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Direito Ambiental

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2017	-	05	-	12
Reta	final	OAB:	revisão	unificada	-	Edição	2016
8.	DIREITO	AMBIENTAL
CONCEITO	DE	MEIO	AMBIENTE
De	 acordo	 com	 o	 art.	 3.º,	 I,	 da	 Lei	 6.938/1981,	meio	 ambiente	 é	 “o	 conjunto	 de	 condições,	 leis,
influências	e	interações	de	ordem	física,	química	e	biológica,	que	permite,	abriga	e	rege	a	vida	em
todas	as	suas	formas”.
Existem	quatro	espécies	de	meio	ambiente:
–	Natural:	composto	pelos	elementos	bióticos	(com	vida)	e	abióticos	(sem	vida),	que	existem	sem
a	intervenção	do	homem;
–	 Artificial:	 composto	 pelos	 bens	 materiais	 ou	 imateriais	 construídos	 pelo	 homem	 para	 sua
sobrevivência	ou	conforto;
–	 Cultural:	 composto	 pelos	 bens	 materiais	 e	 imateriais	 frutos	 da	 intervenção	 humana,	 que
possuem	 algum	 valor	 histórico,	 paisagístico,	 arqueológico.	 Esses	 bens	 compõem	 o	 patrimônio
cultural;
–	 Do	 trabalho:	 composto	 de	 bens	 que	 são	 necessários	 para	 o	 exercício	 da	 atividade	 laboral,
respeito	normas	de	segurança	e	medicina	do	trabalho.
COMPETÊNCIA	LEGISLATIVA
a)	Privativa	da	União	(art.	22,	IV,	XII,	XXVI,	da	CF/1988):	sobre	energia;	energia	nuclear;	água	e
exploração	de	recursos	minerais;	e
b)	Concorrente	(art.	24,	I	e	VI,	da	CF/1988):	da	União,	Estados	e	Distrito	Federal	sobre	o	meio
ambiente	em	geral,	notadamente	direito	urbanístico,	florestas,	caça,	pesca,	fauna,	entre	outras.
Note	que	o	Município	só	pode	legislar	sobre	assuntos	de	interesse	local	(art.	30,	I,	da	CF/1988).
COMPETÊNCIA	ADMINISTRATIVA	(PROTEÇÃO/FISCALIZAÇÃO)
É	comum	da	União,	Estados,	Distrito	Federal	e	Municípios.	De	acordo	com	o	art.	23,	III,	IV,	VI,	VII
e	XI,	da	CF/1988,	a	competência	para	proteger	o	meio	ambiente	é	comum	da	União,	Estados,	Distrito
Federal	e	Municípios.
Entretanto,	 a	 união	 terá	 competência	 material	 exclusiva	 para	 elaborar	 e	 executar	 planos
nacionais	e	regionais	de	ordenação	do	território	e	de	desenvolvimento	econômico	e	social;	planejar
e	 promover	 a	 defesa	 permanente	 contra	 as	 calamidades	 públicas,	 especialmente	 as	 secas	 e	 as
inundações;	instituir	sistema	nacional	de	gerenciamento	de	recursos	hídricos	e	definir	critérios	de
outorga	 de	 direitos	 de	 seu	 uso;	 instituir	 diretrizes	 para	 o	 desenvolvimento	 urbano,	 inclusive
habitação,	 saneamento	 básico	 e	 transportes	 urbanos;	 estabelecer	 princípios	 e	 diretrizes	 para	 o
sistema	 nacional	 de	 viação;	 explorar	 os	 serviços	 e	 instalações	 nucleares	 de	 qualquer	 natureza	 e
exercer	 monopólio	 estatal	 sobre	 a	 pesquisa,	 a	 lavra,	 o	 enriquecimento	 e	 reprocessamento,	 a
industrialização	 e	 o	 comércio	 de	 minérios	 nucleares	 e	 seus	 derivados,	 atendidos	 os	 seguintes
princípios	 e	 condições:	 toda	atividade	nuclear	 em	 território	nacional	 somente	 será	 admitida	para
fins	pacíficos	e	mediante	aprovação	do	Congresso	Nacional;	sob	regime	de	concessão	ou	permissão,
é	autorizada	a	utilização	de	radioisótopos	para	a	pesquisa	e	usos	medicinais,	agrícolas,	industriais	e
atividades	análogas;	 sob	regime	de	permissão,	 são	autorizadas	a	comercialização	e	a	utilização	de
radioisótopos	para	a	pesquisa	e	usos	médicos,	 agrícolas	e	 industriais;	 a	 responsabilidade	civil	por
danos	 nucleares	 independe	 da	 existência	 de	 culpa;	 sob	 regime	 de	 permissão,	 são	 autorizadas	 a
produção,	 comercialização	 e	 utilização	 de	 radioisótopos	 de	 meia	 –	 vida	 igual	 ou	 inferior	 a	 duas
horas;	 a	 responsabilidade	 civil	 por	danos	nucleares	 independe	da	 existência	de	 culpa	 (art.	 21,	 IX,
XVIII,	XIX,	XX,	XXI,	XXIII,	da	CF/1988).
O	município	 terá	 competência	material	 ambiental	 para	ordenar	o	uso	 territorial	 do	município
(art.	30,	VIII	e	IX,	da	CF/1988).
••	Previsão	Constitucional
A	proteção	do	meio	ambiente	natural	é	previsto	constitucionalmente	no	art.	225	da	CF/1988:
A	previsão	constitucional	para	o	meio	ambiente	artificial,	está	no	art.	182	da	CF/1988:
O	meio	ambiente	cultural	é	previsto	constitucionalmente	no	art.	216	da	CF/1988:
PRINCÍPIOS
a)	 Princípio	 da	 prevenção:	 que	 significa	 que	 se	 há	 certeza	 científica	 da	 violação	 ao	 bem
ambiental,	 e,	 portanto,	 devem	 ser	 tomadas	 medidas	 no	 sentido	 de	 preservar	 da	 melhor	 forma
possível	o	meio	ambiente,	usando	de	instrumentos	como	o	EPIA/RIMA	e	os	licenciamentos	(art.	225,
§	 1.º,	 IV,	 da	CF/1988).	 Tal	 princípio	parte	da	premissa	que	o	dano	ambiental	 é	 irreparável	na	 sua
composição	 original,	 portanto	 se	 existe	 a	 certeza	 do	 dano	 ambiental,	 ela	 deve	 ser	 evitada.	 O
princípio	 da	 prevenção	 é	 comtemplado	 nas	 Leis	 11.428/2006	 e	 Lei	 12.187/2009,	 que	 tratam
respectivamente	da	mata	atlântica	e	da	mudança	do	clima;
b)	Princípio	da	precaução:	nesse	caso	não	há	a	certeza	científica	do	dano	ambiental	e,	mesmo
que	exista	a	dúvida,	o	bem	ambiental	deve	ser	protegido.	O	princípio	da	precaução	se	 justifica	na
ideia	 de	 que	 existe	 a	 possibilidade	 do	 risco	 ambiental	 ocorrer,	 então	 deve	 impedir	 que	 o	 dano
ocorra.	Com	base	nesse	princípio	o	STJ	já	chegou	a	inverter	o	ônus	da	prova.	No	Brasil	esse	princípio
foi	introduzido	pelo	ECO	92.
c)	 Princípio	 do	 limite:	 este	 princípio	 é	 dirigido	 ao	 Poder	 Público,	 para	 que	 este	 fixe	 limites
máximos	 de	 emissão	 de	 poluentes,	 ou	 seja,	 fixe	 padrões	 de	 qualidade	 ambiental.	 O	 princípio	 do
limite	 é	 contemplado	 na	 Res.	 18/1986	 do	 Conama	 que	 tratou	 do	 controle	 da	 poluição	 do	 ar	 por
veículos	automotores.
d)	Princípio	do	desenvolvimento	sustentável:	que	significa	que	é	preciso	equilibrar	a	proteção
ambiental	 com	 o	 desenvolvimento	 econômico,	 protegendo	 a	 capacidade	 das	 futuras	 gerações	 de
suprir	suas	necessidades.	O	princípio	do	Desenvolvimento	Sustentável	é	previsto	na	Lei	12.187/2009
e	na	Lei	12.305/2010,	que	contemplam	respectivamente	a	mudança	do	clima	e	os	resíduos	sólidos.
e)	 Princípio	 do	 usuário-pagador:	 significa	 que	 aquele	 que	 utiliza	 recursos	 naturais	 com	 fins
econômicos	deve	pagar	por	estes	bens	ambientais,	que	são	por	sua	natureza	limitados.	O	princípio
do	usuário-pagador	é	contemplado	na	Lei	11.428/2006	que	trata	do	bioma	mata	atlântica.
f)	Princípio	do	Poluidor-Pagador:	que	significa	a	imposição	para	o	causador	de	dano	ambiental
o	 dever	 de	 recuperar	 o	 meio	 ambiente	 degradado.	 Lembrando	 que	 a	 indenização	 é	 a	 medida
apropriada	quando	não	for	possível	a	reparação	ou	a	compensação	do	dano	causado	(art.	225,	§	3.º,
da	CF/1988).	O	princípio	do	poluidor-pagador	é	contemplado	na	Lei	12.305/2010.
POLÍTICA	NACIONAL	DO	MEIO	AMBIENTE
A	 política	 Nacional	 do	 Meio	 Ambiente	 tem	 por	 objetivo	 preservar,	 melhorar	 e	 recuperar	 a
qualidade	ambiental,	e	para	sua	implantação	foi	criado	o	Sisnama.
a)	Sisnama:	é	um	conjunto	de	órgãos	articulados	para	viabilizar	a	proteção	ambiental	(art.	6.º	da
Lei	6.938/1981).	Fazem	parte	do	Sisnama:
i)	Órgão	Superior:	composto	pelo	Conselho	de	Governo	que	assessora	o	Presidente	da	República
na	Política	Nacional	de	Meio	Ambiente	e	nas	diretrizes	ambientais;
ii)	Órgão	deliberativo	e	consultivo:	que	é	o	Conama,	composto	pelo	Ministro	do	Meio	Ambiente
e	representantes	dos	Estados,	Distrito	Federal,	Municípios,	ONGs	e	sindicatos.	O	Conama	estabelece
normas	 e	 critérios	 para	 o	 EPIA/RIMA	 e	 licenciamento	 ambiental	 e	 define	 normas	 e	 padrões
nacionais	de	controle	da	poluição,	acompanha	a	implementação	das	Unidades	de	Conservação;
iii)	Órgão	Central:	composto	pelo	Ministério	do	Meio	Ambiente;
iv)	Órgãos	Executores:	composto	pelo	Ibama,	que	possui	poder	de	polícia	ambiental,	cuida	do
zoneamento	 e	 impactos	 ambientais,	 licenciamento	 ambiental	 e	 fiscalização	 geral	 na	 proteção	 ao
meio	ambiente,	e	pelo	Instituto	Chico	Mendes,	que	administra	as	Unidades	de	Conservação;
v)	Órgãos	Seccionais	e	Locais:	compostos	pelas	Secretarias	dos	Estados	e	Municípios.
Diante	 da	 possibilidade	 do	 dano	 ambiental	 será	 necessário	 para	 a	 realizaçãode	 uma	 obra	 o
EPIA/RIMA	ou	o	licenciamento.
INSTRUMENTOS	DE	PROTEÇÃO	AMBIENTAL
a)	Padrões	de	qualidade	ambiental:	pelos	quais	se	estabelecem	critérios	para	a	manutenção	e
proteção	 dos	 recursos	 naturais.	 Esses	 padrões	 podem	 ser	 feitos	 pelo	 Conama,	 Estados,	 Distrito
Federal	e	municípios.
b)	 Zoneamento	 ambiental:	 que	 significa	 organizar	 o	 território	 de	 acordo	 com	 a	 proteção
ambiental,	como	por	exemplo,	as	zonas	industriais.
c)	 EPIA/Rima:	 será	 usado	 no	 caso	 de	 uma	 determinada	 obra	 trazer	 uma	 significativa
degradação	ambiental	(art.	225,	§	1.º,	IV,	da	CF/1988;	art.	9.º,	III,	da	Lei	6.938/1981;	e	art.	3.º	da	Res.
Conama	237/1997).
O	 EPIA	 é	 o	 estudo	 prévio	 de	 impacto	 ambiental	 realizado	 por	 uma	 equipe	 multidisciplinar
contratada	pelo	 empreendedor	que	 faz	um	diagnóstico	 ambiental	 da	 área	do	 empreendimento.	O
estudo	apontará	os	impactos	negativos	ou	positivos	e	as	medidas	mitigadoras	e	compensatórias	do
impacto	ambiental.	São	exemplos	de	obras	que	precisam	do	EPIA/RIMA:	estradas	de	rodagem	com	2
(duas)	ou	mais	faixas	de	rolamento;	ferrovias;	aeroportos;	portos	etc.
O	 RIMA	 é	 o	 relatório	 que	 explica	 simplificadamente	 o	 EPIA,	 normalmente	 é	 público,
preservandose	apenas	o	sigilo	industrial	(arts.	9.º	e	11	da	Res.	Conama	1/1986).	Note	que	a	audiência
pública	para	discutir	o	relatório	não	é	obrigatória,	mas	pode	ser	requerida	pelo	Ministério	Público,
ou	por	mais	de	50	cidadãos,	entre	outros	(Res.	Conama	9/1987).
Mesmo	que	o	EPIA/RIMA	seja	negativo,	a	decisão	não	vincula	o	órgão	ambiental	na	decisão	sobre
a	realização	da	obra.
d)	Licenciamento	ambiental:	será	necessário	diante	da	possibilidade	do	dano	ambiental	 (Res.
Conama	237/1997	 e	 arts.	 8.º,	 I,	 e	 10	da	Lei	 6.938/1981).	 É	um	procedimento	que	 corre	perante	um
órgão	competente,	cuja	finalidade	é	examinar	a	viabilidade	ambiental	de	um	empreendimento,	obra
ou	atividade	e	no	fim,	se	for	o	caso,	conceder	a	licença	ambiental.
O	licenciamento	é	composto	por	três	fases:
i)	 Prévia	 (art.	 8.º,	 I,	 da	 Res.	 Conama	 237/1997),	 que	 analisará	 a	 localização	 e	 a	 viabilidade
ambiental,	definindo	requisitos	básicos	e	condicionantes	para	a	realização	da	obra,	e	tem	duração
pelo	prazo	de	até	5	(cinco)	anos;
ii)	Instalação	(art.	8.º,	II,	da	Res.	Conama	237/1997),	que	autoriza	o	início	das	obras,	desde	que
tenha	cumprido	as	condições	anteriormente	determinadas,	e	tem	duração	pelo	prazo	de	até	6	(seis)
anos;	e
iii)	Operação	(art.	8.º,	III,	da	Res.	Conama	237/1997),	que	autoriza	o	funcionamento	da	obra,	e
tem	duração	de	4	(quatro)	a	10	(dez)	anos.
A	licença	concedida	poderá	ser	cassada,	suspensa	ou	modificada,	mediante	decisão	motivada	(ato
vinculado),	quando	ocorrer	violação	da	lei	ou	da	licença;	falsos	dados	no	procedimento	de	licença;
superveniência	de	graves	riscos	ambientais	ou	de	saúde.
e)	Unidades	de	Conservação	(art.	225,	§	1.º,	III,	da	CF/1988	e	Lei	9.985/2000),	que	são	espaços
protegidos	por	possuírem	aspectos	naturais	relevantes.
A	 criação	 de	 Unidade	 de	 Conservação	 depende	 de	 realização	 de	 estudos	 técnicos	 e	 consulta
pública	 (art.	 22,	 §	 2.º,	 da	 Lei	 9.985/2000),	 salvo	 na	 criação	 de	 estação	 ecológica	 (EE)	 ou	 reserva
biológica	(RB),	onde	a	consulta	pública	não	é	obrigatória.	Pode	ser	criada	por	ato	do	poder	público
através	de	lei	ou	decreto.
Nas	Unidades	de	Conservação	existe	a	necessidade	da	elaboração	do	plano	de	manejo	 (art.	2.º,
XVII,	 da	 Lei	 9.985/2000),	 que	 é	 um	documento	 técnico,	 onde	 estabelece	 o	 zoneamento,	 as	 normas
para	o	uso	da	área	e	o	manejo	dos	recursos	naturais.
Outra	necessidade	é	a	zona	de	amortecimento	(art.	2.º,	XVIII,	da	Lei	9.985/2000),	que	é	o	entorno
da	 unidade	 onde	 existem	 restrições	 nas	 atividades	 para	 preservar	 as	 UC.	 As	 únicas	 que	 não
precisam	 de	 zona	 de	 amortecimento	 são	 as	 áreas	 de	 proteção	 ambiental	 (APA)	 e	 as	 reservas
particulares	do	patrimônio	natural	(RPPN).
As	 Unidades	 de	 Conservação	 podem	 ser	 Unidades	 de	 Proteção	 Integral	 ou	 Unidade	 de	 Uso
Sustentável.
UNIDADE	DE	PROTEÇÃO	INTEGRAL UNIDADE	DE	USO	SUSTENTÁVEL
PERMITE	 O	 USO	 INDIRETO,	 PARA
VISITAS	OU	PESQUISAS
PERMITE	 O	 USO	 SUSTENTÁVEL	 DAS
POPULAÇÕES	TRADICIONAIS
••	 Estação	 Ecológica	 –	 art.	 9.º	 da	 Lei
9.985/2000;
••	 Reserva	 Biológica	 –	 art.	 10	 da	 Lei
9.985/2000;
••	 Parque	 Nacional	 –	 art.	 11	 da	 Lei
9.985/2000;
••	 Monumento	 Natural	 –	 art.	 12	 da	 Lei
9.985/2000;	e
••	Refúgio	de	Vida	Silvestre	–	art.	13	da	Lei
9.985/2000.
••	 Área	 de	 Proteção	 Ambiental	 –	 art.	 15	 da	 Lei
9.985/2000;
••	Área	de	Relevante	Interesse	Ecológico	–	art.	16	da
Lei	9.985/2000;
••	Floresta	Nacional	–	art.	17	da	Lei	9.985/2000;
••	Reserva	Extrativista	–	art.	18	da	Lei	9.985/2000;
••	Reserva	da	Fauna	–	art.	19	da	Lei	9.985/2000;
••	Reserva	de	Desenvolvimento	Sustentável	–	art.	20
da	Lei	9.985/2000;	e
••	 Reserva	 Particular	 do	 Patrimônio	 Natural	 –	 art.
21	da	Lei	9.985/2000.
f)	 Área	 de	 preservação	 permanente	 (APP):	 é	 “área	 protegida,	 coberta	 ou	 não	 por	 vegetação
nativa,	 com	 a	 função	 ambiental	 de	 preservar	 os	 recursos	 hídricos,	 a	 paisagem,	 a	 estabilidade
geológica	e	a	biodiversidade,	facilitar	o	fluxo	gênico	de	fauna	e	flora,	proteger	o	solo	e	assegurar	o
bem-estar	das	populações	humanas”	(art.	3.º,	II,	da	Lei	12.651/2012).
A	supressão	da	área	de	preservação	ambiental	apenas	será	autorizada	nas	hipóteses	de	utilidade
pública,	de	interesse	social	ou	de	baixo	impacto	ambiental	previstas	na	Lei	12.651/2012.
g)	 Reserva	 legal:	 é	 a	 área	 localizada	 no	 interior	 de	 uma	 propriedade	 ou	 posse	 rural,	 com	 a
função	de	assegurar	o	uso	econômico	de	modo	sustentável	dos	recursos	naturais	do	 imóvel	 rural,
auxiliar	 a	 conservação	 e	 a	 reabilitação	 dos	 processos	 ecológicos	 e	 promover	 a	 conservação	 da
biodiversidade,	bem	como	o	abrigo	e	a	proteção	de	fauna	silvestre	e	da	flora	nativa	(art.	3.º,	III,	da
Lei	12.651/2012).
TUTELA	DE	PATRIMÔNIO	CULTURAL	BRASILEIRO
Patrimônio	 Cultural	 são	 todos	 os	 bens	 móveis	 e	 imóveis,	 materiais	 e	 imateriais	 que	 dizem
respeito	à	origem,	à	identidade,	à	memória	do	povo	brasileiro.
Previsão	Constitucional:
INSTRUMENTOS	DE	PROTEÇÃO	DO	PATRIMÔNIO	CULTURAL
Para	tutelar	o	patrimônio	brasileiro	temos	os	seguintes	instrumentos	(art.	216,	§	1.º,	da	CF/1988):
••	Inventários;
••	Registros;
••	Desapropriação;
••	Vigilância;	e
••	Tombamento.
a)	Tombamento	(Dec.-lei	25/1937):	o	tombamento	pode	ser:	de	ofício,	voluntário,	compulsório.
Poderá	ser	realizado	pela	União,	Estados	e	Município.	O	tombamento	depende	de	um	procedimento
administrativo	por	um	ato	judicial,	onde	o	proprietário	é	notificado	para	fazer	o	registro	no	livro	de
Tombo	provisório.
São	efeitos	do	 tombamento:	averbação	na	matrícula	do	 imóvel,	que	permite	a	alienação	desde
que	seja	dada	a	preferência	para	a	União,	os	Estados	e	os	Municípios,	além	disso,	o	proprietário	deve
conservar	e	restaurar	o	bem,	não	podendo	alterar	o	bem,	salvo	se	houver	autorização	especial,	bem
como	zelar	pelo	entorno;	e
b)	Registro	 (Dec.	3.551/2000):	 serve	 somente	para	bens	 imateriais,	 tais	 como	 saberes,	 lugares,
formas	de	expressão	e	celebrações.
MEIO	AMBIENTE	ARTIFICIAL
INSTRUMENTOS	DE	POLÍTICA	URBANA
a)	Plano	diretor	 (arts.	 39	a	42-B	da	Lei	10.257/2001):	 é	 elaborado	pelo	município	 e	 aprovado
pelo	 legislativo.	 Para	 sua	 elaboração,	 deve	 se	 levar	 em	 conta	 a	 acessibilidade	 e	 a	 participação
popular.	Uma	vez	que	o	plano	diretor	tenha	sido	aprovado,	o	Prefeito	que	não	cumprir	responderá
por	 improbidade	 administrativa.	 Hipóteses	 em	 que	 o	 plano	 diretor	 é	 obrigatório	 (art.	 41	 da	 Lei
10.257/2001);	e
b)	Estudo	de	 impacto	de	vizinhança	 (EIV):	 que	 só	 existe	na	área	urbana	a	partir	de	uma	 lei
municipal.
RESPONSABILIDADE	AMBIENTAL
••	ResponsabilidadeAmbiental	(art.	225,	§	3.º,	da	CF/1988)
O	causador	do	dano	ambiental	responderá	penal,	administrativa	e	civilmente.
a)	Responsabilidade	civil	(art.	14,	§	1.º,	da	Lei	6.938/1981):	é	objetiva,	ou	seja,	será	necessário
demonstrar	o	dano	e	o	nexo	causal	entre	o	dano	e	a	conduta	do	agente,	não	importando	a	culpa.
A	 responsabilidade	 pode	 recair	 sobre	 a	 pessoa	 física	 ou	 jurídica.	 O	 ente	 público	 responderá
objetivamente	 quando	 empreende	 uma	 obra,	 mas	 se	 apenas	 fiscalizar	 sua	 responsabilidade	 é
subjetiva.
A	reparação	do	dano	ambiental	deve	ser	sempre	específica	(in	natura),	mas	se	não	for	possível
deve-se	proceder	à	compensação	e,	em	último	caso,	à	indenização;
©	desta	edição	[2016]
b)	Desconsideração	da	Personalidade	Jurídica	(art.	4.º	da	Lei	9.605/1998):	a	desconsideração
pode	 ser	 determinada	 quando	 a	 personalidade	 jurídica	 for	 obstáculo	 ao	 ressarcimento	 do	 dano
ambiental;	e
c)	Responsabilidade	penal	(art.	225,	§	3.º,	da	CF/1988	e	art.	3.º	da	Lei	9.605/1998):	a	pessoa	que
causou	 o	 dano	 ambiental	 pode	 responder	 penalmente,	 inclusive	 se	 ela	 for	 pessoa	 jurídica.	 Nesse
último	caso,	o	crime	deve	ter	sido	cometido	por	ordem	de	administrador,	diretor	ou	órgão	colegiado
no	 interesse	 da	 própria	 pessoa	 jurídica.	A	 pessoa	 física	 pode	 ser	 punida	 com	penas	 privativas	 de
liberdade,	 restritiva	 de	 direitos,	 multa	 ou	 prestação	 de	 serviços	 à	 comunidade	 (art.	 21	 da	 Lei
9.605/1998).	A	pessoa	jurídica	pode	ser	punida	com	pena	restritiva	de	direitos,	ou	multa.

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