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Resumo 9 Legislação Trabalhista e Previdenciária 2015 2 Franceska

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FAP – Faculdade do Pará
Prof. Mauro Marques Guilhon 
Disciplina: Legislação Trabalhista e Previdenciária
RESUMO DE AULA 9
UNIDADE 7 - DIREITO COLETIVO DO TRABALHO: 7.1 DEFINIÇÃO E RAMOS; 7.2 LIBERDADE E ORGANIZAÇÃO SINDICAL; 7.3 CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO; 7.4 GREVE; 7.5 CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS.
1. Conceito de sindicato: É a associação de pessoas físicas ou jurídicas que exercem atividade profissional ou econômica, para a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.Com a atual Constituição, a natureza jurídica do sindicato é de uma associação de natureza privada, autônoma e coletiva.
3. Princípios da Liberdade Associativa e Sindical e da Autonomia Sindical
3.1 Princípio da liberdade associativa e sindical
O princípio em comento pode ser desdobrado em dois outros, quais sejam: o princípio da liberdade de associação e o da liberdade sindical.
O princípio da liberdade de associação assegura a liberdade de reunião e associação pacífica de um grupo de pessoas, agregadas por objetivos comuns, não necessariamente ligadas em função de interesses econômicos ou profissionais.
Por sua vez, o princípio da liberdade sindical consiste na faculdade que possuem os empregadores e os obreiros de organizarem e constituírem livremente seus sindicatos, sem que sofram qualquer interferência ou intervenção do Estado, objetivando a defesa dos interesses e direitos coletivos ou individuais da categoria, seja ela econômica (patronal), seja profissional (dos trabalhadores), inclusive em questões judiciais ou administrativas.
A liberdade sindical materializa-se em 2pólos de atuação, a saber:
• liberdade sindical individual: faculdade que o empregador e o trabalhador, individual e livremente, possuem de filiar-se, manter-se filiado ou mesmo desfiliar-se do sindicato representativo da categoria (CF/1988, arts. 5.°, XX, e 8.°, V);
• liberdade sindical coletiva: possibilidade, que possuem os empresários e trabalhadores agrupados, unidos por uma atividade comum, similar ou conexa, de constituir, livremente, o sindicato representante de seus interesses (CF/1988, arts. 5.°, XVIII, e 8.°, caput).
3.2 Princípio da autonomia sindical
O princípio da autonomia sindical consiste na faculdade que possuem os empregadores e trabalhadores de organizarem internamente seus sindicatos, com poderes de autogestão e administração, sem a autorização, intervenção, interferência ou controle do Estado (CF/1988, art. 8.°, I).
Decorre do princípio da autonomia sindical a liberdade dos associados encerrarem livremente as atividades do sindicato (auto extinção), exigindo-se, para suspensão de suas atividades por ato externo ou dissolução compulsória, decisão judicial, sendo necessário, no último caso, o trânsito em julgado (CF/1988, art. 5.°, XIX).
O princípio da autonomia sindical somente ganhou força com a nova Constituição, que eliminou o controle do Estado sobre a estrutura dos sindicatos quanto à sua criação e gestão e ampliou consideravelmente as prerrogativas de atuação dessas entidades na defesa dos interesses e direitos coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (art. 8.°, III) e tornou obrigatória a participação sindical nas negociações coletivas de trabalho (art. 8.°, VI).
4. Criação e Registro do Sindicato
O art. 8.°, I, da CF/1988 adotou a orientação de que:
"I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para fundação do sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder público a interferência e a intervenção na organização sindical".
Nesse diapasão, temos que a constituição do sindicato passa por 2 registros:
• registro no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conferindo ao sindicato a chamada personalidade jurídica;
• registro no Ministério do Trabalho, conferindo ao sindicato a chamada personalidade sindical, por intermédio do competente registro sindical.
A constituição do sindicato necessariamente tem de passar pelos 2 registros, uma vez que a passagem tão-somente em cartório não dotará a entidade de personalidade sindical, ante a necessidade do registro no Ministério do Trabalho, principalmente para a verificação da base territorial.
A CF/1988 consagrou o princípio da unicidade sindical, ou seja, o estabelecimento de sindicato único representativo de determinada categoria em base territorial que não poderá ser inferior à área de um Município (CF/1988, art. 8.°, II).Portanto, somente o Ministério do Trabalho ou a quem for transferido o cadastro nacional das entidades sindicais estará em condições de examinar os pedidos de registro, objetivando respeitar a unicidade sindical imposta pela Carta Maior.
5. Associação Profissional e Sindicato
Pelo regime da CLT, a associação profissional representava uma fase preliminar obrigatória da investidura sindical (art. 512), competindo ao Ministério do Trabalho expedir a "carta de reconhecimento" em favor da associação mais representativa da categoria (art. 519).Essa regra jurídica perdeu sua validade em função da liberdade sindical prevista no art. 8.° da Carta Magna, a qual determina que a investidura sindical independe de prévia formação de associação profissional.
6. Categoria Econômica, Profissional e Diferenciada
A CF/1988, nos arts. 7.°, parágrafo único e 8.°, II, III e IV, menciona o sistema de categorias, o que denota que a organização (sindical brasileira ainda é feita por categorias, tendo sido recepcionadas as disposições da CLT (art. 570) atinentes às expressões categorias econômicas e profissionais.
A categoria econômica (também chamada de categoria patronal) é formada quando há solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constituindo vínculo social básico entre essas pessoas (CLT, art. 511, § 1.°).
Atividades similares são as desenvolvidas por empresas que exploram negócios distintos, mas de ramos parecidos, como, por exemplo, os hotéis e restaurantes.Atividades conexas são as que se complementam, mencionando, ilustrativamente, as várias atividades existentes na construção civil (serviços de alvenaria, hidráulica, esquadrias, pinturas, elétrica etc.).
A categoria profissional (categoria dos trabalhadores) é formada pela existência de similitude de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas (CLT, art. 511, § 2.°).
Impende destacar que se a empresa não tiver uma única atividade, mas várias, o empregado será enquadrado de acordo com a atividade preponderante lá desenvolvida (CLT, art. 581, § 2.°).
O art. 511, § 1°, da CLT define categoria diferenciada como:
"Art. 511. A que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força do estatuto profissional especial ou em conseqüência de condições de vida singulares".
Na categoria diferenciada, a formação do sindicato decorre da união de empregados ligados à mesma profissão.Como exemplos de categorias diferenciadas (de acordo com o quadro anexo mencionado pelo art. 577 da CLT), podemos citar: a) a dos aeronautas; b) dos publicitários; c) dos vendedores e viajantes do comércio; d) dos professores; e) dos condutores de veículos rodoviários (motoristas); f) dos cabineiros de elevadores (ascensoristas); g) das secretárias etc.
Com relação à categoria diferenciada, vale lembrar que para a aplicação plena da norma coletiva, impõe-se que todas as empresas, diretamente ou por meio do respectivo sindicato patronal, tenham subscrito a convenção ou o acordo coletivo.
7. Sindicato, Federação e Confederação
A estrutura sindical brasileira é formada pelos sindicatos, federações e confederações.As federações e confederações constituem associações sindicais de grau superior.As federações são entidades sindicais de grau superior, organizadas nos Estados.Dispõe o art. 534 da CLT que as federações poderão ser constituídas desde que congreguem número não inferior a 5 sindicatos, representando a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas.
Quando as categorias não forem organizadas em sindicato, as federações poderão celebrar convenções coletivas e acordos coletivos, nos casos respectivamente previstos na CLT, arts. 611, § 2.°, e 617, § 1.°, e até mesmo instaurar dissídios coletivos (CLT, art. 857, parágrafo único).
As confederações são entidades sindicais de grau superior, em âmbito nacional, sendo constituídas por, no mínimo, 3 federações, tendo sede em Brasília (CLT, art. 535).São as confederações formadas por ramo de atividade (indústria, comércio, transporte etc.), em que podemos citar a confederação nacional da indústria, confederação nacional dos trabalhadores na indústria, confederação nacional do comércio, confederação nacional dos trabalhadores no comércio etc.
Quando as categorias não forem organizadas em sindicatos, nem em federações, as confederações poderão celebrar convenções coletivas (CLT, art. 611, § 2.°), acordos coletivos (CLT, art. 617, § 1.°) e a instaurar dissídios coletivos (CLT, art. 857, § 2.°).
8. Unicidade Sindical, Unidade Sindical e Pluralismo Sindical
8.1 Unicidade sindical: A CF/1988, no art. 8.°, 11, consagrou a unicidade sindical, impossibilitando a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau (o que inclui as federações e confederações), representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que não poderá ser inferior à área de um Município.
8.2 Unidade sindical:A unidade sindical também tem como característica a existência de sindicato único representativo de determinada categoria econômica ou profissional.Contudo, na unidade sindical, o sindicato único não é imposto pela lei (como ocorre na unicidade sindical).
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8.3 Pluralismo sindical: Consiste na possibilidade de existir mais de um sindicato representante da mesma categoria, profissional ou econômica, em uma só base territorial.
9. Sistema de Custeio do Sindicato
O custeio dos sindicatos é formado pelos seguintes sistemas:
9.1 Legal: É a contribuição sindical mencionada na parte final do inciso IV do art. 8.° da CF/1988, estando também disciplinada nos arts. 578 a 610 da CLT.A contribuição sindical, de natureza tributária, corresponde:
• a um dia de trabalho para os empregados (CLT, art. 580, 1);
• para os trabalhadores autônomos e profissionais liberais toma-se por base um percentual fixo (CLT, art. 580, II).
• calculada sobre o capital da empresa, para os empregadores (CLT, art. 580, III).
Os descontos a título de contribuição sindical são compulsórios, independentes da vontade do obreiro ou da empresa em contribuir, pagando a contribuição todos aqueles que pertencerem à categoria, sindicalizados ou não, por se tratar de prestação compulsória de natureza tributária, que independe da vontade dos contribuintes.
Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados, relativamente ao mês de março de cada ano (CLT, art. 582), a contribuição sindical devida aos sindicatos profissionais, correspondente à remuneração de um dia da jornada normal de trabalho.
O recolhimento da contribuição sindical pertinente aos trabalhadores avulsos será efetuado no mês de abril de cada ano, e o relativo aos agentes e trabalhadores autônomos realizar-se-á em fevereiro (CLT, art. 583).As empresas deverão recolher sua contribuição sindical no mês de janeiro de cada ano (CLT, art. 587).A contribuição sindical dos trabalhadores rurais corresponde a um dia do salário mínimo.
9.2 Assistencial
A contribuição assistencial, também chamada de taxa assistencial ou desconto assistencial, está prevista no art. 513, e, da CLT, e consiste numa contribuição, em geral fixada em cláusula de convenção ou acordo coletivo ou mesmo estabelecida em sentença normativa, feita pelos integrantes associados da categoria econômica ou profissional, em favor do respectivo sindicato, em função dos custos decorrentes do processo de negociação.
Vale destacar que o Precedente Normativo 119 do TST estabelece que:
"Fere o direito à plena liberdade de associação e de sindicalização cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa fixando contribuição a ser descontada dos salários dos trabalhadores não filiados a sindicato profissional, sob a denominação de taxa assistencial ou para o custeio do sistema confederativo. A Constituição da República, nos arts. 5.°, XX, e 8.°, assegura ao trabalhador o direito de livre associação e sindicalização".
9.3 Confederativo: Prescreve o art. 8.°, IV, da CF/1988 que:
"IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei".
A contribuição confederativa, introduzida pela Carta Maior de 1988, tem como objetivo custear o sistema confederativo, do qual fazem parte os sindicatos, as federações e as confederações, não só da categoria profissional, mas também da categoria econômica.
O valor da contribuição confederativa é fixado pela assembleia geral.O TST, por meio do já mencionado Precedente Normativo 119, definiu que a contribuição confederativa somente é devida pelos associados.
9.4 Voluntário: Consiste na mensalidade sindical, a qual é paga exclusivamente pelos associados ao sindicato, sendo prevista pelo estatuto de cada entidade sindical.Outrossim, nada impede que o sindicato possua outras receitas voluntárias provenientes de doações, aplicações financeiras, aluguéis etc.
10. Centrais Sindicais
A Lei n.º 11.648/2008 fez o reconhecimento formal das Centrais Sindicais no Brasil, enquanto entidades associativas de direito privado de representação geral dos trabalhadores, constituídas em âmbito nacional. No artigo primeiro da Lei n.º 11.648/2008 estão definidas as atribuições e prerrogativas das Centrais Sindicais.
Para fins de verificação da representatividade, deverão as Centrais Sindicais se cadastrar no Sistema Integrado de Relações do Trabalho (SIRT/MTE), devendo manter seus dados cadastrais atualizados, conforme estabelecido no artigo 1º da Portaria n.º 194/2008.
11. Substituição Processual pelos Sindicatos
12 Negociação Coletiva
12.1 Conceito: Negociação coletiva é a que compreende todas que envolvem um empregador ou um grupo de empregadores ou organização de empregadores e uma ou várias organizações de trabalhadores visando fixar condições de trabalho e disciplinar as relações entre empregadores e trabalhadores.
A negociação coletiva é um processo que objetiva a realização da Convenção ou do Acordo Coletivo de trabalho.
Distingue-se da Convenção e do Acordo coletivo, pois a negociação é um procedimento que visa superar as divergências entre as partes, enquanto aquelas são o resultado desse procedimento. Se a negociação for frustrada, não haverá a produção da norma coletiva. Contudo, poderá o sindicato ajuizar dissídio coletivo.
Os sindicatos das categorias econômicas ou profissionais e as empresas não poderão se recusar à negociação. Porém, não são obrigados a concluir a avença.A legitimidade para celebrar Convenções e Acordos é do sindicato ou da empresa. Não pode qualquer tipo de associação em substituição ao sindicato.
Não é exigido pela CLT que as Convenções e Acordos Coletivos sejam homologados para que tenham validade. Apenas é feito o arquivamento no Ministério do Trabalho de uma via da norma, a fim de que ela tenha vigência após três dias, conforme dispõe o § 1º do art. 614 da CLT.
Geralmente, a negociação é feita por categoria, conforme reconhece a Constituição nos incisos II, III e IV do art. 8º.
Os sindicatos, federações, confederações são organizações sobrepostas, de diferentesníveis, que formam uma grande pirâmide de associações sindicais.A Recomendação nº. 163 da OIT diz que as negociações coletivas devem se desenvolver em todos os níveis. No entanto, no direito brasileiro não é assim, uma vez que as negociações restringem-se ao nível dos sindicatos. Estes detém a exclusividade e o monopólio da negociação, quando existentes.
A federação sindical não tem legitimidade para negociar e assinar os instrumentos normativos onde há sindicatos. Apenas onde a categoria não é organizada em sindicatos. As confederações não podem negociar diretamente entre si. O mesmo ocorre com as centrais. Sem a participação do sindicato, as cláusulas negociadas por entidades de grau superior não se aplicam na sua base territorial. (NASCIMENTO, 2002, p.567).
Apesar disso, as entidades de grau superior desenvolvem a articulação política da negociação e, de modo complementar, assinam, em conjunto com os sindicatos, as normas coletivas concretizadas.Por outro lado, como acima citado, as federações podem negociar quando as categorias não são organizadas em sindicato.
12.2 Acordo Coletivo e Negociação Coletiva
O art. 611, § 1º da CLT narra que os Acordos Coletivos são pactos entre uma ou mais empresas com o sindicato da categoria profissional, aplicáveis a essas empresas. O ponto comum entre a Convenção e o Acordo são as estipulações de condições de trabalho que serão aplicadas aos contratos individuais dos trabalhadores, tendo efeito normativo.
Já a diferença se encontra nos sujeitos envolvidos, sendo que o Acordo é feito entre uma ou mais empresas e o sindicato da categoria profissional, enquanto que a Convenção é realizada entre sindicato da categoria profissional e o sindicato da categoria profissional.
É importante ressaltar que as federações ou confederações, na falta das primeiras, poderão celebrar convenções, desde que as categorias não tenham sido organizadas em sindicato.
O art. 617 da CLT estabelece que os empregados de uma empresa que queiram fazer Acordo Coletivo, devem cientificar por escrito o seu sindicato o qual terá oito dias para assumir a direção das negociações. Esta mesma disposição se aplica para as empresas interessadas com relação ao seu sindicato.
Terminado o prazo referido em lei, os interessados podem dar conhecimento do fato à federação e, em sua falta, à confederação para que essa no mesmo prazo assuma a direção da negociação. Esgotado também esse prazo, permanecendo as entidades inertes, os interessados poderão prosseguir diretamente na negociação.
Todavia, o sindicato somente poderá celebrar o Acordo Coletivo se, por assembleia geral convocada pelo sindicato ou pelos trabalhadores, houver deliberação nesse sentido, observado o quórum previsto no art. 612 da CLT.
Apesar da participação do sindicato dos empregados ser obrigatória nas negociações coletivas, segundo Constituição Federal, a permissão da CLT para que os trabalhadores prossigam na negociação, conforme acima descrito, não foi revogada porque os interessados não poderão ficar esperando indefinidamente que o sindicato proceda nas tratativas que lhe interessam diretamente.
O art. 620 da CLT diz que a norma mais favorável ao empregado estabelecida em Convenção prevalecerá sobre as estipuladas em Acordo. Por outro lado, se as cláusulas do Acordo forem mais favoráveis, estas é que serão aplicadas.O prazo máximo de validade da Convenção ou Acordo Coletivo é de dois anos, conforme o § 3º do art. 614 da CLT. Na prática, porém, tem sido fixado no prazo de um ano.
13. Greve	
No Brasil, a Constituição da República de 1988 estabelece em seu Título II, Dos Direitos e Garantia Fundamentais, Capítulo II, Dos Direitos Sociais, o artigo 9º sobre a abrangência do direito de greve e dos interesses a serem defendidos, dispondo o seguinte: “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”.
Como se observa não houve restrição constitucional quanto à forma ou quanto aos interesses a serem defendidos pelos trabalhadores no exercício do direito de greve. Todavia, a Lei 7.783/89, que veio regulamentar o direito de greve, dispôs em seu artigo 2º que “considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador”. 
A greve é um direito fundamental, garantido ao trabalhador, de caráter eminentemente coletivo e proveniente das relações sociais de trabalho. 
Tipos e finalidade de greve
O tipo mais comum de greve é aquele que tem por finalidade forçar o empregador a negociar com os trabalhadores melhores condições de trabalho. Além deste tipo, temos as chamadas greves de cunho político, com a finalidade de exercer pressão sobre o governo, principalmente, e as chamadas “greves de solidariedade”, que tem como finalidade apoiar outras categorias de trabalhadores.
Não existe consenso sobre a legalidade da greve cujo escopo não seja de ordem econômica ou visando o cumprimento de melhores condições de trabalho para os obreiros.
Lock-out.
Nossa lei proíbe tal prática. O artigo 17 da lei 7.783/89 assim dispõe:
“Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout).
Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação.”
Efeitos da greve no contrato de trabalho
O período em que perdura uma greve pode ter efeito de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho.
	
De acordo com o que reza o artigo 7º da lei 7.783/89 a greve, a princípio, suspende o contrato de trabalho devendo as relações obrigacionais do mesmo ser regidas de acordo com convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho, o que pode caracterizar interrupção do contrato de trabalho. Vejamos o que dispõe o referido artigo:
“Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14.”
	
Assim, o instrumento por meio do qual a greve teve fim é que elucidará quais os efeitos do movimento paredista sobre o contrato de trabalho. Durante a greve é vedada a dispensa dos empregados, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, nos termos do § único do art. 7º da Lei de Greve, salvo quando se tratar de greve abusiva. 
Limitações ao direito de greve
A greve não pode ser abusiva. Sobre o tema, vejamos o art. 14 da Lei de referência:
“Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
 Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisação que:
 I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;
 II - seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação de trabalho.”
Quanto aos efeitos da greve declarada abusiva, vejamos o que diz o TST:
OJ-SDC-10 GREVE ABUSIVA NÃO GERA EFEITOS 
É incompatível com a declaração de abusividade de movimento grevista o estabelecimento de quaisquer vantagens ou garantias a seus partícipes, que assumiram os riscos inerentes à utilização do instrumento de pressão máximo.
A justiça laboral é competente para decidir sobre o abusode direito de greve, conforme pacificado pelo TST:
SUM-189 GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ABUSIVIDADE 
A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve.
PN-29 GREVE. COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS PARA DECLARÁ-LA ABUSIVA (positivo)
Compete aos Tribunais do Trabalho decidir sobre o abuso do direito de greve.
Atos preparatórios da greve
Tentativa de negociação (art. 3º da Lei de Greve)
OJ-SDC-11 GREVE. IMPRESCINDIBILIDADE DE TENTATIVA DIRETA E PACÍFICA DA SOLUÇÃO DO CONFLITO. ETAPA NEGOCIAL PRÉVIA
É abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui o objeto.
Decisão do sindicato em assembleia geral (art. 4º da Lei de Greve)
Aviso prévio (art. 3º, §único e art. 13 da Lei de Greve)
“Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho.
Parágrafo único. A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação.”
No caso de serviços essenciais, o prazo é de 72 horas, com obrigatoriedade de comunicação, também, aos usuários desses serviços.
Serviços essenciais
São aqueles definidos no art. 10 da lei de Greve:
“Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:
 I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
 II - assistência médica e hospitalar;
 III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
 IV - funerários;
 V - transporte coletivo;
 VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
 VII - telecomunicações;
 VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
 IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
 X - controle de tráfego aéreo;
XI compensação bancária.”
Nos termo do art. 11 da referida lei, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.Já o parágrafo único do art. 11 define como necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que, quando não atendidas, colocam em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
OJ-SDC-38 GREVE. SERVIÇOS ESSENCIAIS. GARANTIA DAS NECESSIDADES INADIÁVEIS DA POPULAÇÃO USUÁRIA. FATOR DETERMINANTE DA QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DO MOVIMENTO 
É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº 7.783/89.
O Poder Público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis, caso não o façam os grevistas, conforme determina o artigo 12 da lei de referência.
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