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Fisiologia Tegumentar Fisiologia Tegumentar: Composto por: Pele Anexos (glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, folículos pilosos e unhas) Pele – Funções: - Cobertura dos tecidos moles - Revestimento para o corpo - Regulação da temperatura corporal - Excreção - Absorção - Proteção contra lesões Maior órgão do corpo Camadas: Epiderme: Camada basal Camada Espinhosa Camada Granulosa Camada lúcida Camada Córnea Camada mais externa do corpo Possui epitélio pavimentoso queratinizado Mais espesso na palma das mãos e na planta dos pés Possui 4 tipos de células: Queratinócitos Células de Merkel Células de Langerhans Melanócitos Queratinócitos: Maioria das células da epiderme São mais abundantes na camada espinhosa Surgem na camada basal e a medida que vão se envelhecendo vão sendo empurrados para a superfície onde vão sendo diferenciados e acumulando filamentos de queratina, após 20 a 30 dias morrem e ocorre o processo de descamação. Diferentes tipos de pele: Pele espessa: encontrada principalmente não palma das mãos e na planta dos pés. Possuem o estrato lúcido Não possuem glândulas sebáceas nem folículos pilosos ou músculos eretores dos pelos Porém possuem glândulas sudoríparas Pele delgada: encontrada no resto do corpo Não possui o estrato lúcido Possuem glândulas sudoríparas, sebáceas, folículos pilosos e músculos eretores dos pelos Estrato Basal: Possui apenas uma camada de células Considerado como tecido germinativo uma vez que os queratinócitos são sintetizados nessa camada. Possui contato com a derme Encontram-se: queratinócitos, melanócitos e células de Merkel Células se interdigitam com a derme com o intuito de aumentar a adesão celular A renovação celular se deve por essa camada Estrato Espinhoso: Várias camadas de células polimórficas Mitoticamente ativas principalmente na região mais basal Possui muitos prolongamentos (tonofilamentos) É a camada mais espessa do corpo Células começam a acumular citoqueratina Células com grânulos lamelares revestidos por membrana de secreção lipídica Estrato Granuloso: 3 a 5 camadas achatadas Camada mais superior que as células ainda têm núcleo Grânulos de queratohialina não são envolvidos por membrana e são precursores da queratina no estrato córneo Possuem grânulos lamelares com substâncias ricas em lipídios e são envolvidos por membrana que quando se fundem com a membrana celular liberam esses grânulos que criam uma barreira impermeabilizante. Os grânulos de querato-hialina quando degradados ( início da transformação em camada córnea) liberarão uma substância que tem como objetivo manter a pele hidratada (Filagrina). Estrato lúcido: Encontrado mais evidentemente na pele espessa Células achatadas sem núcleos ou organelas pois já foram digeridos por enzimas lisossomais. O citoplasma apresenta numerosos filamentos de queratina densamente compactados juntamente com eleidina uma substância produzida na degradação dos grânulos de querato-hialina com características refratárias. Ainda há presença de desmossomos. Estrato córneo: Células achatadas, mortas e sem núcleo Citoplasma repleto de queratina Células mais distantes da superfície ainda contem desmossomos fazendo com que haja ainda a placa de ancoragem que garante a não descamação da pele. Células mais próximas da superfície, não apresentam mais desmossomos, pois os mesmos são degradados por peptidases ativas do pH ácido fazendo com que haja a descamação. Células de Langherans: Células apresentadoras de antígenos Origem mielóide Encontram-se na maior parte no estrato espinhoso Apresentam os antígenos capturados na pele para linfócitos T na própria epiderme e nos linfonodos regionais, e os linfócitos iniciam as respostas imunológicas Células de Merkel: Encontram-se predominantemente no estrato basal Células receptoras táteis (mecanoreceptores) Abundantes nas pontas dos dedos e nos folículos pilosos Na base da célula há presença de junções sinápticas com terminações sensitivas Liga-se aos queratinócitos através dos desmossomos Melanócitos: Encontrados no estrato basal Produzem melanina Longos prolongamentos que atingem o estrato espinhoso O aminoácido é transportado preferencialmente para dentro dos melanossomas Possuem vesículas denominadas de melanossomas que possui uma enzima chamada tirosinase que transformam a tirosina em DOPA e depois transformada em melanina A tirosinase é ativada apenas na exposição à luz ultravioleta. Luz ultravioleta: aumenta a síntese de tirosinase, ativa a enzima e aumenta consequentemente a produção de melanina. ACTH influencia na pigmentação: Pessoas com doença de Addison, ou seja, que possuem hipoadrenalismo possuem como conseqüência estímulos através de feedback para aumentar a produção de CRH e ACTH, causando assim maior atividade dos melanócitos e aumentando a pigmentação. Albnismo: é ausência da produção de melanina, isso ocorre devido a alterações genéticas que impedem a produção de tirosinase, enzima responsável pela transformação da tirosina em melanina dentro dos melanossomas. Relação melanócitos-queratinócitos: Os melanossomas vão até as extremidades dos prolongamentos dos melanócitos e por mecanismos pouco conhecidos, são injetados no citoplasma das dos queratinócitos. Nesse caso o prolongamento é destacado juntamente com o melanossoma (secreção citócrina) e depois crescem novamente. Cada melanócito supre um certo número de queratinócitos. Os melanossomas são depositados na região supranuclear garantindo uma proteção adicional dos queratinócitos contra os raios ultravioletas. Após algum tempo os lisossomos degradam os melanossomas e ao mesmo tempo degradam a melanina num processo que demora vários dias. A exposição limitada à radiação ultravioleta aumenta o tamanho e atividade dos melanócitos, porém, uma exposição prolongada pode levar ao aumento da população de melanócitos. Raça negra: melanossomas são grandes, numerosos e dispersos por todo citoplasma Raça caucasiana: menor quantidade de melanossomas, menores tamanhos e mais próximos ao núcleo, além de serem degradados mais rapidamente. Interface derme-epiderme: Interdigitação: projeções da derme + invaginações de epiderme Vantagem: aumenta a superfície de adesão além de aumentar a superfície de contato para a difusão de nutrientes vindos da derme para a epiderme. Seu contorno é irregular Na pele delgada é mais complexa Citoqueratina e filagrina: A citoqueratina é importante para manter a forma da pele e para que não haja um atrito tão grande entre os queratinócitos. No estrato granuloso há vesículas de querato-hialina que servem para reunir os estratos de citoqueratina formando feixes mais grossos, iniciar a formação dos corneócitos e originar substâncias que retém a água garantindo a hidratação da pele. Desenvolvimento da epiderme: As primeiras células são produzidas no estrato basal da epiderme, essas células tem alto grau germinativo No estrato espinhoso os queratinócitos produzem a involucrina, uma proteína que tem função de criar uma camada mais resistente abaixo da membrana plasmática. Quando os queratinócitos vão para o estrato granuloso eles se tornam mais permeáveis a íons cálcio que fazem com que haja formação de pontes cruzadas entre a involucrina e outras proteínas sintetizando assim uma camada resistente abaixo da membrana plasmática de cada queratinócito dessa camada. A desgranulação do granulo querato-hialina libera a filagrina, uma das substancias iniciadoras da transformação dos queratinócitos em corneócitos, além disso a filagrina causa uma maior junção das fibras citoqueratinas . O estrato córneo é caracterizado por possuir células mortas preenchidas de ligamentos de citoqueratinas, com presença de filagrina, eleidina (presente também pela decomposição dos grânulos de querato-hialina) e outras proteínas juntamente com uma matriz amorfa. Influenciam no crescimento e desenvolvimento dos queratinócitos: EGF e IL-1 alfa Suprime o crescimento e desenvolvimentodos queratinócitos: TNF-alfa Derme: Camada Papilar: Imediatamente abaixo da epiderme Possui cristas dérmicas que realizam interdigitações com a epiderme Composto de tecido conjuntivo frouxo Capilares que regulam a temperatura corporal através da vasodilatação ou vasoconstrição Contém corpúsculos sensitivos Corpúsculos de Meissner: Localizados em algumas cristas dérmicas São mecanoreceptores Estimulados quando ocorrem deformações na epiderme Comuns nos lábios, genitália externa e mamilos Corpúsculos sensoriais: Corpúsculo de Meissner: tato Corpúsculo de Paccini: pressão Corpúsculo de Krause: frio Corpúsculo de Ruffini: calor Terminações nervosas livres: dor Ligações nervosas: plexo nervoso capilar Camada Reticular: Não dá pra diferenciar a interface entre as camadas Presença das glândulas sudoríparas e sebáceas Presença do corpúsculo de Paccini e deRuffini Proteoglicanos ricos em dermatan sulfato Tecido conjuntivo denso não modelado Células mais escassas Grupo especial de músculos na face Hipoderme: Não faz parte da pele Quantidade variável de tecido adiposo Tecido conjuntivo fouxo Glândulas da pele: Glândula sudorípara écrina: Abundante em todo corpo Está localizada isoladamente do folículo piloso Termorregulação através de excreção: evaporação Pode ser localizada na derme ou hipoderme Estimulado por sistema nervoso simpático Porção secretora e ducto Unidade secretora: Células escuras: revestem o lúmen produz muco Células escuras: abaixo do lúmen secretam solução aquosa Células miopiteliais: Envolvem a porção secretora, contém filamentos de actina e miosina. Resumo exemplo: em dias muito quentes a pele tem aumento da temperatura, isso faz com que haja transmissões nervosas excitadas inicialmente pelo corpúsculo de Ruffini que levam transmissões nervosas que por sua vez irão estimular os neurônios sensíveis ao calor na área pré-óptica hipotalâmica anterior. O aumento da temperatura da pele faz com que o ponto de ajuste da temperatura central interna seja mais baixa para que haja a ativação dos mecanismos de regulação, ou seja, como já discutido anteriormente quanto maior for a temperatura da pele, menor é a temperatura corporal interna necessária para que ative esses mecanismos regulatórios. Dentre esses mecanismos estão à sudorese, inibição do centro de calafrios, aumento da vasodilatação e estímulo simpático sobre as glândulas sudoríparas. As inervações das glândulas sudoríparas quando estimuladas fazem com que haja um potencial de ação que estimule o cálcio os feixes de actina a se expressarem seus sítios ativos e a cabeça da miosina se ligue. A ligação da cabeça da miosina com a actina fará com que a cabeça se flexione em direção ao braço da miosina até retirar o ADP + Pi e conectar um novo ATP fazendo com que a cabeça da miosina volte a sua conformação normal. Quando a cabeça da miosina quebra novamente o ATP em ADP+Pi ela realiza novamente o deslocamento garantindo a teoria de “ir para diante” e assim realizando a contração da glândula. Outro fator importante é que se deve lembrar-se do sistema aldosterona e da vasodilatação: quando há necessidade da sudorese, o corpo aumenta a produção de suor, contudo, através da regulação pelo eixo aldosterona faz com que haja uma reabsorção maior de sódio e eletrólitos causando menor perda dos mesmos. A sudorese nesses casos será menos concentrada apesar de ser maior a quantidade de liquido secretado pelo suor. À medida que o líquido passa pelos ductos o fluido é modificado, secretando ou absorvendo mais sódio, bicarbonato, água e potássio de acordo com a necessidade. Glândula sudorípara apócrina: São muito maiores Ductos se abrem nos canais dos folículos pilosos, acima da entrada do ducto sebáceo Encontradas nas axilas, aréolas dos mamilos e na região anal Produzem cerúmem no conduto auditivo interno A secreção é inodora, o que faz o suor ter cheiro é devido a flora cutânea pelas substancias produzidas pela microbiota da nossa pele. Glândulas sebáceas: Encontradas na derme Não há presença dessas glândulas na palma das mãos e na lateral e planta dos pés Mais abundante na face, testa e couro cabeludo Todos os folículos pilosos possuem uma glândula sebácea Sebo: semelhante a uma cera Glândula holócrina, ou seja, a célula produtora sai junto com a secreção Em algumas partes do corpo que não há folículos pilosos, o ducto se abre na pele: glande do pênis, aréola do mamilo, lábios da vulva e a superfície interna do prepúcio. Glândulas lobulares com células basais e ductos curtos Na região central há presença de células basais em diferentes estágios de degeneração, que quando sofrem necrose liberam lipídios e restos celulares (produto da secreção). Glândula holócrina Hormônios sexuais estimulam a produção de mais secreção Pelos: Estrutura queratinizada e filamentosa 2 tipos de pelos: velos (maior parte do corpo, são macios, curtos, finos e claros) e terminais (predominam principalmente no couro cabeludo, sobrancelhas e são longos, filamentosos, escuros e duros) No feto: lamelo (muito finos) Folículo piloso: Invaginação da epiderme onde nascerá um pelo Raiz do pelo + papila dérmica = bulbo piloso Espessa membrana basal: Membrana vítrea Conjunto de células que compõe a raiz do pelo = matriz, que através da proliferação da mesma ocorrerá o crescimento do pelo Células sintetizam citoqueratina e grânulos de tricohialina Por ser uma invaginação da epiderme, há melanócitos juntamente com as células da matriz, que transferirão melanossomas para as células da matriz e para as células proliferadas dando a coloração do pelo. Crescimento dos pelos: Período de crescimento: fase anagênica Período de involução/repouso: fase catagênica Fase final do repouso: fase telogênica Crescimento dos pelos: O processo de queratinização da pele e dos pelos são diferentes Pele: formação de uma queratina mole, no qual com o envelhecimento ocorre a descamação Pelos: formação de uma queratina dura, na qual com o envelhecimento há o crescimento em uma matriz de tricohialina no qual as células queratinizadas se acumulam e tornam-se compridas e resistentes. Músculos eretores dos pelos: Feixes de células musculares lisas Aparecem a partir da metade do folículo piloso em direção à camada papilar da derme Suas contrações elevam a haste do pelo e a pele ao redor da haste Unhas: Células epiteliais fortemente queratinizadas e compactadas em placas de queratina dura Matriz ungeal: local onde há a proliferação da epiderme e tornam-se queratinizadas Estrato córneo da prega ungeal: cutícula eponíquo e acima da unha hiponíquo Branco na extremidade proximal: lúnula Extremidade distal: leito ungeal contínuo à pele da unha. Raios Ultravioletas: UVB- atinge apenas a epiderme causando principalmente queimaduras UVA- antigamente achavam que causava apenas o bronzeamento da pele, porém, sabe-se hoje que esse tipo de raio é mais invasivo atingindo até a camada reticular da derme. Sardas: Genéticas Aparece mais em pessoas brancas (principalmente ruivos) Aumento da produção de melanina e acúmulo na região basal da epiderme Escurecem com exposição à radiação ultravioleta Tendem a desaparecer no inverno Psoríase: Doenças com lesões circunscritas Estão relacionadas ao aumento da atividade mitótica da camada basal e espinhosa Causas desconhecidas, porém com predisposição genética Sintomas se exacerbam periodicamente principalmente com estresse Doença incurável mas com tratamento Verrugas: Crescimento epidérmico benigno (hiperplasia) Infecção dos queratinócitos pelo papilomavírus Melanoma: Mais prevalente em pessoas de pele clara Muito invasivo Geralmente associado à excessiva exposição solar Carcinoma basocelular: alterações de melanócitos que penetram na derme e alcançam vasos linfáticos e sanguíneos levando a metástase. Rodrigo Batista Irikura E-mail: rodrigoirikura@gmail.com
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