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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II PETIÇÃO INICIAL

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
PROFESSOR BRUNO PADILHA
3234-0138
9408-7809
99595792
drbrunopadilha@hotmail.com
professorbrunopadilha@hotmail.com
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PETIÇÃO INICIAL:
CONCEITO:
“É O INSTRUMENTO DA DEMANDA”
DEMANDA: ATO INICIAL DE IMPULSO DA ATIVIDADE JURISDICIONAL.
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FORMA:
ATO SOLENE;
ART. 282 E 39, I DO CPC;
CONCEITO: É A PEÇA PROCESSUAL, EM REGRA ESCRITA, POR MEIO DA QUAL O AUTOR PROVOCA A JURISDIÇÃO E VEICULA SUA PRETENSÃO. 
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Art. 282. A petição inicial indicará:
I – o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II – os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido, com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – o requerimento para a citação do réu.
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EXEMPLO: Petição Inicial.
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CIVEIS DA COMARCA DE PARNAMIRIM - RN.
	A COOPSERVICE – Cooperativa dos Profissionais Prestadores de Serviços, inscrita no CNPJ/MF n.º /0001-63 domiciliada na Av. Presidente Leão Veloso n.º 928- Alecrim – Cep- 59032-500, Natal/RN, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, através de seu advogado legalmente constituído, conforme procuração em anexo, com escritório profissional situado na Av. Prudente de Morais, 6169, candelária, Natal-RN, ajuizar: 
AÇÃO DE COBRANÇA
	Em desfavor do CONDOMÍNIO xxxxxxx, à Rua Adeodato José dos Reis nº 1000 Nova Parnamirim - Parnamirim /RN, aqui representado pelo Sr., síndico, brasileiro, portador da CI nº /RN, CPF , e sub-síndico Sr. , inscrito no CPF nº e CI nº, o que faz em conformidade com a Lei, pelos fatos e fundamentos jurídicos de direito que passa a expor: 
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Dos Fatos:
02.	A Coopservice- Cooperativa dos Profissionais Prestadores de Serviços, é aqui representada por seu presidente, Luiz Otávio da Silva Albuquerque (anexo 01).
03.	A mesma é formada por associados e estes são capacitados para exercer as atividades de porteiro noturno, diurno e ASG.
04.	Na data de 01/08/2006, foi firmado com o réu contrato de Prestação de Serviços (anexo 02).
05.	De conformidade com contrato firmado entre as partes, o pagamento da prestação de serviços deve ser realizado ao final de cada mês, em data registrada no mesmo (clausula. V,1)
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06.	Ocorre Douto Julgador, que na data prevista para o recebimento da prestação de serviços, a COOPSERVICE, foi surpreendida com informação de que não mais tinha direito ao mesmo, em virtude de não mais ser o responsável pelo trabalho ali executado, e que, desde o dia 01/06 outra empresa chamada de ADMINISTRAÇÃO assumira todos serviços.
07.	O presidente da COOPSERVICE, buscou saber do sindico os motivos do descumprimento do contrato sem a devida comunicação, o que não houve resposta plausível.
08. Excelência, consta em contrato que, em caso de não mais serem necessários os serviços da cooperativa, a contratante deve comunicar à contratada sua dispensa com pelo menos 30 ( trinta) dias de antecedência, coisa que não houve em momento algum (Cláusula III- DA VIGÊNCIA).
09. Saliento ainda Douto Julgador, que a empresa que substituiu a Cooperativa, registrou como seus funcionários todos os associados da cooperativa que ali prestavam serviços ao réu e com data retroativa a 01( primeiro) de junho de 2007.
10.	Diante dos argumentos até aqui alegados excelência, fica evidente que houve um plano de conspiração, por parte da ré, bem como a empresa da ADMINISTRAÇÃO.
11.	Assim, de conformidade com o que determina a LEI N. 5.764 - DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971- “ Define a Política Nacional do Cooperativismo, institui o regime jurídico, das sociedades cooperativas, e dá outras providências”:
Art 32 “A demissão do associado será únicamente a seu pedido”
12.	A ênfase do teor acima excelência, busca tornar claro que aqueles que a empresa ADMINISTRAÇÃO contratou como funcionário, continuam sendo ‘ associados’ da cooperativa ( anexo 05 e 06). 
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13.	Assim sendo, no que dispõe os fatos apresentados, o dano não se afigura somente na inadimplência ora questionada, mas também descumpre o que prevê o contrato de prestação de serviços violando os princípios contratuais.
14.	O Código Civil traz em seu bojo o que trata:
Art. 422 CC - “ Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”
15.	Observa-se, portanto, que não houve probidade muito menos boa-fé nos atos da ré, visto que a mesma deliberadamente ignorou os termos do contrato no intuito de prejudicar a cooperativa, omitindo ao seu responsável, a decisão do condomínio.
16.	Configura na assertiva acima excelentíssimo, que o ato da contratação de uma outra empresa para assumir os serviços anteriormente realizados pela cooperativa no período em que a mesma ainda cumpre os termos de contrato, bem como denegar-lhe o pagamento pelo período em que fora cumprido os serviços firmados entre as partes, denota-se a maledicência e inescrupulosidade da ré e da empresa acoluiada.
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Do Direito:
17.	Uma vez narrados os fatos que originaram a presente demanda, vejamos o que a nossa legislação civil trata sobre o assunto em tela.
Do Inadimplemento das obrigações:
18.	O nosso Código Civil preceitua:
Art. 389 CC – “ Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários de advogado” 
Art 390 CC – “ Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.”
Art 391 CC - “Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.”
19.	Ocorre que, como foi narrado acima, o réu vinha recebendo, desde a data de 01/08/2006 de forma honesta e responsável, a prestação de todos os serviços firmados em contrato com a cooperativa.
20.	O réu deixou de cumprir com suas obrigações no período de 01 de junho a 30 de junho de 2007, momento este em que foram realizados pelos associados, as tarefas que lhes competia, ou seja os serviços de limpeza, conservação e portaria 24 horas.
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21.	Que, o ato de contratar uma outra empresa para prestar os mesmos serviços, não exime o réu da responsabilidade contratual até a data em que se cessar concretamente os termos do contrato anterior.
 
22.	Assim, a não informação à Cooperativa do término dos seus préstimos conforme determina o contrato, caracterizando a má-fé e improbidade.
23.	Presume-se assim, excelentíssimo que houve de fato interesse real de exterminar a Cooperativa.
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Do Pedido
		
24.	Com base nos princípios contratuais da boa-fé e do pacta sunt servanda, vem o AUTOR, solicitar a Vossa Excelência, que se digne a julgar pela procedência dos seguintes pedidos, como forma de repudiar o ultraje, o enriquecimento ilícito do RÉU e condutas de má-fé, tanto Do réu como da empresa acoluiada com a mesma, que a cada dia se tornam mais freqüentes no meio comercial:
A citação do réu para se desejando, contestar a presente, sob pena dos fatos alegados pelo autor serem tidos como verdadeiros, conforme disciplina o art. 319 do CPC;
A condenação do requerido no valor de R$ 1.913,35 (Hum mil, novecentos e treze reais e trinta e cinco centavos), acrescido de multa no valor de 20% (vinte por cento) que é de R$ 382,67(trezentos e oitenta e dois reais e sessenta e sete centavos) conforme determina contrato de prestação de serviços nas penalidades (anexo 01), além da condenação nas custas processuais e honorários advocatícios, valor este referente ao mês de junho de 2007, mês não pago ao demandante. 
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Requer ainda, o beneficio da justiça gratuita;
Protesta por todos os meios
em direito admitidos, em especial os previstos no art. 136 do CC e 332 do CPC, documental e pericial.
	Dá-se à causa o valor de R$ 2.296,02 (dois mil duzentos e noventa e seis reais e dois reais).
	Nestes termos, pede e espera deferimento. 	
Natal, 08 de FEVEREIRO de 2008.
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Dr. Bruno Tavares Padilha Bezerra
OAB/RN 4426
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REQUISITOS FORMAIS:
A) ENDEREÇAMENTO: Escolha correta do órgão competente, de acordo com as regras de distribuição da competência.
B) QUALIFICAÇÃO DAS PARTES: Deve o autor indicar o máximo de elementos que ajudem a identificar o réu. Se não tiver todos os dados deve demonstrar com outros elementos como apelido, característica física, etc. 
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C) CAUSA DE PEDIR: É composta por dois elementos: fatos (acontecimentos que deram causa a ação) conhecido por causa de pedir próxima e pelos fundamentos jurídicos do pedido (as conseqüências jurídicas que o autor entende que tenham sido geradas por tais fatos).
OBS- não se confunde com fundamento legal que não é obrigatório, já que o juiz conhece o direito(iura novit curia) 
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D) PEDIDO E SUAS ESPECIFICAÇÕES: O pedido pode ser imediato (tipo de providência jurisdicional desejada – sentença – declaração, condenação, constituição ou desconstituição) e mediato (o bem que o autor pretende conseguir por meio desta providência). Ex. O imediato é a sentença e o mediato é é a utilidade a ser tutelada.
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Exemplos sobre pedido:
Exemplo 1: Na ação de cobrança o pedido imediato é a sentença de condenação e o pedido mediato é o recebimento da dívida;
Exemplo 2: Na ação de restituição de coisa o pedido imediato é a sentença e o mediato é a restituição da coisa.
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PROBLEMA PEDIDO – AÇÃO DECLARATÓRIA
OBS: O pedido imediato se confunde nestas ações com o pedido mediato.
“aqui a declaração da existência ou da inexistência do direito esgota a finalidade da demanda.”(Lopes da Costa)
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E) VALOR DA CAUSA:
É a indicação do benefício econômico pretendido pelo autor.
Art. 258. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato.
OBS: Caso o réu não concorde pode apresentar impugnação, no prazo da resposta. Autuação em apenso, autor rebate em 5 dias, perícia, se necessário; decisão(interlocutória).
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F) AS PROVAS:
Admite-se a formulação do protesto genérico por provas (exceto no sumário - Art. 276. Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico.)
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G) REQUERIMENTO DE CITAÇÃO DO RÉU:
É um requisito da petição inicial e deve constar no pedido;
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DEMAIS REQUISITOS:
1) ART. 39, I
Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria:
I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em que receberá intimação;
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2) Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
3) Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de quinze dias, prorrogável até outros quinze, por despacho do juiz.
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DESPACHO LIMINAR
Ajuizada a demanda o juiz poderá, de acordo com o caso, proferir uma das seguintes decisões:
A) ORDEM DE EMENDA – 
 Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos artigos 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de dez dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
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B) ORDEM DE CITAÇÃO – o juiz atende ao requerimento deferindo o andamento da inicial.
Art. 285. Estando em termos a petição inicial, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.
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C) IMPROCEDÊNCIA DE PLANO
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.
c Art. 513 e seguintes deste Código. 
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso.
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D) INDEFERIMENTO –
Art. 295. A petição inicial será indeferida:
I – quando for inepta;
II – quando a parte for manifestamente ilegítima;
III – quando o autor carecer de interesse processual;
IV – quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (artigo 219, § 5º); - mérito
V – quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder a natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;
VI – quando não atendidas as prescrições do artigo 39, parágrafo único, primeira parte, e artigo 284.
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Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
III – o pedido for juridicamente impossível;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.
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RECURSO DO INDEFERIMENTO
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de quarenta e oito horas, reformar sua decisão.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente.
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EXERCÍCIOS:
1. (OAB – RS 2007.1) Ocorre inépcia da inicial quando:
A) a parte for ilegítima;
B) houver defeito de representação processual;
C) contiver pedidos incompatíveis entre si.
 
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2. (OAB/MG 2005.2) A petição inicial será indeferida, EXCETO:
A) quando o autor carecer de interesse processual;
B) quando o juiz verificar, de plano a prescrição ou a decadência;
C) por incompetência absoluta;
D) quando for inepta. 
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