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Aula 12 Criemes contra a Honra

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CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
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CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II 
Disciplina: Direito Penal 
Prof. Rogério Sanches 
Aula Nº 12 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações da Aula 
II. Jurisprudência Correlata 
2.1. STJ – REsp 1305897/MG 
2.2. STJ – AgRg no REsp 1286531/DF 
III. Simulados 
 
 
I. ANOTAÇÕES DA AULA 
 
CRIMES CONTRA A HONRA 
 
São três os crimes contra a honra: 
 
 Calúnia – Art. 138 CP 
 Difamação –Art. 139 CP 
 Injúria – Art. 140 CP 
 
� O propósito do agente é prejudicar a vítima de qualquer forma, em sua fama em seu nome, em 
sua honra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CALÚNIA – Art. 138 
 
CONDUTA TÍPICA: Imputar determinado fato previsto como crime, sabidamente falso. 
 
HONRA OFENDIDA: Honra objetiva: a boa fama que o ofendido desfruta no meio 
social. 
DIFAMAÇÃO – ART. 139 
 
CONDUTA TÍPICA: Imputar determinado fato NÃO criminoso, porém desonroso, não 
importando se verdadeiro ou falso. 
 
HONRA OFENDIDA: Honra objetiva: a boa fama que o ofendido desfruta no meio 
social. 
 
 
 
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Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
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Pergunta: Existe a possibilidade de concurso de crimes contra a honra? 
R: Cuidado: se praticados dois ou mais delitos contra a honra (ainda que diversos) em contextos fáticos 
distintos, é possível o concurso de infrações. 
Quando praticados no mesmo contexto fático, a doutrina / jurisprudência são divergentes: 
1C – configura-se o crime continuado. 
2C – aplica-se o princípio da consunção, ficando o crime mais leve absorvido pelo mais grave. 
3C – é possível concurso de crimes praticados no mesmo contexto fático se atingem honras 
diferentes.Admite-se concurso entre calúnia e injúria e difamação e injúria (não existe concurso entre 
calúnia e difamação, porque ofendem a mesma honra). 
 
CRIME DE CALÚNIA 
 
 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente DETERMINADO 
fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
 
• Infração de menor potencial ofensivo: competência do JECRIM – TCO. 
• A causa de aumento faz a calunia deixar de ser competência do JECRIM. 
 
 
Sujeitos do crime 
 
 Suj. ativo – pode ser praticada por qualquer pessoa, é crime comum. 
 
Cuidado: determinados agentes são invioláveis na suas opiniões e palavras nãopraticando o 
crime. Ex: parlamentares. 
 
Pergunta: E o advogado, é imune? 
R: Na calúnia o advogado não está imune. 
 
 Suj. passivo – Qualquer pessoa pode ser vítima de calúnia. 
Pergunta: Os menores de 18 anos podem ser vítimas de calúnia? 
R: 
1C – sabendo que o menor de 18 anos não pratica crime, não pode ser vítima de calúnia, mas de 
difamação. 
 
2C – calúnia é imputar fato definido como cri-me. O menor de 18 anos pode praticar fato definido 
como crime, chamado de ato infracional. Logo, pode ser vítima de calúnia. 
 
Pergunta: Pessoa jurídica pode ser vítima de calúnia? 
R: De acordo com o STF e o STJ, a pessoa jurídica não pode ser vítima de calúnia, pois o ente 
coletivo não pratica crime. 
Atenção: essa jurisprudência deve ser atualizada com a lei 9.605/98. 
 
INJÚRIA – ART. 140 
 
CONDUTA TÍPICA: Atribuir qualidade negativa 
 
HONRA OFENDIDA: Honra subjetiva: dignidade e decoro pessoal da vítima 
(autoestima). 
 
 
 
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Cuidado: para Mirabete, pessoa jurídica não pode ser vítima de qualquer crime contra a honra, 
pois o CP só protege a honra da pessoa física. 
 
Pergunta: Morto pode ser vítima de calúnia? 
R: É punível a calúnia contra os mortos, mas a família do morto é que figura como vítima. 
 
Pergunta: Autocalúnia é crime? 
R: Pode caracterizar o crime do art. 341 CP. 
 
Conduta 
 
Imputar determinado fato previsto como crime sabidamente falso. É delito de execução livre- pode ser 
praticado por palavras, gestos, escritos, etc. 
 
Cuidado: a falsa imputação de contravenção penal caracteriza difamação 
 
Temos o crime de calúnia quando o fato imputado jamais ocorreu (falsidade que recai sobre o fato) ou, 
quando real o fato, não foi a pessoa apontada seu autor (falsidade que recai sobre a autoria do fato). 
O art. 138, caput pune o criador da calúnia, já no §1º o agente espalha a calúnia criada por outrem. 
 
Voluntariedade 
 
Crime punido a título de dolo. É indispensável a vontade de ofender a honra objetiva da vítima. 
 
Atenção: se o agente atua coma intenção de brincar (“animus jocandi”), aconselhar (“animus 
consulendi”), narrar fato como testemunha (“animus narrandi”) criticar ( “animus criticandi”) ou defender-
se (“animus defendendi”), não há crime por ausência de dolo. 
 
Consumação 
 
No momento em que terceiro toma conhecimento da imputação. 
 
Atenção: trata-se de crime formal, sendo dispensável o efetivo dano a reputação da vítima. 
 
Admite-se tentativa na forma escrita. 
 
Lembrando: Calunia é imputar crime sabidamente falso. A falsidade é elementar do tipo.Pode o 
querelado, réu na ação comprovar que o fato imputado é verdadeiro? 
 
 
PROVA DA VERDADE 
 
Exceção da verdade: forma de defesa indireta, através da qual o acusado pretende provar a veracidade 
do que alegou. 
Atenção: a procedência da exceção da verdade gera absolvição por atipicidade. 
 
Pode o réu fazer prova da verdade do fato que imputou? 
R: admite-se, através da exceção da verdade. 
 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido 
não foi condenado por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do 
art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido 
foi absolvido por sentença irrecorrível. 
 
 
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CASOS EM QUE ESTÁ PROIBIDA DA EXCEÇÃO DA VERDADE 
 
 I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível; 
 
 Queixa - art. 138 CP 
Beltrano --------------------------------------� Fulano 
 
Ex: Beltrano entra com uma queixa crime contra fulano. Pode Fulano fazer prova da verdade do exercício 
arbitrário das próprias razões que vitimou Sicrano? 
 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141 
 
Fulano imputou ao Presidente da República fato determinado previsto como crime. O MPF ingressa com 
uma denúncia contra Fulano 
 
 Denúncia (APPC) 
 
MPF----------------------------------------------------� Fulano 
 
 
Pode Fulano na ação Penal provar a verdade do fato imputado ao Presidente da República? 
R: 
Razões políticas impedem a exceção da verdade. No caso de calúnia contra chefe de governo estrangeiro, 
a proibição está fundamentada em motivos diplomáticos. 
 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
 
Fulano imputou a Beltrano a autoria de um crime de roubo. Beltrano, no entanto, já foi absolvido 
definitivamente pelo crime patrimonial imputado. Pode Fulano fazer prova da verdade do roubo, em tese 
praticado por Beltrano? 
 
 Queixa 
 
Beltrano-----------------------------------------------� Fulano 
 
 
Proclamada a absolvição de Beltrano, deve ser reconhecida a autoridade da coisa julgada, presumindo-se, 
absolutamente, a falsidade da imputação. 
 
A CF (1988) garante a ampla defesa.O CP (1940) restringe a defesa no art. 138,§3º (proibindo a prova 
da verdade nos incisos I, II, e III. Será que o CP nestes casos foi recepcionado? 
R: Sendo inegavelmente um meio de defesa, a lei infraconstitucional não pode restringir a exceção da 
verdade no crime de calúnia, mas deve respeitar a garantia da ampla defesa. Nesse sentido posicionam-
se a minoria da doutrina e jurisprudência. 
 
Exceção de notoriedade 
 
Art. 523 CPP 
 
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da 
notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a 
exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as 
testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas 
naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para 
completar o máximo legal. 
 
 
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Exceção da verdade: tem a finalidade de provar a veracidade da imputação e a procedência da exceção 
era a atipicidade. 
 
Exceção da notoriedade: tem a finalidade de provar que o fato imputado é de domínio público e a 
procedência dessa exceção gera um crime impossível. 
 
CALUNIA X DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
 
Não confundir os dois crimes, vejamos: 
 
 Calúnia - art. 138 do CP – é crime contra a honra- ofender a honra objetiva 
 
 Denunciação caluniosa - art. 339 do CP- é crime contra administração da justiça – dar causa a 
instauração de procedimento oficial caluniando alguém. A calúnia é o meio de se praticar o crime. 
 
CRIME DE DIFAMAÇÃO 
 
Art. 139 
Difamação 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe DETERMINADO fato ofensivo 
à sua reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
 
• Infração de menor potencial ofensivo: competência do JECRIM – TCO. 
• A causa de aumento não faz a difamação deixar de ser competência do JECRIM. 
 
Sujeitos do crime 
 
 Suj. ativo- qualquer pessoa, é crime comum. 
Atenção para os invioláveis – o advogado tem imunidade profissional.- art. 7º, §2º, AAOAB. 
 
 Suj. passivo – qualquer pessoa 
 Pergunta: E a pessoa jurídica? 
R: De acordo com o STF e STJ, pessoa jurídica tem honra objetiva, podendo figurar como vítima 
de difamação. 
Conduta 
 
Atribuir determinado fato não criminoso. Também é crime de execução livre 
Pergunta: Qual crime pratica o agente que cria a difamação e o outro que propala a difamação criada por 
outrem? 
Lembrando: 
 
 Na calúnia – quem cria responde pelo art., 138, caput e quem propala responde pelo art. 138,§1º. 
 Na difamação - quem cria responde por art. 139, caput e quem propala (não existe dispositivo 
legal), prevalece que o agente que propala também difama, respondendo também pelo caput do 
art. 139 do CP. 
 
Voluntariedade 
 
Crime punido a título de dolo, sendo imprescindível a intenção de ofender a honra objetiva. 
 
 
 
 
 
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Consumação 
 
Consuma-se no momento em que o terceiro conhece da imputação desonrosa. 
Trata-se de crime formal, dispensa efetiva lesão AA reputação da vítima. 
 
Admite-se a tentativa na forma escrita. 
 
Lembrando: Na difamação, diferente da calúnia, o fato imputado pode ser verdadeiro ou falso. 
Conclusão: Fulano diz para Beltrano que Sicrana faz programas as noites na rua “X”.Haverá difamação 
mesmo que verdadeira a imputação. Cabe exceção da verdade? 
R: Excepcionalmente sim- art. 139, P. único. 
 
Procedência da exceção da verdade 
 
Na calúnia 
 
 A falsidade da imputação é elementar do tipo. 
 
Na Difamação 
 
 A falsidade da imputação não é elementar do tipo. A procedência gera a absolvição por ausência 
de ilicitude do comportamento (forma especial de exercício regular de direito). 
 
Atenção: A difamação admite a exceção de notoriedade – art. 523 do CPP 
 
Obs: o crime de difamação não existia na época de criação da lei, por isso não é tratada no capítulo III do 
CPP. 
 
CRIME DE INJÚRIA 
 
Art. 140 
 
Injúria 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
• Infração de menor potencial ofensivo: competência do JECRIM – TCO, mesmo quando majorada. 
 
Sujeitos do crime 
 
 Suj. ativo- qualquer pessoa, é crime comum. 
Atenção para os invioláveis – o advogado tem imunidade profissional. - art. 7º, §2º, AAOAB. 
Pergunta:Autoinjúria é crime? 
R: Em regra não é criem, mas se refletir no terceiro sim. A autoinjúria só é crime quando a 
expressão ultrapassar a órbita da personalidade do indivíduo ( sou um filha da puta). 
 
 Suj. Passivo – qualquer pessoa capaz de compreender o sentido da ofensa. 
Pessoa jurídica pode ser vítima de injúria? 
R: Não, PIS não tem honra subjetiva. 
 
Conduta 
 
Atribuir qualidade negativa a vítima. 
Atenção: na injúria não existe imputação de fato determinado, que difere da calunia e difamação. 
 
E se a imputação for de fato genérico, vago, indeterminado? 
R: Caracteriza art. 140 CP. 
 
 
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A língua portuguesa pode sofrer variações, interferindo no crime de injúria: 
a) Diatópica: variação geográfica 
b) Diastrática: variação sociocultural 
c) Diafásica : variação quanto ao modo 
 
 Injúria absoluta: a expressão tem por si mesma e para qualquer um significado ofensivo constante 
e unívoco. 
 
 Injúria relativa: a expressão assume caráter ofensivo se proferida em determinadas circusntâncias 
ou formas. 
 
Voluntariedade: próxima aula. 
____________________________________________________________________________________ 
 
II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STJ – REsp 1305897/MG 
 
RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA JORNALÍSTICA CONSISTENTE EM SÉRIE DE PUBLICAÇÕES 
CONSIDERADAS OFENSIVAS POR ATRIBUÍREM PRÁTICA DE DELITOS AO AUTOR, POLICIAL CIVIL. 
ALEGAÇÃO DE DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO, ENTRETANTO, DE EXCLUDENTE, DERIVADA DE PURA 
DIVULGAÇÃO JORNALÍSTICA. PROVIMENTO. 1.- Publicação de série de escritos jornalísticos, originados de 
informações contidas em informações do Ministério Público e da Polícia Federal não configura ilícito apto a 
desencadear indenização por dano moral, ainda que lançada em liguagem incisiva e dura. 2.- Imprecisões 
técnicas de linguagem, atinente a matéria jurídica, como significado de folha de antecedentes, 
cancelamento de registro de inquéritos e outras, bem como do sentido de arquivamento e absolvições, 
não implicam dano moral, quando não visualizado dolo implícito no uso inadequado dos termos. 3.- 
Atividades típicas de crimes contra a honra - injúria, calúnia e difamação - não configuradas, à ausência 
de adjetivação e adverbiação nos escritos e, ainda, à não evidência de dolo consistente na intenção de 
ofender. 4.- Recurso Especial provido, ação julgada improcedente. 
 
(REsp 1305897/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/08/2012, DJe 
18/09/2012) 
 
2.2. STJ – AgRg no REsp 1286531/DF 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE PREENCHIDOS 
QUANTO A ALÍNEA "A" DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. CONHECIMENTO PARCIAL DO RECURSO. 
AÇÃO PENAL. DELITOS DE CALÚNIA E DIFAMAÇÃO SUPOSTAMENTE COMETIDOS CONTRA MINISTRO DO 
STJ. REPASSE DE CORREIO ELETRÔNICO COM MENSAGEM CONSIDERADA OFENSIVA. DOLO ESPECÍFICO 
DE OFENDER. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DO ANIMUS DIFFAMANDI E ANIMUS CALUNIANDI. 
ATIPICIDADE DA CONDUTA. RESTABELECIMENTO DA DECISÃO QUE REJEITOU A DENÚNCIA. AGRAVO 
REGIMENTAL PROVIDO. 1. Para a caracterização dos crimes de calúnia e difamação é imprescindível que 
se verifique, além do dolo genérico de realizar os elementos do tipo, um fim específico, isto é, o propósito 
de ofender ou macular a honra da vítima,consistente no animus caluniandi ou animus diffamandi. 2. Na 
hipótese, a r ecorrente, servidora pública pertencente ao quadro do Superior Tribunal de Justiça, recebeu 
o correio eletrônico tido por ofensivo e o repassou a algumas secretarias do Tribunal, sem efetuar 
qualquer modificação em seu texto ou acrescentar sequer um comentário à mensagem, evidenciando, 
assim, sem a necessidade de incursão no conjunto fático-probatório, que o seu propósito não era de 
ofender a honra do Ministro do STJ, mas apenas de dar conhecimento dos fatos a outros servidores do 
Tribunal, revelando-se atípica a sua conduta. 3. Agravo regimental provido. 
 
(AgRg no REsp 1286531/DF, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO 
TJ/RJ), Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2012, 
DJe 21/09/2012) 
 
 
 
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III. SIMULADOS 
 
3.1. (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Escrivão de Polícia) Marinaldo, por ser inimigo de Nando, espalhou 
junto à vizinhança em que moram que Nando furta toca-fitas de veículos, o que é falso. Logo, Marinaldo 
deverá responder pelo crime de: 
a) calúnia (artigo 138 do CP). 
b) difamação (artigo 139 do CP). 
c) injúria (artigo 140 do CP). 
d) denunciação caluniosa (artigo 339 do CP). 
e) comunicação falsa de crime (artigo 340 do CP). 
 
3.2. (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Escrivão de Polícia) Josenildo constrangeu Fabrícia mediante emprego 
de grave ameaça, causando-lhe grande sofrimento mental, em razão de discriminação religiosa, pois era 
evangélico e Fabrícia de uma religião de matriz afro-brasileira, o que ele não admitia. Assim, Josenildo 
praticou o crime: 
a) de injúria racial (artigo 140, § 3º do CP). 
b) de constrangimento ilegal (artigo 146 do CP). 
c) de lesão corporal (artigo 129 do CP). 
d) tipificado na lei que definiu crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor (Lei nº 7.716/1989). 
e) de tortura (Lei nº 9.455/1997). 
 
3.3. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) Nos crimes contra a honra 
a) é admissível a exceção da verdade na injúria, se a vítima é funcionária pública e a ofensa é relativa ao 
exercício de suas funções. 
b) é admissível a retratação apenas nos casos de calúnia e difamação. 
c) a pena é aumentada de um terço, se cometidos contra pessoa maior de sessenta anos ou portadora de 
deficiência, exceto no caso de difamação. 
d) é admissível o perdão judicial no crime de difamação, se houver retorsão imediata. 
e) a injúria real consiste no emprego de elementos preconceituosos ou discriminatórios relativos à raça, 
cor, etnia, religião, origem e condição de idoso ou deficiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO: 
 
3.1. C 
3.2. E 
3.3. B

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