Buscar

Aula 21

Prévia do material em texto

CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
1
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II 
Disciplina: Direito Penal 
Prof. Rogério Sanches 
Aula nº 21 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações da Aula 
II. Jurisprudência Correlata 
2.1. STF – AI 854295 AgR-ED 
2.2. STJ – CC 124.890/DF 
III. Simulados 
 
 
I. ANOTAÇÕES DA AULA 
 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
 
Documentos Públicos por equiparação 
 
Art. 297,§2º 
 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o 
emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível 
por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o 
testamento particular. 
 
 
 Emanado de entidade paraestatal – são públicos por equiparação mesmo que a paraestatal não 
seja de direito público ;. Ex; sociedade de economia pública. 
 Título ao portador ou transmissível por endosso – se o título não mais pode ser transmitido por 
endosso deixa de ser documento público. Ex: cheque, transferido mediante cessão civil(documento 
particular). 
 Ações de sociedade comercial – preferenciais ou não. 
 Livros mercantis - Obrigatório e facultativos. 
 Testamento particular – Atenção, não abrange o codicilo. 
 
Pergunta de concurso: E o cartão bancário de crédito ou débito? 
R: Não é documento público sequer por equiparação, a lei 12.737/12 anunciou tratar-se de documento 
particular- art. 298, P. único. (por equiparação). 
 
Concurso MP/SP: atenção, pois antes da lei 12.737/12 já se entendia (havendo tese nesse sentido) que o 
cartão bancário de crédito ou débito era documento particular. Assim, para o MP/SP, os fatos anteriores a 
lei se subsumem ao art. 298, P. único, não havendo espaço para a tese da irretroatividade da lei. 
 
Voluntariedade 
 
Dolo e não existe fim especial animando o agente. 
 
Dependendo da finalidade que anima o agente o tipo penal irá se modificar – ex: falsificar com 
finalidade eleitoral por exemplo, configura crime do código eleitoral 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
2
 
Consumação 
 
Consuma-se com falsificação ou alteração potencialmente lesiva. (aptas a iludir, por isso se necessita a 
perícia) 
 
Atenção : Dispensa o efetivo uso do documento. 
 
 
 
Se falsifica e usa o documento 
 
 
Se terceiro alheio a falsificação usa o 
documento 
 
 
Art. 297 CP – ficando o art. 304 absorvido ( Post 
factum impunível) 
 
 
O falsificador responde pelo art. 297 CP e o 3º 
responde pelo art. 304 CP 
 
A tentativa é admitida. 
 
Súmulas importantes do STJ: 
 
 Súmula 62 
 Súmula 104 
 Súmula 107 
 
A circunstância de ser o documento falsificado emanado de órgão federal não é bastante para determinar 
a competência federal. A jurisprudência do STJ tem exigido que a falsidade atinja bens, ser-viços ou 
interesses da União. 
 
Art. 297, §§3º e 4º 
 
Cuidado: 
 
O art. 297, caput 
O art. 297, §1º Falsidade material – exige perícia. 
O art. 297, §2º 
 
 
 
O art. 297, §3º 
O art. 297, 4º Falsidade ideológica (ideia falsa em documento autêntico) – perícia dispensável. 
 
 
Princípio da especialidade - Tipos especiais de falsidade de documentos públicos 
 
Art. 348 da lei 4737/65 
 
 
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar 
documento público verdadeiro, para fins eleitorais: 
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa. 
 
 
Art. 2º da lei 7492/86 – lei contra os crimes financeiros 
 
Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
3
pôr em circulação, sem autorização escrita da sociedade emissora, 
certificado, cautela ou outro documento representativo de título ou valor 
mobiliário: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Art. 311 do Código Penal Militar 
 
Falsificação de documento 
Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou 
particular, ou alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente 
contra a administração ou o serviço militar: 
Pena - sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo 
documento particular, reclusão, até cinco anos. 
 
Art. 298 
 
Falsificação de documento particular 
 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou 
alterar documento particular verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
Infração de médio potencial ofensivo (admite a suspensão condicional do processo. 
 
Cabe preventiva originária e conversão do flagrante mesmo para o agente primário. 
 
Sujeitos do crime 
 
Suj. ativo - Crime comum pode ser praticado por qualquer pessoa. 
 
Pergunta de concurso: E se o agente for funcionário público, aumenta-se a apena? 
R: aqui não existe a majorante de pena para servidor público. 
 
Suj. passivo – Primário: O Estado/Administração; Secundário: terceiro prejudicado com a falsificação. 
 
Conduta 
 
Art. 297 Art. 298 
 
Objeto material: Falsificar no todo ou em parte ou 
alterar documento público ou por equiparação. 
 
 
Objeto material – falsificar no todo ou em parte 
documento particular. 
 
Documento particular – O conceito de documento particular se extrai por exclusão, isto é, todo aquele não 
compreendido como público ou equiparado a público. 
 
Voluntariedade 
 
O crime é punido a título de dolo, sem fim especial. A finalidade que anima o agente pode se enquadrar 
em outro crime. 
 
Pergunta de concurso: E se o agente falsifica documento público mesmo que por equiparação 
imaginando d tratar-se de documento particular, qual as consequências? 
R: João falsifica cheque do banco privado “X” pensando tratar-se de documento particular. Não é erro de 
tipo porque ele sabe o que faz, não é erro de proibição porque ele sabe e conhece a ilicitude do 
comportamento, dessa forma é erro de subsunção (interpretação jurídica equivocada).Vai 
responder pelo art. 297 – falsificação de documento público. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
4
 
Consumação 
 
Consuma-se o crime no momento da contrafação ou alteração potencialmente lesivas. 
 
Admite a tentativa 
 
Princípio da especialidade 
 
Art. 349 
Ar. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar 
documento particular verdadeiro, para fins eleitorais: 
 Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa. 
 
 
Art. 311 do COM 
 
 
Art. 30 da lei 12.663/12 
 
Utilização indevida de Símbolos Oficiais 
 
Art. 30. Reproduzir, imitar, falsificar ou modificar indevidamente 
quaisquer Símbolos Oficiais de titularidade da FIFA: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa. 
 
a) Infração de menor potencial ofensivo 
b) Depende de representação da FIFA 
c) Lei temporária – Art. 3º CP 
 
 
Art. 299 
 
Falsidade ideológica 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que 
dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou 
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, 
e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. 
 
O bem jurídico tutelado continua sendo a fé pública mas não se preocupa com aparte externa do 
documento mas como a parte interna do documento. 
 
 
Art. 297/298 Art. 299 
• Falsidade material: envolve a forma do 
documento-parte exterior. 
• Falsidade ideológica – envolve o 
conteúdo, a odeia do documento(Juízo 
inverídico) 
 
 
Sujeitos do crime 
 
Suj. ativo – crime comum. 
 
Atenção: o crime pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha o dever jurídico de declarar 
a verdade. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
5
 
Pergunta de concurso: E se o sujeito ativo for funcionário público? 
R 
 
Art. 297 CP Art. 298 CP Art. 299 CP 
Gera causa de aumento 
(“prevalencendo-se do caso”). 
Não gera o aumento (Art. 59 do 
CP) 
Gera a causa de aumento – 
prevalecendo-se do cargo. 
 
 
Suj. passivo – Primário – o Estado; Secundário- eventual prejudicado. 
 
Conduta 
 
O tipo pune cinco comportamentos alternativos. 
 
• 1ª - Omitir declaração: deixa de mencionar informação que deveria constar no documento (delito 
omissivo puro) 
• 2ª – Inserir declaração falsa: o agente introduz ideia falsa no documento que redige. 
• 3ª – Fazer inserir declaração falsa – falsidade mediata , o agente se vale de um terceiro. 
• 4ª – Inserir declaração diversa da que deveria ser inscrita – o agente substitui conteúdo verdadeiro 
por outro inverídico. 
• 5ª – Fazer inserir declaração diversa da que deveria constar – falsidade mediata. 
 
Atenção: a falsidade ideológica também deve ser aptar a iludir. 
 
Tem jurisprudência no sentido de que não existe o crime quando a falsa ideia recai sobre documento cujo 
conteúdo está sujeito a fiscalização da autoridade. 
 
Abuso do papel em branco assinado 
 
 Se o papel tiver sido conferido ao agente – art. 299 
 Se o agente se apoderou do documento a revelia do signatário- art. 297 ou 298 
 
• Súmula 387 STF 
 
Declaração de pobreza falsa para fazer prova de assistência jurídica gratuita - De acordo com o STJ, o ato 
de firmar declaração inverídica de pobreza para fins processuais não constitui falsidade ideológica. 
 
Voluntariedade 
 
Crime punido a título de dolo + fim especial 
 
Consumação 
 
Com a prática de qualquer das ações nucleares do tipo. 
 
É possível a tentativa? 
R: Nas formas comissivas admite-se a tentativa, já na forma omissivo puro não se admite a tentativa. 
 
Art. 299, p. único 
 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de 
assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
a)Funcionário público prevalecendo-se da função – já falado anteriormente. 
b) Classificação ou alteração de assentamento de registro civil – objeto material próprio. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
6
 
Art. 29 da lei 6.015/73 
 
Art. 29. Serão registrados no registro civil de pessoas naturais: 
I - os nascimentos; 
II - os casamentos; 
III - os óbitos; 
IV - as emancipações; 
V - as interdições; 
VI - as sentenças declaratórias de ausência; 
VII - as opções de nacionalidade; 
VIII - as sentenças que deferirem a legitimação adotiva. 
 
 
Cuidado: Lembrar que temos falsificação de assentamento de registro civil que não configuram o art. 299 
do CP, mas tipos especiais (art. 241 e 242 do CP) 
 
Princípio da especialidade 
 
� Art. 350 do código Eleitoral 
� Art. 312 CPM 
� Art. 66 da lei 9.605/98 
 
Fraude em certames de interesses público 
 
Art. 311-A 
 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar 
a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, 
conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) 
I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) 
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído 
pela Lei 12.550. de 2011) 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei 
12.550. de 2011) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei 12.550. de 2011) 
Admite-se a suspensão do condicional do processo, mas não cabe 
preventiva originária ou por conversão ao agente primário. 
 
Bem jurídico 
 
A doutrina ensina que o tipo tutela na verdade, a credibilidade dos certames de interesses públicos(lisura, 
transparência, legalidade , moralidade, isonomia e a segurança). 
 
Sujeitos do Crime 
 
Suj. ativo – qualquer pessoa que participe do certame seja na condição de candidato seja na condição de 
integrante da estrutura organizadora. 
 
Pergunta: E se o agente for um funcionário público? 
R: Incide a majorante do §3º - aumento de pena de 1/3. Apesar do silêncio da lei só incide a majorante 
se ele prevalecer-se da função. 
 
Cuidado: Não pratica o crime quem, não sendo integrante da estrutura organizada e tampouco 
concorrente recebe a informação ou a divulga. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
7
 
Suj. passivo - Primário – o Estado; Secundário- eventual prejudicado 
 
Conduta 
 
Utilizar ou divulgar conteúdo sigiloso de: 
 
A) Concursos públicos 
B) Avaliações de exames públicos – processos de habilitação de motorista, por exemplo. 
C) Processo seletivo para ingresso no ensino superior – vestibular e outros. 
D) Exames ou processo seletivos previstos em lei – exame da OAB 
 
Atenção: Não estão abrangidas pelo tipo as avaliações ordinárias de desempenho dos alunos e demais 
provas periódicas em instituições de ensino. 
 
Cola Eletrônica 
 
Pergunta: Cola eletrônica é crime? 
R: 
 
Conceito de cola eletrônica- utilização de aparelho transmissor e receptor na prova. 
 
Antes e Depois da lei 12.550/11 
 
Antes Depois 
 
 STF e STJ decidiram que não configura 
crime (fato atípico) 
 
 Valendo-se conteúdo sigiloso = art. 311-A 
 
 Valendo-se apenas de conteúdo sigiloso = 
fato atípico. 
 
 
 
Voluntariedade 
 
Punido a título de dolo + fim especial (com o fim de com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de 
comprometer a credibilidade do certame); 
 
No §1º basta o dolo, dispensando-se o fim especial. 
 
Atenção: Não se pune a modalidade culposa. 
 
Consumação 
 
Consuma-se com pratica dos núcleos dispensando efetivo benefício ou comprometimento da credibilidade 
do certame. 
 
Havendo dano a administração pública a pena passa a ser de 02ª 06 anos. 
 
A tentativa é admissível- crime plurisubsuistente. 
 
 
II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STF – AI 854295 AgR-ED 
 
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
8
PROCESSUAL CIVIL. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. 
REJEIÇÃO. 1. Os embargos de declaração que encartam a pretensão de revisão do julgado, com objetivo 
infringente, revelam-se inadmissíveis. Precedentes: AI n. 799.509-AgR-ED, Relator o Ministro Marco 
Aurélio, 1ª Turma, DJe de 8.9.2011; e RE n. 591.260-AgR-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, 2ª 
Turma, DJe de 9.9.2011. 2. In casu a decisão recorrida assentou: "AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA E USO DE DOCUMENTOS 
FALSOS. ART. 7º, INCISO I, DA LEI 7.492/86. NOTAS PROMISSÓRIAS FALSAS. CP, ART. 304 C/C O ART. 
299. PRELIMINAR FORMAL DE REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. ARTIGO 543-A, § 
2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL C.C. ART. 327, § 1º, DO RISTF. NÃO-CONHECIMENTO DO 
RECURSO. 1. A repercussão geral como novel requisito constitucional de admissibilidade do recurso 
extraordinário demanda que o reclamante demonstre, fundamentadamente, que a indignação extrema 
encarta questões relevantesdo ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os 
interesses subjetivos da causa (artigo 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil, introduzido pela Lei n. 
11.418/06, verbis: O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva 
do Supremo Tribunal Federal, a existência de repercussão geral). 2. A jurisprudência do Supremo tem-se 
alinhado no sentido de ser necessário que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral nos 
termos previstos em lei, conforme assentado no julgamento do AI n. 797.515 – AgR, Relator o Ministro 
Joaquim Barbosa, Segunda Turma, Dje de 28.02.11: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO RELATIVA À 
PRELIMINAR DE EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL INVOCADA NO 
RECURSO. INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO POSTERIOR A 03.05.2007. De acordo com a orientação 
firmada neste Tribunal, é insuficiente a simples alegação de que a matéria em debate no recurso 
extraordinário tem repercussão geral. Cabe à parte recorrente demonstrar de forma expressa e clara as 
circunstâncias que poderiam configurar a relevância – do ponto de vista econômico, político, social ou 
jurídico – das questões constitucionais invocadas no recurso extraordinário. A deficiência na 
fundamentação inviabiliza o recurso interposto”. 3. O momento processual oportuno para a demonstração 
das questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os 
interesses subjetivos das partes, é em tópico exclusivo, devidamente fundamentado, no recurso 
extraordinário, e não nas razões do agravo regimental, como deseja a recorrente. Incide, aqui, o óbice da 
preclusão consumativa. 4. Ademais, a agravante não trouxe nenhum argumento capaz de infirmar a 
decisão hostilizada, razão pela qual a mesma deve ser mantida por seus próprios fundamentos. 5. In 
casu, o acórdão originariamente recorrido assentou: “PENAL E PROCESSUAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA E 
USO DE DOCUMENTOS FALSOS. CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. TÍTULO. ARTIGO 7º, INCISO I, 
DA LEI 7.492/86. NOTAS PROMISSÓRIAS FALSAS. TIPIFICAÇÃO. ART. 304 C/C O ART. 299, AMBOS DO 
CÓDIGO PENAL. APELO. ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. CONHECIMENTO. PROVA. PRINCÍPIO DA 
CONSUNÇÃO. PENAS DOSEMETRIA. 1. O recurso do assistente de acusação (BANESTADO) merece 
acolhimento para que os denunciados sejam condenados pela prática do delito contra o sistema financeiro 
previsto no artigo 7º, inciso I da Lei nº 7.492/86, pois a prova dos autos indica terem efetivamente 
participado das condutas de ‘oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou valores mobiliários falsos 
ou falsificados’, in casu, certificado de depósito bancário. 2. A materialidade delitiva restou amplamente 
evidenciada, sendo inquestionável a falsidade do referido título, porquanto demonstrada no laudo pericial 
e corroborada pelo conjunto probatório. 3. Em face do princípio da consunção, os crimes de falsificação 
das procurações, reconhecimento de firmas e documentos do Banco Central do Brasil encontram-se 
subsumidos ao crime-fim (negociação do título falso). 4. O ato de apresentar à instituição bancária falsas 
notas promissórias, objetivando conferir aparência de veracidade a negócios jurídicos não realizados, 
caracteriza o delito insculpido no art. 304, com as penas do art. 299, ambos do Estatuto Repressivo. 5. As 
penas aplicáveis ao crime de falsidade ideológica situam-se ente um e cinco anos de reclusão, eis que as 
notas promissórias são consideradas documentos públicos, por expressa disposição legal (art. 297, § 2º, 
do CP). 6. Redimensionamento das penas, pela análise das circunstâncias judiciais elencadas no artigo 59 
do Estatuto Repressivo, bem como por incidirem, na hipótese, circunstâncias agravantes previstas no 
mesmo Diploma. 7. Para o réu PEDRO aplicam-se cumulativamente as sanções relativas aos crimes contra 
o sistema financeiro e falsidade de documento público, pela regra do concurso material. 8. No tocante ao 
acusado LINDOLFO, considerando que as penas fixadas não ultrapassam 2 (dois) anos de reclusão, 
ocorreu a prescrição retroativa, nos termos do voto-médio.” 3. Embargos de declaração REJEITADOS. 
 
(AI 854295 AgR-ED, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 20/11/2012, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-240 DIVULG 06-12-2012 PUBLIC 07-12-2012) 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
9
 
2.2. STJ – CC 124.890/DF 
 
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO POLICIAL. FALSIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE 
SERVIDOR COM VISTAS À OBTENÇÃO DE PENSÃO POR MORTE NO SENADO FEDERAL. CRIME-MEIO PARA 
O ESTELIONATO. ABSORÇÃO. PREJUÍZO À UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.1. A falsificação 
de documento - consistente em declaração de servidor público - com vistas à obtenção de pensão 
previdenciária configura crime-meio para o estelionato (art. 171, § 3º, do CP).Incidência da Súmula 
17/STJ.2. Hipótese em que a acusada pleiteou pensão por morte como dependente de servidor falecido do 
Senado Federal, colacionando, em processo administrativo, declaração falsa do de cujus que reconhecia a 
existência de união estável.3. Embora o prejuízo advindo da fraude, num primeiro momento, tenha 
repercutido apenas no patrimônio da legítima beneficiária da pensão (viúva do servidor), é certo que, 
declarado o falso por sentença em processo cível, cabe, em tese, o ressarcimento do prejuízo verificado, 
especificamente pela União, pois mantenedora do sistema de aposentadorias e pensões dos servidores 
efetivos do Poder Legislativo federal. Razão pela qual remanesce clara a competência da Justiça Federal 
para processar e julgar o delito em questão, nos termos do art. 109, IV, da Constituição Federal.4. 
Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da 12ª Vara da Seção Judiciária do 
Distrito Federal, o suscitante. 
 
(CC 124.890/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 27/02/2013, DJe 
05/03/2013) 
 
 
III. SIMULADOS 
 
3.1. (CESPE - 2013 - TC-DF – Procurador) No que se refere aos crimes contra a fé pública e contra a 
administração pública, aos delitos previstos na Lei de Licitações e à aplicação de pena, julgue os itens 
consecutivos. 
O crime de uso de documento falso é formal, consumando-se com a simples utilização do documento 
reputado falso, não se exigindo a comprovação de efetiva lesão à fé pública, o que afasta a possibilidade 
de aplicação do princípio da insignificância, em razão do bem jurídico tutelado. 
 
3.2. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO) Aquele que, em documento que deva produzir efeito perante a 
previdência social, insere declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita, comete o crime de 
a) supressão de documento. 
b) falsificação de documento particular. 
c) frustração de direito assegurado por lei trabalhista. 
d) falsificação de documento público. 
e) uso de documento falso. 
 
3.3. (CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região) Assinale a opção correta com relação aos crimes de falsidade 
documental. 
a) Comete crime de uso de documento falso o promitente vendedor de imóvel que entrega ao oficial do 
registro público cópia não autenticada de sua carteira de identidade civil na qual constem número de 
registro e filiação diversos dos constantes na carteira original. 
b) De acordo com expressa previsão legal, constitui crime de falsidade ideológica a conduta de atestar ao 
juiz da execução penal a prestação de serviço para fins de remição de pena quando, na verdade, não 
houve prestação de serviço pelo condenado. 
c) Comete o crime de falsidade ideológica, ou moral, aquele que presta declaração falsa sobre o valor da 
contribuição previdenciária devida. 
d) A tipificação do crime de falso reconhecimento de firma ou letra, crime próprio com relação aos sujeitos 
ativoe passivo, visa tutelar a fé pública, não sendo admitida a modalidade culposa desse crime. 
e) Aquele que apresenta à autoridade judicial carteira de trabalho com sua fotografia, mas na qual conste 
o nome de seu irmão gêmeo, pratica o crime de uso de documento falso particular. 
 
 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
10
 
3.4. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário) Ver texto associado à questão: 
Ao preencher e assinar declarações adotando nome falso, Carlos praticou o crime de falsidade ideológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO: 
 
3.1. Certo 
3.2. D 
3.3. B 
3.4. Certo

Continue navegando