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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ____VARA DO TRABALHO DE NATAL/RN Aluno: Robério Moreira - Mat. 2015.021.441-31 RECLAMAÇÃO TRABALHISTA RECLAMANTE: SUZANA RECLAMADO: SR. MORAES SUZANA, nacionalidade, estado civil, doméstica, endereço eletrônico (e-mail), portadora da CTPS nº xxx, inscrita no PIS sob o nº xxx, com cédula de identidade nº xxx, inscrita no CPF/MF sob o nº xxx, residente e domiciliada (endereço completo com CEP), por meio de seu representante legal (nome completo), que abaixo a esta subscreve nos termos do instrumento de outorga de mandato em anexo (documento 01), vem, perante a Vossa Excelência com base no artigo 840, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c art. 319 do Código de Processo Civil (CPC), propor: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Pelo rito sumaríssimo de acordo com o art. 852-A da CLT, em face do Sr. Moraes, nacionalidade, estado civil, portador de cédula de identidade nº xxx, sob o CPF nº xxx, endereço completo com CEP, pelas razões e fato de direito a seguir apresentados. 1 - DA JUSTIÇA GRATUITA Pugna, a Reclamante, a concessão do benefício da justiça gratuita, previstos nos arts. 98 e 99 do CPC, bem como preceitua a Constituição Federal (CF), em seu art. 5º, LXXIV, por não ter condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família. 2 - DO CONTRATO DE TRABALHO A reclamante foi admitida no dia 15/06/2015 para trabalhar como doméstica, a título de experiência, por 45 (quarenta e cinco) dias, na residência da família Moraes em Natal/RN. Cumprindo jornada de trabalho de segunda a sexta-feira, das 07 às 16h, com 30 (trinta) minutos de intervalo intrajornada. Sendo, pois, dispensada em 15/09/2015, recebendo as seguintes verbas: férias proporcionais de 3/12 (três doze) avos, acrescidas do terço constitucional, e décimo-terceiro salário proporcional de 3/12 (três doze) avos. 3 - DO CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO A Reclamante foi contratada para trabalhar como doméstica, a título de experiência, por um período de 45 (quarenta e cinco) dias, iniciando em 15/09/2016 findo prazo e nada tratado, prosseguiu trabalhando ate a data da dispensada que se deu em 15.09.2015. Considerando o disposto no art. 5º da Lei Complementar 150/2015 que dispõe, que o contrato de experiência não deve ultrapassar 90 (noventa) dias. E, seu parágrafo segundo aduz que: havendo continuidade do serviço, sendo o contrato pactuado por menor período deverá este ser prorrogado até que se complete os 90 (noventa) dias. Como não houve nenhuma tratativa a este respeito após os 45 (quarenta e cinco) dias, o contrato se TRANSMUDA tacitamente para contrato por tempo indeterminado, conforme assegura a legislação em vigor. Neste contexto, a Reclamante pleiteia o reconhecimento de seu contrato de trabalho, para todos os efeitos legais, por prazo indeterminado, e que sua dispensa seja reputada sem justo motivo. 4 - DO AVISO PRÉVIO Desta feita, a dispensa sendo efetivada na data de 15/09/2015 fica evidente a falta do aviso prévio a reclamante pela reclamada, nem tampouco o pagamento da indenização correspondente, entre as demais verbas rescisórias. Em razão de ser o contrato de trabalho considerado por prazo indeterminado, e de a empregada ter sido dispensada de forma imotivada com menos de 01 (um) ano de serviço, a empregada faz jus ao aviso prévio de 30 (trinta) dias, como alude o art. 23, § 1º, da LC 150 de 2015. Na falta de tal aviso prévio por parte do empregador, o empregado tem direito à indenização correspondente, com reflexos nas férias e terço constitucional, bem como no décimo-terceiro salário, de acordo com o art. 23, § 3º, do mesmo diploma legal. Portanto, a Reclamante requer o recebimento do aviso prévio de 30 (trinta) dias e os reflexos nas férias e terço constitucional e no décimo-terceiro salário. 5 - DOS DESCONTOS Observa-se ainda Meritíssimo que o empregador efetuava regularmente um desconto de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação consumida pela empregada, sendo este desconto taxativamente vedado pelo legislador por meio do art. 18 caput da LC 150/2015 além disso, era também descontado 10% (dez por cento) do salário a título de vale-transporte o que revela-se excessivo haja vista, que o art. 4 do mesmo diploma legal atribui o valor de 6% (seis por cento) de desconto do salário do empregado. Sendo assim, a Reclamante requer a devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação e a diferença de 4% (quatro por cento), dos descontos a mais que foram efetuados do seu salário, durante todo o período trabalhado. 6 - DO INTERVALO INTRAJORNADA A carga laboral da empregada era de segunda a sexta-feira, das 07 às 16h, com 30 (trinta) minutos para descanso ou alimentação. Em não havendo sido acordado expressamente o intervalo intrajornada de 30 (trinta) minutos, disciplina o art. 13,caput, da LC 150 de 2015 ser obrigatório a concessão de, no mínimo, 01 (uma) hora. Com efeito, a concessão parcial do intervalo intrajornada implica no pagamento do período total mínimo correspondente em forma de hora extra, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal, como de pode interpretar a Súmula 437, I e IV do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Dessa forma, a reclamante faz jus ao pagamento de 01 (uma) hora extra diária durante o período trabalhado e, por habitual, os reflexos sobre as férias e décimo-terceiro salário. 7 - DA JORNADA DIÁRIA Trabalhando reclamante das 07h às 16h, com 30 (trinta) minutos de intervalo intrajornada, totalizando uma jornada diária de 08 (oito) horas e 30 (trinta) minutos. Cabe ainda ressaltar que não houve qualquer referência em acordo escrito relativo a regime de compensação de horas, como exige o art. 2º, § 4º, da LC 150 de 2015. Assim, uma vez que a jornada diária ultrapassava as 08 (oito) horas diárias, contrariando o disposto no caput do mesmo artigo 2º, ao limitar em 8 (oito) horas diárias. A não observância destas prescrições acarreta ao empregador acrescer 50% (cinquenta por cento) ao valor da hora normal, em conformidade com o art. 2º, § 1º, do referido diploma. Assim, a Reclamante requer o pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e os reflexos sobre as férias e décimo-terceiro salário. 8 - DO SERVIÇO EM VIAGEM Ressalte-se ainda que a empregada viajou com a família por 4 (quatro) dias a trabalhar como babá cumprindo carga horaria de 08h às 17h, com 01 (uma) hora de intervalo intrajornada. A trabalhadora, por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, faz jus ao recebimento de remuneração-hora de 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, superior ao valor do salário-hora normal, como aduz o art. 11, § 2º, da LC 150 de 2015, percentual que deve prevalecer sobre as horas trabalhadas no período de viagem a serviço. Destarte, a Reclamante requer o pagamento de 25% (vinte e cinco por cento) sobre os 4 (quatro) dia trabalhados perfazendo um total de 32 (trinta e duas) horas no período da viagem. 9 - DA MULTA DO ART 477, § 8º, DA CLT A empregada foi dispensada em 15.09.2015 sem aviso prévio nem receber a indenização correspondente, entre as verbas rescisórias. Pelo fato de a empregada ter sido dispensada sem justo motivo, como analisado no ITEM II desta inicial, e da ausência do aviso prévio, tampouco o recebimento da indenização correspondente entre as verbas rescisórias, conforme analisado no ITEM III, a Reclamante tem direito à multa do art. 477, § 8º, da CLT. Sobre a égide do § 6º alínea “b” deste mesmo artigo que impõe a quitação total das verbas, até o décimo dia da data da demissão, quando da ausência do aviso prévio, o que não ocorreu no caso em tela. Destarte, requer o pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no art. 477, § 8º, da CLT. 10 - DO PEDIDO Diante dos fatos e fundamentos expostos, requer o recebimento desta em todo seu teor eprocedência, para o fim de condenar o Reclamado nos seguintes pedidos, que, quando couber, deverão ser acrescidos de correção monetária e juros: a) concessão, dos benefícios da justiça gratuita(art. 790 § 3º da CLT e arts. 98 e 99 CPC); b) que o contrato de trabalho seja reconhecido, para todos os efeitos legais, por prazo indeterminado, e que a dispensa da Reclamante seja considerada sem justa causa; c) pagamento do aviso prévio de 30 (trinta) dias e os reflexos nas férias e terço constitucional, bem como no décimo-terceiro salário. d) devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação e da diferença de 4% (quatro por cento), descontada a mais do seu salário, durante todo o período trabalhado. e) pagamento de 01 (uma) hora extra diária durante o período trabalhado e, por habitual, os reflexos sobre as férias e terço constitucional, assim como no décimo-terceiro salário. f) pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e, por habitual, os reflexos sobre as férias e terço constitucional, bem como no décimo-terceiro salário. g) pagamento de 25% (vinte e cinco por cento) sobre as 32 (trinta e duas) horas trabalhadas no período de viagem a serviço. h) pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no art. 477, § 8º, da CLT . TOTAL DAS VERBAS LÍQUIDAS..........................R$.... 11 - DA NOTIFICAÇÃO Requer, por fim, a notificação do Reclamado e sua intimação para comparecer em audiência a ser designada por este digno Juízo e, nesta ocasião, apresentar defesa nos termos do art. 844 da CLT, combinado com o art. 336 do CPC, sob pena de revelia e confissão, conforme Súmula 74, I, do TST. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do Reclamado, que fica, desde já, requerido, bem como os de caráter documental, testemunhal, pericial e o que mais for necessário para elucidar os fatos. 12 - DO VALOR DA CAUSA Dá-se à presente causa o valor de R$ [valor por extenso]. Nesses termos, pede deferimento. Local e data. Advogado - OAB/UF
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