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Faculdade de Ciências Contábeis Executivo Direito Societário Profa. Maria Aparecida Falcão maria.falcao@trevisan.edu.br Princípios Gerais da Atividade Econômica Arts. 170 e seguintes da Constituição Federal É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. A exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo Princípios Gerais da Atividade Econômica Arts. 170 e seguintes da Constituição Federal Garantia a livre iniciativa e a livre competição através da (i) proteção da ordem econômica e (ii) concorrência. Coibição de práticas empresarias incompatíveis com o regime jurídico da livre iniciativa: (i) Infrações contra a ordem econômica (antigo “abuso do poder econômico”); (ii) Concorrência desleal Princípios Gerais da Atividade Econômica Arts. 170 e seguintes da Constituição Federal Infrações contra a ordem econômica (antigo “abuso do poder econômico”) - Lei 8.884/94 - Objetivo da prática empresarial ilícita (art. 20) Hipóteses em que a infração pode ocorrer (art.21) Infrações contra a ordem econômica (antigo “abuso do poder econômico”) - Lei 8.884/94 Objetivo da prática empresarial ilícita (art. 20): “Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; III - aumentar arbitrariamente os lucros; IV - exercer de forma abusiva posição dominante.” Infrações contra a ordem econômica (antigo “abuso do poder econômico”) - Lei 8.884/94 Hipóteses em que a infração pode ocorrer (art. 21 - exemplos): I - fixar ou praticar, em acordo com concorrente, sob qualquer forma, preços e condições de venda de bens ou de prestação de serviços; III - dividir os mercados de serviços ou produtos, acabados ou semi-acabados, ou as fontes de abastecimento de matérias-primas ou produtos intermediários; VII - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa; Hipóteses em que a infração pode ocorrer (art. 21 - exemplos): VIII - combinar previamente preços ou ajustar vantagens na concorrência pública ou administrativa; XVIII - vender injustificadamente mercadoria abaixo do preço de custo; XXIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem; XXIV - impor preços excessivos, ou aumentar sem justa causa o preço de bem ou serviço. Infrações contra a ordem econômica (antigo “abuso do poder econômico”) - Lei 8.884/94 A caracterização da infração enseja representação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Infrações contra a ordem econômica (antigo “abuso do poder econômico”) - Lei 8.884/94 finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econômico, exercendo papel tutelador da prevenção e da repressão a tais abusos. http://www.cade.gov.br/ A repressão a concorrência desleal pode gerar: responsabilidade penal (crimes de concorrência desleal – art. 195 da Lei 9.279/96 – LPI) e responsabilidade civil (dever de indenizar eventuais danos) fundamento contratual: dever de indenização pelo descumprimento de obrigação decorrente do contrato; Concorrência desleal As pessoas jurídicas são classificadas em pessoas jurídicas de direito público (U, E, M, DF, T e autarquias e associações publicas) e de direito privado (as demais) Diferença: regime jurídico. Pessoas jurídicas artigo 40 do Código Civil •Estatais e particulares. •Estatais: capital é formado com recursos do Poder Público. •Empresa publica •Sociedade de Economia Mista Pessoas jurídicas de Direito Privado A maior parte das ações com direito a voto pertencem ao Estado. É regida pelo Direito Privado, porém quanto à organização contratual, regida pelo Direito Público. Pessoas jurídicas de Direito Privado - Estatais Pessoas jurídicas de Direito Privado – Particulares Fundação Associação Sociedade Entidade constituída a partir de um patrimônio doado por alguém; não tem fins lucrativos; objetiva a benemerência, a educação, saúde (arts 62 a 69 Cód Civil) Reunião de pessoas em uma instituição, organizadas para fins não econômicos (arts 53 a 61 Cód Civil) Empresária e Simples (não empresária) Teoria geral do Direito Societário Conceitos gerais •Sociedade empresária é a pessoa jurídica que explora uma empresa. •A própria sociedade (e não seus sócios) é a titular da atividade econômica. •Empresário é a sociedade, e não seus sócios. As sociedades empresárias são sempre personalizadas: pessoas distintas dos sócios. Personalização das sociedades empresárias a) Titularidade obrigacional: os vínculos de obrigação jurídica, originados da exploração da atividade econômica, aproximam terceiros e a pessoa jurídica da sociedade empresária. Personalização das sociedades empresárias - consequências b) Titularidade processual: nos processos relacionados às suas obrigações, a parte legítima para mover a ação é a própria pessoa jurídica e não os sócios. Personalização das sociedades empresárias - consequências c) Responsabilidade patrimonial: os sócios não respondem, em regra, pelas obrigações da sociedade. Personalização das sociedades empresárias - consequências • Registro da sociedade • Desde o momento em que os sócios passam a atuar em conjunto, desde o contrato, já se pode considerar existente a pessoa jurídica. Início da personalização Inaugura-se com um ato praticado pelos sócios ou Judiciário, e prossegue com a liquidação (visa à solução das pendências negociais do sociedade) e partilha: distribui o acervo patrimonial remanescente, se houver. Término da personalização adotada em certos casos, de forma episódica, para atingir a responsabilidade dos sócios (coibir a prática de determinados ilícitos): “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.” Desconsideração da Personalidade Jurídica • é aquela que não possui seus atos constitutivos registrados, exceto sociedade por ações em organização; • os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade; • os terceiros podem prová-la de qualquer modo lícito de prova; • os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. Sociedade não personificada • os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvopacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer; • todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem*, aquele que contratou pela sociedade. • Exemplo: SCP – Sociedade em conta de participação * Executa-se primeiro os bens sociais e depois os pessoais. Sociedade não personificada Sociedade em conta de participação (arts. 991 a 996 - Cód. Civil) • é aquela que sem personalidade jurídica própria, é constituída por contrato associativo ou de participação, que produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade; • a sociedade existe apenas entre os sócios e não perante terceiros; Sociedade em conta de participação (arts. 991 a 996 - Cód. Civil) • a constituição da sociedade independe de qualquer formalidade e pode provar- se por todos os meios de direito; • espécies de sócios: ostensivo e participante; • o sócio ostensivo é quem exerce unicamente a atividade constitutiva do objeto social, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade; salvo estipulação em contrário, este não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais; • o sócio participante participa dos resultados correspondentes; Sociedade em conta de participação (arts. 991 a 996 - Cód. Civil) • a contribuição dos sócios constitui patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais, contudo a especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios. Sociedade em conta de participação (arts. 991 a 996 - Cód. Civil) • sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. • a falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário. • falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido. Sociedade em conta de participação (arts. 991 a 996 - Cód. Civil) No direito brasileiro, os empreendedores não podem associar-se sob a forma de sociedade que não sejam as estabelecidas na lei. Classificação das Sociedades empresárias Leva em conta o grau de dependência da sociedade em relação às qualidades subjetivas dos sócios. Sociedades de pessoas ou de capital De pessoas verifica-se a influência maior ou menor da condição pessoal do sócio. A figura do sócio é elemento fundamental da formação societária. A sociedade é constituída tendo por referência a qualidade pessoal do sócio (conhecimento, confiança, capacitação para o negócio ...) De capital A importância está na contribuição do sócio para a formação do seu capital social e sua capacidade de investimentos, não importando sua qualidade pessoal. Sociedades de pessoas ou de capital pessoas sociedades em nome coletivo sociedades em comandita simples sociedade limitada Empresa individual de responsabilidade limitada - EIRELI capital sociedade por ações sociedades em comandita por ações Sociedade – Classificação Regime de constituição e dissolução do vínculo societário. Sociedades contratuais e institucionais Contratuais e Institucionais em razão da natureza de seu ato constitutivo. De capital fixo ou variável Fixo = o capital é definido em cláusula de seu ato constitutivo Variável = cooperativas Unipessoal Não é admitida. Exceções: (i) subsidiária integral; (ii) unipessoal temporária pela morte de um dos sócios e (iii) EIRELI Personificadas ou não Sociedade – Classificação Responsabilidade Tipo societário ilimitada sociedades em nome coletivo mista sociedades em comandita simples e em comandita por ações limitada sociedade limitada, EIRELI e sociedade por ações Sociedade – Classificação Os sócios têm responsabilidade subsidiária, enquanto não exaurido o patrimônio social, não se pode cogitar o comprometimento do patrimônio do sócio para a satisfação de dívida da sociedade. Responsabilidade dos sócios a limitação se refere ao sócio e não a sociedade; a sociedade irá sempre responder ilimitadamente por suas obrigações; dependendo do tipo societário os sócios irão responder pelas dívidas da sociedade limitada ou ilimitadamente. Responsabilidade dos sócios • Ilimitada: todos os sócios respondem pelas obrigações sociais ilimitadamente. • Mista: quando apenas parte dos sócios responde de forma ilimitada. • Limitada: todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. Responsabilidade dos sócios “O objeto da sociedade será a prestação de serviços médicos. §1º - Além da sociedade, cada profissional que desenvolva a atividade médica, responderá ilimitadamente, de forma exclusiva por seus atendimentos e atos praticados, responsabilizando-se na reparação de eventuais danos materiais e/ou morais causados ao cliente/paciente, conforme o Código de Ética Médica.” Responsabilidade dos sócios - Ilimitada “O capital social totalmente subscrito e integralizado pelos sócios, é de R$ 100.000,00 (cem mil reais), representado por 100.000 (cem mil) quotas de R$ 1,00 (hum real) cada uma, distribuído entre os sócios da seguinte forma: Responsabilidade dos sócios - limitada §1º: A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, haja vista a total integralização do capital social. §2º Os sócios não respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais.” SÓCIOS quotas % Em Reais HUGUINHO DONALD 25.000 25% 25.000,00 ZEZINHO DONALD 25.000 25% 25.000,00 LUIZINHO DONALD 25.000 25% 25.000,00 MARGARIDA DONALD 15.000 15% 15.000,00 PATO DONALD 10.000 10% 10.000,00 TOTAL 100.000,00 100% 100.000,00 Responsabilidade dos sócios - mista “O capital social será de R$ 100.000,00 (cem mil reais), neste ato realizado em dinheiro, subscrevendo o sócio PATINHAS R$ 20.000,00 (vinte mil reais), o sócio DONALD R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) e o sócio GASTÃO R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) §1º Os sócios .DONALD e GASTÃO são solidários e o sócio PATINHAS. é comanditário. §2º O sócio comanditário somente se obriga pela importância da comandita.” Empresa brasileira: sede no Brasil e organização de acordo com a legislação brasileira (artigo 1.126 do Código Civil). Sociedade estrangeira Nacionalidade da sociedade Sociedade Nacional (arts. 1126 a 1133 do Cód. Civil) quando a lei exigir que todos ou alguns sócios sejam brasileiros, as ações da sociedade anônima revestirão, no silêncio da lei, a forma nominativa. qualquer que seja o tipo da sociedade, na sua sede ficará arquivada cópia autêntica do documento comprobatório da nacionalidade dos sócios. não haverá mudança de nacionalidade de sociedade brasileira sem o consentimento unânime dos sócios ou acionistas. Se dois ou mais estrangeiros, residentes no exterior, e trazem recursos de seu país, constituem uma sociedade empresária com sede no território nacional, obedecendo aos preceitos da ordem jurídica vigente, essa sociedade é brasileira. Sociedade Nacional (arts. 1126 a 1133 do Cód. Civil) Sociedade dependente de autorização (arts. 1123 do Cód.Civil) a competência para a autorização será sempre do Poder Executivo federal. na falta de prazo estipulado em lei ou em ato do poder público, será considerada caduca a autorização se a sociedade não entrar em funcionamento nos doze meses seguintes à respectiva publicação . ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo, cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou estrangeira que infringir disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto. o requerimento de autorização de sociedade nacional deve ser acompanhado de cópia do contrato, assinada por todos os sócios, ou, tratando-se de sociedade anônima, de cópia, autenticada pelos fundadores, dos documentos exigidos pela lei especial. se a sociedade tiver sido constituída por escritura pública, bastará juntar-se ao requerimento a respectiva certidão. Sociedade Nacional (arts. 1126 a 1133 do Cód. Civil) ao Poder Executivo é facultado exigir que se procedam a alterações ou aditamento no contrato ou no estatuto, devendo os sócios, ou, tratando-se de sociedade anônima, os fundadores, cumprir as formalidades legais para revisão dos atos constitutivos, e juntar ao processo prova regular. ao Poder Executivo é facultado recusar a autorização, se a sociedade não atender às condições econômicas, financeiras ou jurídicas especificadas em lei. Sociedade Nacional (arts. 1126 a 1133 do Cód. Civil) expedido o decreto de autorização, cumprirá à sociedade publicar os atos necessários, em trinta dias, no órgão oficial da União, cujo exemplar representará prova para inscrição, no registro próprio, dos atos constitutivos da sociedade. a sociedade promoverá, também no órgão oficial da União e no prazo de trinta dias, a publicação do termo de inscrição. Sociedade Nacional (arts. 1126 a 1133 do Cód. Civil) as sociedades anônimas nacionais, que dependam de autorização do Poder Executivo para funcionar, não se constituirão sem obtê-la, quando seus fundadores pretenderem recorrer a subscrição pública para a formação do capital. os fundadores deverão juntar ao requerimento cópias autênticas do projeto do estatuto e do prospecto. obtida a autorização e constituída a sociedade, proceder-se-á à inscrição dos seus atos constitutivos. Sociedade Nacional (arts. 1126 a 1133 do Cód. Civil) dependem de aprovação as modificações do contrato ou do estatuto de sociedade sujeita a autorização do Poder Executivo, salvo se decorrerem de aumento do capital social, em virtude de utilização de reservas ou reavaliação do ativo. Sociedade Nacional (arts. 1126 a 1133 do Cód. Civil) Quando não se atende a qualquer desses requisitos explicitados no slide anterior, a sociedade é estrangeira e seu funcionamento, no Brasil, depende de autorização do governo federal. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) Para essa autorização, o interessado deve procurar o Ministério ou agência estatal com competência para a fiscalização da atividade que ele exerce. Se não existir nenhum órgão específico, a autorização deve ser protocolada no DNRC que processará o pedido. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) A sociedade estará sujeita á fiscalização governamental e poderá ter sua autorização cassada se infringir norma de ordem pública ou praticar atos contrários às suas finalidades estatutárias (art 1.125, CC). Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) a sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira; Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) ao requerimento de autorização devem juntar-se: prova de se achar a sociedade constituída conforme a lei de seu país; inteiro teor do contrato ou do estatuto; relação dos membros de todos os órgãos da administração da sociedade, com nome, nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto a ações ao portador, o valor da participação de cada um no capital da sociedade; Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) ao requerimento de autorização devem juntar- se: cópia do ato que autorizou o funcionamento no Brasil e fixou o capital destinado às operações no território nacional; prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para aceitar as condições exigidas para a autorização; último balanço. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) os documentos serão autenticados, de conformidade com a lei nacional da sociedade requerente, legalizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução em vernáculo. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) é facultado ao Poder Executivo, para conceder a autorização, estabelecer condições convenientes à defesa dos interesses nacionais. aceitas as condições, expedirá o Poder Executivo decreto de autorização, do qual constará o montante de capital destinado às operações no País, cabendo à sociedade promover a publicação de seus atos constitutivos; Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) a sociedade autorizada não pode iniciar sua atividade antes de inscrita no registro próprio do lugar em que se deva estabelecer; arquivados esses documentos, a inscrição será feita por termo em livro especial para as sociedades estrangeiras; Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) no termo constarão: nome, objeto, duração e sede da sociedade no estrangeiro; lugar da sucursal, filial ou agência, no País; data e número do decreto de autorização; capital destinado às operações no País; individuação do seu representante permanente. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) inscrita a sociedade, promover-se-á a publicação; a sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no Brasil. a sociedade estrangeira funcionará no território nacional com o nome que tiver em seu país de origem, podendo acrescentar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil". Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) a sociedade estrangeira autorizada a funcionar é obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade. o representante somente pode agir perante terceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) qualquer modificação no contrato ou no estatuto dependerá da aprovação do Poder Executivo, para produzir efeitos no território nacional. mediante autorização do Poder Executivo, a sociedade estrangeira admitida a funcionar no País pode nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) a sociedade estrangeira deve, sob pena de lhe ser cassada a autorização: reproduzir no órgão oficial da União, e do Estado, se for o caso, as publicações que, segundo a sua lei nacional, seja obrigada a fazer relativamente ao balanço patrimonial e ao de resultado econômico, bem como aos atos de sua administração. publicaro balanço patrimonial e o de resultado econômico das sucursais, filiais ou agências existentes no País. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) o Poder Executivo poderá impor as condições que julgar convenientes à defesa dos interesses nacionais. aceitas as condições pelo representante, proceder- se-á, após a expedição do decreto de autorização, à inscrição da sociedade e publicação do respectivo termo. Sociedade Estrangeira (arts. 1134 a 1141 do Cód. Civil) A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes Sociedade simples (art. 997 - Cód. Civil) Contrato Social Conteúdo obrigatório do Contrato Social • nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; • denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; • capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; Sociedade simples (art. 997 - Cód. Civil) Conteúdo obrigatório do Contrato Social • a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; • as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; • as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; • a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; • se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Sociedade simples (art. 997 - Cód. Civil) Sociedade simples Forma e Registro (arts. 998 a 1.000 - Cód. Civil) Contrato Social constituição Registro Civil das Pessoas Jurídicas local da sede 30 dias Deverão também ser averbadas: - alterações contratuais - a constituição da sucursal, filial ou agência Nota: É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato. Sociedade simples Direitos e Obrigações dos Sócios (arts. 1001 a 1009 - Cód. Civil) • começam imediatamente com o contrato (se não fixar outra data) e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais; • o sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social; • a cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. Direitos e Obrigações dos sócios (arts. 1001 a 1009 - Cód. Civil) até 2 anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social; o sócio que deixar de fazê-lo responderá perante esta pelo dano emergente da mora; ou se a maioria dos demais sócios preferir: a exclusão do sócio remisso, ou redução da quota ao montante já realizado, e em decorrência, redução do capital social. o sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito. é nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, salvo disposição em contrário; a distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade. Direitos e Obrigações dos sócios (arts. 1001 a 1009 - Cód. Civil) as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. no caso de empate, prevalece a decisão do maior número de sócios, e, se este persistir, decidirá o juiz. responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto. Direitos e Obrigações dos sócios (arts. 1001 a 1009 - Cód. Civil) Sociedade simples Administração (arts. 1010 a 1021 - Cód. Civil) quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. maioria absoluta: votos correspondentes a mais de metade do capital. no caso de empate, prevalece a decisão do maior número de sócios, e, se este persistir, decidirá o juiz. as pessoas impedidas por lei especial; os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; os condenados por: crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; contra a economia popular, o sistema financeiro nacional, as normas de defesa da concorrência, as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. Administração Vedados (arts. 1010 a 1021 - Cód. Civil) a administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios. exercida por sócio ou por administrador não sócio instrumento de nomeação deverá ser averbado à margem da inscrição da sociedade; Administração (arts. 1010 a 1021 - Cód. Civil) nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ou grave. no silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. Administração (arts. 1010 a 1021 - Cód. Civil) os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções. o excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses: se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; provando-se que era conhecida do terceiro; tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade. Administração (arts. 1010 a 1021 - Cód. Civil) o administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá. fica sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, tome parte na correspondente deliberação. é vedado fazer-se substituir no exercício de suas funções, sendo-lhe facultado, nos limites de seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especificados no instrumento os atos e operações que poderão praticar. Administração (arts. 1010 a 1021 - Cód. Civil) são irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios. são revogáveis, a qualquer tempo,os poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio. os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico. salvo estipulação que determine época própria, o sócio pode, a qualquer tempo, examinar os livros e documentos, e o estado da caixa e da carteira da sociedade. Administração (arts. 1010 a 1021 - Cód. Civil) a sociedade adquire direitos, assume obrigações e procede judicialmente, por meio de administradores com poderes especiais, ou, não os havendo, por intermédio de qualquer administrador. se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. o sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das dívidas sociais anteriores à admissão. Relação com terceiros (arts. 1022 a 1027 - Cód. Civil) o credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação. se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até 90 dias após aquela liquidação. os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que se separou judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade. Relação com terceiros (arts. 1022 a 1027 - Cód. Civil) no caso de morte de sócio, liquidação da quota, salvo se: o contrato dispuser diferentemente; os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido. Resolução da sociedade em relação a um sócio (arts. 1028 a 1032 - Cód. Civil) qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de 60 dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. nos 30 dias subseqüentes à notificação, podem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade. Resolução da sociedade em relação a um sócio (arts. 1028 a 1032 - Cód. Civil) pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou por incapacidade superveniente. será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada. Resolução da sociedade em relação a um sócio (arts. 1028 a 1032 - Cód. Civil) critério para liquidação da quota: considerada pelo montante efetivamente realizado, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado (a quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação). Resolução da sociedade em relação a um sócio (arts. 1028 a 1032 - Cód. Civil) A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até 2 anos após averbada a resolução da sociedade; Resolução da sociedade em relação a um sócio (arts. 1028 a 1032 - Cód. Civil) o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; o consenso unânime dos sócios; Dissolução (arts. 1033 a 1038 - Cód. Civil) a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. judicial a requerimento do sócios, quando: • anulada a sua constituição; • exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade. o contrato pode prever outras causas de dissolução, a serem verificadas judicialmente quando contestadas. ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais responderão solidária e ilimitadamente. Dissolvida de pleno direito a sociedade, pode o sócio requerer, desde logo, a liquidação judicial. Dissolução (arts. 1033 a 1038 - Cód. Civil) se não estiver designado no contrato social, o liquidante será eleito por deliberação dos sócios, podendo a escolha recair em pessoa estranha à sociedade. o liquidante pode ser destituído, a todo tempo: se eleito pela forma prevista neste artigo, mediante deliberação dos sócios; em qualquer caso, por via judicial, a requerimento de um ou mais sócios, ocorrendo justa causa. Dissolução (arts. 1033 a 1038 - Cód. Civil) Sociedade em nome coletivo (arts. 1039 a 1044 - Cód. Civil) somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um; Sociedade em nome coletivo (arts. 1039 a 1044 - Cód. Civil) o contrato mencionará, no que couber, as indicações mínimas previstas para as sociedades simples e a firma social. a administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes. o credor particular de sócio não pode, antes de dissolver- se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor. Poderá fazê-lo quando: a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de 90 dias, contado da publicação do ato dilatório. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas de dissolução previstas para as sociedades simples e, se empresária, também pela declaração da falência. Sociedade em nome coletivo (arts. 1039 a 1044 - Cód. Civil) Sociedade em comandita simples (arts. 1045 a 1051 - Cód. Civil) sócios de duas categorias (discriminados em contrato): comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; os comanditários, obrigados pelo valor de sua quota. aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo; aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo. comanditário: não pode praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado; pode: participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações e ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais. Sociedade em comandita simples (arts. 1045 a 1051 - Cód. Civil) a diminuição da quota docomanditário, em consequência de ter sido reduzido o capital social, produz efeito quanto a terceiros, somente após averbada a modificação do contrato, sempre sem prejuízo dos credores preexistentes. o comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço. diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele. Sociedade em comandita simples (arts. 1045 a 1051 - Cód. Civil) dissolve-se de pleno direito a sociedade: por qualquer das causas previstas para a dissolução das sociedades simples; quando por mais de 180 dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio. Sociedade em comandita simples (arts. 1045 a 1051 - Cód. Civil) Bibliografia Básica: COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2012, 24.a ed. Bibliografia Complementar: BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 8.a. ed. CAMPINHO, Sérgio. O Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 2.a ed. MAZZAFERA, Luiz Braga. Curso Básico de Direito Empresarial. São Paulo: EDIPRO, 2003, 1.a.ed
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