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Aula 10 Contestação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS, ESTADO DE GOIÁS
PROCESSO Nº XXX
JOÃO PINHO, espanhol, viúvo, contador, residente na Rua Uruguai, nº 180, Goiânia/GO, CPF XXX, E-mail XXX, por intermédio de seu advogado XXX, endereço profissional XXX, (procuração em anexo), nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, movida pela EMPRESA XYZ, já qualificada no autos, vem perante Vossa Excelência, apresentar
CONTESTAÇÃO
para expor e requerer o que se segue: 
1. DAS PRELIMINARES
1.1 Da Incompetência Relativa
Segundo o Art. 46 do CPC, a causa que versa sobre anulação de negócio jurídico tem como foro competente o do local do domicílio do réu. Assim sendo, este juízo é incompetente para julgar a causa, uma vez que o domicílio do réu é em Goiânia/GO, devendo ser acatada esta preliminar e remetidos os autos ao juízo competente.
1.2 Do Litisconsórcio Passivo Necessário
Segundo o Art. 114 do CPC o litisconsórcio será necessário quando pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes, neste sentido, tratando-se o processo de anulação de doações de imóveis realizadas pelo réu para suas filhas, evidencia-se que elas deveriam ter sido citadas. 
No mesmo sentido, o parágrafo único do Art. 115 do CPC estabelece que nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. Assim como o Art. 485, inciso III, CPC, dispõe que o juiz não resolverá o mérito quando o autor não promover os atos e diligências que lhe incumbir. 
Portanto, esta preliminar deve ser acatada e o autor deve requerer a citação das filhas do réu, sob pena de extinção do processo sem julgamento de mérito.
1.3 Do Defeito de Representação
Em conformidade com o Art. 337, IX, CPC, que expõe que incumbe ao réu, antes de ser discutido o mérito, alegar a “incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização”, considerando que nos autos está ausente a procuração do advogado, evidencia-se defeito de representação, portanto, deve ser acatada a presente preliminar, devendo o autor juntar a referida procuração aos autos, sob pena de extinção do processo sem julgamento de mérito. 
2. PREJUDICIAIS DE MÉRITO 
2.1 Da Decadência
Segundo o Art. 178, inciso II, o direito de anular um negócio jurídico decai em 4 (quatro) anos da assinatura do contrato. Considerando-se que os contratos de doações foram firmados entre o réu e suas filhas no dia 6 de janeiro de 2012, portanto, o autor teria o direito de requerer a anulação até o dia 6 de janeiro de 2016. Ocorre que a ação de anulação foi ajuizada em 08 de novembro de 2016, prazo superior a quatro anos, motivo pelo houve decadência do direito de anular o referido negócio jurídico, devendo ser extinto o processo com julgamento de mérito.
3. DO MÉRITO
O réu tornou-se fiador para o contrato de locação firmado em 5 de março de 2008, pelo prazo de trinta meses, e, considerando que este notificou ao locador e locatário que não renovaria a fiança em caso de prorrogação do contrato, evidencia-se que em 6 de janeiro de 2012, quando realizou a doação de imóveis para suas filhas, já não era mais fiador deste contrato de locação. 
Considerando que a Súmula nº 214 do STJ estabelece que “o fiador não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu”, conclui-se que o réu não responde pelo inadimplemento do contrato de locação cuja prorrogação não anuiu, assim, não há razão para a anulação das doações de imóveis realizadas pelo réu para suas filhas. 
De acordo com o Art. 158, do Código Civil, os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida poderão ser anulados pelos credores quirografários, se os praticar o devedor “já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência”, considerando o acima exposto, quando o locatário tornou-se inadimplente em 6 de abril de 2014 o réu já não era seu fiador, portanto, o réu não era devedor, não havendo qualquer fraude contra credores, motivo pelo qual não há motivo para a anulação do negócio jurídico. 
Por fim, em conformidade com o Art. 40, inciso IV, da Lei nº 8245/91, Lei do Inquilinato, o locador pode exigir novo fiador ou a substituição da modalidade de garantia quando houver exoneração do fiador, desta forma, 
não o fez. 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
4. DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se:
a. Que seja reconhecida a incompetência relativa do juízo, remetendo-se os autos ao juízo competente, qual seja, Goiânia/GO;
b. Que seja acolhida a preliminar do litisconsórcio passivo necessário, intimando-se o autor para regularizar o pólo passivo, requerendo a citação das filhas do réu;
c. Que seja acolhida a preliminar de defeito de representação, para o autor providenciar a procuração do advogado no prazo designado por este juízo; 
d. Que seja reconhecida a decadência com a consequente extinção do processo com o julgamento de mérito;
e. No mérito, a improcedência do pedido autoral;
f. A condenação do autor ao pagamento das custas e honorários sucumbenciais;
g. Designação da audiência do Art. 33 do CPC. 
5. DAS PROVAS
Requer-se a produção de todas as provas admitidas em nosso ordenamento jurídico, conforme preceitua o Art. 369, CPC, em especial provas documentais e o testemunho pessoal do autor. 
Nestes termos, pede-se o deferimento. 
Anápolis, data XXX
Advogado XXX, OAB nº XXX/XX

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