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BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL TCC

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BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
REZES, Rita de Cassia Silveira¹
NOME orientadora²
RESUMO
Palavras chave:
1 INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho de conclusão de curso são as brincadeiras na educação infantil. Sendo que, será abordada a importância das brincadeiras para o desenvolvimento das crianças de 2 a 3 anos de idade. 
O problema da pesquisa é se brincar promove o desenvolvimento do conhecimento e do pensar da criança. 
Esta pesquisa tem como objetivo pesquisar e compreender a importância da brincadeira para as crianças de 2 a 3 anos de idade. Os objetivos específicos são: investigar e analisar o contexto histórico da brincadeira para crianças de 2 a 3 anos de idade; conhecer bibliograficamente a importância da brincadeira para crianças de 2 a 3 anos de idade.
A justificativa para a escolha deste tema é que a educação infantil é uma etapa muito importante no desenvolvimento das crianças de 0 a 5 anos, e é nesse momento que devemos oferecer às crianças condições para que a aprendizagem ocorra em atividades rotineiras, como nos jogos e brincadeiras.
É através das brincadeiras que as crianças estabelecem relações significativas entre seus conhecimentos e aquilo que é novo, encontrando-se em processo de construção, pois uma criança quando brinca, cria, faz de conta e vivencia. Através das brincadeiras as crianças demonstram seus sentimentos, interesses e dúvidas, além de se desenvolverem mentalmente e fisicamente. Brincar não é uma perda de tempo e tampouco uma forma de preenchê-lo. Brincar é essencial para a vida da criança e a brincadeira é uma linguagem infantil. Por meio do brincar, a criança constrói o seu espaço e estabelece relações entre o mundo real e a fantasia, assim pensando, descobrindo, vivenciando e experimentando diversas situações novas e de seu cotidiano, para seu desenvolvimento social, motor, cognitivo e afetivo.
A brincadeira favorece a autoestima e é fundamental para o desenvolvimento da identidade e autonomia da criança, por isso devemos deixar as crianças brincar espontaneamente, assim aprendendo a lidar com suas angústias, deixando fluir sua criação e imaginação. 
A metodologia deste trabalho foi a leitura de diferentes livros, legislação e várias pesquisas bibliográficas para um melhor entendimento do assunto e para se chegar a um aprendizado significativo. Esta pesquisa é de cunho qualitativo. A partir da seleção das leituras será escrito um texto científico com relação ao tema proposto.
O brincar proporciona às crianças a aquisição de novos conhecimentos, desenvolvendo assim as habilidades necessárias para o seu desenvolvimento. A criança constrói várias relações com o brinquedo, e nesta construção simbólica, ela está enriquecendo suas percepções e ampliando seus conhecimentos.
2 A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS PARA AS CRIANÇAS DE 2 A 3 ANOS DE IDADE.
O brincar é muito importante na vida da criança, pois é através dela que ela conhece o mundo ao seu redor, a cultura que está rodeada. Os brinquedos apresentados às crianças têm um significado na sua cultura.
Houve um tempo em que brincar e aprender eram duas coisas diferentes, sendo que achava-se que a criança não poderia aprender enquanto brincava. Porém, isso foi mudando com o tempo, os professores foram entendendo que se pode aprender de forma lúdica, brincando.
A imitação e o jogo são prazerosos e divertidos para as crianças, e também são essenciais para a aprendizagem das mais diversas funções, constituindo a apropriação do mundo pelas crianças, que experimenta papéis e exercita a convivência. A brincadeira de faz de conta apresenta-se em lugar de destaque, dentro e fora das escolas. É assim que elas relacionam-se, resolvem problemas, aprendem e se divertem.
As brincadeiras estão sofrendo influência das mídias e das tecnologias, as crianças têm acesso fácil a computadores, celulares, tablets, deixando de lado a socialização e a interação que as brincadeiras em grupo proporcionam. Além do aprendizado que se pode ter ao interagir com o outro, adquirir motricidade e autonomia, fazendo uso da criatividade e da imaginação. 
Para Friedmann (2012, p.19),
O brincar já existia na vida dos seres humanos bem antes das primeiras pesquisas sobre o assunto: desde a Antiguidade e ao longo do tempo histórico, nas diversas regiões geográficas, há evidências que o homem sempre brincou. Mas, talvez, em decorrência da diminuição do espaço físico e temporal destinado a essa atividade, provocada pelo aparecimento das instituições escolares, pelo incremento da indústria de brinquedos e pela influência da televisão, de toda a mídia eletrônica e das redes sociais, tenha começado a existir uma preocupação com a diminuição do brincar e a surgir um movimento pelo seu resgate na vida das crianças e pela necessidade de demonstrar sua importância em estudos e pesquisas.
A brincadeira é uma forma de adquirir conhecimento de forma prazerosa, considerando que a criança se desenvolve interagindo com outras crianças e com os adultos, fazendo uso de objetos, que podem ser os brinquedos ou outros materiais pertencentes ao dia a dia, como panelas, vasilhas e outros materiais de sucata. Isso faz com que ela desenvolva a imaginação, explore habilidades, assuma diferentes papéis, onde adquire competências cognitivas, afetivas e sociais.
Segundo Cunha (2005, p. 20), 
Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois brincando aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim com prazer.
O brincar é um direito da criança, cabendo a escola ou a creche adquirir materiais para desenvolver um aprendizado significativo e ao professor fazer bom uso do mesmo. 
O brincar proporciona para as crianças a aquisição de novos conhecimentos, desenvolvendo assim as diversas habilidades necessárias para o seu crescimento. A criança constrói várias relações com o brinquedo e, nesta construção simbólica, ela está enriquecendo suas percepções e ampliando seus conhecimentos. Brincando, a criança constrói seu próprio mundo e compreende o mundo do adulto.
 	Percebe-se que o brincar é algo essencial para o desenvolvimento infantil, e que pais e professores devem disponibilizar tempo e espaço para as brincadeiras.
Para entendermos a importância da brincadeira, precisamos conhecer como acontece o desenvolvimento da criança, enfatizando os estudos de Piaget, Vygotsky e Wallon.
Segundo Bessa (2011, p.85) para Vygotsky, 
Os processos mentais não são inatos, mas se originam entre indivíduos humanos e se desenvolvem ao longo do processo de internalização de formas culturais de comportamentos e não de reações automáticas, ações reflexas e associações simples, que ele afirma ser de natureza biológica.
Devido a isso a importância da interação entre os indivíduos para ter-se uma aprendizagem da linguagem e da cultura. Nisso entra a brincadeira, que é essencial para a interação e o desenvolvimento intelectual, cognitivo, físico e social das crianças. A partir disso a criança é capaz de imaginar e desenvolver a expressividade através da oralidade, expressão musical e dramática relacionando-se com o mundo de maneira diferente.
O teatro é uma forma de expressão onde a criança cria um personagem, pode ser outra pessoa ou outra coisa, podemos até mesmo ser objetos, como fazer de conta que somos uma mesa, por exemplo. Através deste experimenta-se diferentes papéis presentes na vida real.
Para Piaget a criança deve fazer uso de objetos para desenvolver seu intelecto. Segundo Paula e Mendonça (2009, p. 94), 
Piaget observou que a criança nasce com as estruturas biológicas e é sobre elas que o intelecto se desenvolverá. Outro aspecto observado sobre a inteligência é que ela não é herdada biologicamente. A criança nasce com os sentidos sensoriais, mas necessita de estímulos, manejos e adaptações para construir seu intelecto.
Piaget parte do princípio de que cada ser humano nasce com estruturas que se adaptam ao meio, que é chamada de equilibração,que compreende a acomodação e a assimilação. As estruturas são modificadas e passam de um estágio de menor equilíbrio para um estágio de maior equilíbrio.
Para adquirir um conhecimento, segundo Piaget, a criança passa por vários estágios, modificando as estruturas cerebrais. São quatro os estágios de desenvolvimento: o sensório-motor, o pré-operacional, o operatório concreto e o operatório formal. Porém, para fins deste trabalho só será apresentado o segundo estágio, que está relacionado com o período de 2 a 3 anos, foco deste estudo.
A condição para se assimilar um objeto depende das estruturas mentais e da ação sobre o objeto. Assim o conhecimento exige uma ação do sujeito sobre o objeto.
O estágio pré-operatório acontece dos 2 aos 7 anos de idade aproximadamente. Segundo Bessa (2011, p.64), este estágio,
Caracteriza-se pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior. Tais esquemas de ação são conseguidos por meio das sequências de assimilações e acomodações que vão sendo realizadas pelas crianças durante suas múltiplas interações com o meio. Esse período é conhecido também como a idade da curiosidade, em que a criança pergunta o tempo todo. Essa curiosidade é despertada com o desenvolvimento da fala e com o desenvolvimento paralelo da capacidade de realização de representações mentais. Além disso, a criança nesse estágio é egocêntrica [...].
Isso não quer dizer que uma criança de dois anos vai ser exatamente assim, pois os estágios variam de um indivíduo para outro, dependendo dos estímulos oferecidos pelo meio e pelas pessoas que estão ao seu redor.
Nesta fase a principal descoberta é a linguagem, pois a criança começa a associar a palavra ao objeto, por isso deve-se ouvir o que a criança diz e corrigi-la se for preciso, ensinando a forma correta da língua. 
O egocentrismo desta fase é complicado, pois as crianças não querem dividir os brinquedos com os colegas e acham que tudo gira ao seu redor. Ainda que, a fantasia se mistura com a realidade, os brinquedos têm vida e podem ter diferentes significados, onde há a presença do artificialismo e do animismo.
Os jogos simbólicos são muito utilizados pelas crianças nesta fase. Um objeto pode representar uma forma viva, como por exemplo, a boneca pode ser um bebê. A criança pode encher um pote de areia e dizer que é comida, porém não a come, pois sabe que é somente fantasia, uma brincadeira de faz de conta.
Para que a brincadeira funcione como um estímulo para as crianças é preciso despertar o interesse e desafiá-las. Por isso é imprescindível que o professor tenha um conhecimento da teoria e saiba identificar as diferentes formas de organizar as atividades lúdicas, de forma a desenvolver o intelecto dos seus alunos.
Porém a teoria deve alimentar a prática, através da interação com as crianças que o professor vai conhecer as reais possibilidades de desenvolver certas atividades.
O jogo simbólico admite que a criança assuma diferentes papéis, tendo a possibilidade de experimentar situações reais vivenciadas pelos adultos. Muitas vezes o adulto atribui sentido e significado prévio para as brincadeiras das crianças, como sendo o verdadeiro sentido e significado das brincadeiras infantis. Assim invés de descobrir como a criança brinca, o adulto já faz uma representação prévia da brincadeira.
Segundo o RCNEI volume 2 (1998, p.22)
É visível o esforço das crianças, desde muito pequenas, em reproduzir gestos, expressões faciais e sons produzidos pelas pessoas com as quais convivem. Imitam também animais domésticos, objetos em movimento etc. Na fase dos dois aos três anos a imitação entre crianças pode ser uma forma privilegiada de comunicação e para brincar com outras crianças. A oferta de múltiplos brinquedos do mesmo tipo facilita essa interação.
É por meio da fantasia que a criança se liberta das frustrações e aumenta o seu potencial criativo. De acordo com Bessa (2011, p.76), 
As brincadeiras permitem a exploração do potencial criativo numa sequência de ações libertas e naturais em que a imaginação se apresenta como atração principal, o que significa dizer que, por meio do brinquedo, a criança reinventa o mundo e libera as suas fantasias.
Criança e brincadeira é uma combinação perfeita, todas as crianças gostam de brincar, a sua maneira, umas mais timidamente, outras já são mais agitadas, umas brincam em grupo, outras com brinquedos e sozinhas.
No segundo ano de vida a criança gosta de brincar em diferentes espaços e fazendo uso de variados objetos, que podem ser sucatas ou brinquedos comprados. Em relação ao espaço, pode-se levar a criança para um lugar aberto, onde possa estar em contado com a areia, terra, pedras, experimentando texturas e conhecendo diferentes materiais e sua utilidade. Ainda pode perceber as diferentes formas dos materiais a sua volta e os perigos que podem oferecer, como por exemplo, ao cair sobre uma pedra, pode se machucar, porém ao cair na areia é mais difícil machucar-se, mas esta pode entrar nos olhos. Por isso é interessante que o professor intervenha e mostre os perigos presentes nestes espaços.
Esta criança desenvolve aos poucos a capacidade de compreender as situações, adquirindo a cultura. Muitas vezes a criança vai se sentir frustrada por não compreender os adultos.
Para Kamii e Devris apud Friedmann (2012, p.38) dizem que “em um jogo ou brincadeira, as crianças são mais ativas mentalmente do que um exercício intelectual”. Sendo assim, os jogos e brincadeiras são muito importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem.
Segundo Friedmann (2012, p.41),
Vygotsky acredita ser a atividade lúdica crucial para o desenvolvimento cognitivo, pois o processo de criar situações imaginárias leva ao desenvolvimento do pensamento abstrato. Isso acontece porque novos relacionamentos entre significados, objetos e ações são criados durante o brincar.
No entanto, a brincadeira desenvolve também o intelecto da criança, levando-a ao pensamento abstrato, que tem início nesta idade (dos 2 a 3 anos), pois começa a associar o nome ao objeto.
Os instrumentos são objetos elaborados para as brincadeiras das crianças e são considerados mediadores do processo de ensino-aprendizagem. Para Paula e Mendonça (2009, p.58), 
[...] os objetos assumem papel importante na construção do psiquismo infantil ao permitirem a criança, tanto conhecer suas próprias características, como estabelecer vínculos entre o adulto e ela, fortalecendo os aspectos psicoafetivos. Assim, os objetos e as relações são fortalecidos por desafios gradativamente mais elaborados, causando o avanço no desenvolvimento infantil. Os objetos novos apresentados crescem em complexidade e desafio aos processos cognitivos da criança. Esses instrumentos de estimulação levam a criança a construir formas mais elaboradas de atividade e a isso chamamos inteligência prática.
Nesta fase a curiosidade está aguçada e a criança começa a explorar o seu entorno, começa a conhecer os seus pares, mas não se relaciona de forma lúdica. Devido ao egocentrismo, os conflitos por brinquedos são frequentes.
Vygotsky fala em níveis de desenvolvimento, que são dois: o real e o potencial. Entre estas duas está a zona de desenvolvimento proximal, que é onde o adulto deve agir. Para Bessa (2011, p.88), “a zona de desenvolvimento proximal é constituída pelo conjunto de funções que amadurecem e que ainda estão em fase embrionária”.
Segundo Bessa (2011, p.88) “o nível de desenvolvimento real refere-se às conquistas que já estão consolidadas na criança/adulto, o que já aprendeu e domina; indica os processos mentais que já se estabeleceram, representando as funções já amadurecidas”. E ainda para a mesma autora (2011, p.88), o desenvolvimento potencial diz respeito “[...] ao que a criança/adulto é capaz de fazer mediante a ajuda de outra pessoa (adulto ou outra criança)”.
Atuando na zona de desenvolvimento proximal o educador consegue levar a criança ao desenvolvimento real, onde ela pode fazer sozinha a atividade, como se alimentar e fazer a própriahigiene. O aprendizado e o desenvolvimento acontecem com a interação entre as pessoas e com os objetos.
A teoria de Wallon contempla a afetividade, a motricidade e a inteligência. Ele enfatizou seus estudos na plasticidade do cérebro, o desenvolvimento depende das oportunidades oferecidas pelo meio e da maneira como o sujeito se apropria do conhecimento, levando em consideração o processo cultural. O desenvolvimento acontece de forma descontínua, havendo avanços e retrocessos nos esquemas mentais.
Segundo Paula e Mendonça (2009, p. 134), “Henri Wallon elaborou seu próprio método: a análise genética, trabalho multidimensional que consiste em uma série de comparações entre diferentes realidades para esclarecer o processo de desenvolvimento”.
A afetividade é um fator bastante enfatizado por este estudioso. Wallon elaborou os estágios do desenvolvimento: o estágio impulsivo-emocional (primeiro ano de vida), o estágio sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos), o personalismo (dos 3 aos 6 anos), o categorial (inicia-se aos 6 anos) e a adolescência (11 aos 16 anos). Neste trabalho é abordado somente o segundo estágio, por se referir à educação infantil de 2 a 3 anos de idade.
No estágio sensório-motor e projetivo a criança começa a andar e falar. Começa a reconhecer o espaço ao seu redor, relaciona-se com o meio e com os objetos que lhe são oferecidos. Para Bessa (2011, p.107), nesta fase “há um grande desenvolvimento da linguagem. Nesse estágio as relações com a inteligência prática e simbólica são predominantes. A projeção aparece como uma maneira de a criança exteriorizar os atos mentais através dos atos motores”.
Nesta fase a criança é pouco sociável, começa a caminhar e a expressar seus sentimentos de forma mais clara. Por isso a importância da afetividade, que deve ser considerada como fundamental para o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo da criança. Cabe ao professor sempre enfatizar o respeito ao próximo, para que se evite conflitos nas fases seguintes do desenvolvimento.
A brincadeira e o jogo são uma boa forma de trazer as relações afetivas à tona, as relações permitem uma interação respeitosa e sociável, permitindo ao professor intervir quando necessário.
2.1 AS BRINCADEIRAS ESPONTÂNEAS
Este tipo de brincadeira é muito interessante para que o professor observe a criança e possa fazer um diagnóstico do seu desenvolvimento. Para Friedmann (2012, p.43),
A observação de como as crianças brincam e de como se relacionam umas com as outras, com os objetos e com o mundo à sua volta deve ser a base do trabalho do educador: a partir das realidades lúdico-culturais podemos “desenhar”, conforme os estágios de desenvolvimento e dos repertórios específicos, propostas adequadas a cada grupo e a cada criança.
Durante estas brincadeiras o educador pode intervir se houver algum conflito, mas somente em casos que não possam ser resolvidos pelas crianças. É importante ficar apenas observando, pois assim elas adquirem autonomia na resolução de problemas e na criação das regras dos jogos e até mesmo de convivência.
De acordo com o RCNEI volume 1 (1998, p.28)
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem.
Pode-se ainda construir os objetos para serem usados durante a brincadeira espontânea, fazendo uso de sucatas, valorizando a criatividade das crianças, podendo ainda incluir a família nesta tarefa de elaboração dos brinquedos.
O papel do educador para que as atividades lúdicas sejam eficazes, segundo Friedmann (2012, p.54) são:
Possibilitar tempo, espaço e materiais para as crianças brincarem livremente.
Escutar o que as crianças têm a dizer, fortalecendo seus posicionamentos e autoestima.
Fomentar a autonomia durante os conflitos, para estimular o desenvolvimento emocional e o autoconhecimento das crianças.
Possibilitar ações físicas que motivem as crianças a ser mentalmente ativas.
Neste sentido, cabe ao professor providenciar os materiais e o espaço para a prática da brincadeira, mas na hora de brincar deve apenas ser observador, um mediador da aprendizagem.
Aparentemente parece fácil, mas não é, pois os professores imaginam uma coisa ao ver um objeto, enquanto a criança imagina outra, havendo muitas vezes um conflito entre estes, porque a criança não brinca como o professor quer. Cabe a nós educadores ter consciência de que precisamos dar liberdade para que a criança aprenda e se desenvolva. Claro que deve-se intervir levando a um aprendizado, mas isso pode ser feito nos momentos das brincadeiras dirigidas e nas outras atividades pedagógicas.
Para Rosenau (2012, p.99),
A educação infantil envolve a fase de 0 a 3 anos, momento em que a plasticidade cerebral é acentuada e as sinapses acontecem em grande escala. Dessa forma, todas as informações apresentadas nessa fase são guardadas na memória para serem utilizadas em diferentes contextos posteriormente, o que não quer dizer que o professor deva sobrecarregar a turma de conhecimentos e saberes, sem respeitar as fases do desenvolvimento e da maturação cerebral de cada criança.
	Assim, devem-se apresentar informações, mas de forma lúdica, sem impor regras, mas negociando-as com as crianças. É importante que o professor tenha um conhecimento sobre o desenvolvimento infantil para que possa entender que as crianças passam por fases, e que cada uma passa, dependendo da maturação.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) é um documento que resgata o brincar. Segundo o volume 3 do referido documento (1998, p.56),
É muito importante brincar, dançar e cantar com as crianças, levando em conta suas necessidades de contato corporal e vínculos afetivos. Deve-se cuidar para que os jogos e brinquedos não estimulem a imitação gestual mecânica e estereotipada que, muitas vezes, se apresenta como modelo às crianças.
A criança desta idade quer se movimentar, manipular objetos e fazer o uso da linguagem recém adquirida. O professor precisa proporcionar momentos de interação e socialização, sempre cuidando da integridade física da criança, proporcionando um espaço e objetos adequados para as brincadeiras. 
As brincadeiras nesta fase se fazem necessárias para a apropriação da linguagem e do conhecimento de mundo, da cultura das pessoas que vivem ao seu redor e do contexto familiar.
O jogo tem uma relação com a atividade de criação. Na fase dos 2 a 3 anos de idade a criança gosta muito de brincar de faz de conta. Segundo o RCNEI volume 3 (1998, p.159),
O brincar de faz de conta, por sua vez, possibilita que as crianças reflitam sobre o mundo. Ao brincar, as crianças podem reconstruir elementos do mundo que as cerca com novos significados, tecer novas relações, desvincular-se dos significados imediatamente perceptíveis e materiais para atribuir-lhes novas significações, imprimir-lhes suas ideias e os conhecimentos que têm sobre si mesma, sobre as outras pessoas, sobre o mundo adulto, sobre lugares distantes e/ou conhecidos.
O brincar estimula a autonomia e a autoestima, desafiando o aluno a aprender coisas novas estabelecendo novas conexões entre os esquemas cognitivos.
O jogo conduz a experiência cultural de forma natural, surgindo esta diretamente da atividade lúdica, forma de expressão cultural da criança.
O desenvolvimento das crianças ocorre sempre de maneira integral, devendo ser apresentadas atividades que sejam significativas, fazendo-se uso do lúdico, principalmente das brincadeiras e dos jogos. Segundo o RCNEI volume1 (1998, p.23),
Na instituição de educação infantil, pode-se oferecer às crianças condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos adultos. É importante ressaltar, porém, que essas aprendizagens, de natureza diversa,ocorrem de maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil.
A realidade muitas vezes é cruel para as crianças, pais que brigam, desejos frustrados, então a brincadeira liberta a criança deste mundo, onde ela pode mudar os fatos e fazer tudo ficar melhor, através da fantasia, ou apenas imitar o que os adultos fazem, podendo-se conhecer através da criança a família e o meio social onde está inserida.
Segundo o RCNEI volume1 (1998, p.27),
[...] para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada.
Trazer a brincadeira de volta à escola é necessário para uma formação integral da criança, conhecer a cultura e o meio em que se vive, adequando brincadeiras a realidade dos alunos.
A brincadeira aumenta a motricidade e estimula a criatividade, e consequentemente a inteligência, levando a um desenvolvimento intelectual e cognitivo.
Ao entrar em contato com os adultos, as crianças apreendem a sua cultura e podem fazer uma seleção do que é bom e do que é ruim. Cabe aos professores e a família ampliar o conhecimento das crianças, através de aprendizagens significativas e prazerosas. Para Bessa (2011, p.75), 
O jogo ou brincadeira facilita a apreensão da realidade e é muito mais um processo do que um produto. Por meio dele, a criança percebe como se dá a relação humana, explora, desenvolve noções sobre o número físico, estabelecendo novas cadeias de significado e amplia suas percepções do real.
É preciso também sempre promover a inclusão de todos. Para isso é necessário adequar as brincadeiras e os brinquedos para que todos possam participar, aprender e se desenvolver. Mesmo que existem diferenças entre os alunos, deve-se atender a diversidade sempre da melhor forma possível.
A criança pequena não tem preconceito, quem tem somos nós adultos, e temos que ter muito cuidado ao passar a nossa visão para as nossas crianças. Ao brincar ela interage com todos, sem distinção de classe, cor ou etnia. Cabe ao professor estabelecer relações de respeito mútuo, usando da sua criatividade para oferecer atividades que permitam as interações sociais. Para Bessa (2011, p.76),
[...] é pela linguagem que a criança se vê inserida no meio em que vive. Podemos perceber que no momento em que a criança vê a possibilidade de usar a linguagem como modelo de interação na sociedade em que convive, ela inicia a utilização da linguagem como instrumento de internalização dos papéis sociais, tanto que nas brincadeiras de faz de conta interpreta as falas das pessoas de seu convívio.
A brincadeira deve fazer parte do cotidiano dos nossos alunos da educação infantil e também do ensino fundamental, sendo uma importante ferramenta de aprendizagem lúdica. Deve-se reaprender a brincar, resgatando brincadeiras antigas, que nossos avós brincavam. Nessa era da tecnologia, as crianças ficam muito tempo na frente da televisão ou na internet, ficando restritos a isso, sem interagir com outras crianças. Os pais só pensam em trabalhar e não tem muito tempo para a brincadeira. Por isso, nós, educadores temos a missão de resgatar a brincadeira coletiva nas escolas.
O brincar também precisa ser considerado uma atividade pedagógica intencional, onde se pode fazer a observação das crianças, promovendo interações afetivas, coletivas e de respeito. 
A brincadeira requer uma organização prévia dos espaços e do tempo, onde o professor precisa providenciar materiais para as crianças interagir. Para Bessa (2011, p.75),
É preciso, no interior dos espaços escolares, valorizar a brincadeira como forma de expressão que traduza a construção dos conhecimentos pela criança, vivenciada pela turma, em grupos ou individualmente. Isso requer tempo e espaço, mas garante à criança o direito à infância.
A criança desta idade já tem pleno domínio das articulações, podendo caminhar, comer sozinha com o uso da colher e se vestir. Ela expressa emoções por meio do jogo simbólico, fazendo uso da linguagem, imita as ações dos adultos com o uso de objetos que estão ao seu redor. 
Nesta idade ela pode montar quebra-cabeças com poucas peças e jogo da memória e gosta de brincar de esconder objetos, pula de um lado para outro, brinca de subir e descer escadas, ela tem uma melhor estabilidade e coordenação.
As atividades lúdicas são bem vindas, pois começa a prestar atenção no que lhe é proposto, como a música e a dança. A dramatização é uma forma interessante de incentivar a leitura de obras infantis, pois as crianças podem brincar de serem atores e atrizes, incentivando a linguagem oral e a interação social.
As brincadeiras e jogos no pátio são uma boa maneira de incentivar a coordenação motora e o desenvolvimento corporal. Para isso o professor deve organizar atividades que levem o aluno a melhorar a motricidade e a convivência em grupo.
	Brincadeiras ao ar livre, como em um parque são bem vindas e bem aceitas pelas crianças. Muitas vezes nas escolas não encontramos uma infraestrutura adequada para a prática de atividades lúdicas das crianças pequenas. Cabe ao poder público e a direção da escola dar condições de infraestrutura.
	Cabe também a todos nós educadores ter um cuidado na hora de escolher as atividades lúdicas a serem desenvolvidas, seja dentro da sala de aula ou fora. A escolha deve ser significativa e fortalecer o desenvolvimento integral da criança.
2.2 METODOLOGIA
Este trabalho tem como base a pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, pois busca conhecimentos de autores que tratam de assuntos como a importância das brincadeiras no desenvolvimento das crianças de 2 a 3 anos de idade. De acordo com Justino, (2011, p. 28) “na abordagem qualitativa, a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo”. 
Conforme Melo e Urbanetz (2009, p. 17):
Pesquisa, muito mais do que uma palavra, significa uma tomada de atitude diante de um problema que se apresenta no percurso da vida: no cotidiano, nas relações sociais ou, como é o caso da pesquisa científica, de problemas relacionados às várias áreas abrangidas pelas diversas ciências.
A metodologia usada foi a pesquisa em de livros, revistas e legislação para um melhor entendimento do assunto proposto. Deve-se sempre escolher um tema relevante e significativo, com uma bibliografia ampla para se poder fazer comparações entre autores. Ao se fazer a escolha e a leitura do material pode-se chegar a um aprendizado e escrever um texto científico, fundamentado em pesquisas anteriores.
Segundo Melo e Urbanetz, (2009, p.62),
O desenvolvimento de um trabalho científico baseia-se praticamente na atividade laboriosa do pesquisador com livros, artigos ou outras formas nas quais os autores da área do interesse do pesquisador se expressam. Essa atividade pressupõe que o pesquisador tenha contatos com diversos autores e ideias diferentes, desafiando-o a construir seu próprio texto a partir do universo teórico existente na sua área de atuação ou nas áreas afins, pertinentes ao desenvolvimento do que se procura no trabalho acadêmico. 
Melo e Urbanetz (2009, p.40) dizem que “o problema de pesquisa tem que ser sincero, e não algo que o pesquisador já saiba o que vai acontecer, pois essa atitude fecha-o para descobertas, que é o papel determinante da pesquisa”.
Portanto nota-se o quanto é importante à pesquisa, a busca pelo novo, a descoberta, e que é fundamental para a aprendizagem e para o desenvolvimento do indivíduo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 1998. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf> Acessado em setembro de 2016.
______. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 1998. Disponívelem <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf> Acessado em setembro de 2016.
______. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 1998. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf> Acessado em setembro de 2016.
BESSA, Valéria da Hora. Teorias da aprendizagem. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2011.
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¹ Aluna do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. Outubro – 2016.
² Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.

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