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CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 1 CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II Disciplina: Direito Penal Prof. Rogério Sanches Aula Nº 19 MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice I. Anotações da Aula II. Jurisprudência Correlata 2.1. STJ - AgRg no AREsp 192.678/MT 2.2. STJ – AgRg no REsp 1194323/SC III. Simulados I. ANOTAÇÕES DA AULA DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Crime com violência- art. 213 CP. Crime com fraude – art. 215 CP. Crime contra vulnerável – art. 217-A. CRIME COM VIOLÊNCIA Antes e Depois da Lei 12.015/09 Antes da lei 12.015/09 Art. 213: Estupro – constranger a conjunção carnal (pênis /vagina) � Sujeito ativo – homem e suj. passivo- mulher Art. 214: Atentado Violento ao pudor- constranger a atos libidinosos diversos da conjunção carnal� Suj. ativo qualquer pessoa (homem m ou mulher) e suj. passivo - qualquer pessoa (homem e mulher). Depois da lei 12.015/09 A lei uniu o art. 213 com o art. 214 em um único tipo – Constranger a conjunção carnal + Atos libidinosos (Atos de libidinagem). Cuidado - Não houve “abolitio criminis” do art. 214, mas o princípio da continuidade normativo típica. SUPER DICA: O art. 213 é crime hediondo sempre. No código penal militar tem o crime de estupro mas não é hediondo por falta de previsão legal. Art. 213 Estupro Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 2 Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Sujeitos do crime Suj. ativo – qualquer pessoa. Conjunção carnal – pode ser homem, a vítima necessariamente será mulher. Também pode ser mulher e a vítima necessariamente será o homem. Atos libidinosos – Pode ser homem e a vítima pode ser homem ou mulher. Pode ser mulher e a vítima também poderá ser homem ou mulher. A diversidade de sexo somente na conjunção carnal, nos atos libidinosos não se exige diversidade de sexo. Suj. passivo – homem ou mulher. Obs1: Atenção - O tipo penal não exige qualquer condição da vítima, a prostituta pode ser vítima de estupro. Obs2: O marido pode figurar como sujeito ativo de estupro contra a esposa? R: É crime, exercício irregular de direito – art. 226, II e art. 7, III da lei 11.340/06. Conduta Constrangimento + Atos de libidinagem. O constrangimento pode ser mediante violência ou grave ameaça. Atos de libidinagem – conjunção carnal ou outro ato libidinoso. CONSTRANGIMENTO Constrangimento - a violência é entendida como a coação física (emprego da força física) Grave ameaça – coação moral. Atenção: A simples ameaça não caracteriza estupro deve ser a GRAVE ameaça. Ex: temos reverencial. Apesar de haver doutrina ensinando que a grave ameaça se extrai da comparação com o homem médio, a doutrina moderna discorda, preferindo analisar as circunstâncias do caso concreto, bem como as condições da vítima real. ATOS LIBIDINOSOS Conjunção carnal ou atos libidinosos diversos da conjunção carnal (sexo oral, sexo anal, etc) Beijo lascivo - Desconforto para quem olha. “Outro ato libidinoso”: deve abranger somente os atos que violam o bem jurídico (dignidade sexual) da mesma forma que a conjunção carnal. Pergunta: O crime de estupro exige o contato físico entre os sujeitos? R: 1ªC – o contato é indispensável podendo no caso de não haver contato físico caracterizar até outro crime (MP). 2ªC – o contato físico é dispensável. (TJ/SP) Ex: obrigar a vítima a masturbar-se (Mirabete). CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 3 Voluntariedade O crime é praticado a título de dolo. Pergunta: Exige finalidade especial animando o agente? 1ªC – Exige dolo sem finalidade especial – Fernando Capez. 2ªC - Exige dolo + finalidade especial (constranger a conjunção carnal ou outro ato libidinoso) – Mirabete. 3ªC - Exige dolo + finalidade especial (satisfazer a lascívia – apetite sexual) – Jurisprudência minoritária. Consumação Com a pratica efetiva do ato de libidinagem buscado pelo agente, estamos diante de um delito material. A tentativa é possível. A pratica de conjunção carnal seguida de atos libidinosos, por exemplo sexo anal, gera pluralidade de crimes? R: Temos divergência: 1ª C – Se praticados os atos no mesmo contexto fático não desnatura a unidade do crime. Atenção: ausente identidade de contexto fático haverá concursos de crimes podendo ser a continuidade delitiva. PREVALECE 2ªC - Ainda que praticados no mesmo contexto fático para gerar crime único é indispensável nexo entre os comportamentos. Atenção: Faltando nexo, haverá concurso de crimes (não pode ser continuidade delitiva pois ausente a mesma forma de execução. Qualificadoras Art. 213, §1º § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) - Vítima menor de 18 e maior de 14 anos � Antes da lei 12.015/09 – era circunstância desfavorável. � Depois da lei 12.015/09 – é qualificadora – norma irretroativa. Dica: se o problema na prova trouxer datas, ficar atento para: a) Prescrição e decadência; b) Sucessão de leis penais no tempo; c) Tempestividade de recurso; - Se do estupro resulta lesão grave � Antes da lei 12.015/09 – se da violência resulta lesão grave – não abrangia a grave ameaça. � Depois da lei 12.015/09 – se da conduta resulta lesão grave – abrange a grave ameaça. -Se do estupro resulta morte CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 4 � Antes da lei 12.015/09 – se do fato resulta morte – “fato” abrangia não apenas violência ou grave ameaça. � Depois da lei 12.015/09 – se da conduta resulta morte –abrange somente violência e grave ameaça. Cuidado: os resultados lesão grave e morte são culposos, se dolosos o agente não responde pela qualificadora mas será concurso de crimes. CRIME COM FRAUDE Art. 215 Violação sexual mediante fraude Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Antes da lei 12.015/09 – Art. 215 – posse sexual mediante fraude - conjunção carnal homem x mulher mediante fraude; Art. 216- atentado ao pudor mediante fraude. Depois da lei 12.015/09 – O legislador uniu os dois tipos anteriores no Art. 215 – violação sexual mediante fraude (abrangendo conjunção carnal + atos libidinosos). Não houve “abolitio criminis”, mas princípio da continuidade normativo típica. Atenção: O art. 215 não é crime hediondo, sequer equiparado. Sujeitos do crime Suj. ativo – qualquer pessoa. Conjunção carnal – pode ser homem, a vítima necessariamente será mulher. Também pode ser mulher e a vítima necessariamente será o homem. Atos libidinosos – Pode ser homem e a vítima pode ser homem ou mulher. Pode ser mulher e a vítima também poderá ser homem ou mulher. Suj. passivo - qualquer pessoa. Atenção1: o tipo não exigecondição especial da vítima, lembrar do art. 226 do CP, prostituta pode ser vítima. Conduta Estelionato sexual – Atos de libidinagem + fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima. 1. Fraude: 1º meio de execução. A fraude é um artifício, o ardil, o engodo, etc. Ex: baile de máscaras. 2. Outro meio que impeça a livre manifestação de vontade da vítima – meio de execução introduzido pela lei 12.015/09. Vícios de vontade a) Simulação = fraude b) Coação = art. 213� Grave ameaça (Art. 213); Ameaça (art. 215 CP) CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 5 A fraude utilizada na execução do crime não pode anular a capacidade de resistência da vítima, caso em que estará caracterizado o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). Voluntariedade Crime praticado a título de dolo. Atenção: Se o crime é praticado com o fim de conseguir vantagem econômica, incide pena de multa - Art. 215, P. único. Consumação Consuma-se coma pratica do ato de libidinagem. É possível a tentativa. CRIME CONTRA VULNERÁVEL Art. 217-A Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) “Vulnerável” Antes da lei 12.015/09 – Art. 224 CP - não era crime mas presunção de violência. - Não maior de 14 anos – Abrange o dia do 14º aniversário. - Pessoa portadora de deficiência mental -Pessoas sem capacidade de resistência. Depois da lei 12.015/09 – Art. 217-A do CP – crime autônomo de execução livre. - Pessoa sem capacidade de resistência. - Pessoa portadora de deficiência mental - Menor de 14 anos – não mais abrange o dia do 14º aniversário. Exemplo: Estupro de jovem de 13 anos: Antes da lei 12.015/09 Se houvesse violência real – art. 213 do CP, não precisava do art. 224 porque teve violência real + art. 9º da lei 8.072/90. � O art. 224- não servia para presumir a violência, porque a violência já foi real. Apenas gerava o aumento do art. 9º da lei 8.072/90. � A pena que era de 06 a 10 anos seria aumentada de ½(09 a 15 anos); Não havendo violência real – art. 213 do CP c.c art. 224 do CP. � Não incide o art. 9º da lei 8.072/90, para evitar o “bis in idem”. Depois da lei 12.015/09 � Havendo ou não grave ameaça configura o art. 217-A, pena de 08 a 15 anos. Atenção: CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 6 revogou-se o art. 224, e tacitamente o art. 9º da lei 8.072/90. � Se praticado com violência real no passado é retroativa e se praticado sem violência no passado é irretroativa. Pergunta: A vulnerabilidade é absoluta ou relativa? Fulano com 19 anos mantém conjunção carnal consentida com jovem de 13 anos. Houve estupro? R: 1ª C - a vulnerabilidade é absoluta � houve estupro de vulnerável- art. 217-A. 2ª C – a vulnerabilidade é relativa em se tratando se adolescente (13 e 12 anos), sendo absoluta no caso de vítima criança� neste caso entende que não haverá estupro se a vítima tinha a capacidade de consentir. (inverte-se o ônus- o réu deve comprovar a capacidade de entendimento da vítima). Cuidado: o art. 217-A é crime hediondo. No entanto, antes da lei 12.015/09, o STJ pacificou entendimento de que o crime sexual só era hediondo quando praticado com violência real. Se praticado com violência presumida era estupro, porém, não hediondo. Logo, estupro de vulnerável sem violência real não pode ser alcançado pelo caráter hediondo introduzido pela lei 12.015/09, se praticado antes dessa lei. Estupro de vulnerável Antes da lei 12.015/09 – se praticado com violência real era crime hediondo e se praticado com violência presumida não era hediondo por falta de previsão legal. Depois da lei 12.015/09 – Com ou sem violência é crime hediondo- art. 1º da lei 8.072/90. Sujeitos do crime � Suj. ativo – o mesmo do art. 213 do CP. � Suj. passivo – Próprio - pessoa vulnerável. Obs: atentar para o art. 226 do CP. Conduta Praticar atos de libidinagem com vulnerável Atenção: trata-se de crime de execução livre, pode ser praticado com violência, grave ameaça, com fraude, ou qualquer outro meio. Voluntariedade - Dolo. É imprescindível que o agente tenha ciência de que está agindo em face de pessoa vulnerável E se o agente desconhece a condição de vulnerável da vítima? R: Depende do modo de execução: Se foi empregada a violência ou grave ameaça – desaparece o art.. 217-A e responde pelo art. 213 do CP. Se utilizou-se de fraude - desaparece o art. 217-A e responde pelo art. 215 do CP. Se utilizou de outro meio – Erro de tipo – atipicidade absoluta. Obs: é o erro de tipo gerando a desclassificação, atipicidade relativa. Consumação Com a prática do ato de libidinagem. A tentativa também é possível. CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 7 Qualificadoras Os parágrafos 3º e 4º qualificam o crime quando da conduta resultar lesão grave ou morte a título de culpa. AÇÃO PENAL Art. 225 CP Ação penal Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. Ação penal publica condicionada a representação, temos duas exceções: Vítima menor de 18 anos Vítima vulnerável Pergunta: Não é mai possível ação penal de iniciativa privada nos crimes sexuais ( V ou F) – falso, continua sendo possível a ação penal subsidiária da pública (garantia fundamental do cidadão). Art. 234- A Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) III - de metade, se do crime resultar gravidez; e (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser porta-dor. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) A gravidez como causa de aumento pode ser na vítima ou na mulher agente do crime, em qualquer das duas hipóteses vai gerar o aumento. II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 2.1. STJ - AgRg no AREsp 192.678/MT AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL COMETIDO CONTRA 03 (TRÊS) VÍTIMAS DIFERENTES. CONTINUIDADE DELITIVA. NÚMERO ELEVADO DE CRIMES. AUMENTO DA PENA FIXADO EM 2/3 (DOIS TERÇOS). DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.1. Ainda que não se possa indicar precisamente o número de delitos praticados pelo Acusado, o aumento da pena em 2/3 (dois terços), devido a continuidade delitiva, mostra-se adequado, pois os crimes foram praticados diversas vezes contra 03 (três) vítimas diferentes.2. Agravo regimental desprovido. CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 8 (AgRg no AREsp 192.678/MT, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 15/05/2013)2.2. STJ – AgRg no REsp 1194323/SC AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSO PENAL.SÚMULA 7/STJ. NÃO INCIDÊNCIA. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR MEDIANTE GRAVE AMEAÇA. INCIDÊNCIA DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA DO ARTIGO 9º DA LEI 8.072/90. SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº 12.015/2009. APLICAÇÃO RETROATIVA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. A adoção, pela decisão agravada, das informações em que se amparou o Juízo de primeiro grau ao proferir a sentença, que não foram em momento algum refutadas pela Corte de origem ou pela ora agravante, não importa em reexame de prova, mas apenas em respeito ao conteúdo da sentença.2. A causa de aumento de pena do artigo 9º da Lei nº 8.072/90 tem incidência se resta comprovada a existência de violência real ou grave ameaça no crime de estupro ou atentado violento ao pudor cometido contra menor de 14 anos, dada a maior reprovabilidade da conduta.3. Editada a Lei nº 12.015/09, que deu novo tratamento aos "Crimes contra os Costumes", agora denominados "Crimes contra a Dignidade Sexual", foi tipificado no art. 217-A o crime praticado contra menor de 14 anos sob o rótulo de Estupro de Vulnerável com reprimendas mais severas, ao tempo em que foi revogado o artigo 224 do Código Penal, que dava fundamento à aplicação da causa especial de aumento de pena do artigo 9º da Lei nº 8.072.4. Caso mais benéfica ao réu a aplicação da lei nova por inteiro, i.e, com o preceito secundário do art. 217-A, como no caso concreto, imperiosa sua incidência retroativa para alcançar os fatos praticados sob a égide da legislação anterior, em obséquio ao princípio da mihi factum, dabo tibi ius aplicável em sede de recurso especial e ao mandamento constitucional inserto no inciso XL do artigo 5º da Carta Magna.5. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1194323/SC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11/04/2013, DJe 26/04/2013) III. SIMULADOS 3.1. (FESMIP-BA - 2010 - MPE-BA - Promotor de Justiça) Com o advento da Lei 12.015/2009, seria correto afirmar: I - A prática da conjunção carnal seguida da prática de outros atos libidinosos não caracteriza, necessariamente, concurso material de crimes. II - A nova lei operou uma espécie de fusão de figuras penais anteriormente autônomas na antiga redação. III - A nova lei implicou algumas inovações benéficas para os acusados, devendo, por conseguinte, retroagir no particular. IV - A nova lei inovou sempre para prejudicar os acusados, não devendo, por conseguinte, retroagir. V - O estupro passou a ser uma figura bi-comum no que tange aos sujeitos, após a nova lei. a) Apenas a alternativa I é falsa. b) Apenas a alternativa II é falsa. c) Apenas alternativa III é falsa. d) Apenas a alternativa IV é falsa. e) Apenas a alternativa V é falsa. 3.2. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público) Com relação aos crimes contra a dignidade sexual, assinale a opção correta com base no que dispõe a legislação de regência bem como no entendimento doutrinário e dos tribunais superiores. a) Configura estupro de vulnerável a indução da pessoa com mais de quatorze anos e menos de dezoito anos de idade a praticar conjunção carnal ou ato de libidinagem para satisfazer a lascívia de outrem, devendo estar necessariamente presente o elemento subjetivo do injusto. b) Em se tratando de estupro de vulnerável, caso tenha ocorrido consentimento da pessoa ofendida, o regime inicial de cumprimento poderá ser diverso do fechado, ou, mesmo, a pena privativa de liberdade ser substituída por restritiva de direitos, visto que a violência impeditiva da CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 9 substituição, conforme previsto no CP, é a violência real. c) A pena prevista para os crimes contra a dignidade sexual é majorada da quarta parte se houver concurso de duas ou mais pessoas e é aumentada de metade se da infração penal resultar gravidez. d) De acordo com o CP, considera-se vulnerável, em razão do estado ou condição pessoal da vítima, a pessoa com menos de dezoito e mais de catorze anos de idade, por se presumir a menor capacidade de reagir a intervenções de terceiros no exercício de sua sexualidade, de maneira absoluta. e) Há crime de violação sexual mediante fraude, denominado de estelionato sexual, quando a vítima esteja impossibilitada de oferecer resistência ou qualquer outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade, como, por exemplo, ocorre após a ingestão de bebidas alcoólicas, e o agente não tenha provocado ou concorrido para a situação, mas apenas se aproveitado do fato. 3.3. (CESPE - 2012 - DPE-RO - Defensor Público) Com relação à aplicação da lei penal no tempo, aos crimes contra a dignidade sexual e aos delitos hediondos, assinale a opção correta. a) De acordo com a jurisprudência predominante do STJ, a presunção de violência prevista no art. 224 do CP se revela de natureza absoluta, não cedendo à existência de fatores que afastem a dita presunção. b) Pratica crime de corrupção de menores, previsto no art. 218 do CP, aquele que induz menor de dezesseis anos a satisfazer a lascívia de outrem. c) O art. 224 do CP, no qual era prevista a presunção de violência em crimes sexuais, foi revogado, tendo sido criado um novo tipo penal, tipificado como estupro de vulnerável, que caracteriza a abolitio criminis da conduta prevista no art. 214 (atentado violento ao pudor) c/c o art. 224 do CP. d) O princípio da continuidade normativa típica evidencia-se quando uma norma penal é revogada, mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração penal continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou normativamente diverso do originário. e) Aplica-se ao agente de violência real ou grave ameaça em crime de estupro ou atentado violento ao pudor a causa especial de aumento de pena prevista no art. 9.º da lei que trata dos crimes hediondos. GABARITO: 3.1. D 3.2. C 3.3. D
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