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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO LUCAS BRITO LUCIANA PIO MARINA CAPICHONI NATÁLIA BRAGA PRÁTICA III: HEMOSTASIA SANGUINEA Nova Friburgo, RJ 2017 LUCAS BRITO LUCIANA PIO MARINA CAPICHONI NATÁLIA BRAGA PRÁTICA III: HEMOSTASIA SANGUINEA Relatório de aula prática III solicitado como recurso avaliativo na disciplina de Bioquímica do primeiro período do curso de Odontologia, apresentado à Universidade Federal Fluminense. Nova Friburgo, RJ 2017 INTRODUÇÃO: A coagulação do sangue é extremamente importante, pois tem como principal função evitar a perda excessiva de volume sanguíneo por hemorragia nos animais, para que não haja morte do mesmo. A coagulação ocorre por conta de reações entre proteínas chamadas de fatores de coagulação. Ela pode ocorrer na via intrínseca, no interior dos vasos sanguíneos, ou na via extrínseca, na qual o sangue sai dos vasos para o tecido conjuntivo. Hemostasia é uma série de processos fisiológicos extremamente regulados. Esses processos tem intuito de manter a fluidez sanguínea nos vasos normais, além de fazer com que haja a interrupção de sangramentos. Esta última função é seguida da restauração da circulação do vaso em que houve lesão. A hemostasia é dividida em três etapas: primária, secundária e terciária. A hemostasia primária é a etapa de vasoconstrição e bloqueio temporário de uma ruptura. A vasoconstrição se dá por mecanismos miogênicos em que o músculo liso se contrai na lesão; há liberação de endotelina pelo endotélio lesado. Já o bloqueio temporário ocorre por meio da agragação de plaquetas no colágeno da membrana em torno da lesão, as quais impedem temporariamente o sangramento, formando um tampão plaquetário; este tampão forma uma superfície pró-coagulante para as próximas etapas. Em lesões muito pequenas o tampão plaquetário é suficiente para interromper a hemorragia. A secundária é o passo em que há coagulação do sangue e selagem do orifício até que o tecido seja reparado. A coagulação na via extrínseca se inicia pela exposição do fator tecidual (fator III) pelas células teciduais lesadas, e na via intrínseca tem início no colágeno ou em outros componentes negativos da membrana extracelular. O modelo atual de coagulação é dividido em quatro etapas. A primeira é a de iniciação em que há a lesão, as células sanguíneas são perturbadas, então o fator VII interage com a proteína FT, formando o complexo FT-VII. Em seguida, o fator VII ativa o fator X que ativa o fator V. A associação entre os fatores V e X, ambos ativos, realiza a conversão de protrombina em trombina. A segunda fase é de amplificação; nela, a trombina ativa diversas estruturas na superfície das plaquetas, tais como os fatores V, VIII e XI. Na terceira fase, de propagação, formam-se complexos tenase; os fatores VIII e IX são ativados na presença de cálcio e de fosfolipídeos. Na última etapa, chamada de fase de finalização limita-se o coágulo para evitar que o vaso sofra oclusão. Substâncias como o citrato de sódio, o oxalato de potássio e a heparina evitam a coagulação. Já a hemostasia terciária é a fase em que há fibrinólise e a regeneração tecidual. Na fibrinólise há a degradação das redes de fibrina pela plasmina (uma proteína derivada do plasminogênio que está ligado à rede de fibrina). O ativador tecidual do plasminogênio inicia o processo que limita a continuação da trombose. Ocorre o reparo da lesão do vaso e se reestabelece a circulação local. No experimento foram usados três métodos (de Lee-White, de Duke e de Rumpel-Leede) que serão explicados a seguir. O método de Lee-White consiste em determinar o tempo de coagulação do sangue in vitro. O tempo de coagulação avalia a via intrínseca da coagulação, quando alterado confirma a existência de defeitos em fatores da coagulação. O método de Duke determina o tempo de sangramento, verifica a capacidade de ocorrer hemostasia após lesão do vaso; neste método é feito um pequeno corte, de tamanho padrão, geralmente na digital ou no lobo da orelha, e mede-se o tempo passado até que o sangramento cesse. O método de Rumpel-Leede, também chamado de prova do laço, é feito da seguinte forma: verifica-se a pressão arterial do paciente, determinando-se a pressão média dele; deve-se insuflar o manguito até o valor médio deixando dessa forma por 5 minutos; deve-se desenhar um quadrado de 2,5 centímetros no braço do paciente e verificar o número de petéquias que aparecem nesse quadrado, se houver a partir de 20 petequias o resultado será positivo. Na clínica ele deve ser realizado em pacientes com suspeita de dengue; pode caracterizar presença de fragilidade capilar ou de plaquetopenia. OBJETIVOS GERAIS: Observar as características da coagulação sanguina por meio da homeostasia através dos métodos de: LEE- WHITE, MÉTODO DE DUKE e MÉTODO DE RUMPEL-LEED. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1-DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE COAGULAÇÃO: MÉTODO DE LEE- WHITE Observar o que ocorre com o sangue em tubo de Hemolise, identificando suas características visuais e a fase de hemostasia comparando resultados esperados com os realmente obtidos. 2-DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE SANGRAMENTO: MÉTODO DE DUKE Observar o que ocorre com o sangramento no dedo indicador do individuo de forma a identificar e observar suas características visuais e a fase de hemostasia que se encontra comparando resultados esperados com os realmente obtidos. 3- DETERMINAÇÃO DA RETRAÇÃO DO COÁGULO: MÉTODO DE LEE- WHITE Observar o que ocorreu com o sangue retirado do individuo no dia anterior de forma a identificar e observar suas características visuais e a fase de hemostasia que se encontra comparando resultados esperados com os realmente obtidos. 4-PROVA DE RESISTENCIA CAPILA: MÉTODO DE RUMPEL-LEED Observar o que ocorreu com o paciente no qual foi auscultada a pressão arterial e teve o braço pressionado pela braçadeira. Se ocorreu a formação de petequeias no individuo de forma a identificar e observar suas características visuais e a fase de hemostasia o sangue das patequeias que se encontra comparando resultados esperados com os realmente obtidos. MATERIAIS E MÉTODOS: 1-DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE COAGULAÇÃO: MÉTODO DE LEE- WHITE Materiais: Seringa descartável com agulha; Álcool 70%; Tubo de hemólise; Cronometro; Métodos: Em um voluntário se puncionou a veia e retirou 2ml de sangue que foram colocados no tubo de hemólise. O tubo ficou posição vertical, sendo segurando com mão por um dos alunos e de um em um minuto era inclinado, até o momento em que foi observado a formação um coágulo de forma que o tubo podia ser virado sem que seu conteúdo se deformasse. 2-DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE SANGRAMENTO: MÉTODO DE DUKE Materiais: Equipamento (agulha) para punção no dedo; Papel filtro; Cronometro; Métodos: Foi realizada a punção do dedo indicador de um voluntário, e deixou que o sangue fluísse espontaneamente. No instante em que surgiu o sangue o cronometro foi ativado. Colocou o papel filtro em cima da perfuração em um intervalo de trinta em trinta segundos até o momento em que o papel não saiu mais sujo de sangue o que representou a formação de um coágulo de plaquetas e o fimdo sangramento. 3- DETERMINAÇÃO DA RETRAÇÃO DO COÁGULO: MÉTODO DE LEE- WHITE Materiais: Equipamento de punção venosa; Tubo de hemólise limpo e seco; Métodos: Foi coletado aproximadamente 4ml de sangue de um indivíduo no dia anterior, colocado em um tubo e armazenado de forma correta, sendo assim no outro dia os alunos observaram a retração do mesmo. 4-PROVA DE RESISTENCIA CAPILA: MÉTODO DE RUMPEL-LEED Materiais: Aparelho para determinação de pressão arterial (Esfigmomanômetro); Cronometro; Métodos: Em um indivíduo observou-se se havia ou não a presença de petéquias em seu braço e anotado. Em seguida foi auscutada sua pressão arterial, e a braçadeira do esfingmomanômetro foi mantida no braço do indivíduo e marcado no cronômetro cinco minutos, sendo observado se ouve ou não o surgimento de petéquias e alguns efeitos colaterais tais como inchaço da mão e arroxeamento da ponta dos dedos. RESULTADO E DISCUSSÃO: 1-DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE COAGULAÇÃO: MÉTODO DE LEE- WHITE: Na hemostasia secundária ocorre a coagulação do sangue, que sela o orifício até o tecido ser reparado. Nesse processo, ocorre a conversão de uma proteína solúvel do plasma, o fibrinogênio, em um polímero insolúvel, a fibrina, pela ação de uma enzima chamada trombina. A fibrina forma uma rede de fibras elásticas que consolida o tampão plaquetário e o transforma em um tampão hemostático. No experimento 1, observou-se a via intrínseca da coagulação, desenvolvendo-se pelo contato do sangue com uma superfície negativa, como por exemplo, o colágeno. O coágulo se formou impedindo a passagem do sangue quando o tubo foi totalmente invertido. O tempo de coagulação obtido foi de 7 minutos e 55 segundos, constituído desde a coleta até a formação do coágulo. O resultado, levando em conta o diâmetro do tubo, apresentou um tempo de coagulação normal, uma vez que este oscila de 5 a 10 minutos. 2-DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE SANGRAMENTO: MÉTODO DE DUKE A hemostasia primária é dividida em duas etapas: vasoconstrição que consiste na contração das camadas musculares dos vasos, resultando na diminuição do fluxo sanguíneo no local da lesão, e do tampão plaquetário que atua como bloqueio temporário de uma ruptura, por meio da aderência das plaquetas com o colágeno da MEC. No experimento 2 foi possível observar a ação do tampão hemostático primário, constituindo um evento transitório, uma vez que, inibe momentaneamente o sangramento e fornece uma superfície pró-coagulante. Com o auxílio de um papel de filtro, a cada 30 segundos uma gota de sangue foi recolhida e o tempo decorrido entre a primeira e a última gota foi de 1 minuto, que condiz com o tempo de sangramento. O resultado obtido é considerado normal, uma vez que, este oscila de 1 a 3 minutos. 3-DETERMINAÇÃO DA RETRAÇÃO DO COÁGULO – MÉTODO DE LEE-WHITE A retração é a fase final do processo de coagulação do sangue, após a coagulação do sangue o coágulo mais precisamente a rede de fibrina se retrai, liberando a parte líquida, no caso o soro. Isso se dá devido a liberação de algumas substancias pelas plaquetas. De forma que no experimento foi possível observar que o sangue após colhido e armazenado em tubo de ensaio por determinado período, retraiu-se, desligando-se da parede do tubo e tendo uma separação nítida do soro. 4-PROVA DE RESISTÊNCIA CAPILAR – MÉTODO DE RUMPEL-LEED Petéquia é um pequeno ponto vermelho no corpo, na pele ou mucosas, causado por uma pequena hemorragia de vasos sanguíneos. Ao se pressionar o braço do indivíduo com a braçadeira do aparelho de determinação de pressão arterial, foi possível observar a resistência dos capilares. No experimento realizado em sala de aula, o resultado foi negativo, não aparecendo petequéias, sendo um indicativo que a coagulação intravascular está ocorrendo de forma correta, e que alguns componentes do sangue tais como fibrinogênio, protrombina, trombocitopenia, fator VII entre outros não apresentam queda na sua concentração. CONCLUSÃO: Através de alguns experimentos em aula prática foi possível observar o comportamento da hemostasia que tende por uma manutenção da circulação sanguínea de forma adequada, vendo o que ocorre com o sangue em caso de lesões nos vasos sanguíneos. Sendo observada a formação de um tampão plaquetario, a formação do coágulo sanguíneo e a eficácia de nosso sistema circulatório no combate a alguma anomalia que promove o extravasamento sanguíneo.
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