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Conteúdos Métodos e Práticas de Ensino de Educação Física 
AULA 2: HISTÓRIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA 
AULA 2: HISTÓRIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA 
Conteúdos, Métodos e Práticas de Ensino de Educação Física 
Sumário 
1. A Influência da globalização na evolução do corpo humano e alienação; 
 
2. Educação como mercadoria; 
 
3. Educação Física e suas tendências; 
 
4. Educação Física Higienista; 
 
5. Educação Física Militarista; 
 
6. Educação Física Pedagogicista; 
 
7. Educação Física Competitivista; 
 
8. As filosofias subjacentes às concepções de Educação Física. 
Conteúdos, Métodos e Práticas de Ensino de Educação Física 
A Influência da Globalização na Evolução do Corpo Humano e Alienação 
A globalização fez com que todos 
se tornassem integrados (HELD; MCGREW, 
2001). Alguns pesquisadores consideram 
que tal processo teve início antes do 
Império Romano, outros tomam como 
marco os séculos XIV e XV, logo quando 
os portugueses iniciaram as grandes 
navegações, surgindo o modelo 
econômico denominado mercantilismo. 
 
As grandes navegações possibilitariam 
o encontro de culturas diferentes. 
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A Influência da Globalização na Evolução do Corpo Humano e Alienação 
Buscamos demonstrar a influência 
da globalização nos dias de hoje sobre 
o corpo e a educação. 
 
Alguns autores entendem que 
o fenômeno da globalização veio a 
ocorrer a partir do século XIX ou se 
intensificou com o Imperialismo ou 
Neocolonialismo, a partir de crises que se 
sucederam, em países da Europa, 
com as fábricas que produziam 
cada vez mais mercadorias em 
menos tempo, assim, com uma 
superprodução. 
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A Influência da Globalização na Evolução do Corpo Humano e Alienação 
As economias industrializadas 
queriam mercados, assim, transformaram 
o continente africano e asiático em 
centros fornecedores de matérias-primas 
e consumidores de produtos 
industrializados, explorando-os e 
criando dependência econômica desses 
continentes (BAUMAN, 1999). 
 
Como advento da globalização, surgem 
culturas “mundializadas” com o apoio da 
mídia, determinando um corpo “perfeito”. 
 
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A Influência da Globalização na Evolução do Corpo Humano e Alienação 
Algo positivo, nessa realidade, é que, 
em busca de um corpo perfeito, a 
sociedade tende a praticar exercícios e 
a ter um melhor preparo físico, 
uma melhor disposição para o trabalho e 
uma melhor qualidade de vida. Contudo, 
existem também pontos negativos como a 
busca excessiva e doentia por um corpo 
perfeito e definido que leva a homens e 
mulheres, muitas vezes, a buscarem por 
formas rápidas como a aplicação de 
hidrogel, hormônios, dentre outros 
componentes maléficos à saúde. 
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Educação como Mercadoria 
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Educação como Mercadoria 
[...] a sociedade industrial, precisava ser 
atendida, com um novo conceito de corpo, 
e foi, na Educação Física Escolar, que se 
iniciou esse processo, passando a ser 
obrigatória, em todo território nacional, no 
ano de 1937, com argumento que a força 
física seria convertida em força de trabalho, 
tornando indispensável essa disciplina, que 
viria a tender todos os espaços vigentes 
deste novo homem: na fábrica, no campo, 
na escola (SAMPAIO et al., 2014). 
 
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Educação como Mercadoria – Escolas que Influenciaram a Educação Física no Brasil 
A escola alemã foi a primeira, em 1860, subsequente com Rui Barbosa, que 
tivemos a implementação da escola sueca, se organizando a um melhor ensino, 
pedagogicamente mais eficaz. Já a escola francesa foi oficialmente implantada 
,em 12 de abril de 1921, por meio do decreto nº 14.784. 
Sua chegada, porém foi antes, no ano de 1907, com a Missão Francesa, neste 
momento, fundou-se uma “sala de armas” que posteriormente deu origem à 
Educação Física do Estado de São Paulo (SAMPAIO et al., 2014). 
 
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Educação Física e suas Tendências 
A Educação Física, em sua trajetória, obteve diferentes 
concepções, que resultaram num entendimento de corpo 
e educação corporal. Foi dito, equivocadamente, que 
toda educação corporal e movimento corporal seriam 
atribuídos, exclusivamente, à Educação Física. 
 
Na Educação Física, sem dúvida, temos atribuição de 
tarefas envolvendo o movimento corporal, no entanto, o 
comportamento corporal, sendo característico humano, 
acontece também em outras disciplinas escolares. 
(BRACHT, 1999). 
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Educação Física e suas Tendências 
TENDÊNCIAS NO CENÁRIO BRASILEIRO: 
 
• a Educação Física Higienista (até 1930); 
• a Educação Física Militarista (1930-1945); 
• a Educação Física Pedagogicista (1945-1964); 
• a Educação Física Competitivista (pós-1964). 
 
(GHIRALDELLI, 1991) 
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Educação Física Higienista 
No período da Educação Física 
Higienista temos a ênfase, em 
primeiro lugar, da saúde. 
Encarregando à Educação Física um 
papel primordial na formação de 
mulheres e homens sadios, fortes e 
dispostos. (GHIRALDELLI, 1991). 
Propõe-se não apenas à saúde 
individual, mas trata de uma 
“assepsia social”. 
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Educação Física Higienista 
Desta forma, para tal concepção a ginástica, o desporto, os jogos recreativos etc. devem, antes de qualquer coisa, 
disciplinar os hábitos das pessoas no sentido de levá-las a se afastarem de práticas capazes de provocar a 
Deterioração da saúde e da moral, o que “comprometeria a vida coletiva”. 
 
Assim, a perspectiva da Educação Física Higienista vislumbra a possibilidade e a necessidade de resolver o problema 
da saúde pública pela Educação. A ideia central é a disseminação de padrões de conduta, 
forjados pelas elites dirigentes, entre todas as outras classes sociais. (GHIRALDELLI, 1991, p. 17). 
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Educação Física Militarista 
Temos, na Educação Física, um processo de 
seleção natural, que visa à depuração da raça, 
onde há a eliminação dos mais fracos e a 
premiação dos mais fortes, temos uma 
“elite condutora”. 
 
Na Educação Física Militarista as modalidades: 
desporto, ginastica, jogos recreativos, etc. só têm 
utilidade se visarem à eliminação dos fisicamente 
incapacitados, obtendo a maximização do poder e 
força populacional [...] (GHIRALDELLI, 1991) 
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Educação Física Militarista 
É óbvio que a Educação Física Militarista, como a Higienista, também está seriamente preocupada 
com a saúde individual e com a saúde pública. 
 
Todavia, o objetivo fundamental da Educação Física Militarista é a obtenção de uma juventude 
capaz de suportar o combate, a luta, a guerra. 
 
Para tal concepção, a Educação Física deve ser suficientemente rígida para “elevar aNação” 
à condição de “servidora e defensora da pátria”. (GHIRALDELLI, 1991, p. 18) 
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Educação Física Pedagogicista 
Esta tendência veio para reivindicar à sociedade 
a necessidade de não somente ser capaz de 
promover saúde ou disciplina para juventude e 
sim uma prática eminente educativa, 
irá promover a educação do movimento, 
sendo assim capaz de promover a educação integral. 
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Educação Física Pedagogicista 
A ginástica, a dança, o desporto etc., são meios de educação do alunado. 
 
São instrumentos capazes de levar a juventude a aceitar as regras de convívio democrático e de preparar as novas 
gerações para o altruísmo, o culto a riquezas nacionais etc. 
 
O sentimento corporativista de “valorização do profissional da Educação Física” permeia a concepção pedagogicista. 
 
A Educação Física é encarada como algo “útil e bom socialmente”, e deve ser respeitada acima das lutas políticas dos 
interesses diversos de grupos ou de classes. Assim, é possível forjar um sistema nacional de Educação Física” 
(GHIRALDELLI, 1991, p. 19). 
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Educação Física Competitivista 
Nesta tendência, temos a volta da 
hierarquização e elitização social, 
fundamentada na competição e superação 
individual, valores essenciais para uma 
sociedade moderna. 
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Educação Física Competitivista 
Todas as práticas: a ginastica, os jogos recreativos, o treinamento ficam aqui submetidos ao desporto de elite. 
 
Cria-se assim o Treinamento Desportivo baseado nos estudos da Fisiologia do Esforço e da Biomecânica, 
sendo capazes de melhorar a técnica desportiva. 
 
A Educação Física Competitivista exerce um papel neutralizador entre os conflitos político-sociais. 
 
Entende-se que o desporto deve ser protegido por qualquer tipo de governo, adquirindo um caráter tecnicista, 
sobrecarregado de temas ligados ao Treinamento e à Medicina Esportiva (GHIRALDELLI, 1991). 
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Educação Física Competitivista 
Apesar de negar, a Educação Física Competitivista é uma aríete das classes 
dirigentes na tarefa de desmobilização da organização popular. 
 
Tanto o “desporto de alto nível”, que é o “desporto-espetáculo”, 
é oferecido em doses exageradas pelos meios de comunicação à população, 
como, explicitamente, é introduzido no meio popular por meio de 
ação governamental. 
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Educação Física Competitivista 
A Educação Física Competitivista era incentivada pela ditadura pós-1964, onde tivemos o desporto de alto nível 
divulgado pela mídia como analgésico do movimento social. 
 
O governo se preocupava mais com os sindicalistas reivindicando mais hora de lazer, e contrapondo a eles o governo 
oferecia o desporto como entretenimento da população. (GHIRALDELLI, 1991) 
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Referências 
BAUMAN, Z. Globalização: as consequências 
humanas. Rio de Janeiro: Zahar, 1999. 
 
Betti, M. Educação física e sociedade. São Paulo: 
Movimento, 1991. 
 
BRACHT, V. A constituição das teorias 
pedagógicas da Educação Física. In: Cadernos 
Cedes, v. 19, n. 48, p. 69-88, 1999. 
 
CORDOVA, Maria Julieta Weber. Globalização e 
Identidade Cultural: um contraponto a produção 
do não lugar. In: Olhar de Professor, v. 4, n. 1, 
2001, p. 145 -153. Departamento de Métodos e 
Técnicas de Ensino, Paraná. 
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Referências 
FARIA FILHO, L. D.; SOUSA, E. D.; VAGO, T. 
História da escola primária e da Educação Física 
no Brasil: alguns apontamentos. In: Trilhas e 
partilhas, p. 43-58, 1997. 
 
FINCK, S. C. M. A Educação Física e o esporte na 
escola: cotidiano, saberes e formação. Curitiba: 
Ibpex, p. 2010. 
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Referências 
GERSTENBERGER, Debora. Gilberto Freyre: um 
teórico da globalização? In: Hist. ciênc. Saúde. 
Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 21, n. 1, p. 111-
120, Mar. 2014 . Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo. 
php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702014000100111&lng=en&nrm=iso>. Acesso 
em 14/07/2015. 
 
GHIRALDELLI, P. Educação Física progressista: 
São Paulo: Loyola, 1991, v. 10 
 
SAMPAIO, L. D.; DA SILVA, E.; SILVA, M. P.; DA 
COSTA, F. R. Representação da Educação Física 
no âmbito escolar. In: VIREF Revista de 
Educación Física, v. 3, n. 1, p. 16-32, 2014. 
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Referências 
HELD, David; MCGREW, Anthony. Prós e contras 
da globalização. Rio Janeiro: Jorge Zahar, 2001. 
 
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do 
pensamento único à consciência universal. 10. 
ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. 
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Assuntos da próxima aula: VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
As atividades físicas numa 
perspectiva sociointeracionista na 
Educação Básica.