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Crioterapia: Resfriamento Terapêutico

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ELETROTERMOFOTOTERAPIA Prof Carmindo Carlos 
 
Aula 03 1 
 
Aula 03 
HIPOTERMOTERAPIA 
CRIOTERAPIA --------------------------------------------------------------------------------------------- 
 Crioterapia é o resfriamento local dos tecidos ou regiões com finalidades terapêuticas, 
geralmente empregados para o tratamento da dor em afecções musculoesqueléticas, seja em 
lesões traumáticas recentes como na inflamação. Conceitualmente pode definir-se como o conjunto 
de procedimentos capazes de retirar calor do organismo. Na prática cotidiana da Fisioterapia 
abrange uma grande quantidade de técnicas específicas que utilizam o frio nas formas líquida, sólida 
e gasosa, com objetivo terapêutico de retirar calor do corpo. A retirada de calor do corpo induz os 
tecidos a um estado de hipotermia, com uma redução da taxa metabólica local, promovendo assim, 
uma redução das necessidades de oxigênio pela célula, preservando-a e permitindo que ela possa 
ser recuperada, sem lhe adicionar mais danos do que aqueles já instalados pela lesão primária. 
Portanto, os objetivos da crioterapia referem-se à condição de preservação da integridade da célula 
do tecido lesado, possibilitando, assim, uma reparação mais rápida e com menos danos estruturais. 
 Considera-se que a aplicação do frio em Fisioterapia é quase sempre localizada, o que produz 
uma série de reações bem específicas e que dependem da intensidade do frio, do tempo de 
aplicação e da superfície corporal submetida ao estímulo. 
 O resfriamento local de uma área do corpo ocorre por transferência de calor corporal a um 
elemento externo cuja temperatura é muito mais baixa. Este intercâmbio de temperatura ocorre 
principalmente pelos mecanismos de condução, convecção e evaporação. O método mais usual é a 
aplicação do frio em contato direto com a pele, podendo ser através de um meio sólido (gelo) ou 
uma bolsa com líquido ou gel, sendo a transferência chamada por condução. Se o meio frio for 
através de uma líquido ou spray se diz que a transferência ocorre por convecção. O processo de 
resfriamento através da evaporação ocorre quando o meio de refrigeração se trata de um líquido 
volátil a gás. Um método de refrigeração fisiológico é a evaporação do suor, o mecanismo 
homeostático que ocorre automaticamente quando a temperatura corporal se eleva. 
 
Efeitos Fisiológicos: 
 Nos vasos sanguíneos cutâneos (superficiais) – há uma vasoconstricção imediata dos vasos 
sanguíneos cutâneos, isso restringe o fluxo de sanguíneo na pele. A velocidade em que essa 
vasoconstricção ocorre indica que é um reflexo do sistema nervoso autônomo disparado pela 
estimulação dos receptores térmicos na pele. A viscosidade sanguínea aumenta devido ao 
resfriamento e isto também contribui para a redução da perfusão sanguínea. Após alguns minutos, 
a vasoconstricção pode dar lugar a uma vasodilatação intensa, que dura em torno de 15 minutos, 
sendo então substituída por outro episódio de vasoconstricção. Embora o aumento da hiperemia 
na pele, decorrente da aplicação de resfriamento possa parecer sinal da vasodilatação induzida pelo 
frio, considera-se que seja, principalmente, resultado de um aumento na concentração de oxi-
hemoglobina no sangue. Portanto, aplicações com duração até 15 minutos, promovem apenas 
vasoconstricção; aplicações acima deste tempo apresentam de imediato respostas 
vasoconstrictoras e em seguida vasodilatodoras por mecanismo reflexos. A recuperação total da 
temperatura superficial pode levar de 1 a 2 horas após o término da aplicação do frio. Alguns 
ELETROTERMOFOTOTERAPIA Prof Carmindo Carlos 
 
Aula 03 2 
 
profissionais na tentativa de eliminar o processo inflamatório mais rapidamente, recomendam o 
uso de crioterapia de 2 em 2 horas por 24 a 72 horas após o trauma. 
 Nos vasos sanguíneos profundos – estudos sugerem que há uma importante redução do 
fluxo de até 80%. Por causa dessa importante redução do fluxo sanguíneo local, seria de se esperar 
dano tecidual por isquemia. Isso não ocorre, e a ausência de lesão tecidual produzida pelo 
resfriamento á atribuída a uma diminuição da taxa do metabolismo celular. Tecidos mais profundos 
tendem a resfriar e reaquecer mais lentamente que tecidos superficiais. A 2 e 3cm de profundidade 
a temperatura em geral, diminui minimamente durante uma aplicação de 20 minutos de gelo. 
Entretanto, a temperatura continua a diminuir mesmo após o gelo ser removido e os tecidos 
superficiais serem reaquecidos. Um tempo maior de resfriamento para tecidos mais profundos é 
indicado, e a aplicação deve ser repetida periodicamente. O resfriamento também diminui a 
permeabilidade microvascular, a mobilidade dos leucócitos; isso ajuda na diminuição da formação 
do edema após trauma agudo. 
 No metabolismo do tecido – a principal razão para se resfriar o tecido vivo é a redução da 
taxa metabólica local. Na fase da lesão aguda, existem os seguintes fatores que influenciam no 
incremento lesional: Lesão primária (trauma) e lesão secundária (hipóxia secundária e atividade 
enzimática pós trauma). O resfriamento superficial dos tecidos danificados, diminui a ocorrência de 
lesões secundárias a lesão. A crioterapia atua diminuindo e/ou bloqueando os sinais flogísticos (dor, 
edema, rudor e calor), bem como limitação funcional. Sua aplicação deve ser imediata após o 
trauma. A redução da taxa metabólica promove: 
 - Redução das taxas de O2 pela célula; 
 - Preservação da integridade da célula do tecido lesionado; 
 - Reparação mais rápida e com menos danos estruturais 
 
 No sistema nervoso periférico – a sensação primária do frio é produzida por uma ativação 
de receptores do frio. A dor profunda de início tardio é produzida por nociceptores (receptores de 
dor), as finas terminações nervosas das fibras C. A atividade das fibras nociceptivas tipo C são 
geradas por toxinas liberadas por células danificadas ou mortas. Se as fibras estiverem resfriadas o 
suficiente, ocorre bloqueio de condução. Quanto maior o diâmetro da fibra, maior o efeito, isso 
explica o porquê do desaparecimento da sensação de frio inicial e do aparecimento da dormência; 
explica também a razão da persistência da dor profunda, apesar da dormência. Isso também ajuda 
a explicar porque a aplicação de gelo é de pouco valor no tratamento da maioria das síndromes de 
dores crônicas, em que a atividade de fibras C é predominante, e uma temperatura mais baixa não 
reduziria os níveis de irritantes que causam a ativação da fibra. O resfriamento aplicado na pele 
estimula, imediatamente, os receptores de frio, que são mais numerosos que os receptores de calor 
em uma determinada área. O frio extremo é experimentado como dor, pois envolve receptores de 
dor (nociceptores) 
 No sistema motor – aumenta a força muscular isométrica e a resistência do músculo 
esquelético. Esse efeito é limitado a pequenas quantidades de resfriamento e tem curta duração, 
pois a atividade muscular aumenta notavelmente a taxa de reaquecimento de tecidos profundos 
após resfriamento. Se o resfriamento é maior ou mais prolongado, o resultado é a redução da força 
muscular, pois poderia induzir vasoconstricção protetora e, consequentemente, redução no 
fornecimento de nutrientese remoção de produtos residuais tóxicos. O resfriamento reduz o 
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Aula 03 3 
 
tremor muscular e vem sendo utilizado para melhorar a função de mãos de pacientes com tremor 
clinicamente significativos e reduzir a espasticidade. 
 
Efeitos Terapêuticos: 
 Lesões Recentes – em resposta à lesão, tecidos vasculares sofrem três processos distintos, 
mas sobrepostos: necrose, inflamação e reparo. Quando aplicado, o frio causa uma vasoconstricção 
imediata e faz o sangue ficar mais viscoso. Combinado com a pressão sobre a ferida, o tratamento 
leva à hemostasia. Contudo, o resfriamento não deve ser tão intenso ou tão prolongado, pois 
havendo diminuição exacerbada da temperatura gera-se mais dano tecidual. O resfriamento na 
medida certa, vai reduzir a formação do edema e a produção de irritantes, aliviando a dor. 
Compressão e elevação também limitam a formação de edema. O tratamento inicial de lesões 
traumáticas é resumido no acrônimo RICE (R=repouso; I= gelo(ice); C=compressão; E=elevação), 
desenvolvido pelo Dr Gabe Mirkin (1978) e mundialmente utilizado sem nenhuma objeção. 
PRICES: 
P = proteção para futuros danos 
R = repouso para evitar irritação prolongada 
I = gelo (ice) para controlar a dor, hemorragia e edema 
C = compressão para suporte e controle de aumento de volume devido ao edema 
E = elevação para diminuir a hemorragia e o edema 
S = suporte para estabilizar a parte lesionada 
 
 Dor – o frio pode reduzir a dor inibindo a condução nervosa periférica, principalmente 
quando utilizada por períodos de tempo prolongado. A redução da temperatura reduz a velocidade 
de transmissão sensorial; desta forma o frio reduz a dor por efeito direto na redução da taxa de 
ativação dos nociceptores, podendo levar até a um bloqueio de condução do nervo sensorial. O 
resfriamento reduz a dor pela elevação do limiar de dor, liberação de endorfinas e diminuição do 
metabolismo. 
 Espasmos muscular – nestes casos a crioterapia é utilizada visando única e exclusivamente 
o combate a dor, portanto de forma a aliviar ou promover analgesia na área lesionada, diminuindo 
o espasmo muscular, desencadeado como medida protetora pós traumática. A aplicação do frio é 
usada para quebrar o ciclo vicioso, reduzindo assim, o espasmo muscular e o desconforto; produz 
dois benefícios: aumento da amplitude de movimento (ADM) e possivelmente, uma maior taxa de 
reparo tecidual. 
 Espasticidade – o resfriamento tem sido usado clinicamente por muitos anos para reduzir a 
espasticidade muscular. Um trabalho experimental realizado por Price (1993), o qual empregou a 
crioterapia para controlar a espasticidade da musculatura da panturrilha, em pacientes com lesões 
vasculares cerebrais, traumatismos cranianos e lesões medulares. O método empregado se 
fundamenta na aplicação de compressas geladas no tempo de 15 a 20 minutos sobre o músculo da 
panturrilha. Ao término deste tempo realizam-se manobras de alongamento muscular para 
favorecer a ADM do tornozelo, assim como verificar a diminuição do tônus depois de 1 a 3 horas da 
aplicação. Os resultados obtidos verificaram o aumento da mobilidade articular (ADM) e a 
diminuição da espasticidade. Entretanto, deve-se ter alguma precaução com o uso da crioterapia 
ELETROTERMOFOTOTERAPIA Prof Carmindo Carlos 
 
Aula 03 4 
 
nestes casos, pois pode haver o chamado “fenômeno (efeito) rebote”, com o aumento da 
espasticidade, após 30 minutos ou até algumas horas depois de finalizada a sessão. 
 Condições inflamatórias agudas - todo trauma no organismo gera um processo inflamatório 
nos tecidos. Destacam-se os seguintes efeitos do frio em relação à inflamação: redução do 
metabolismo e do consumo de oxigênio; prevenção no local da hipóxia secundária ou, quando já 
instalada, ajuda na sua resolução; reduz a dor, reduz a formação do edema, redução do 
metabolismo da colagenose sinovial. 
 
Indicações: 
 - Analgesia (diminuição da dor inibindo fibras de dor tipo C ou por fator indireto: edema e 
espasmo muscular); 
 - Relaxamento (diminuição do espasmo muscular inibindo a atividade do fuso e redução da 
dor); 
 - Melhora a ADM 
 - Processos inflamatórios (fase aguda – diminuição do metabolismo e da circulação); 
 - Diminuição do edema e do sangramento (reduz o extravasamento de líquido para o espaço 
intersticial e redução do fluxo sanguíneo); 
 - Força muscular (melhora do desempenho muscular durante o resfriamento: efeito não 
devidamente esclarecido); 
 
Sensações provocadas pela crioterapia: 
 Frio intenso → Analgesia → Queimadura → Sensação de dor (tipo agulhada) 
 
Efeitos Prejudiciais: 
 - Ulceração (congelamento dos tecidos localizados levando a hiperemia, coceira e necrose); 
 - Queimadura (ulceração inicial por congelamento da pele); 
 - Hipóxia tecidual superficial - necrose (congelamento dos tecidos subcutâneos, manchas 
azuis ou arroxeadas; 
 - Hipóxia tecidual profunda – necrose (congelamento da pele, subcutâneo, vasos sanguíneos 
e músculos), há bolhas, dor latejante e “agulhadas”. Pode haver perdas de tecido com pele cinza e 
restos de tecido escuro (seco e enrugado); 
 - Pé de imersão (resultado da exposição prolongada (semanas) ao frio ou a água fria em 
temperatura ambiente acima do congelamento. A evolução do quadro apresenta edema, hiperemia 
e anestesia transitória. Não há risco quando o caso é leve, mas nos casos graves experimentam-se 
anos de dor, adormecimento e redução da força muscular. Dificilmente o quadro evolui para 
gangrena. 
ELETROTERMOFOTOTERAPIA Prof Carmindo Carlos 
 
Aula 03 5 
 
 - Pé de trincheira (apresenta a mesma condição do pé de imersão, diferindo somente nas 
condições de exposição, ou seja, em condições pantanosas e úmidas, lembrando soldados 
entrincheirados); 
 
Em que fase da lesão devemos aplicar a crioterapia? 
 Devemos iniciar a crioterapia ainda na fase aguda, nos primeiros cinco minutos após a lesão, 
a fim de alcançar todos os benefícios da terapia. 
 
Contra Indicações: 
- Hipersensibilidade ao frio (reações alérgicas) : normalmente devido aos seus leves 
sintomas, a hipersensibilidade não é muito considerada pelos profissionais da área, porém deve 
haver sempre a intenção por parte do Fisioterapeuta em diagnosticar esta hipersensibilidade ao frio 
e contra indicar a terapia pelo frio. Como classificação das reações alérgicas destacam-se: 1- 
urticária fria: devido a liberação de histamina; 2- hemoglobinúria: grupo com sinais caracterizados 
pelas hemolisina fria e aglutinina; 3- Púrpura (hemorragia da pele e membranas mucosas): 
refletindo presença de crioglobulina, uma proteína anormal no sangue que promove a formação de 
um gel á baixas temperaturas; 4- Eritema frio: resposta não alérgica, congênita e anormal ao 
resfriamento caracterizado por dor severa, espasmo muscular, suor, porém sem urticária; 
 - Alterações vasoespásticas (Fenômenode Raynauld) : é o nome dado as alterações 
funcionais da circulação periférica de caráter local. É caracterizado por episódios de vasoconstricção 
nas pequenas artérias e arteríolas (nas extremidades), resultando em palidez, ou cianose da pele, 
seguido de hiperemia, também podendo ocorrer formigamento e queimação. A obstrução completa 
dos vasos ocorre quando a constricção for muito grande, gerando necrose. A Doença de Raynauld 
é também denominada de fenômeno primário de Raynauld e é predominante no sexo feminino 
jovem. Na terapêutica clínica devemos considerar proibitivo o uso da crioterapia nestes indivíduos. 
 - Em trajetos de nervos superficiais não se usa crioterapia que ultrapasse o período de 30 
minutos, pois pode levar a lesão nervosa 
 - Arteriosclerose : por promover vasoconstricção em um vaso que pode estar sendo 
obstruído; 
 - Doença vascular periférica: o frio diminui a irrigação sanguínea (ex: paciente com 
elefantíase); 
 - Rigidez articular: o frio aumenta a rigidez mecânica do tecido colagenoso; 
 - Alterações da sensibilidade; 
 - Crianças e idosos* 
 - Alterações mentais e estados de consciência; 
 - Diabéticos* 
 
ELETROTERMOFOTOTERAPIA Prof Carmindo Carlos 
 
Aula 03 6 
 
FIQUE ATENTO! 
 Pessoas idosas apresentam desconforto quando utiliza-se crioterapia, pois o centro da 
regulação térmica, localizado no cérebro, apresenta alterações devido ao envelhecimento. O idoso 
relata frio não apenas no local da aplicação, mas sim em todo o corpo. 
 
Métodos de Aplicação: 
Massagem com cubos de gelo: 
 Está indicada para tratamentos breves em áreas delimitadas, como pontos de gatilho, 
fibromialgia, tendinite, lombalgia. Para tornar mais cômoda ao Fisioterapeuta, algumas técnicas 
podem ser utilizadas no preparo do gelo como utilizar um copo de plástico com água e um palito de 
madeira, obtendo-se um cubo de gelo na forma de picolé que facilitará seu manuseio. Outra 
maneira é congelar a água dentro de copo de vidro ou plástico. Os movimentos podem ser 
semelhantes aos do cabeçote do US e devem respeitar as proeminências ósseas e tecidos com 
escassa massa adiposa. Este procedimento, pela sua semelhança, está descrito por Jonderko (1990) 
como “ultrassom dos pobres”. 
 O Tempo de aplicação está determinado pelos efeitos necessários e pela sensação do 
paciente. No transcorrer da aplicação, o paciente refere sensação de frio, queimação, dor e perda 
de sensibilidade (hipoestesia), sendo neste momento recomendável a interrupção da sessão. O 
resfriamento é pouco profundo, mas sendo o suficiente para atingir a estrutura afetada e promover 
um efeito analgésico ou relaxante muscular reflexo. Esta modalidade pode durar de 3 a 10 minutos. 
 Quando pretende-se atingir uma estruturas mais profundas como tendões e músculos, deve-
se associar ao movimento uma pressão maior do cubo de gelo. Para facilitação da resposta motora 
em tecidos flácidos pode-se recorrer ao chamado resfriamento rápido, que consiste em 3-5 
passadas rápidas com um cubo de gelo sobre o músculo. Este procedimento pode ser utilizado em 
pacientes hemiplégicos flácido e com paralisia facial flácida, observando o tempo de 30 minutos 
para surgirem os efeitos. 
 
Bolsa de gelo: 
 São utilizadas bolsas de borracha ou plástico, cheias com água e gelo. São aplicadas sobre a 
pele previamente protegida com uma toalha úmida, evitando seu contato direto. A sessão dura 
entre 5 a 15 minutos, podendo chegar até 40 minutos nos casos de espasticidade. 
 
Cold Pack – Pacote Frio – Bolsa de Termogel: 
 O pacote de gel consiste em uma bolsa de vinil ou material plástico resistente, contendo uma 
substância gelatinosa capaz de absorver e manter a baixa temperatura. O pacote de gel é mantido 
a uma temperatura abaixo de zero grau e quando utilizado na terapia mantém esta mesma 
temperatura, por um período de tempo de aproximadamente 30 a 60 minutos. São preenchidas 
com um gel que não congela quando refrigerado; a bolsa permanece flexível e pode ser moldada 
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Aula 03 7 
 
com a região do corpo. Está indicado no tratamento de lesões superficiais e profundas. O seu 
aquecimento é lento e consegue manter seu valor terapêutico pelo período de tempo que durar a 
terapia. A fim de prevenirmos possíveis danos que este nível de temperatura pode causar, a duração 
da terapia deve ser no máximo de 20 minutos. Há no mercado também oferta de produtos que não 
mantém por mais de 5 minutos a temperatura de zero grau. Neste caso, apenas as lesões superficiais 
serão tratadas por este pacote de gel e o Fisioterapeuta terá o trabalho de trocar a cada 10 minutos 
de tratamento por um outro pacote previamente congelado, caso contrário os efeitos fisiológicos 
não poderão ser alcançados. 
 
Pacote Químico: 
 O pacote químico caracteriza-se por ser descartável (única aplicação) e possuir no interior 
duas divisões: uma pequena e outras maior, adicionando em seus interiores duas substâncias 
químicas que uma vez entrando em contato entre si, promoverão o resfriamento. Para iniciar a 
operação de resfriamento pelo pacote químico, devemos apertar a bolsa menor até que ela se 
rompa e libere o seu fluido para a bolsa maior, misturando os líquidos; o processo de congelamento 
se inicia imediatamente. A temperatura chega até zero grau e a duração da terapia deve ser de até 
20 minutos no máximo. Cuidados devem ser tomados para possíveis vazamentos do fluido que 
podem provocar queimaduras químicas. 
 
Banhos Gelados (Imersão): 
 A parte a ser resfriada é colocada em um recipiente de água gelada. Gelo em flocos é 
misturado com água gelada. A temperatura é controlada pela variação da quantidade de gelo a ser 
utilizada. Tempo de aplicação: 15 a 20 minutos. 
 
Spray: 
 Líquido volátil, vaporizado diretamente sobre a área a ser tratada. Aplica-se sobre a área, 
mantendo distância de 20 cm da área aplicada, por meio de 3 a 5 jatos curtos. Tempo: 5 segundos 
cada jato. Após a aplicação se forma uma mancha branca que proporciona a sensação de frio ou 
inclusive queimação. 
 
Unidades de Crioterapia de Fluxo: 
 Compreendem um reservatório de água, ao qual a água é adicionada e então, conectada 
através de um tudo isolado, para uma mangueira ou uma bolsa lacrada. A água circula na bolsa que 
cobre a área a ser tratada. Dependendo do dispositivo, a água mantém uma temperatura 
predeterminada termostaticamente ou gelo em pedaços é adicionado na água, dentro do 
reservatório, para que ela circule com cerca de 0ºC. 
 
 
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Aula 03 8 
 
Compressa Fria ou Panqueca Fria ou Panqueca de Gelo: 
 É a técnica mais utilizada na crioterapia pela facilidade na obtenção e aplicação do 
resfriamento até mesmo pelos pacientes em seus domicílios. Na compressa fria molhamos uma 
toalha em água fria (com pedras de gelo) e dobramos em forma de uma compressae aplicamos 
diretamente no local. Na panqueca fria ou panqueca de gelo, executamos o mesmo procedimento 
da compressa fria, só que adicionamos dentro da toalha, gelo moído. Dobra-se a toalha em forma 
de panqueca e aplica-se diretamente na região a ser tratada. A duração da aplicação está em torno 
dos 20 minutos. 
 
Banho de Contraste: 
 É uma técnica que promove alternância entre dilatação e constricção dos vasos sanguíneos 
por meio do uso intercalado de modalidades de calo e frio, respectivamente. É indicado na 
drenagem e diminuição de edemas. São utilizados dois recipientes, dentro dos quais os locais 
atingidos devem caber por inteiro; em um deles coloca-se água quente e no outro água gelada. A 
terapia deve começar mergulhando o local atingido em água quente, por um tempo de 3 a 5 
minutos; em seguida e sem descanso, passa-se para a água gelada por 1 ou 3 minutos. Em cada 
sessão essa técnica pode ser alternada 3 vezes, sendo que o tempo total da aplicação da técnica é 
de 20 minutos. Se a técnica for realizada associada a alguma outra técnica de redução de edema é 
recomendado finalizar a sequência da aplicação com o aquecimento, por facilitar o retorno ao 
padrão fisiológico. Mas se o banho de contraste for a única técnica, ou a última técnica de um 
procedimento terapêutico a ser utilizada é indicado finalizar com o resfriamento que pode vir 
associado ao protocolo PRICES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 03 9 
 
 
TEXTO COMPLEMENTAR - VALE A PENA LER ! 
 
FIM DA ERA DO GELO? 
 
O protocolo RICE (PRICES), proposto e descrito pelo Dr. Gabe Mirkin em 1978, tem sido usado por Fisioterapeutas no 
Brasil e no mundo sem praticamente nenhuma objeção, sobretudo no meio esportivo. Em Março de 2014 o Dr. Mirkin 
publicou um matéria em sua página pessoal levantando pontos e questionando seu protocolo, fato que surpreendeu a 
muitos. Seguem as palavras do Dr. Mirkin 
 
Porque o gelo retarda a recuperação: 
Quando escrevi meu livro best seller, Sportsmedicine em 1978, descrevi o termo RICE (Repouso, Gelo, Compressão, 
Elevação) para o tratamento das lesões esportivas (Little Brown and Co., pág. 94). O gelo tem sido usado como recurso 
padrão para o tratamento de lesões e dores musculares pois auxilia no alívio da dor causada pelo tecido lesado. O 
meu protocolo “RICE” tem sido usado por décadas, mas agora é possível que o uso do gelo e repouso absoluto podem 
retardar o processo de reparação, ao invés de auxiliar. 
Em um estudo recente, alguns atletas foram instruídos a se exercitar de forma tão intensa que desenvolveram lesões 
musculares graves, o que causou dores musculares. Apesar de o gelo ter retardado o edema, não acelerou a 
recuperação da lesão muscular (The American Journal of Sports Medicine, Jun 2013). Uma revisão de 22 artigos 
científicos não encontrou quase nenhuma evidência de que o gelo e compressão aceleraram a cicatrização em relação 
ao uso de compressão somente, apesar de que o uso do gelo e mais o exercício podem ajudar a na recuperação de 
entorses de tornozelo moderadamente (The American Journal of Sports Medicine, Jan 2004, 32(1):251-261). 
 
Reparação requer inflamação: 
Quando você lesiona um tecido através de trauma ou desenvolve dor muscular devido a um exercício de alta 
intensidade, você repara usando o seu sistema imune, o mesmo mecanismo biológico que você usa para combater 
antígenos. Isso é chamado de inflamação. Quando antígenos entram em seu corpo, seu sistema imune envia células 
e proteínas para a área lesionada para combater tais antígenos. Quando os músculos e outros tecidos são danificados 
o seu sistema imune envia as mesmas células inflamatórias para o tecido danificado para promover a reparação. A 
resposta para ambos, inflamação e lesão nos tecidos, é a mesma. As células inflamatórias correm para o tecido 
lesionado para iniciar o processo de reparação (Journal of American Academy of Orthopedic Surgeons, Vol 7, No 5, 
1999). As células inflamatórias chamadas macrófagos liberam um hormônio chamado Fator de Crescimento (IGF-1) 
nos tecidos danificados, o que ajuda os músculos e outras partes lesionadas a se repararem. No entanto, a aplicação 
de gelo para reduzir o edema, na verdade, retarda a reparação evitando que o corpo libere IGF-1. 
Os autores de outro estudo utilizaram dois grupos de ratos, um grupo era geneticamente alterado para que eles não 
pudessem gerar a resposta inflamatória normalmente esperada a lesão. O outro grupo era capaz de responder 
normalmente. Os cientistas injetaram Cloreto de Bário nos músculos para danificá-los. Nos músculos dos ratos que 
não podiam gerar a resposta imunológica esperada não houve reparação da lesão, enquanto que os ratos com o 
sistema imunológico normal houve a reparação rapidamente. Os ratos que eram capazes de desenvolver a resposta 
imune possuíam grandes quantidades de IGF-1 nos músculos lesionados, enquanto que no outro grupo a presença de 
IGF-1 era mínima. (Federation of American Societies for Experimental Biology, November 2010). 
 
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Aula 03 
10 
 
O gelo prejudica a chegada de células inflamatórias no tecido lesado: 
A aplicação de gelo no tecido lesado provoca constrição dos vasos sanguíneos próximos a lesão e limitam o fluxo 
sanguíneo, o qual traz as células inflamatórias (Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc, published online Feb 23, 2014). 
Os vasos sanguíneos permanecem constritos por horas após a aplicação de gelo. Esta diminuição do fluxo sanguíneo 
pode fazer com que o tecido morra e até causar danos permanentes aos nervos. 
 
Encontre o texto em: 
http://spallafisioterapia.com.br/rice-fim-da-era-do-gelo/ 
Texto Original: 
http://www.drmirkin.com/fitness/why-ice-delays-recovery.html

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