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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Processual do Trabalho- Aula 09 
Aryanna Manfredini 
1 
DISSÍDIO COLETIVO 
 
 Existem duas maneiras de solução dos conflitos coletivos: 
• Autocompositivas: convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho e a mediação; 
• Heterocompositivas: jurisdição e arbitragem (art. 114, §§ 1° e 2°, CF). 
 
Quanto à arbitragem, vale destacar o MPT pode “atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos 
dissídios de competência da Justiça do Trabalho” (art. 83, XI, da LC 75/93). 
 
 Segundo Valentin Carrion “os dissídios como denomina a CLT, na acepção de processo, ou seja, o meio de 
exercer uma ação para compor a lide, podem ser individuais ou coletivos. Aqueles tem por objeto direitos individu-
ais subjetivos, de um empregado (dissídio individual singular) ou vários (dissídio individual plúrimo). O dissídio 
coletivo visa direitos coletivos, ou seja, contém as pretensões de um grupo, coletividade ou categoria profissional 
de trabalhadores, sem distinção dos membros que a compõe, de forma genérica”. (Comentários à Consolidação 
das Leis do Trabalho, ed. em CD-ROM, 1999, comentário ao art. 856, verbete 1.). 
 
 De acordo com o art. 220 do RITST, os dissídios coletivos subdividem-se em: 
 I – de natureza econômica: para a instituição de normas e condições de trabalho; 
 II – de natureza jurídica: para a interpretação de cláusulas de sentença normativa, de instrumentos de nego-
ciação coletiva, acordos e convenções coletivas, de disposições legais particulares de categoria profissional ou 
econômica e de atos normativos; 
 III – originários: quando inexistentes ou em vigor normas e condições especiais de trabalho decretadas em 
sentença normativa; 
 IV – de revisão: quando destinadas a reavaliar normas e condições coletivas de trabalho preexistentes que se 
hajam tornadas injustas ou ineficazes pela modificação das condições que a ditaram; e 
 V – declaração sobre a paralisação do trabalho: decorrente de greve. (grifos nossos). 
 
 O dissídio coletivo de natureza econômica (art. 114, § 2°, CF) subdivide-se em: a) originário (art. 867, par. 
Único, a, CLT); b) revisional (art. 873 a 875, CLT); e c) de extensão, que visa estender a toda a categoria as 
normas ou condições que tiverem como destinatário apenas parte dela (art. 868 a 871, CLT). 
 
 A Constituição da República estabeleceu como requisito específico para os dissídios coletivos de natureza 
econômica o comum acordo (art. 114, § 2, CF), sendo, para alguns, pressuposto de desenvolvimento constitui-
ção e de válido e regular do processo, para outros, condição da ação – interesse de agir. 
 
Art. 114. 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de co-
mum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, 
respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
 O dissídios coletivos de greve pode ter natureza exclusivamente declaratória, quando apenas declarar a 
abusividade ou não da greve, ou mista, quando além da declaração ainda constituir novas relações de trabalho 
(art. 114, § 3°, CF e art. 8° da Lei 7783/89). 
 
 O MPT pode suscitar dissídio coletivo em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do 
interesse público. [ art. 114, § 3°, CF] 
 
Art. 114. 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Públi-
co do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
 No dissídio coletivo de extensão o Tribunal pode estender as condições de trabalho a todos os empregados 
de uma mesma empresa, embora o dissídio tenha sido suscitado por apenas uma parte deles (juízo de equidade). 
[art. 868, CLT] 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Processual do Trabalho- Aula 09 
Aryanna Manfredini 
2 
 O dissídio coletivo de revisão poderá ser proposto quando decorrido mais de um ano da vigência da senten-
ça normativa. 
 
 As partes no dissídio coletivo são suscitante e suscitado. 
 
 O dissídio coletivo é uma ação de competência originária dos Tribunais, TRT e TST, segundo o âmbito territo-
rial do conflito ou a representação das entidades sindicais, de modo que, se o dissídio limitar-se a base territorial 
do TRT, este será o Tribunal competente para julgá-lo (art. 678, I, a, da CLT e art. 6°, Lei 7783/89); se ultrapassar 
referida base, será de competência do TST (art. 702, I, b, CLT e art. 2°, I, a, Lei 7783/89). 
 
 
 A decisão proferida em dissídio coletivo denomina-se sentença normativa. Tal decisão não é executada, mas 
cumprida, por meio de ação de cumprimento proposta perante o juiz do trabalho. 
 
 A petição inicial do dissídio coletivo deverá ser escrita (art. 856, CLT), dirigida ao Presidente do Tribunal que 
designará uma audiência de conciliação (art. 860, CLT). 
 
 O Presidente do Tribunal não está adstrito as propostas de conciliação das partes (art. 862, CLT). Havendo ou 
não o acordo, o processo será distribuído, por sorteio, para relator e revisor, sendo julgado pela SDC. 
 
 A sentença normativa vigorará desde o seu termo inicial até que sentença normativa, acordo coletivo ou con-
venção coletiva superveniente produza sua revogação tácita ou expressa. O prazo máximo, entretanto, de vigên-
cia da sentença normativa é de 4 anos. 
 
 Nesse sentido é o precedente normativo 120 aprovado pelo TST em maio de 2011, em consonância com o art. 
868 da CLT. 
 
PN-120 SENTENÇA NORMATIVA. DURAÇÃO. POSSIBILIDADE E LIMITES (positivo) - (Res. 176/2011, DEJT 
divulgado em 27, 30 e 31.05.2011) 
A sentença normativa vigora, desde seu termo inicial até que sentença normativa, convenção coletiva de trabalho 
ou acordo coletivo de trabalho superveniente produza sua revogação, expressa ou tácita, respeitado, porém, o 
prazo máximo legal de quatro anos de vigência. 
 
 O recurso cabível para impugnar a sentença normativa proferida pelo TRT é o Recurso Ordinário de compe-
tência do TST. [art. 895, II, CLT]. 
 
 Em caso de acordo, apenas o MPT poderá interpor Recurso Ordinário. [art. 83, VI, LC 75/93 e art. 7°, § 5°, Lei 
7701/88] 
 
 É possível a propositura da ação de cumprimento independentemente do transito em julgado da sentença nor-
mativa. [súmula 246, TST] 
 
Súmula 246, TST. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA NORMATIVA (man-
tida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa para a propositura da ação de cumprimento. 
 
 A Lei 7701/88 estabelece o Recurso Ordinário interposto de sentença normativa poderá ter efeito suspensivo 
na medida e extensão conferidas em despacho pelo Presidente do TST. 
 
 A sentença normativa somente produz coisa julgada formal, segundo o entendimento do TST. [súmula 397, 
TST] 
 
Súmula 397, TST. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 485, IV, DO CPC. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COI-
SA JULGADA EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. INVIABILIDA-
DE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 116 da SBDI-2) 
- Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 
Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação de 
cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso, por-
 
 
 
 
 
 
 
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que em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal. Assim, os meios processuais aptos 
a atacarem a execução da cláusulareformada são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, 
no caso de descumprimento do art. 572 do CPC. (ex-OJ nº 116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003). 
 
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 
 
 O inquérito judicial é uma ação, cujo fim é rescindir um contrato de trabalho, por isso alguns doutrinadores a 
denominam de “ação constitutiva (negativa) necessária para apuração de falta grave que autoriza a resolução do 
contrato de trabalho do empregado estável por iniciativa do empregador.” 
 
 Não são todas as hipóteses de estabilidade provisória no emprego que exigem do empregador a propositura 
do inquérito judicial para apuração de falta grave, a fim de rescindir um contrato de trabalho por justa causa do 
empregado. Há grande divergência quanto a tais hipóteses, entretanto, a maioria entende cabível nas seguintes: 
• dirigente sindical: estabilidade prevista nos arts. 8º, VIII, CF e art. 543, §3º, CLT e inquérito estabelecido nas 
súmulas 197 do STF e 379 do TST; 
• empregados membros do Conselho Nacional da Previdência Social (art. 3º, §7º, Lei 8213/91); 
• empregados eleitos diretores de sociedade cooperativa (art. 55, lei 5764/71). 
• estável decenal (art. 492, CLT). 
 
 Além destes, cumpre destacar que os empregados detentores da estabilidade decenal também só podem ser 
dispensados, por meio de inquérito judicial. Sabe-se que a CF/88 pôs fim a estabilidade decenal. Entretanto, os 
empregados que já à época da Constituição tinham completado 10 anos de trabalho na empresa e não haviam 
optado pelo FGTS só podem ser dispensados através da instauração de inquérito. 
 
 O empregador tem a faculdade de suspender o empregado estável que cometer falta grave (art. 494, CLT), 
devendo ajuizar o inquérito no prazo decadencial de 30 dias (art. 853, CLT). 
 
 A propositura do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade deve ser 
apresentada por escrito à vara do trabalho (art. 853, CLT). 
 
 Caso fique comprovada a falta grave do empregado, a sentença autorizará a rescisão do contrato de trabalho. 
Caso o trabalhador tenha sido suspendo, o contrato de trabalho será considerado rescindido desde a data da sus-
pensão do empregado. 
 
 Nos termos do art. 821 da CLT no inquérito admite-se até 6 testemunhas para cada uma das partes. 
 
Art. 821, CLT. Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de 
inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis). 
 
 O inquérito é uma ação de caráter dúplice, de modo que uma vez reconhecida a inexistência de falta grave 
praticada pelo empregado, fica o empregador obrigado a reintegrá-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que 
teria direito no período da suspensão. 
 
Art. 495, CLT. Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o empregador obrigado 
a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no período da suspensão. 
 
AÇÃO RESCISÓRIA 
 
A ação rescisória está prevista pelo artigo 836 da CLT, e seu processamento no Processo do Trabalho segue as 
normas do Processo Civil, com aplicação subsidiária dos dispositivos 966 e seguintes, no que for compatível aos 
princípios do Processo do Trabalho. 
 
A ação rescisória no Processo Civil, de acordo com o artigo 968, II do CPC, está sujeita ao depósito prévio de 5% 
sobre o valor da causa. No entanto, no Processo do Trabalho o depósito prévio é de 20% sobre o valor da causa 
da ação rescisória, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor da ação rescisória (art. 836, CLT). 
 
Art. 836, CLT. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os 
casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capí-
 
 
 
 
 
 
 
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tulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito pré-
vio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. 
Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos próprios autos da ação 
que lhe deu origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a respectiva certidão de trânsito em 
julgado. 
 
As hipóteses de cabimento da ação rescisória no Processo do Trabalho estão previstas no artigo 966 do CPC. 
 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: 
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou 
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na 
própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não 
pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
Nas hipóteses de juízo incompetente e ofensa a coisa julgada só haverá juízo rescindente, isto é, só existirá a 
rescisão do julgado, sem que haja novo julgamento. Isto se dá, pois no primeiro caso a competência para julgar 
a lide não é da Justiça do Trabalho, portanto não há que se falar em novo julgamento; já na segunda hipótese não 
haverá novo julgamento porque já existe uma decisão protegida pelo manto da coisa julgada, logo cabe ao Judici-
ário apenas rescindir a segunda decisão que está ofendendo a primeira. Nos demais casos, haverá o juízo rescin-
dente, bem como o juízo rescisório, ou seja, haverá a rescisão de uma decisão e o novo julgamento pelo Tribunal. 
 
PRAZO 
A ação rescisória é uma ação que tem por finalidade a desconstituição de sentença ou acórdão. O direito de pro-
por ação rescisória se extingue em 2 anos (prazo decadencial), contados do trânsito em julgado da decisão res-
cindenda (art. 975 do CPC e Súmula 100, TST). 
 
 A observância do disposto nas Súmulas 100 e 299 do TST é indispensável para a propositura de ação rescisó-
ria. 
 
Súmula 100, TST. 
I - O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subseqüente ao trânsito em julgado 
da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. 
II - Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais dife-
rentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o 
recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui 
a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial. 
III - Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabí-
vel não protrai o termo inicial do prazo decadencial. 
IV - O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado juntada com a ação rescisória, podendo 
formar sua convicção através de outros elementos dos autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a 
quo" do prazo decadencial. 
V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sen-
do, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. 
VI - Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o 
Ministério Público, que não interveio no processo principal, a partir do momento em que tem ciênciada fraude. 
VII - Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que, após afastar a decadência em sede 
de recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em 
condições de imediato julgamento. 
VIII - A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não 
tem o condão de afastar a consumação da coisa julgada e, assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial 
para a ação rescisória. 
 
 
 
 
 
 
 
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IX - Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subseqüente, o prazo decadencial para ajuizamento de 
ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expe-
diente forense. Aplicação do art. 775 da CLT. 
X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo legal previsto para a interposição 
do recurso extraordinário, apenas quando esgotadas todas as vias recursais ordinárias. 
 
Súmula 299, TST. 
I - É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado da decisão rescindenda. 
II - Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 
10 (dez) dias para que o faça, sob pena de indeferimento. 
III - A comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda é pressuposto processual indispensável ao 
tempo do ajuizamento da ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação rescisó-
ria não reabilita a ação proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não contempla a ação rescisória pre-
ventiva. 
IV - O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não 
permite a formação da coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento 
do mérito, por carência de ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescindida. 
 
Competência para Ação Rescisória: 
 
A ação rescisória é uma ação de competência originária dos Tribunais. Assim, perante uma ação rescisória pro-
posta em face de sentença que transitou em julgado, a competência será do TRT à que está subordinado o juízo 
de 1º grau que proferiu a decisão. 
 
 
 
Cada Tribunal é competente para julgar ação rescisória de suas decisões. Atente-se para o fato de que se o acór-
dão do TST NÃO apreciar o mérito da causa, como ocorre, quando aquela Corte não conhece do recurso inter-
posto, a ação rescisória voltar-se-á contra o acórdão regional que tenha adentrado no mérito, sendo competente o 
TRT para processá-la e julgá-la. 
 
 
 
 
Observe-se as súmulas e orientações Jurisprudenciais relacionadas ao CABIMENTO da Ação Rescisória: 
 
Súmula 259, TST. Só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
Súmula 407, TST. A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que não 
tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas "a" e "b" do 
inciso III do art. 487 do CPC, uma vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas. 
 
Súmula 514, STF. Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se 
tenham esgotado todos os recursos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Súmula 401, STJ. O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do 
último pronunciamento judicial. 
 
 
OJ 84, SDI-2, TST. AÇÃO RESCISÓRIA. PETIÇÃO INICIAL. AUSÊNCIA DA DECISÃO RESCINDENDA E/OU DA 
CERTIDÃO DE SEU TRÂNSITO EM JULGADO DEVIDAMENTE AUTENTICADAS. PEÇAS ESSENCIAIS PARA A 
CONSTITUIÇÃO VÁLIDA E REGULAR DO FEITO. ARGÜIÇÃO DE OFÍCIO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM 
JULGAMENTO DO MÉRITO. Alterada em 26.11.02 
A decisão rescindenda e/ou a certidão do seu trânsito em julgado, devidamente autenticadas, à exceção de cópias 
reprográficas apresentadas por pessoa jurídica de direito público, a teor do art. 24 da Lei nº 10.522/02, são peças 
essenciais para o julgamento da ação rescisória. Em fase recursal, verificada a ausência de qualquer delas, cum-
pre ao Relator do recurso ordinário argüir, de ofício, a extinção do processo, sem julgamento do mérito, por falta 
de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do feito. 
O recurso ordinário previsto nesta súmula 158 do TST tem previsão no artigo 895, II, CLT. Contra as decisões dos 
Tribunais Regionais em processos de sua competência originária é cabível a interposição de RO para o TST. 
 
 
 
Súmula 158, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário 
para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista. 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
O Mandado de Segurança está previsto no artigo 5º, LXIX da CF e está disciplinado pela Lei 12.016/2009, que foi 
sancionada em agosto de 2009. 
 
Art. 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por 
habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública 
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; [...] 
 
Art. 1º, Lei 12016/2009. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não ampara-
do por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física 
ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e 
sejam quais forem as funções que exerça. 
§1º. Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e 
os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas natu-
rais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
§ 2º. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
§3º. Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado 
de segurança. 
 
Este remédio constitucional visa proteger qualquer direito líquido e certo do cidadão, salvo o direito de locomoção 
e o direito de acesso a informações pessoais, que são protegidos pelo habeas corpus e habeas data, respectiva-
mente. 
 
A Carta Magna também prevê o mandado de segurança coletivo, que pode ser impetrado pela organização sindi-
cal, dentre outras entidades. 
 
Art. 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo 
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Conclui-se que o mandado de segurança é ação utilizada, diante da inexistência de outro meio jurídico, para pro-
teger um direito líquido e certo, que fora violado por um ato de autoridade. O MS pode compelir a autoridade pú-
blica a praticar ou deixar de praticar algum ato. 
 
Inicialmente, apenas os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho tinhamcompetência 
para apreciar e julgar mandado de segurança, uma vez que o artigo 652 e 653 da CLT não incluem o mandado de 
segurança no âmbito da atuação jurisdicional dos órgãos de primeira instância. 
 
Contudo, o advento da EC 45/2004, que modificou substancialmente o artigo 114 da CF, parece-nos que a Vara 
do Trabalho será funcionalmente competente para processar e julgar mandado de segurança também. 
 
Art. 114, VII, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
[...] VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscaliza-
ção das relações de trabalho; [...] 
 
 
 
Cumpre salientar que o estudo das súmulas e OJ’s relativas ao Mandado de Segurança são fundamentais para o 
Exame de Ordem de II fase. 
 
Alguns Dispositivos Relevantes PARA LEITURA: 
 
• Art. 23, Lei 12016/09. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e 
vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
• Súmula 632, STF. É constitucional lei que fixa PRAZO DE DECADÊNCIA para a impetração do Mandado de 
Segurança. 
• Súmula 512, STF. Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança. 
• Súmula 105, STJ. Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários advocatícios. 
• Súmula 266, STF. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
• Súmula 267, STF. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correção. 
• Súmula 268, STF. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. 
• Súmula 33, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado. 
• OJ 99, SDI.2, TST. Mandado de segurança. Esgotamento de todas as vias recursais disponíveis. Trânsito em 
julgado formal. Descabimento. Esgotadas as vias recursais existentes, não cabe mandado de segurança. 
• OJ 140, SDI.2, TST. Não cabe mando de segurança para impugnar despacho que acolheu ou indeferiu liminar 
em outro mandado de segurança. 
• Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso 
ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o 
recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade. 
• OJ 148, SDI.2, TST. É responsabilidade da parte, para interpor recurso ordinário em mandado de segurança, 
a comprovação do recolhimento das custas processuais no prazo recursal, sob pena de deserção. 
• Súmula 414, TST. 
I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, 
por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a 
recurso. 
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de 
segurança, em face da inexistência de recurso próprio. 
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que im-
pugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar). 
• Súmula 417, TST. 
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado, 
em execução definitiva, para garantir crédito exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista no art. 655 do 
CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Processual do Trabalho- Aula 09 
Aryanna Manfredini 
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II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que os 
valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 
666, I, do CPC. 
III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a determinação de penhora 
em dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o executado tem direito a que a execução se proces-
se da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC. 
 
• Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexis-
tindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. 
• OJ 67, SDI – 2, TST. Não fere direito líquido e certo a concessão de liminar obstativa de transferência de em-
pregado, em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT. 
• OJ 92, SDI – 2, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante 
recurso próprio, ainda que com efeito diferido. 
• OJ 98, SDI – 2, TST. É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a in-
compatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança visando à realização da 
perícia, independentemente do depósito. 
• OJ 137, SDI – 2, TST. Constitui direito líquido e certo do empregador a suspensão do empregado, ainda que 
detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em que se apure a falta grave a ele imputada, na 
forma do art. 494, caput e § único, da CLT.

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