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EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO EXAME NEUROLÓGICO •O cérebro e a medula espinal não podem ser diretamente inspecionados, percutidos, palpados e auscultados como os demais órgãos do corpo. •A interpretação das alterações neurológicas é um processo técnico que exige extenso conhecimento acerca de neuroanatomia, neurofisiologia e neuropatologia. O ENFERMEIRO E A AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Devido a complexidade da propedêutica neurológica, muitas vezes o emprego na prática clínica de muitos enfermeiros torna-se difícil, mas é de fundamental importância que o enfermeiro seja capaz de avaliar adequadamente a função neurológica afim de descobrir problemas reais/potenciais; intervir; avaliar os efeitos destas disfunções na vida do mesmo e os riscos de vida. O ENFERMEIRO E A AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA O profissional de enfermagem deve ser capaz de identificar no exame neurológico, os déficits que provocarão impacto sobre a vida do indivíduo, durante e após a internação, e implementar ações para adaptação do mesmo à lesão existente. Avaliação do Nível de Consciência •A consciência é definida como o conhecimento de si mesmo e do ambiente . É a capacidade do indivíduo de reagir quando está em perigo ou de satisfazer suas necessidades biológicas e psicossociais. •O fenômeno consciência é dividido em dois componentes: • o despertar; • o conteúdo de consciência. Avaliação do Nível de Consciência •Despertar: é a capacidade de estar acordado. •Conteúdo de consciência: é a somatória das funções mentais , afetivas e cognitivas do indivíduo (linguagem, memória, crítica etc..) O conteúdo da consciência depende diretamente e exclusivamente das regiões corticais cerebrais. Lesões no córtex cerebral podem causar distúrbios no conteúdo de consciência, tais como afasia (perda da linguagem); agnosia (dificuldade ou incapacidade de reconhecer objetos ou sons) apraxia (alterações na capacidade gestual) dentre outros Nível de consciência Entre o estado de inconsciência e o coma existem vários estados intermediários, representando depressões maiores ou menores do sistema reticular ativador ascendente (SRAA) e/ou córtex cerebral. Nível de consciência •Consciente: é aquele que está acordado, alerta, que responde adequadamente ao estímulo verbal, que está orientado em TEMPO, ESPAÇO e PESSOA. •Letárgico: é a perda temporária ou completa da sensibilidade e do movimento por causa fisiológica, ainda não identificada, levando o indivíduo a um estado mórbido em que as funções vitais estão atenuadas de tal forma que parece estarem suspensas, dando ao corpo a aparência de morte; estado de sonolencia quando não perturbado, dorme, mas pode ser acordado facilmente pelo som da voz ou ao ser tocado. Uma vez acordado pode responder à perguntas. Nível de consciência •Confuso: que não é claro. •Sonolento: que tem vontade de dormir. •Obnubilado ou turvação da consciência: estado sonolento ou parecendo desperto em grau leve a moderado; apatia, com obscurecimento e lentidão do pensamento, observado na epilepsia, nas síndromes pós-comocionais, etc. Alteração leve do estado de consciência. Nível de consciência • Torporoso: Dorme, mas pode ser acordado por breve período de tempo por voz alta ou sacudidelas. Uma vez acordado, pode responder a algumas perguntas, não consegue manter diálogo, mas volta a dormir rapidamente. •Comatoso: estado semelhante ao sono profundo, ausência de sons verbais e interações consigo e com o ambiente Condições Psíquicas Consciência Coma Superficial: • não desperta, nenhum movimento espontâneo; • reflexo a estimulação dolorosa profunda; • reflexos de tronco preservados Coma Profundo: • não desperta • não responde ao estímulo doloroso; • decorticação ou descerebração presente*. • ausência de reflexo de tronco; ETAPAS DO EXAME A avaliação neurológica compreende quatro etapas: 1- Função cerebral, 2- Nervos cranianos, 3- Sistema sensitivo; 4- Sistema reflexo. Como em qualquer exame físico, o exame neurológico apresenta uma sequência lógica de desenvolvimento, que se inicia com a avaliação das funções mais elevadas e se encerra com a determinação da integridade dos nervos periféricos. ESCALA DE COMA DE GLASGOW ESCALA DE COMA DE GLASGOW ESCALA DE COMA DE GLASGOW Em que ano estamos?? 18002014 ESCALA DE COMA DE GLASGOW ESCALA DE COMA DE GLASGOW •De 15 a 9 Pontos = significa que o tronco cerebral e o córtex estão preservados. •De 8 a 4 pontos = considerado estado de coma. •3 pontos = “Morte encefálica” Posturas Patológicas - Comatosos Posturas Patológicas - Comatosos Posturas Patológicas - Comatosos Opistótono B) NÍVEL DE ORIENTAÇÃO É comum alguns indivíduos estarem aparentemente em estado normal, até que sejam realizados testes específicos da capacidade integrativa (casos de complicações do córtex frontal). Investiga-se a orientação no tempo e no espaço, e em relação a si mesmo. O indivíduo é capaz de dizer, dia hora ou ano em que está? É capaz de interpretar provérbios? Seus pensamentos são claros e naturais? C) FUNÇÕES SUPERIORES No paciente consciente, o próximo passo é a avaliação do que se pode denominar funções superiores: Fala, Compreensão, Leitura, Cálculo Escrita. Antes de se avaliar distúrbios mais isolados, é importante verificar o nível educacional do paciente, e de sua orientação. C) FUNÇÕES SUPERIORES •A pessoa normal é capaz de compreender e comunicar-se através da linguagem escrita e falada. •Deficiências específicas da linguagem são denominadas AFASIAS (deficiência do hemisfério cerebral dominante). •O principal centro da linguagem falada, a área de broca, localiza-se numa circunvolução adjacente à artéria cerebral média, no hemisfério dominante. Situa-se tão próxima da área motora esquerda, que os distúrbios nessa área acabam via de regra, afetando a área da fala. C) FUNÇÕES SUPERIORES Muitos indivíduos como hemiparesia à direita, evoluem com afasia, ao passo que distúrbios de fala são menos comuns em pacientes com hemiparesia à esquerda. Vez por outra observam-se pacientes hemiparesias à direta, que não exibem distúrbios de linguagem. Normalmente esses indivíduos são canhotos, e neles a área de fala se situa no hemisfério direito. TIPOS DE AFASIA •Afasia de Expressão: Incapacidade de formar palavras compreensíveis, podem articular respostas com uma única sílaba ou palavra. •Afasia de recepção: Incapacidade de compreender a linguagem verbal, é capaz de falar, embora sua fala seja desconexa. TIPOS DE AFASIA •Afasia global: Combinação da afasia de expressão e recepção. Ao trabalhar com o indivíduo afásico, o enfermeiro deve falar de forma clara e pausadamente, com frases curtas, restritas a assuntos práticos, com a ajuda de gestos. O paciente deve ser tratado de forma calma e tolerante, pois frustrações e depressão são reações frequentes à dificuldade de expressão. E como a fala de origem emocional costuma surgir primeiro, deve-se “ignorar” o conteúdo dessa manifestação. Nervos ou Pares Cranianos O organismo humano é composto de doze pares de nervos especiais, denominados “pares cranianos” que emergem do interior do crânio, onde cada par é responsável por um tipo de resposta. NERVO FUNÇÃO I- Olfatório Olfato II- Óptico Visão III- Oculomotor Movimento ocular e palpebral; Controle do parassimpático quanto ao tamanho da pupila IV- Troclear Movimentos dos músculos oculares V- Trigêmeo Percepção da face e da boca; Movimento das bochechas VI- Abducente Movimentos dos músculos oculares VII- Facial Movimento dos músculos da expressão; Gustação nos terços anteriores da língua. VIII- Vestibulococlear Sentido da audição e do equilíbrio IX- Glossofaríngeo Movimentodos músculos faríngeos e laríngeos; Controle parassimpático das glândulas salivares; Gustação; X- Vago Controle parassimpático de coração, pulmões e órgão abdominais; Dor visceral; Movimento dos músculos faríngeos e laríngeos XI- Acessório Movimento dos músculos faríngeos e da região cervical XII- Hipoglosso Movimento da língua NERVO FUNÇÃO I- Olfatório Olfato NERVO FUNÇÃO II- Óptico Visão NERVO FUNÇÃO III- Oculomotor Movimento ocular e palpebral; Controle do parassimpático quanto ao tamanho da pupila IV- Troclear Movimentos músculos oculares VI- Abducente Movimentos músculos oculares NERVO FUNÇÃO V- Trigêmeo Percepção da face e da boca; Movimento das bochechas NERVO FUNÇÃO VII- Facial Movimento dos músculos da expressão; Gustação nos terços anteriores da língua. NERVO FUNÇÃO VIII- Vestibulococlear Sentido da audição e do equilíbrio NERVO FUNÇÃO IX- Glossofaríngeo Movimento dos músculos faríngeos e laríngeos; Controle parassimpático das glândulas salivares; Gustação; NERVO FUNÇÃO X- Vago Controle parassimpático de coração, pulmões e órgão abdominais; Dor visceral; Movimento dos músculos faríngeos e laríngeos NERVO FUNÇÃO XI- Acessório Movimento dos músculos faríngeos e da região cervical NERVO FUNÇÃO XII- Hipoglosso Movimento da língua TESTE OLHO DE BONECA Deve ser aplicado em pacientes inconscientes, onde devemos manter o paciente com as pálpebras abertas para em seguida virar a cabeça do paciente para um lado e depois para o outro de forma rápida, mas com delicadeza. Se os olhos do paciente se moverem em direção oposta, o reflexo está preservado. Este teste é totalmente contra indicado se houver suspeita de lesão cervical. AVALIAÇÃO DAS PUPILAS Inspecionar cada pupila, na sua forma e tamanho, comparando a simetria das duas (isocóricas e anisocóricas) se estão posicionadas na linha média ou dela desviada ( sinalização de elevação da PIC). Se reagem a luz: Manter uma pálpebra fechada e a outra aberta. Mover o foco luminoso da orelha do paciente em direção à linha média da face e direcionar o foco para dentro do olho. Normalmente a pupila se retraí, (foto reagente), alterando-se imediatamente com a remoção do foco. Esperar aproximadamente 20 segundos antes de testar a outra pupila, para permitir a recuperação do estímulo reflexo. Avaliação Pupilar •Diâmetro: varia de 1 à 9 mm, em média 3.5mm. Midríase (dilatação pupilar); miose (constrição pupilar), iso e anisocóricas. •Forma: Normal - arredondada. Anormal - Ovoide (sinal de herniação cerebral); “Fechadura” (comum em cirurgias de catarata); Irregular (traumas de órbita) •Reação à Luz: Foto reagente (normal); Foto paralítica (Anormal) AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SENSITIVA Exame da sensibilidade inclui: Tato Dor Temperatura Principais alterações da função sensitiva Analgesia – ausência da dor Hipoalgesia – redução da sensibilidade à dor Hiperalgia – dor e sensibilidade excessiva Anestesia - ausências de sensações Hipoestesia - perda ou diminuição de sensibilidade Hiperestesia – aumento da sensibilidade Parestesia – sensação de formigamento NERVOS ESPINAIS DERMÁTOMO FUNÇÃO MOTORA A função somática muscular é a reação mais observada do organismo com o meio ambiente. O estado do sistema motor é visto através de: avaliação da força, inspeção da massa muscular, avaliação do tônus muscular, avaliação dos tipos de coordenação, exame de marcha e movimentos anormais espontâneos. Avaliação da Função Motora •Avaliação • Estática: equilíbrio (Teste de Romberg), simetria. • Dinâmica: marcha (normal; dolorosa; claudicante etc.), movimento (normal; plegia, paresia, parestesia) • Força Equilíbrio estático 52 Prova de Romberg Marcha ou equilíbrio dinâmico 53 Hemiplégica Cerebelar Parkinsoniana Escala de Força Muscular •Grau 0 = nenhuma contração muscular visível ou palpável. •Grau 1 = vê-se ou palpa-se uma contração muscular, mas não há movimento através de uma articulação. •Grau 2 = capacidade de mover o membro sem conseguir um movimento anti-gravitacional. •Grau 3 = movimento ativo contra a gravidade, porém não contra a resistência. •Grau 4 = movimento ativo contra a gravidade e vence uma pequena resistência •Grau 5 = força muscular normal TESTES Força de ambas as mãos; Força dos braços; Força das pernas; Inspeção da massa muscular; Tônus muscular; Tipos de coordenação; Ponto a ponto; Exame de marcha; Exame de sensibilidade; Exame dos reflexos. Testes neurológicos Considerações gerontológicas O sistema nervoso sofre alterações inerentes ao processo de envelhecimento. As fibras nervosas que se conectam aos músculos evidenciam pequeno declínio funcional, assim como as funções neurológicas mais simples, que envolvem um número limitado de sinapses, deteriorização da memória, lentidão dos tempos de reação, diminuição da força muscular, redução do volume muscular, alterações sensitivas, de paladar e olfato. A avaliação de enfermagem para implantação dos cuidados, deve considerar as alterações descritas. EXAMES DIAGNÓSTICO •Raio X; •Tomografia Computadorizada; •Ressonância Magnética; EXAMES DIAGNÓSTICO •Angiografia Cerebral; •Mielografia; EXAMES DIAGNÓSTICO •Cintilografia; •Eletroencefalografia; •Eletromiografia; •Punção lombar Nervos Espinais 31 pares de nervos espinais: • 8 cervicais • 12 torácicos • 5 lombares • 5 sacrais • 1 coccígeo
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