncia e a escrita correta das palavras.
d) sugere que os telhados não ficarão bem feitos.
e) reproduz o uso indicado pela norma culta.
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‘Causo’ de amor
Boldrin, paulista de São Joaquim da Barra, criado em Guaíra, perto de Barretos, tem, digamos, um causo de amor com o Brasil. (Texto adaptado. Fonte: Jornal do Brasil. Caderno B, 27/07/2005)
Observe a palavra causo, empregada no texto. Ela faz parte de uma variante regional da língua portuguesa, encontrada especialmente no sertão brasileiro. No texto, retirado de um jornal, ela aparece entre aspas (‘causo’) e em itálico (causo). Esse destaque na redação do termo sugere que o autor quer
a) afirmar que ele pertence ao grupo de falantes de uma variante regional.
b) ensinar a forma correta de escrever essa palavra na variante padrão culta.
c) abolir o uso dessa expressão nos textos publicados pela imprensa escrita.
d) marcar o uso intencional dessa palavra dentro do texto em norma culta.
e) denunciar um erro gramatical.
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Médico
"Tem gente que nasce com coração maior ou menor, com vários defeitos. Essas são as cardiopatias congênitas, né, o coração pode nascer com inúmeros defeitos. Agora, o tamanho do coração também tem a ver com outros problemas que não são congênitos, como a insuficiência coronariana." 
Advogado
" As expressões são data venia, permissa venia, concessa venia. O senhor, para não usar de aspereza com o juiz, o senhor bota data venia, que quer dizer "com o devido respeito", bota antes data venia e aí fala o que quiser para o juiz. Os sinônimos de data venia seriam permissa venia, concessa venia. Eu jamais repito data venia no mesmo processo. Só data venia, data venia, fica enfadonho, né?"

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