Buscar

AULA 1 A 5 - Exercícios da Nutri

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 – INTRODUÇÃO A NUTRIÇÃO
Sobrepeso: uma realidade brasileira
O Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa que revela que quase metade da população brasileira está acima do peso. Segundo o estudo, 42,7% da população encontravam-se acima do peso no ano de 2006, passando para 48,5% em 2011 .
O levantamento é da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), e os dados foram coletados em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Homens: O estudo também revelou que o sobrepeso é maior entre os homens, e 52,6% deles estão acima do peso considerado ideal. Já entre as mulheres, esse valor é de 44,7%. A pesquisa também diz que o excesso de peso nos homens começa na juventude: 29,4% na idade de 18 a 24 anos já estão acima do peso; 55% entre 25 e 34 anos também; e, ainda, 63% entre 34 e 65 anos encontram-se com sobrepeso.
Mulhores: Entre as mulheres, 5,4% apresentam sobrepeso entre 18 e 24 anos; 39,9% entre 25 e 34 anos; e, entre 45 e 54 anos, o valor mais que dobra, comparando-se com a juventude, passando para 55,9% (BRASIL, 2013).
Nutrição
Entende-se por Nutrição a ciência que estuda a relação entre os nutrientes e/ou alimentos e como o organismo metaboliza essas substâncias necessárias para um bom funcionamento orgânico.
Apesar de a maioria das definições enfocarem apenas o aspecto fisiológico da nutrição e a composição e características inerentes aos alimentos, a nutrição é uma ciência mais ampla e complexa.
Devemos levar em consideração aspectos que vão desde a seleção e escolha dos alimentos que serão ingeridos, levando em conta o contexto social do indivíduo, passando pela relação do alimento com a saúde e a doença.
Assim, quando falamos em nutrição, devemos englobar as questões sociais, econômicas, culturais e psicológicas que se relacionam aos alimentos e à alimentação em si.
Hábitos alimentares
As escolhas alimentares que fazemos ao longo da nossa vida influenciam, de forma positiva ou negativa, o bom funcionamento do corpo. Esses hábitos alimentares são formados ao longo da nossa vida e se inicia na infância.
Contudo, apesar de muitas pessoas terem a consciência de que os hábitos alimentares afetam diretamente a saúde, são diversos os motivos que fazem com que elas escolham os alimentos a serem ingeridos. Isso porque os alimentos levam à mesa muito mais que nutrição, eles levam prazer, tradições e associações.
Os hábitos alimentares são influenciados por diversos fatores, sendo os principais: preferências pessoais, cultura, herança ética ou tradição, interações sociais, disponibilidade, praticidade e economia, associações positivas e negativas, conforto emocional, valores, imagem x peso corporal, nutrição e benefícios à saúde.
Termos da Nutrição:
-Alimentos: Os produtos derivados de animais ou vegetais que podem ser ingeridos para fornecer ao corpo os nutrientes e a energia para manutenção da vida e crescimento e recuperação do tecido.
-Nutrientes: São todas as substâncias utilizadas pelos animais como fontes de matéria e energia para poderem realizar as suas funções vitais, incluindo o crescimento, o movimento e a reprodução. Para o homem, a alimentação inclui ainda várias substâncias que não são necessárias para as funções biológicas, mas que fazem parte da cultura.
-Dieta: É uma combinação de alimentos consumidos ao longo do dia que tem como função primordial fornecer nutrientes ao organismo, atendendo às necessidades nutricionais do indivíduo. Assim, a dieta possui uma função muito mais ampla que apenas a de emagrecer.
As quatro Leis da Alimentação
É necessário compreender as quatro Leis da Alimentação, formuladas por Pedro Escudeiro, médico argentino que contribuiu de forma significativa à Nutrição e sua disseminação na América Latina no século XX. Essas leis são consideradas a base de uma alimentação saudável para os indivíduos e a base da atuação do profissional nutricionista.
-Lei da Quantidade: A quantidade de alimento ingerido deve ser suficiente para cobrir as exigências nutricionais do organismo e manter o mesmo em equilíbrio.
-Lei da Qualidade: O organismo precisa de nutrientes que estão contidos nos alimentos e, por isso, a alimentação deve ser completa em sua composição, de forma a oferecer ao organismo todas as substâncias necessárias. Por esse motivo, quanto mais colorida for a refeição, maior a diversidade de nutrientes. 
-Lei da Adequação: A dieta deve ser adequada às necessidades de cada indivíduo, levando em consideração as condições fisiológicas, as fase da vida, o gênero, o histórico de doenças, entre outros aspectos.
-Lei da Harmonia: As quantidades dos diversos nutrientes que integram a alimentação devem obedecer a uma relação de proporção entre si. Isso é importante, pois o nosso organismo aproveita de forma melhor os nutrientes que se encontram em proporções adequadas. Assim, é importante que exista um equilíbrio entre os alimentos ingeridos.
Equilíbrio alimentar
Observadas as quatro leis da alimentação, podemos definir que: “Uma alimentação deve ser quantitativamente suficiente, qualitativamente completa, além de ser harmoniosa em seus componentes e adequada à sua finalidade e ao organismo a que se destina”. (DAMIÃO, [S.D]).
Por esse motivo, qualquer plano alimentar que seja elaborado por um nutricionista deve ser individualizado, pois cada organismo é único e possui necessidades nutricionais diferenciadas. Necessidades que devem ser levadas em consideração no momento em que a abordagem nutricional está sendo feita.
O plano alimentar
Apesar de muitas pessoas procurarem “milagres” para emagrecer e perder peso, isso não existe. É importante conscientizarmos nosso paciente/cliente de que, para a mudança ser definitiva, ela precisa ser gradativa, como mudanças de hábitos alimentares, e, como dissemos, deve estar associada a hábitos saudáveis no dia a dia.
O verdadeiro segredo para atingir o peso ideal é adaptar o plano alimentar à rotina do paciente/cliente, por isso, o entendimento e a aplicação das quatro leis da alimentação são de suma importância para se chegar ao objetivo proposto na dieta.
Classificação dos nutrientes quanto à função
-Nutrientes Construtores: Os construtores ou plásticos são aqueles responsáveis pela estrutura corporal, como a formação tecidual, de músculos e órgãos. Os nutrientes que integram esse grupo são as proteínas. Elas podem ser de origem animal ou vegetal.
Os alimentos que são considerados fonte de proteína animal são as carnes, as aves, os peixes, os ovos, o leite e seus derivados. Já os alimentos considerados como fonte de proteína de origem vegetal são as leguminosas e as frutas oleaginosas.
-Nutrientes Energéticos: Os nutrientes energéticos são aqueles responsáveis por fornecer energia para as atividades orgânicas, como andar, respirar, correr, falar etc. Os nutrientes que estão associados ao fornecimento de energia são os carboidratos e os lipídios. Os carboidratos (glicose) são usados como fonte de energia preferencial pelo organismo. Os alimentos fonte de carboidratos são os cereais, as massas e os tubérculos. Já os alimentos fonte de lipídio são os óleos e as gorduras.
-Nutrientes Reguladores: Por fim, os nutrientes reguladores são aqueles necessários ao bom funcionamento orgânico, auxiliando e participando das reações metabólicas. Esses nutrientes são as vitaminas e os minerais, e as principais fontes alimentares são as frutas, as verduras e os legumes.
Classificação dos nutrientes quanto à quantidade de ingestão
Os nutrientes podem ser classificados também de acordo com as necessidades de sua ingestão para o bom funcionamento do organismo. Podem ser: macronutrientes e micronutrientes. 
Os macronutrientes são necessários em maior quantidade e englobam as proteínas, os carboidratos e os lipídios, e estão relacionados com o fornecimento de energia para o organismo. Já os micronutrientes são aqueles necessários em pequenas quantidades (normalmente miligramas), mas com vital importância para o funcionamento orgânico,que são as vitaminas e os minerais.
Os macronutrientes possuem uma recomendação percentual em relação ao valor energético total (VET) de uma dieta. Esse percentual pode sofrer alterações de acordo com as necessidades fisiológicas de cada indivíduo:
Em relação à quantidade de calorias que cada macronutriente libera no processo de digestão e absorção, temos a seguinte relação:
Assim, para descobrirmos o valor calórico de um alimento, como, por exemplo, uma fatia de bolo simples, realizamos o seguinte cálculo (considerando os valores dados dos macronutrientes presentes, em gramas, na porção):
Carboidrato: 30g x 4 = 120 kcal
Proteínas: 10g x 4 = 40 kcal
Lipídios: 8g x 9 = 72 kcal
Logo, essa fatia de bolo tem 232 kcal, valor obtido pelo somatório 120 + 40 + 72.
2 - HISTORIA DA NUTRIÇÃO
Introdução
“A vida é nutrida por alimentos, e as substâncias das quais ela depende são os nutrientes. Estes fornecem a energia e os materiais constituintes para as substâncias incontáveis que são essenciais para o crescimento e a sobrevivência dos seres vivos” (KRAUSE, 1995). E a ciência que estuda essas interações e a necessidade de nutrientes pelo organismo humano é a Ciência da Nutrição.
A emergência da Nutrição no cenário mundial, tanto como ciência como política social e/ou profissão é relativamente recente, tendo seus registros a partir do século XX. No Brasil, segundo apontam alguns estudos, a Nutrição ganhou força e destaque das décadas de 30 e 40 como parte integrante do projeto de modernização da economia brasileira no Estado Novo.
Por ser relativamente nova, a profissão de nutricionista vem passando por constantes transformações, principalmente devido a mudanças no mercado de trabalho. Antes, as oportunidades eram restritas às áreas de atuação tradicionais, como a Alimentação Coletiva, a Nutrição Clínica e a Saúde Coletiva, porém, o que se vê nos dias atuais é o crescimento de áreas como a Indústria de Alimentos, o Marketing em Nutrição e a Nutrição Esportiva.
Relação do homem com o alimento
A alimentação não é apenas uma forma de nutrir o corpo diante das necessidades fisiológicas de forma a garantir a sobrevivência. Ela está diretamente ligada a fatores históricos, familiares, sociais e até mesmo religiosos. Devido a tudo isso, é de extrema importância estudar como surgiu a relação entre o homem e o alimento.
Na verdade, o homem sempre teve uma relação com o alimento e com uma forma diferente de consegui-lo. Antropólogos dividem essa relação em três estágios (LEONARDO, 2006).
Pré-história
Quando pensamos nas sociedades primitivas, no período da pré-história, os grupos sociais sobreviviam da caça, da pesca e da colheita natural, isto é, o próprio homem pescava, caçava e colhia raízes e frutos da natureza, sem qualquer tipo de cultivo para esse fim. Esse estágio representa um nível de subsistência natural, capaz de sustentar somente pequenas sociedades, já que se baseia apenas no que a natureza fornece.
Período neolítico
Depois, surgiu o período neolítico, caracterizando o segundo estágio, em que ocorre uma “domesticação” da agricultura e da criação de animais. Assim, o homem passou a ser produtor, o que garantia a oferta de alimentos durante todo o ano, surgindo o conhecimento acerca de nutrição e alimentação e possibilitando a formação de grupos sociais maiores.
Nesse estágio, o homem perdeu a característica de nômade e passou a formar pequenas cidades, já que vivia da agricultura e da agropecuária de suas próprias terras, sendo as diferentes necessidades supridas através das trocas de alimentos e/ou mercadorias e de vendas locais.
Revolução Industrial
Por fim, o terceiro estágio é atribuído à Revolução Industrial, em que maquinários foram desenvolvidos de forma a ajudar na agricultura, aumentando, assim, a capacidade de produção e escoamento do que era produzido em uma terra.
Como consequência, nesse período, passou a existir uma grande concentração de pessoas nos centros urbanos, e a explosão demográfica teve por consequência a necessidade da produção de alimentos em grandes escalas com a inserção da produção industrial e de estudos acerca dos alimentos.
Porém, não foi somente a facilidade de se obter alimentos que mudou com o passar do tempo. Os hábitos alimentares também sofreram adaptações. O ato de comer, nos dias de hoje, pode ser visto em uma refeição preparada em casa e desfrutada com familiares e amigos, em reuniões de trabalho e na alimentação em fast foods, sendo, esta última uma opção conhecidamente não saudável.
História da Nutrição
Como vimos, a Revolução Industrial foi um marco importante para a disseminação de alimentos, e, com isso, a Nutrição ganhou destaque no cenário mundial. Porém, antes de abordarmos o assunto, faz-se necessário esclarecer a diferença que existe entre Nutrição e Dietética. Isso porque, como veremos mais à frente, a nutrição surgiu com a terminologia de dietista, e o termo nutrição veio posteriormente, com os avanços na área.
Nutrição
A nutrição lida com as leis científicas relacionadas com os requerimentos dos seres humanos para sua manutenção, crescimento, atividade, reprodução e lactação, englobando aspectos ligados ao alimento, à psique e à sociedade.
Dietética
Já a dietética lida com a aplicação prática de dietas a indivíduos ou grupos, enfermos ou sadios.
VOCÊ SABIA?
Assim, os primeiros registros que se tem da profissão apareceram em 1670, no Canadá, e apontam a atuação das Irmãs da Ordem de Ursulinas em Quebec como dietistas, no controle da alimentação de pacientes hospitalizados.
Já em 1742, no Hospital de Edimburgo (Escócia), havia registros de dietas para casos especiais O exercício pioneiro da dietética, podemos afirmar, ocorreu nas clínicas de antigas universidades europeias, onde consagrados professores médicos instruíam enfermeiras, que eram treinadas para o preparo de dietas especiais nas cozinhas dos hospitais.
Surgimento da ciência da nutrição
Todos esses acontecimentos relacionados à dietética e ao surgimento da ciência da nutrição podem ser observados na linha do tempo em que se segue:
O desenvolvimento da Nutrição na América Latina
Na América Latina, o crescimento da ciência da Nutrição foi influenciado fortemente pelo médico argentino Pedro Escudeiro, que criou o Instituto Nacional de Nutrição e, em 1962, a Escola Nacional de Dietistas, bem como o curso de médicos dietólogos da Universidade de Buenos Aires em 1933.
Pedro Escudeiro acompanhou a evolução da ciência da Nutrição em outros países, principalmente nos Estados Unidos, e trouxe esses conceitos para serem difundidos na América Latina.
Atenção
Pedro Escudeiro concedeu bolsas de estudos para os interessados no curso de Dietética do referido Instituto. Entre os principais brasileiros que participaram dessa concessão destacam-se: José João Barbosa e Sylvio Soares de Mendonça (curso de dietólogos); Firmina Sant’Anna e Lieselotte Hoeschl Ornellas (curso de dietistas); e Josué de Castro, que fez um estágio.
Pode-se afirmar, assim, que Pedro Escudeiro foi o grande incentivador do interesse pela Nutrição no Brasil, onde a profissão de nutricionistas surgiu na década de 30.
História da Nutrição no Brasil
No Brasil, a Nutrição cresceu como ciência durante os anos de 1930-1940, como parte integrante da modernização da economia brasileira, no Governo de Vargas, em que o contexto histórico do país deu bases para que a sociedade capitalista urbano-industrial fosse consolidada por aqui (TOLOZA, 2003).
Existiam duas correntes de pensamentos acerca da ciência da nutrição: uma sob a perspectiva biológica e outra sob a perspectiva social.
A perspectiva biológica
A perspectiva biológica se preocupava com os aspectos clínico-fisiológicos que são relacionados ao consumo e à utilização dos nutrientes pelo organismo humano.
Nesse contexto, os médicos mantinham sua atuação voltada para o individual, o hospital, a clínica, o doente, a fisiologia e o laboratório, pois eram influenciados pelas escolas de Nutrição e Dietéticaeuropeias e norte-americanas.
No Brasil, a partir da década de 40, essa corrente originou a Nutrição Clínica, relacionada com a Dietoterapia, pela qual o alimento é tido “como agente de tratamento”, e a Nutrição Básica e Experimental, relacionada ao desenvolvimento de pesquisas experimentais (em laboratórios).
A perspectiva social
A perspectiva social já se preocupava com a produção, a distribuição e o consumo de alimentos pela população brasileira, com um foco mais social, e influenciado diretamente por Pedro Escudeiro.
Nessa corrente de atuação da Nutrição, surgiu a Alimentação Coletiva, direcionada ao uso racional do alimento, de comunidades sadias ou enfermas, na década de 40. Já entre os anos de 1950 e 1960, surgiu a Nutrição em Saúde Pública, também conhecida como Saúde Coletiva, a qual discutia acerca da acessibilidade do alimento produzido para toda a sociedade.
Josué de Castro
Josué de Castro seguiu a perspectiva social como linha de atuação e fez seu nome na história da Nutrição. Numa época em que se atribuía o atraso e a pobreza às origens climáticas e étnicas, ele afirmava serem tais estigmas causados por razões sociais, estruturas impostas à sociedade. Discutiu a fome em seus aspectos sociais mais profundos e, até hoje, é lembrado pela sua luta em acabar com ela.
Josué de Castro, Médico de formação, sempre teve sua atuação profissional voltada para esse tema e ganhou prestígio internacional depois de publicar a Geografia da fome.
"O problema da fome mundial não é, por conseguinte, um problema de limitação da produção por coerção das forças naturais, é antes um problema de distribuição."
O primeiro curso de Nutrição
Em 1939, no Instituto de Higiene da Universidade de São Paulo, foi criado um curso para formação de educadores e inspetores sobre alimentação, com duração 1 ano. Hoje, esse é o atual Curso de Graduação em Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
A partir do ano de 1940, mais três universidades no sudeste inauguraram o curso voltado para a formação de dietistas. Nesse ano, a Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) começou a oferecer o Curso de Nutricionistas do Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS).
O primeiro curso de Nutrição Em 1939, no Instituto de Higiene da Universidade de São Paulo, foi criado um curso para formação de educadores e inspetores sobre alimentação, com duração 1 ano. Hoje, esse é o atual Curso de Graduação em Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. A partir do ano de 1940, mais três universidades no sudeste inauguraram o curso voltado para a formação de dietistas. Nesse ano, a Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) começou a oferecer o Curso de Nutricionistas do Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS). Em 1944, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro formava pelo Curso de Nutricionistas pela Escola Técnica de Assistência Social. Em 1948, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fundou o Instituto de Nutrição. Em 1949, ocorreu a criação da Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN), e essa entidade deu origem à Federação Brasileira de Nutrição (FEBRAN). Na década de 50, os cursos de Dietistas se expandiram pelo Brasil, e, em 1956, a Universidade Federal da Bahia (UFB) inaugurou o curso de Nutricionistas. Ainda pelo Nordeste, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) começou a oferecer o curso de nutricionistas pelo Instituto de Fisiologia e Nutrição da Faculdade do Recife. Em 1966, o período para a conclusão dos cursos passou para três anos, e, em 1967, surgiu a regulamentação da profissão. Em 1972, o Ministério da Educação estabeleceu que tais cursos tivessem a duração de quatro anos, divididos em oito semestres, modelo de formação que se encontra, hoje, nas Universidades que ministram o Curso de Nutrição. A partir da década de 60, a comunidade Latino-americana de Nutrição passou de discutir a formação de “um profissional de nível universitário, qualificado por formação e experiência, para atuar nos serviços de Saúde Pública, com o fim de melhorar a nutrição humana, essencial para a manutenção do mais alto nível da saúde” (VASCONCELLOS, 2002). Assim, o processo de formação de nutricionistas passou por transformações.
Atenção
Após acessar o arquivo, você deve ter percebido que nesse processo surgiu a necessidade de substituir a formação de um dietista pela de um nutricionista, que seria um profissional com formação generalista, com visão crítica da sociedade, comprometido com as transformações sociais, capaz de atuar em todos os setores onde a Saúde se faz presente, exercendo a Ciência da Nutrição (...) através de um prisma multiprofissional e multicausal, de forma a propiciar intervenções consequentes e eficazes nos aspectos causais, em contraposição ao profissional que hoje é formado, um profissional genérico, com informações compartimentalizadas e superficiais (...) atuando apenas nas áreas hospitalares, industriais e de saúde pública (PRADO e ABREU, 1991).
Levantamento histórico sobre o curso de Nutrição no Brasil
Vasconcelos e Callado (2011) fizeram um levantamento histórico sobre o curso de Nutrição no Brasil e quantificaram as seguintes Instituições de Ensino, observando um aumento considerável nas Instituições Particulares e no quantitativo de oferta de vagas para os cursos de Nutrição:
O Conselho Federal de Nutricionistas (2006) fez um levantamento sobre o perfil do nutricionista no Brasil e chegou aos seguintes números:
Segundo o relatório estatístico publicado pelo CFN sobre o quantitativo de profissionais nutricionistas registrados em 2015, temos ao todo, no Brasil, 104.196 profissionais devidamente registrados, sendo a divisão por CRN a seguinte: <-
3 – REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO
Histórico do sistema CFR/CRN
A profissão do Nutricionista era fiscalizada por Órgãos Regionais de Medicina, através da lei n.º 5.276, de 24 de abril de 1967, hoje substituída pela lei nº 8234, de 17 de setembro de 1991, que estabelece as atividades privativas do nutricionista. Porém, através do resultado da mobilização de profissionais, estudantes e entidades de nutrição, o sistema CFN/CRN foi criado com a publicação da lei n.º 6.583, de 20 de outubro de 1978.
A primeira entidade de classe criada, em 31 de agosto de 1949, foi a Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN). Por esse motivo, o dia do Nutricionista é comemorado nessa data. Entre suas principais conquistas, estão a regulamentação citada anteriormente e a criação dos Conselhos Federal (CFN) e Regionais (CRN) de Nutricionistas.
O Conselho Federal de Nutricionistas é uma autarquia, sem fins lucrativos, de interesse público, com poder delegado pela União para normatizar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício e as atividades de nutricionistas em todo o território nacional. É um órgão central do Sistema CFN/CRN.
Estrutura básica da CFN/ CRN
Os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas possuem a seguinte estrutura básica:
Plenário (órgão deliberativo);
Diretoria (órgão executivo);
Presidência (órgão de coordenação e gestão);
Comissões Permanentes: Tomada de Contas, Ética, Fiscalização, Formação Profissional, Comunicação e Licitação (órgãos de orientação, disciplina, apoio e assessoramento);
Comissões especiais e transitórias e grupos de trabalho;
Câmaras Técnicas.
O Sistema CFN/CRN possui como fonte de renda a arrecadação proveniente de anuidades, taxas, multas e emolumentos (taxa cobrada pela expedição de um documento), recolhidas por pessoas físicas (nutricionistas e técnicos) e jurídicas (empresas e instituições). Do montante de recursos arrecadados em todos os Regionais, 20% são destinados ao CFN. Essa quantia arrecadada anualmente é o que mantém a estrutura do Sistema funcionando.
Compete ao CFN criar resoluções e outros atos que disciplinem a atuação dos CRN, dos profissionais inscritos e das pessoas jurídicas registradas e cadastradas.
Com isso, é estabelecida uma unidade de procedimentos que caracterizam a profissão,respeitando as particularidades das diversas regiões.
Juramento do nutricionista
Instituído pela Resolução CFN 126/1992:
“Prometo que, ao exercer a profissão de Nutricionista, o farei com dignidade e competência, valendo-me da ciência da nutrição, em benefício da saúde do homem, sem discriminação de qualquer natureza. Prometo, ainda, que serei fiel aos princípios da moral e da ética. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, possa merecer os louros que proporcionam a profissão”.
Atuação profissional
Ao terminar de cursar uma faculdade de Nutrição, você obtém habilitação técnica para exercer a profissão. Porém, após a colação de grau, precisará ter a habilitação legal para atuar como nutricionista, que ocorre por meio da inscrição no Conselho de sua região.
A inscrição no CRN pode ser originária ou secundária. Chama-se inscrição originária o primeiro registro solicitado pelo profissional, na jurisdição em que o ele irá atuar. Já a inscrição secundária destina-se a habilitar o profissional para exercer atividades em outra região que não a sua de origem.
Essa comunicação de local de atuação é de extrema importância para que o Conselho consiga mapear a quantidade de profissionais por região do Brasil e apontar possíveis faltas de profissionais em determinada área. A inscrição originária pode ser definitiva ou provisória, esta última é dada ao recém-formado de forma a supri-lo de uma documentação de atuação profissional enquanto corre o processo de registro do diploma e possui validade de 2 anos renováveis por mais 12 meses.
O exercício ilegal da profissão é caracterizado quando:
O bacharel em Nutrição se encontra em pleno exercício da profissão sem inscrição no CRN;
O nutricionista atua com inscrição provisória vencida, inscrição cancelada, suspensa ou cassada por penalidade ética;
Um leigo ou estudante de Nutrição se apresenta como nutricionista, realizando as atividades privativas da profissão;
O estagiário não pode, em hipótese alguma, permanecer no estágio sem o acompanhamento presencial do nutricionista;
O nutricionista atua, mesmo que temporariamente, em CRN de outra jurisdição, sem requerer transferência ou inscrição secundária;
A inscrição secundária não permite ao nutricionista assumir Responsabilidade Técnica (RT);
O profissional deixa de pagar a anuidade estando em pleno gozo das atividades.
Todas essas situações são objeto da ação de fiscalização, podendo gerar processos infracionais e/ou disciplinares. Sendo que a apuração do exercício ilegal fica a cargo da Justiça.
	
Lei n.º 8.234/1991
A lei n.º 8.234/1991 regulamenta a profissão de Nutricionista e determina outras providências.
Ela determina como atividade privativa do nutricionista:
Atribuem-se, também, as seguintes atividades aos nutricionistas, desde que relacionadas com alimentação e nutrição humanas:
Código de ética x atuação profissional
A ética seria uma reflexão acerca da influência que o código moral estabelecido pela sociedade exerce sobre a nossa subjetividade e de como lidamos com essas prescrições de conduta, se aceitamos de forma integral ou não esses valores normativos e até que ponto damos o efetivo valor a eles. Essa conduta profissional é estabelecida pela regulamentação do Sistema CFN/CRN.	
O código de ética é estabelecido pela Resolução CFN N° 334/2004, a qual foi alterada pela Resolução CFN N° 541/2014. O novo Código de Ética dos Nutricionistas foi revisto e ampliado, traduzindo o crescimento e a diversificação do campo profissional que a Ciência da Nutrição vem passando, de forma a suprir os anseios de uma categoria que, com o passar do tempo, busca se firmar com competência e lucidez.
A regulamentação oficial da profissão no Brasil foi dada pela lei n° 8234 de 17 de setembro de 1991. E a Resolução n° 380/2005 do Conselho Federal de Nutricionistas define as seguintes áreas de atuação do nutricionista, estabelecendo parâmetros numéricos e atribuições em cada área:
s de atuação do 
Alimentação Coletiva
Diz respeito às atividades nas Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN), nas empresas fornecedoras de serviços de alimentação coletiva, nos restaurantes comerciais e similares, nas hotelarias marítimas, nos serviços de buffet e de alimentos congelados, na alimentação escolar e do trabalhador.
No exercício de suas atribuições em Alimentação Coletiva, o nutricionista planeja e organiza as atividades nos serviços de alimentação e nutrição, como também supervisiona os procedimentos e avalia os resultados.
Nutrição Clínica
Abarca as atividades em clínicas, hospitais, ambulatórios, consultórios, lactários, centros de terapia nutricional, bancos de leite humano, SPA, instituições de longa permanência para idosos e atendimento domiciliar. Em Nutrição Clínica, o nutricionista deve prestar assistência dietética e promover educação nutricional aos indivíduos, buscando a promoção, a manutenção e a recuperação da saúde.
Saúde Coletiva
Está relacionada com as atividades em programas institucionais, de atenção básica e de vigilância sanitária. Em Saúde Coletiva, o nutricionista presta assistência e educação nutricional em pesquisas, ações, programas e eventos, visando prevenção de doenças e promoção da saúde.
Docência
Abrange as atividades de ensino, de pesquisa, de coordenação e de extensão. Na área de Docência, o nutricionista coordena e supervisiona os cursos de nutrição, e também deve ensinar as matérias específicas desses cursos ou de outros cursos de graduação da área da saúde ou afins.
Indústria de Alimentos
Trata do desenvolvimento e da produção relacionada à alimentação e à nutrição. Nessa área, o nutricionista deve gerenciar todos os processos de desenvolvimento de produtos alimentícios, cuidando da qualidade deles.
Nutrição em Esportes
Envolve as atividades em academias, clubes esportivos e similares. O nutricionista presta assistência especializada, educação nutricional e suplementação alimentar, quando necessária.
Marketing na Área de Alimentação e Nutrição
Trata-se das atividades de marketing e publicidade científica. Compete ao nutricionista divulgar informações e materiais técnico-científicos acerca de produtos ou técnicas reconhecidas.
4 - ALIMENTAÇÃO COLETIVA
Definição
A alimentação coletiva é a área de atuação do nutricionista que abrange o atendimento alimentar e nutricional de clientela ocasional ou definida, em sistema de produção por gestão própria ou sob a forma de concessão (terceirização). Em outras palavras, é a área de atuação em que o alimento é manipulado e transformado para a venda e/ou o consumo do cliente.
Nessa área, o nutricionista exerce tanto a função de um gestor, com atribuições referentes a planejar, organizar, dirigir, supervisionar e avaliar os serviços de alimentação e nutrição; como a de um profissional de saúde responsável por realizar assistência e educação nutricional à coletividade ou a indivíduos sadios ou enfermos em instituições públicas e privadas.
Os locais onde o nutricionista atua na área de alimentação coletiva são: Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN); serviços de alimentação de auto-gestão; restaurantes comerciais e similares; hotelarias; serviços de buffet e de alimentos congelados; comissárias e cozinhas dos estabelecimentos assistenciais de saúde; atividades próprias da alimentação escolar; atividades próprias da alimentação do trabalhador.
A Resolução CFN n.º 380/05 estabelece um quantitativo mínimo de nutricionistas nos locais de produção de refeições. Sendo assim, em UAN, restaurantes comerciais e similares, cozinhas dos estabelecimentos assistenciais de saúde e comissárias, eles obedecem ao que está descrito na Tabela 01, a seguir. Cabe ressaltar que se entende por grande refeição o almoço e o jantar e, por pequena refeição, o desjejum, o lanche (manhã e tarde) e a ceia.
Já para os locais denominados serviços de alimentos congelados, serviços de buffet e rotisseria, os nutricionistas obedecem a uma lógica diferenciada, pois a produção de alimentos tambémsegue um raciocínio particular, uma vez que não trabalham com unidade de refeições e sim pequenas porções de alimentos que são comercializados e/ou servidos. Essa recomendação pode ser observada na Tabela 02, a seguir.
Atividades obrigatórias e complementares na área de Alimentação Coletiva
Como em toda área de atuação, o nutricionista que trabalha na área de alimentação coletiva possui uma série de atividades que são obrigatórias na sua prática profissional. São elas:
Planejar e supervisionar a adequação de instalações físicas, equipamentos e utensílios, de acordo com as necessidades do local de produção, assim como o dimensionamento desses equipamentos;
Planejar, elaborar e avaliar os cardápios oferecidos de acordo com as necessidades e perfil da clientela servida;
Planejar, coordenar e supervisionar as atividades relacionadas à produção de refeições, em todas as etapas, que passam desde a escolha/seleção dos fornecedores, recebimento de gêneros, pré-preparo e preparo dos alimentos, distribuição e transporte das refeições;
Coordenar e executar os cálculos de valor nutritivo, rendimento, custo e fichas técnicas das preparações e/ou refeições servidas;
Coordenar, supervisionar e implantar todas as ferramentas de Controle de Qualidade: boas práticas de fabricação (BPF), procedimentos operacionais padronizados (POP), análise dos principais pontos críticos de controle (APPCC), treinamentos para os funcionários;
Promover programas de educação alimentar e nutricional para clientes;
Além dessas atividades obrigatórias, o nutricionista que atua na área de alimentação coletiva pode exercer atividades complementares, de acordo com a demanda do local e/ou empresa em que ele trabalha ou presta serviço. Sejam elas:
Participar do planejamento e da gestão dos recursos econômico-financeiros, dos projetos de estrutura física e da definição do perfil dos colaboradores;
Implantar e supervisionar o controle periódico das sobras, do resto-ingesta e da análise de desperdícios, promovendo a consciência social, ecológica e ambiental;
Prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria na área.
Nutricionista um profissional de saúde 
Por ser o nutricionista um profissional de saúde, de acordo com o artigo 1º da lei nº 8.234/91, tem a Responsabilidade Técnica regida pela Legislação Sanitária Vigente. 
Consciente dessa determinação legal e cumprindo a competência delegada de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, o Conselho Federal de Nutricionistas estabeleceu (Resolução CFN n.º 218/99) os critérios para o nutricionista assumir a Responsabilidade Técnica: “é o compromisso profissional e legal na execução de suas atividades, compatível com a formação e os princípios éticos da profissão, visando à qualidade dos serviços prestados à sociedade”. 
Ao assumir Responsabilidade Técnica, o nutricionista deve comunicar o fato ao CRN, permitindo, assim, um efetivo controle sobre o número de serviços que dispõe de RT nutricionista.
Quem concede a responsabilidade técnica ao nutricionista?
A Responsabilidade Técnica será concedida pelos Conselhos Regionais através de seus Plenários, que avaliarão os aspectos relativos à complexidade dos serviços; existência ou não de Quadro Técnico: distribuição da carga horária semanal e jornada diária, identificando se estão compatíveis com as atribuições profissionais de acordo com a área de atuação.
Pela complexidade que envolve o fato do ponto de vista ético, profissional e legal, todo nutricionista que deixar a função de RT deve, no prazo máximo de 15 dias, comunica-lo ao CRN, sob pena de sofrer um processo disciplinar e responder de forma civil e penal por atos praticados em serviço onde, mesmo afastado, o profissional ainda conste como RT.
Ao assumir a Responsabilidade Técnica por um serviço, o nutricionista passa a responder integralmente de forma ética, civil e penal por ele, compreendendo-se que o serviço engloba, inclusive, as atividades desenvolvidas pelos profissionais a eles subordinados. Entre as competências do RT está a de definir as atribuições específicas dos nutricionistas que compõem seu Quadro Técnico e informar ao CRN possíveis alterações nesse quadro.
O nutricionista integrante do Quadro Técnico deve atuar de forma integrada com o RT do serviço, já que tem responsabilidade solidária pelas atividades que desenvolve, ficando sujeito a responder, junto com o RT, pelas ações inerentes ao serviço. Ao assumir e desenvolver o compromisso de uma Responsabilidade Técnica com consciência, competência e postura ética, o nutricionista enobrece sua profissão.
Sempre que uma empresa, pública ou privada, desenvolve atividades na área de alimentação e nutrição, é necessário que mantenha vínculo empregatício ou de prestação de serviços com um nutricionista Responsável Técnico (RT).
Quando o segmento de alimentação e nutrição não se constituir em atividade-fim da empresa, mas houver a prestação de algum serviço na área como, por exemplo, um restaurante para os funcionários, também será necessária a contratação de um RT.
Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT 
É um programa de complementação alimentar no qual o governo, a empresa e os trabalhadores partilham responsabilidades, que tem como princípio norteador o atendimento ao trabalhador de baixa renda, melhorando suas condições nutricionais e gerando, consequentemente, saúde, bem-estar e maior produtividade. 
Criado pela lei nº. 6.321/1976, o qual faculta às pessoas jurídicas a dedução das despesas com a alimentação dos próprios trabalhadores em até 4% do IR e é regulamentado pelo Decreto nº. 05/1991 e pela Portaria nº. 03/2002. 
O PAT tem como objetivo a melhoria da situação nutricional dos trabalhadores, visando a promover sua saúde e prevenir as doenças relacionadas ao trabalho. É importante ressaltar que todas as empresas podem participar, porém, essa participação não é obrigatória.
As empresas podem participar do PAT de 3 formas:
Beneficiária - É a empresa que concede um benefício-alimentação ao trabalhador por ela contratado;
Fornecedora - É a empresa que prepara e comercializa a alimentação (refeição pronta ou cestas de alimentos) para outras empresas;
Prestadora de Serviço de Alimentação Coletiva - É a empresa que administra documentos de legitimação, sejam impressos ou na forma de cartões eletrônicos/magnéticos, para aquisição de gêneros alimentícios em supermercados (alimentação convênio) ou para refeições em restaurantes (refeição convênio).
Comprovadamente, o PAT leva a um aumento da produtividade; maior integração entre trabalhadores e a empresa; redução de atrasos e faltas ao trabalho; redução da rotatividade; redução do número de doenças e acidentes do trabalho; isenção de encargos sociais sobre o valor do benefício concedido; incentivo fiscal com redução de até 4% do imposto de renda devido (empresa de lucro real).
As exigências nutricionais do PAT contemplam que as principais refeições (almoço, janta e ceia) deverão conter de 600 a 800 calorias. Admitindo-se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total (VET) de 2000 calorias por dia. E deverão corresponder à faixa de 30-40% do VET diário.
As refeições menores (desjejum e lanche) deverão conter de 300 a 400 calorias em relação ao Valor Energético Total de duas mil calorias por dia e deverão corresponder à faixa de 15 -20% do VET diário. O percentual proteico – calórico (NdPCal) das refeições deverá ser de no mínimo 6% e no máximo 10 %.
O PAT pode ser executado através da modalidade de serviço próprio (Auto-Gestão) ou de terceirização, pela administração de cozinhas, alimentação-convênio, refeição-convênio, refeições transportadas ou cestas de alimentos.
Alimentação escolar
Alimentação Escolar é toda a alimentação realizada pelo estudante durante o período em que se encontra na escola. Nesse contexto, existe o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que se caracteriza pelo repasse de verbas Federais para que Estados e Municípios forneçamalimentação escolar aos alunos matriculados na rede pública.
O PNAE tem a proposta de suprir 15% das necessidades nutricionais diárias do estudante – Kcal e proteína principalmente.
O profissional nutricionista atua na área de alimentação escolar como Responsável Técnico do PNAE:
Definindo os parâmetros nutricionais a serem aplicados;
Conhecendo a população-alvo e suas deficiências nutricionais, comportamento, hábitos alimentares, nível socioeconômico;
Planejando os cardápios, em função de vários parâmetros estabelecidos pela Resolução CFN 358/2005;
Programando as quantidades de alimentos a serem adquiridas, a partir do cardápio elaborado;
Supervisionando, de forma a garantir o cumprimento do cardápio, o preparo correto da merenda e a manutenção da qualidade higiênico-sanitária das preparações;
Treinando os Manipuladores das merendas periodicamente;
Realizando a análise do valor nutritivo, de forma a garantir o atendimento às determinações legais de oferta de nutrientes;
Realizando testes de aceitabilidade dos alimentos a serem introduzidos no cardápio.
Além dessas atividades, o nutricionista realiza a Avaliação Nutricional das crianças atendidas, de forma a avaliar o impacto da alimentação sobre os escolares, em relação ao estado nutricional, ao desenvolvimento, ao nível de aprendizagem, ao grau de retenção e à evasão escolar. Realiza também a Educação Alimentar e Nutricional, já que a escola é um ambiente ideal para essas atividades e a alimentação escolar é uma das principais ferramentas para essa prática educativa.
Alimentação em escolas publicas e privadas
Hoje, existe um grande paradigma sobre a alimentação escolar em escolas públicas e privadas. Apesar de ambas possuírem o objetivo de suprir parcialmente as necessidades nutricionais, melhorar a capacidade ensino-aprendizagem e formar bons hábitos alimentares, as escolas públicas são obrigadas a seguir os parâmetros nutricionais do PNAE. Já nas escolas privadas, não há um índice nutricional a ser cumprido.
O que se observa é que, em cantinas escolares, há um excesso de consumo de alimentos densamente energéticos, como balas, doces, refrigerantes e salgadinhos. Esse consumo inadequado está sendo relacionado com o aumento da obesidade infantil, o que é considerado hoje um grande problema de saúde pública.
Assim, a Educação Alimentar na Escola dever ser uma prática que envolva cantinas, pais, mestres, nutricionista e crianças no processo e apresente resultados a longo prazo, de forma a estimular nestas últimas a autonomia para a escolha correta da alimentação.
Alguns municípios possuem regulamentação em relação à proibição de venda em cantinas escolares de alguns tipos de alimentos considerados nocivos à saúde da criança e relacionados à elevada ingestão calórica, à obesidade, à hipertensão e ao diabetes.
Em agosto de 2013, o Senado votou o Projeto de Lei que proíbe cantinas e lanchonetes instaladas em escolas de vender bebidas com baixo valor nutricional (como refrigerante), ou alimentos com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gorduras trans ou sal, porém, ainda não há uma definição acerca do assunto. Essa questão já é discutida por quase 10 anos no Brasil, mas sem uma definição legal no âmbito nacional.
5 - NUTRIÇÃO CLINICA
Definição
O nutricionista clínico atua, através da alimentação, tratando as diversas enfermidades que acometem o ser humano, podendo ser de forma terapêutica, no controle de doenças crônicas, ou preventiva, de patologias, através de uma alimentação saudável. Esse atendimento pode ser ambulatorial (consultório, clínicas, asilos, SPA) ou hospitalar (enfermarias, bancos de leite e lactários).
A nutrição clínica abrange, pois, o atendimento ao paciente na internação, no ambulatório, no consultório e em domicílio, onde o profissional nutricionista utiliza a dietoterapia para tratamento e/ou prevenção de enfermidades. Nessa área, o nutricionista deve prescrever, planejar, analisar, supervisionar e avaliar dietas.
A resolução CFN n.º380/2005 estabelece que a nutrição clínica pode ser aplicada a diversas áreas:
Nutrição Materno-Infantil;
Nutrição Enteral e Parenteral;
Nutrição em Geriatria;
Nutrição em Banco de Leite Humano;
Nutrição em Lactário;
SPA;
Nutrição e Estética;
Nutrição Pré e Pós-operatória.
Atividades obrigatórias e complementares
O nutricionista que trabalha na área de nutrição clínica, como acontece em todas as áreas, possui uma série de atividades obrigatórias à sua prática profissional. Essas atividades podem apresentar algumas variações de acordo com o público atendido e o local de atuação. Por exemplo, se for em um lactário, haverá a necessidade de um rigoroso controle de qualidade; se for para pacientes internados, é necessário o controle da aceitação da dieta, pois esta tem influência direta na recuperação deles.
Atividades obrigatórias do nutricionista de área clinica
Definir, planejar, organizar, supervisionar e avaliar as atividades de assistência nutricional;
Avaliar o estado nutricional a partir de diagnóstico clínico, de exames laboratoriais, de anamnese alimentar e exames antropométricos;
Quando necessário, solicitar exames laboratoriais, exames complementares ou laudos técnicos especializados e prescrever suplementos alimentares;
Estabelecer a dieta, fazendo as adequações necessárias;
Registrar, diariamente, em prontuário, a prescrição dietoterápica, a evolução nutricional, as intercorrências e a alta em nutrição;
Promover orientação e educação alimentar e nutricional para clientes e familiares.
Atividades obrigatórias do nutricionista em bancos de leite
Incentivar o aleitamento materno;
Promover campanhas para captar doadoras de leite humano;
Garantir a qualidade higiênico-sanitária do leite humano;
Promover orientação, educação e assistência alimentar e nutricional às mães.
Atividades obrigatórias do nutricionista em lactários
Planejar, dirigir e controlar os cuidados dietéticos e higiênico-sanitários do serviço;
Padronizar métodos, rotinas e fórmulas;
Fornecer ao responsável pela criança orientação quanto ao preparo e à diluição das fórmulas no momento da alta e dos retornos programados.
Atuação do nutricionista em hospital
No hospital, o nutricionista é uma peça fundamental para o tratamento dos pacientes. Sua função é garantir a alimentação equilibrada e o aporte de nutrientes necessários ao bom estado nutricional, o que será crucial para a evolução clínica e a recuperação, visto que o paciente desnutrido tem fraqueza, alteração na cicatrização de feridas, diminuição das funções dos órgãos, maior risco de infecção e pode até chegar à morte.
Responsabilidade na prescrição dietoterápica
A lei nº. 8.234/1991, em seu artigo 3º, inciso VIII, afirma que são atividades privativas do nutricionista a "Assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e em nível de consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas para enfermos".
Na elaboração de um plano dietoterápico, o nutricionista deverá demonstrar interesse em todos os aspectos relacionados com a alimentação do paciente. Deve saber desvendar os fatores ambientais e antecedentes genéticos, sem omitir a responsabilidade do paciente no tratamento, pois, para que os objetivos do plano dietoterápico sejam alcançados, é preciso estabelecer relação de cumplicidade e parceria com o paciente.
Para elaborar um plano alimentar/dietoterápico é preciso que fique claro que toda dieta é individual. Assim, o nutricionista precisa realizar uma avaliação antropométrica, questionando sobre doenças pré-existentes, história dietética, hábitos de vida e objetivos a serem alcançados.
Depois, são calculadas todas as necessidades nutricionais do paciente e/ou cliente para que o plano alimentar seja elaborado. O Código de Ética determina que o profissional nutricionista deve realizar unicamente em consulta presencial essa avaliação e diagnóstico nutricional e a respectiva prescrição dietética do indivíduo sob sua responsabilidadeprofissional.
Desafios do nutricionista
Nos dias de hoje, o nutricionista tem um grande desafio, pois existe uma grande veiculação de dietas nas mídias, de fácil acesso, “ensinando” a melhor forma de se alimentar. Essas são conhecidas como dietas da moda. 
6-SAÚDE COLETIVA
Definições
O nutricionista que atua na área de Saúde Coletiva está envolvido em atividades relacionadas com alimentação e nutrição realizadas em políticas e programas institucionais de atenção básica à saúde e de vigilância sanitária. Assim, são necessários os esclarecimentos acerca desses termos para um melhor entendimento da atuação do nutricionista. 
A atenção básica à saúde se caracteriza por um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situadas no primeiro nível de atenção nos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação.
Entende-se por Educação Alimentar e Nutricional o procedimento realizado pelo nutricionista junto a indivíduos ou grupos populacionais, considerando as interações e os significados que compõem o fenômeno do comportamento alimentar, para aconselhar mudanças necessárias a uma readequação dos hábitos alimentares.
Níveis de atendimento à Saúde
Em Saúde Coletiva, as ferramentas utilizadas para a educação alimentar e nutricional são a elaboração e a aplicação de Políticas e Programas Institucionais, que são a regulamentação da execução de propostas e projetos governamentais de atendimento específico à população. Mais adiante, veremos alguns dos Programas que hoje são realizados no Brasil.
-Nível de Atendimento Primário: Assistência nutricional aos pacientes cujas patologias de base não acarretam fatores de risco nutricional.
-Nível de Atendimento Secundário: Assistência nutricional aos pacientes cujas patologias de base acarretam fatores de risco nutricional associados;
Assistência nutricional aos pacientes cuja patologia de base exige cuidados dietéticos mais específicos e não acarretam fatores de risco nutricional associados.
-Nível de Atendimento Terciário:Assistência nutricional aos pacientes cuja patologia de base exige cuidados dietéticos mais específicos e apresentam fatores de risco nutricional associado.
Assim, os âmbitos de atenção à saúde da população podem ser representados pelo seguinte esquema, com atuação do profissional em todos os níveis:
Atividades Obrigatórias e Complementares do Nutricionista na Saúde Coletiva
A atuação do nutricionista visa promover a reeducação dos hábitos alimentares da população, com a finalidade de prevenção de doenças e promoção da qualidade de vida. Para isso, realiza consultas com monitoramento do estado nutricional, em que os dados coletados podem ser oriundos de diagnóstico longitudinais, com o foco na melhoria das condições nutricionais e alimentares da comunidade, ou através da coleta de dados antropométricos no atendimento individualizado, o que leva a uma melhor intervenção em doenças.
Assim, dentro da Saúde Coletiva, o nutricionista pode atuar em:
Atribuições do nutricionista:
*Políticas e Programas Institucionais: 
-Participar de equipes multiprofissionais e intersetoriais, de entidades públicas ou privadas, destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar, executar e avaliar ações relacionadas com alimentação e nutrição de forma direta ou indireta;
-Participar da elaboração e da revisão da legislação e dos códigos próprios dessa área;
-Coordenar e supervisionar a implantação e a implementação do módulo de vigilância alimentar e nutricional, do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB);
-Consolidar, analisar e avaliar dados de Vigilância Alimentar e Nutricional, coletados em nível local, propondo ações de resolutividade para situações de risco nutricional;
-Promover ações de educação alimentar e nutricional.
*Promoção em Saúde:
-Coletar, consolidar, analisar e avaliar os dados de Vigilância Alimentar e nutricional e, a partir desses dados, planejar e executar ações de educação nutricional e alimentar;
-Identificar grupos populacionais de risco para DCNT, visando ao planejamento de ações específicas;
-Integrar polos de educação permanente, visando ao aprimoramento contínuo dos recursos humanos de todos os níveis do Sistema único de Saúde (SUS);
-Desenvolver, implantar e implementar protocolos de atendimento nutricional adequado às características da população assistida.
*Assistência à saúde:
Quando o nutricionista trabalha com a assistência à saúde, sua atuação profissional se assemelha muito à do nutricionista da área de nutrição clínica, porém, essa intervenção nutricional, como dito anteriormente, é mais voltada para a prevenção da doença. Esse atendimento ocorre em nível ambulatorial, em Postos de Saúde, Clínicas da Família, Ambulatórios Hospitalares, e o nutricionista tem como principais atribuições:
-Identificar patologias e a presença de DCNT para o atendimento nutricional adequado;
-Prestar atendimento nutricional individualizado (podendo ser em domicílio), com base em dados clínicos, antropométricos e dietéticos, a fim de realizar um diagnóstico nutricional e elaborar a prescrição dietética, podendo solicitar exames laboratoriais complementares ao diagnóstico;
-Registrar toda a evolução nutricional do paciente em protocolo específico;
-Promover educação nutricional e dietética para pacientes e familiares;
-Integrar as equipes multiprofissionais nas ações de assistência e orientação desenvolvidas pela Unidade de Saúde, em especial, na prevenção, no tratamento e no controle das DCNT.
*Vigilância em Saúde:
-Integrar a equipe de Vigilância em Saúde, participando da elaboração e da revisão da legislação própria da área;
-Cumprir e fazer cumprir a legislação de Vigilância em Saúde;
-Promover e participar de programas de ações educativas na área de Vigilância em Saúde.
Promoção da saúde e políticas públicas de saúde
Quando falamos de cuidados integrais com a saúde, estamos abordando questões relacionadas a ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e fatores de risco e tratamento adequado dos doentes depois da doença já instalada.
A saúde é um direito humano fundamental reconhecido por todos os foros mundiais e garantida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos em todas as sociedades. É amplamente reconhecida como o maior e o melhor recurso para os desenvolvimentos social,
econômico e pessoal, assim como uma das mais importantes dimensões da qualidade de vida.
Saúde e qualidade de vida são dois temas estreitamente relacionados, isto é, a saúde contribui para melhorar a qualidade de vida, e esta é fundamental para que um indivíduo ou uma comunidade tenha saúde. Em síntese, promover a saúde é promover a qualidade de vida.
Atenção integral de saúde
Para a atenção integral de saúde, será necessário utilizar e integrar saberes e práticas hoje reunidos em compartimentos isolados: atenção médico-hospitalar; programas de saúde pública; vigilância epidemiológica; vigilância sanitária; educação para a saúde etc. com ações extras setoriais em distintos campos, como água, esgoto, resíduos, drenagem urbana. E também na educação, na habitação, na alimentação e na nutrição, dirigindo esses saberes e práticas integrados a um território peculiar, onde habita uma população com características culturais, sociais, políticas, econômicas etc. diferentemente de outras populações viventes em outros territórios.
Hoje, no Brasil, existem programas que foram desenvolvidos com esse foco, como os Programas de Saúde da Família e dos Agentes Comunitários de Saúde, por exemplo. Assim, para a promoção da Saúde, temos os seguintes aspectos relacionados (figura a seguir):
Como prioridade para a Promoção da Saúde, levando em consideração a interdisciplinaridade já discutida, os profissionais de saúde que atuam em saúde coletiva, inclusive o nutricionista, possuem como desafios para a instalação da saúde na populações e/ou comunidades:
7- DOCÊNCIA E PESQUISA
Definições
Competem ao nutricionistada área de Docência e Pesquisa todas as atividades relacionadas ao ensino, extensão, pesquisas e coordenação de cursos que estejam relacionadas à alimentação e à nutrição.
Para que o profissional nutricionista esteja habilitado a exercer a função de docente e pesquisador, o mesmo deverá possuir a titulação mínima de Mestre, isto é, deverá fazer um curso de pós-graduação (Mestrado ou Doutorado). Essa escada acadêmica que o profissional seguirá será discutida a seguir de forma mais detalhada.
Ensinar: Muito menos que apenas transmitir informação
Aprender: Mais do que absorver o que foi ensinado
O professor exerce uma grande influência na formação do profissional, devendo abranger de forma sistematizada o conhecimento baseado em evidências científicas, filosóficas e tecnológicas. Entretanto, para que este conhecimento possa ser transferido e absorvido pelo aluno, o professor precisa desenvolver algumas habilidades, sendo:
• aceitação (de alunos, coordenadores e outros docentes);
• compreensão;
• compromisso (com a instituição, com a ética profissional e com os alunos);
• criatividade;
• dedicação;
• determinação;
• disciplina;
• discrição;
• empatia;
• equilíbrio;
• saber escutar;
• flexibilidade;
• humanização;
• humildade;
• motivação para novos conhecimentos.
Um docente de uma Instituição de Ensino Superior (IES) deve:
Ser capaz de se moldar aos diferentes discentes;
Ajustar-se a novas experiências, estilos e atitudes para aprender;
Lidar com a insegurança, excesso de confiança, ansiedade, medo, preconceito e falta de motivação.
O docente acaba exercendo um papel de figura central em todo o processo de aprendizado, precisando ensinar uma arte, uma ciência, uma disciplina, uma técnica.
Atividades obrigatórias e complementares do nutricionista na área de docência e pesquisa
O nutricionista que pretende atuar na área de docência possui como principais atuações profissionais aquelas relacionadas às atividades de dirigir, coordenar e supervisionar cursos de graduação de Nutrição: ensinar matérias profissionais dos cursos de graduação de Nutrição, ensinar as disciplinas de Nutrição e Alimentação nos cursos de graduação da área de saúde e outros afins.
Assim, são consideradas como principais atividades obrigatórias da atuação do nutricionista na área de ensino, pesquisa e extensão:
Planejar, organizar e dirigir as atividades técnicas e administrativas do período letivo;
Planejar, organizar, dirigir, participar e controlar atividades de ensino, pesquisa e extensão;
Responsabilizar-se pela orientação e supervisão acadêmica: monitoria, estágios curriculares e complementares, iniciação científica, entre outros;
Promover, participar e divulgar estudos e pesquisas na sua área de atuação;
Avaliar as atividades dos alunos, informando-os periodicamente sobre seu desempenho;
Estimular permanentemente no aluno uma postura ética, por ações e/ou exemplos.
Complementando sua atuação profissional, o docente pode planejar, organizar e/ou participar de eventos científicos promovidos pela IES; participar de colegiados acadêmicos vinculados ao ensino, pesquisa e extensão; e participar de grupos e comissões de trabalho.
Como seguir carreira acadêmica
Para atuar na área de docência e pesquisa o nutricionista, que possui formação generalista, precisa identificar qual a área de interesse e se especializar nela, seja por meio de cursos de especialização ou de mestrado e doutorado.
Pós-graduações lato sensu:
As pós-graduações lato sensu compreendem programas de especialização e incluem os cursos designados como MBA (Master Business Administration). Com duração mínima de 360 horas, ao final do curso o aluno obterá certificado e não diploma.
Pós-graduações stricto sensu:
As pós-graduações stricto sensu compreendem programas de mestrado e doutorado abertos a candidatos diplomados em cursos superiores de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino e ao edital de seleção dos alunos. Neste tipo de pós-graduação, ao final do curso, o aluno obterá diploma.
O Currículo Lattes
O profissional que seguir na área de docência e pesquisa precisa ter produção científica, comprovada e registrada sob a forma de Currículo Lattes. O Currículo Lattes é um currículo elaborado nos padrões da Plataforma Lattes, gerida pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A Plataforma Lattes é resultado da experiência do CNPq na integração de bases de dados de Currículos, de grupos de pesquisa e de instituições em um único sistema de informação. Esse tipo de currículo se tornou um padrão nacional no registro do percurso acadêmico de estudantes e pesquisadores do Brasil.
Assim, após a graduação, o nutricionista possui a opção de fazer uma especialização ou ingressar diretamente no mestrado. Concluído o mestrado, o profissional está apto a fazer o doutorado e, caso seja de interesse, curso de Pós-Doutorado (PhD). Para que o nutricionista possa usar o título de especialista, se faz necessário que o mesmo faça uma prova aplicada pela Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN). Nos outros casos, assim que adquirir o diploma, o profissional se intitula “Mestre em...”, “Doutor em...” ou “PhD em...”.
8- INDÚSTRIA E MARKETING
Definições
A industrialização de alimentos teve início na época da revolução industrial, com o intuito de conservar os alimentos produzidos por mais tempo. Com a evolução da tecnologia, os alimentos industrializados passaram a apresentar condições antes ausentes, proporcionando diversas vantagens para a melhoria do produto.
Assim, a industrialização de produtos alimentícios possui diversas vantagens, entre elas:
Maior tempo de vida útil e melhor rendimento no aproveitamento, consumo e armazenamento dos produtos alimentícios;
Melhoria e modificações das qualidades sensoriais (cor, textura, odor, paladar);
Instituição de produtos especializados (dietéticos, infantis, para atletas, entre outros);
Expansão da produção de produtos regionais;
Presença de produtos fora da época de safra ou de regiões distantes;
Inovações capazes de reduzir o tempo de preparo dos alimentos;
Redução de preços.
Isto ocorreu porque, do ponto de vista dos produtos consumidos, a indústria sofreu uma grande evolução, em que a população brasileira migrou fortemente dos alimentos in natura para os processados. Hoje, 85% dos alimentos consumidos no país passam por algum processamento industrial, contra 70% em 1990 e apenas 56% em 1980.
Além disso, a indústria também tem explorado, de forma crescente, novos nichos de produtos, como os alimentos e bebidas funcionais e dietéticos. Em 2012, o segmento de produtos de saúde e bem-estar (diet, light, funcionais, fortificados, naturais e saudáveis) faturou R$ 38,4 bilhões, ou 8,9% das vendas totais (ABIA, 2015).
Ao mesmo tempo em que representam grandes oportunidades, o crescimento do consumo de produtos de maior valor agregado exige das empresas um maior nível tecnológico e de gestão. O cenário é de alta competitividade. E é neste cenário que a atuação de um profissional nutricionista aparece como um grande diferencial, pois, na sua formação, o nutricionista adquire conhecimento técnico suficiente sobre a composição dos alimentos e as modificações que estes sofrem nos processos tecnológicos, levando em consideração a saudabilidade do alimento ingerido.
Desse modo, o nutricionista na Indústria de Alimentos atua em atividades de desenvolvimento e produção de produtos relacionados à alimentação e à nutrição:
fazendo testes em cozinhas experimentais, que são laboratórios para o desenvolvimento de novos produtos;
realizando pesquisa com consumidores para verificar o nível de aceitação do produto pelo mercado consumidor, com testes de aceitação sensorial.
Comunicação sobre alimentos
O marketing está intimamente relacionado com a atuação do nutricionista na indústria de alimentos e surge como uma ferramenta de análise dos mercados, em que a correta utilização dos elementos mercadológicosbusca a formulação de estratégias que possam melhorar a competitividade das empresas.
O consumidor vem adotando uma postura mais consciente em relação aos produtos que adquire nas últimas décadas. Quando aplicamos essa preocupação no setor alimentício, torna-se muito clara, principalmente em relação à escolha e ao consumo de produtos que estejam relacionados com maior qualidade de vida, agregando à dieta questões de saúde, entre eles os alimentos com menor conteúdo de gorduras e calorias, rico em fibras, com baixa quantidade de sódio, entre outros.
Assim, a propaganda acerca de um alimento industrializado possui a função de estabelecer uma comunicação com os consumidores, informando-os sobre a existência de determinado nutriente e mostrando seus atributos, de forma a permitir que o público-alvo reconheça um produto e o associe a algum benefício ou valor agregado, no nosso caso, um valor nutricional melhor ao produto.
Atividades obrigatórias e complementares do nutricionista na área de indústria e marketing de alimentos
Na indústria de alimentos, o nutricionista pode exercer atividades em quatro subáreas, sendo: relações com o mercado, comunicação nutricional, políticas e regulamentações e no desenvolvimento de novos produtos. Cada setor de atuação possui sua particularidade em relação às atividades a serem desenvolvidas pelo nutricionista.
Relações com o Mercado
- Quando de fala de Relações com o Mercado, o profissional nutricionista atua:
No atendimento ao consumidor: por meio dos canais de comunicação, elaboração de materiais de comunicação, desenvolvimento e implantação de ações de fidelização, reclamações em relação ao controle de qualidade dos produtos;
- Na organização e participação em eventos: divulgação do produto desenvolvido em feiras no setor alimentício, congressos e eventos científicos;
- Em cozinhas experimentais dentro da indústria: para o desenvolvimento ou testes de receitas, estudos culinários, produção de fotos ou filmes;
- No merchandising culinário: por meio de cursos de culinária, demonstração do produto na televisão, degustações do produto a ser lançado no mercado.
Comunicação Nutricional
- Já a atuação do nutricionista na Comunicação Nutricional pode se dar por meio:
Da realização de estudos clínicos em relação ao consumo do produto desenvolvido, em parceria com centros de pesquisas;
- Do suporte no lançamento de produtos: comunicação da marca na embalagem, campanhas publicitárias (por meio de anúncios, propagandas em televisão e revistas), treinamento da equipe em relação às características inerentes ao produto;
- Da comunicação corporativa: website da empresa, programa de melhoria do perfil nutricional do produto;
- De programas de educação nutricional: internos (treinando os funcionários para a venda) ou externos (com os consumidores, por meio de aulas, distribuição de materiais e campanha em massa).
Políticas e Regulamentação
- Em relação às Políticas e Regulamentação, o profissional nutricionista atua:
Dando o suporte regulatório necessário em relação à orientação quanto às legislações da área, rotulagem nutricional obrigatória e declaração quanto ao uso de alegações de saúde;
- Realizando a interface com o Ministério da Saúde ou Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fornecendo o dossiê técnico científico do produto necessário para o registro dos produtos ou para a comunicação de fabricação;
- Desenvolvendo políticas internas de nutrição, por meio da melhoria nutricional dos produtos desenvolvidos e combate às DCNT;
- Fazendo a comunicação apoiada em suporte científico nas alegações nas embalagens, campanhas publicitárias e materiais impressos.
Desenvolvimento de Novos Produtos
- Interface Nutrição Global e Centro de Pesquisa: definição dos requisitos nutricionais do produto, elaboração e formulação, condução e apoio na coordenação;
- Desenvolvimento do Produto em si: trabalho em conjunto com engenheiros de alimentos, definição da fortificação, orientação quanto aos aspectos nutricionais, definição dos estudos analíticos.
Na sua atuação profissional o nutricionista sempre buscará o equilíbrio entre: Conhecimento e Saúde X Alimento Industrializado
Atenção
Com o foco em Marketing, o nutricionista pode atuar em atividades de marketing e publicidade científica relacionadas à alimentação e à nutrição, direcionadas aos consumidores e aos profissionais da área. A indústria tenta diferenciar seus produtos e serviços, utilizando como ferramenta o marketing nutricional, o qual possui como objetivo informar o consumidor sobre a dimensão nutricional do alimento, de forma a influenciar a preferência por produtos.
Além disso, o marketing nutricional tem o intuito de promover a educação nutricional. Por isso o nutricionista deve estar atualizado em relação às necessidades atuais do consumidor, cada vez mais preocupado com questões relacionadas à alimentação saudável e propor produção e/ou promoção de alimentos saudáveis.
O marketing e sua influência na escolha do alimento
Os fatores que determinam o comportamento alimentar são muito mais amplos do que as simples necessidades nutricionais do indivíduo, pois engloba aspectos psicológicos e sociais que influenciam a prática alimentar do indivíduo. Assim, o comportamento alimentar é consequência de uma série de decisões diárias, práticas alimentares e aspectos subjetivos, tais como as características do alimento, seu custo e disponibilidade, fatores culturais e religiosos, influência social e aspectos relacionados à publicidade e à mídia (SPANIOL, 2014).
A publicidade começa pela escolha da embalagem, pois a embalagem influencia diretamente nas escolhas alimentares do consumidor (seja ele uma criança ou um adulto), mesmo que isso ocorra de forma inconsciente, seja pela estética, pelo tamanho ou pelas informações que ela contém.		
No entanto, muitas indústrias utilizam o marketing abusivo acerca dos alimentos, desconsiderando o impacto nutricional que o consumo daquele alimento terá na vida das pessoas. Devido a este fator, o nutricionista exerce um papel fundamental na promoção de hábitos saudáveis, por meio do marketing, orientando quanto à correta leitura da embalagem e escolha do alimento a ser consumido.
9- NUTRIÇÃO ESPORTIVA
Definições
O primeiro relato sobre a relação entre uma dieta diferenciada e a prática de atividade física ocorreu em 580 a.C., sobre atletas gregos que adotavam dietas especiais, apesar de naquela época não existirem estudos científicos sobre a nutrição no esporte.
Assim, percebe-se que a nutrição faz parte da vida dos atletas desde a Antiguidade, sendo que alguns atletas tinham crenças e tabus costumando se alimentar de forma diferente antes das competições esportivas.
Nos anos 1960, em pesquisas feitas sobre o glicogênio, foi descrita pela primeira vez a dieta da supercompensação, que consistia primeiro na diminuição do conteúdo de carboidratos da dieta, seguido do aumento da sua ingestão, acompanhado de uma diminuição na intensidade dos treinos, com o intuito de otimizar os estoques de glicogênio muscular. Essa prática alimentar surtia efeito no aumento do tempo de resistência, sem levar à diminuição da intensidade na prova. Esse tipo de conduta nutricional foi usado com sucesso por muitos atletas e, até nos dias atuais, alguns competidores utilizam.
No Brasil, a nutrição esportiva ainda é um campo de atuação considerado recente, pois apenas na década de 1990 foi difundido entre os nutricionistas, sendo que atualmente esse campo de atuação profissional vem crescendo consideravelmente. Frente a este cenário, essa ainda é uma área de atuação com grande demanda de profissionais, sendo difícil ingressar com pouca ou nenhum a experiência.
Grande parte dos atletas de elite contam com acompanhamento nutricional e os clubes e as equipes esportivas têm solicitado cada vez mais a orientação nutricional para a conquista de um melhor desempenho nos treinos e competições.
Planejamento da dieta de um atleta
Outra área de atuaçãodentro da Nutrição esportiva está relacionada com a preocupação que as pessoas têm, cada dia maior, com a qualidade de vida, em que procuram associar a prática regular de atividade física com uma nutrição equilibrada. Assim, as pessoas passaram a procurar mais a orientação do nutricionista em consultórios especializados na prática de atividade física.
Quando uma dieta é planejada para um atleta de elite, alguns aspectos precisam ser levados em consideração:
Adequação à modalidade esportiva
Dependendo do esporte (força, explosão, resistência), a demanda de reserva energética para a prova será diferenciada, assim como o plano alimentar durante o preparo deste atleta.
Adequação às características individuais
Todo planejamento dietético é individualizado, pois cada organismo é único e possui uma relação muito específica com os alimentos. Como, por exemplo, existem pessoas que têm certa dificuldade de digerir pepino, o que pode atrapalhar a digestão e absorção dos alimentos como um todo. Assim, é importante averiguar quais os tipos de alimentos podem ser incluídos para cada pessoa.
Posicionamento do atleta na equipe ( mais voltada para o esporte em equipe)
Examine o exemplo do futebol: um lateral corre muito mais ao longo do jogo do que um atacante, que fica mais parado do meio de campo para frente. Logo, o preparo nutricional em relação à resistência e à explosão é diferenciado para ambos, precisando ter um plano alimentar para cada função na equipe.
Eficiência dos movimentos
A dieta do atleta de elite precisa fornecer todos os nutrientes necessários para que os movimentos sejam o mais eficiente possível, trabalhando, assim, com o fornecimento de energia para o músculo durante o movimento e na recuperação. Isso explica o fato da superação frequente dos recordes nas modalidades esportivas.
Exigência dos treinos
Os treinos dos atletas de elite são extremamente exaustivos, podendo chegar a 15-18 horas por dia. Para evitar a fadiga e fornecer os nutrientes necessários para manter a saúde do atleta, o acompanhamento nutricional é primordial. Nesse caso, na maioria das vezes, cabe a suplementação, que será discutida mais à frente.
Quantidade e horário das viagens
A rotina alimentar é muito importante no desempenho de um atleta, a qual é interrompida com viagens. Por isso, é muito importante um período de adaptação no local de competição, de forma que o atleta consiga criar a rotina em um novo fuso horário, pressão atmosférica, altitude, entre outros fatores ambientais que possam influenciar o rendimento. Outra questão importante em relação às viagens é a disponibilidade de alimentos que o atleta esteja acostumado em ingerir, de forma a não ter nenhuma rejeição pelo organismo. Por esse motivo, muitas equipes acabam levando os alimentos que os atletas devem ingerir durante a competição.
Ainda com o foco nos atletas de elite é importante ressaltar a importância do trabalho de uma equipe multidisciplinar, cada qual com sua importância fundamental na performance do atleta, conforme pode ser observado no esquema:
Planejamento da dieta de um praticante de atividade física
Quando o foco do plano alimentar é o praticante de atividade física, isto é, aquela pessoa que pratica qualquer atividade física rotineiramente, seja em academia ou em ambiente aberto, as exigências são um pouco diferenciadas do atleta de elite. O praticante de atividade física tem o foco na vida saudável, aliando prática de atividade física e bons hábitos alimentares.
Esse estilo de vida combate a obesidade e reduz o risco de doenças coronarianas, alguns tipos de câncer e osteoporose. Além de contribuir para a saúde mental e bem-estar. Por este motivo é importante a escolha de uma atividade física que traga prazer em ser executada.
Atividades obrigatórias e complementares do nutricionista na área de nutrição esportiva
A atuação do profissional nutricionista no âmbito da nutrição esportiva pode acontecer em clubes esportivos, academias ou locais similares. 
O nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias, principalmente:
Identificar o perfil do cliente, conforme as especificidades do treinamento físico ou esportivo;
Avaliar e acompanhar a composição corporal e o estado nutricional do cliente, conforme as características do indivíduo e da atividade física prescrita pelo Educador Físico;
Estabelecer o plano alimentar do cliente, adequando-o à modalidade esportiva ou atividade física desenvolvida, considerando as diversas fases (manutenção, competição e recuperação);
Registrar individualmente as prescrições dietéticas e evolução nutricional da clientela atendida;
Interagir com a equipe multiprofissional, responsável pelo treinamento/acompanhamento do desportista/atleta;
Coordenar e supervisionar as atividades da UAN responsável pelo preparo/fornecimento de refeições aos desportistas.
ATENÇÃO
Além dessas atividades, o nutricionista na área de Nutrição em Esportes pode, de forma a complementar sua atuação profissional, solicitar exames complementares à avaliação nutricional, prescrição dietética e evolução nutricional do atleta; prescrever suplementos nutricionais, em conformidade com a legislação vigente, sempre que necessário; desenvolver material educativo, para orientação de clientes, treinadores e colaboradores; participar de cursos de treinamento e aperfeiçoamento de colaboradores e profissionais de saúde.
Segundo o Conselho Federal de Nutrição, suplementos nutricionais são alimentos que servem para complementar com calorias e/ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, quando sua ingestão, a partir da alimentação, é insuficiente ou a dieta requer suplementação. No caso de atletas de elite, quase inevitavelmente se faz necessário o uso de suplementos devido à grande demanda nutricional que possuem.
É importante ressaltar que independentemente de suas funções, os suplementos não farão qualquer tipo de milagre se a pessoa não mudar os hábitos alimentares e mantiver um treinamento adequado.
ATENÇÃO
Muitas pessoas confundem suplementos com anabolizantes, conhecidos popularmente como bomba. Os suplementos alimentares são compostos naturais encontrados em alimentos, porém em uma alta concentração e/ou isolados. Eles podem suprir uma substância em falta no organismo ou, em alguns casos, estimular o metabolismo, a exemplo da cafeína nos termogênicos. Já os anabolizantes são hormônios, que são os principais reguladores metabólicos no organismo. Eles são responsáveis pelo aumento mais rápido da massa magra e pelo consumo de gordura, por exemplo. Entretanto, nosso organismo já produz todos esses hormônios, o que pode provocar desequilíbrios metabólicos – diferente dos suplementos, dos quais tiramos os nutrientes que nosso corpo não é capaz de produzir.
Principais grupos de suplementos
Os suplementos só passam a oferecer um risco real quando são usados de forma indiscriminada, sem o acompanhamento de um médico ou nutricionista. Isso porque, ao consumir algo de que o corpo não precisa, corremos o risco de acumular esses nutrientes em nosso organismo. E nem todo excesso é excretado pela urina.
Os principais grupos de suplementos comercializados e consumidos, assim como a função que exercem no organismo são os seguintes:
10 – INTER-RELAÇÃO DAS ÁREAS DE NUTRIÇÃO E PRINCÍPIO DA NUTRIÇÃO
Formação do nutricionista
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição preconizam um profissional com formação generalista, humanista e crítica, pautado em princípios éticos, com reflexão sobre a realidade econômica, política, social e cultural. No entanto, ainda nos dias atuais, a formação na graduação apresenta características do currículo mínimo, criado nos anos 1960 pelo Conselho Federal de Educação (Lei nº 4.024/1961, art. 70, e Lei nº 5.540/1968, art. 26) (BRASIL, 2001).
Aspectos sociais e humanos na atuação do profissional nutricionista
Independentemente da área de atuação que o profissional nutricionista escolha

Continue navegando