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DENGUE INTRODUÇÃO - Identificação precoce vital importancia - Vigilancia epidemiológica: função de reduzir letalidade e conhecer situação da dça em diferentes regiões - Classificação da dengue - retrospectiva - critérios clinicos e laboratoriais - nem todos os casos são classificados VIRUS DA DENGUE - Sorotipo de 1 a 4 - NS1: superfície e fluido celular, maturação celular imunogenica ( também pode-se dosar esse antígeno e efetuar o diagnóstico em fase precoce pois anticorpo ainda não foi produzido ) - Família: Flavivirus ( o vírus da Febre amarela também é desta família. No brasil, a FA é só silvestre e o risco de contaminação nas cidades é por Aedes aegypti ) - A imunidade é sorotipo específica - Infecção por 2º sorotipo origina forma mais grave de dengue - uma pessoa que já teve dengue, tem a memória imunológica específica para determinado sorotipo, isso favorece a infecção pelo vírus, reconhecimento do vírus da dengue e propicia sua replicação, pois libera suas interleucinas, TNF, mas que na verdade não são específicas para nenhum sorotipo não levando à destruição do vírus. VETOR DE TRANSMISSÃO - Aedes aegypti ( antropofilia, urbano ) - mais importante - Aedes albopictus ( somente na áfrica ) - Período de incubação: 7 a 10 dias. ( ingestão do vírus e sua secreção na saliva ) - PI intrínseca ( no homem ): 2 a 8 dias - Tem 2 fases - 1 terrestre - outra aquática CICLO - femea deposita ovos na água ( 2 a 3 dias ) larvas pupa fase adulta do mosquito ( ciclo aquático com duração de 10 a 15 dias ). fêmeas realizam hematofagia – saliva no sangue humano DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA - Áreas tropicais - Brasil - America latina - índia - Sudeste asiático - Norte da austrália - África ÍNDICE LIRA - avalia o índice de infestação do A. Aegypti - ajuda o governo a avaliar o risco de epidemia CASOS SUSPEITOS DE DENGUE - Febre 39-40, início abrupto ( até 7 dias ) + pelo menos 2 sintomas, associados ou não à presença de hemorragias - Cefaléia - Mialgia - Artralgia - Exantema - Prostração - Dor retroorbitária ** febre > 7 dias: NÃO pensar em dengue. Quadros graveS: hepatite, insuf. hepatica, manifestações do SNC, miocardite, hemorragias graves, choque. - Estadia nos últimos 15 dias, em área com transmissão de dengue ou presença de Aedes aegypti. - Pode ter também choque hipovolemico ( extravasamento do endotélio ) e manifestações hemorrágicas - Formas oligossintomáticas até quadros graves - Apresentação clássica - Febre ( 39 a 40º C ) de início abrupto - Cefaléia - Adinamia - Mialgia - Artralgia - Dor retroorbitária, exantema clássico ( 50% dos casos – máculo papular atingindo face, tronco e membros de forma aditiva, não poupando plantas de pés e mãos, podendo apresentar-se com ou sem prurido, frequentemente no desaparecimento da febre ) - náusea, vomitos, anorexia – 2 a 6 dias - Diarréia ( 48% dos casos ) – 2 a 6 dias - Espectro clínico - entre o 3º e o 7º dia – defervescencia da febre pode apresentar a partir daí sinais de alarme. - vomitos importantes e frequentes - Dor abdominal intensa e contínua - Hepatomegalia dolorosa - Desconforto respiratório - Sonolencia ou irritabilidade excessiva hipotermia ( choque hipovolemico ) - sangramento de mucosas, < sudorese e derrames cavitários ( pleural, pericárdico e ascite ) - Febre – Quando há defervescencia da febre não há mais viremia, mas há lesões de orgãos. MANIFESTAÇÕES HEMORRAGICAS – podem estarem presentes em todas as apresentações da dengue - epistaxe, petéquias, gengivorragia, metrorragia, hematemese, melena, hematúria, plaquetopenia - Febre hemorrágica da dengue: fator determinante é o extravasamento plasmático, evidenciado por - hemoconcentração, hipoalbuminemia e\ou derrames cavitários - sinais de insufc. Circulatória: instabilidade hemodinamica, hipotensao, taquisfigmia, choque DENGUE COM COMPLICAÇÕES - Caso grave que não se enquando nos critérios da OMS de Febre hemorrágia da dengue ( FHD ) e quando classificação é insatisfatória - presença de pelo menos 1 dos achados à seguir - Alterações graves do SNC - disfunção cardiorespiratória - insuf. hepática - plaquetopenia =< 50.000\mm3 - hemorragia digestiva - derrames cavitários - leucometria global =< 1.000 SINAIS DE ALARME – devem ser rotineiramente pesquisados - Dor abdominal intensa e contínua - Vômitos persistentes - Hipotensão postural, arterial - Pressão diferencia < 20 mmHg ( PA Convergente ) - Hepatomegalia dolorosa - Hemorragias importantes - Extremidades frias \ cianose - < diurese - < Temperatura corporal - > Ht CONDUTA ANAMNESE - HDA - sinais de alarme - manifestações hemorrágicas ( hematemese, melena ) - Epidemiologia - casos semelhantes em local de moradia\trabalho - História de deslocamento nos ultimos 15 dias para área de transmissão - História patológica pregressa - Doenças cronicas associadas - DM - DPOC - Doenças hematológicas cronicas - Doença renal cronica - Dça grave do sistema cardiovascular - Doença acidopeptica - Dças auto imunes - dça Kawasaki - Medicamentos: antiagregantes plaquetários, anticoagulantes, antiinflamatorios, imunossupressores, salicilatos - Criança: investigar manifestações alérgicas – asma bronquica, dermatite atopica. EXAME FÍSICO -Ectoscopia - edema subcutaneo - manifestações hemorrágicas - Hidratação - Verificar PA em 2 posições + pulso + enchimento capilar + FR + Temperatura e peso - Torax - sinais de desconforto respiratório, derrame pleural ou pericárdico - Abdome - hepatomegalia, dor, ascite - SNC - irritação meníngea - nivel de consciencia - Sensibilidade - Força muscular - Casos suspeitos prova do laço obrigatória! EXAMES LABORATORIAIS - Hemograma - Hematocrito – hemoconcentração - Leucócitos – leucopenia com linfocitose - Plaquetas – plaquetopenia CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Azul – Grupo A: atendimento de acordo com horario de chegada Verde – Grupo B: prioridade não urgente Amarelo – Grupo C: urgencia, atendimento o mais rápido possível Vermelho – Grupo D: emergencia, atendimento imediato SUSPEITA DE DENGUE – NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA - Notificação compulsória é obrigatória em casos suspeitos. Sinais de alarme \ choque ( de choque: choque, PA convergente, extr.frias, cianose, Pulso rapido e fino, enchimento capilar lento - < 2 seg – hipotensão postural ) 1 -Sim? V 1.1Pesquisar sinal de alarme sim? grupo C ( amarelo ) 1.2Pesquisar sinal de choque sim? grupo D ( vermelho ) 2-Não? V 2.1Pesquisar sangramentos de pele espontaneos, prova do Laço +, comorbidades, risco social - Nao? grupo A ( Azul ) Realizar acompanhamento - Sim Grupo B ( verde ) PROVA DO LAÇO - obrigatória em casos suspeitos - Quadrado de 2,5 cm de lado no antebraço e verificar PA ( deitada ou sentada ) - Calcular o valor médio ( PAS + PAD \ 2 ) - Insuflar novamente manguito até o valor médio e manter por 5 min em adulto e 3 min em criança até o aparecimento de petéquias ou equimoses - Prova positiva se >= 20 petéquias em adultos >= 10 petéquias em crianças - Se positiva, significa alteração da permeabilidade vascular outrombose - é teste de triagem, pois é a ÚNICA manifestação hemorrágica do grau I de FHD, demonstrando fragilidade capilar DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS - influenza - Enteroviroses - Dças exantematicas - hepatites virais - abscesso hepatico - abdome agudo - hantavirose - arbovirose ( FA ) - escarlatina - pneumonia - sepse - infecção urinaria - meningococcemia - leptospirose - malaria - salmonelose - riquetsioses - Dça Henoch-Schonlein - dça Kawasaki - purpura auto imune - farmacodermias e alergias cutaneas Grupo A - Exames complementares - Exames Específicos - em período não epidemico para todos os casos - em período epidêmico: pcte grave ou quando houver duvidas no diagnostico ) - sempre solicitar: Gestantes, Crianças e Idosos - Inespecíficos: Hemograma completo (Ht e Hb, plaquetas) - se for normal \ não realizado: continua no grupo A - se alterado: grupo B Conduta terapeutica - Tratamento ambulatorial - Hidratação oral - Não utilizar AAS, AINES, Warfarina, Salicilatos - Analgésicos - antitérmicos - anti – eméticos - anti-pruriginosos : caso nao resolva: banhos frios, compressas de gelo, pasta d’água - Orientações a paciente e familiares - retornar se aparecerem sinais de alarme - Desaparecimento da febre inicia fase crítica! Retornar para reavaliação no 1º dia desse período Grupo B - Diagnostico - Hemograma completo – obrigatorio - Exames específicos ( sorologia \ isolamento viral ) – obrigatorio - Até resultado dos exames, seguir conduta do grupo A Quando chegarem os exames, avaliar... - Se > Ht em até 10% do valor basal ou acima de: - Crianças >= 38 % e <= 42% - mulheres: >= 40% e <= 44% - homens: >= 45% e <= 50% e\ou plaquetopenia entre 50 e 100.000 cels\mm3 e\ou leucopenia < 1.000 cels\mm3 V Tratamento ambulatorial - hidratação oral vigorosa - sintomaticos - orientar - retorno para reavaliação clinico laboratorial em 24 h - se surgirem sinais de alarme reestadiar o caso SE - Ht > 10 % acima do valor basal OU - Criança > 42% - mulheres > 44% - homens > 50% e\ou plaquetopenia < 50.000 - realizar - observação em unidade de emergencia ou hospitalar em 6h no minimo - hidratação oral supervisionada ou parenteral - Sintomaticos - Reavaliação clinica e de Ht pós hidratação - normal? Tratamento ambulatorial - inadequado? Repetir conduta. Grupo C - Exames específicos e inespecíficos - Sem hipotensão - Conduta - internação hospitalar por 48 horas - Hidratação EV - Reavaliação clínica: Ht de 2 em 2 hrs e Plaqueta, mesma coisa. - Tto. Sintomático Grupo D - Choque - Conduta - UTI - Hidratação EV 20 ml\kg\ 20min - sintomaticos - reavaliação clinica ( à cada 15-30 min ) e Ht após 2 h - se houver melhora do choque tratar como paciente sem hipotensão -Se a resposta ao Tto for inadequada Avaliar hemoconcentração se... - Ht em ascenção e choque, após hidratação adequada - utilizar expansores plasmáticos ( colóides sintéticos. Se não houver use albumina ) - Ht em queda e choque - investigar: hemorragias, coagulopatias, hiperidratação - transfundir * Monitoramento - Ht à cada 2 h - Plaquetas à cada 24h < 30.000 plaquetas = alto risco de sangramento espontaneo < 50.000 plaquetas: Risco de sangramento é alto. Não deve-se repor plaquetas na dente pois plaquetopenia é por resposta imunológica, então se der plaquetas que não pertence ao organismo do indivíduo acometido elas serão destruidas por resposta imunológica. - Transfusão de plaquetas em pcts chocados pode piorar ou induzdir CIVD - Alterações de TAP utilizar plasma fresco + Vitamina K - Reposição de plaquetas somente em sangramentos evidentes, com descompensação hemodinamica - Corrigir distúrbios eletrolíticos, se presentes ( hiponatremia, hipocalemia, acidose metabólica ) INDICAÇÕES PARA INTERNAÇÃO HOSPITALAR - Sinais de alarme - Recusa alimentar e líquida - Comprometimento respiratório - Plaquetas < 20.000 - Impossibilidade de seguimento OU retorno à unidade de saúde - Co-morbidades descompensadas ( DM, HAS, IC, uso de dicumarínicos, crise asmática - outras situações à critério do médico CRITÉRIOS DE ALTA HOSPITALAR - deve-se preencher todos os 6 critérios - ausencia de febre por 24h, sem uso de antitérmicos - melhora visível do quadro clínico - Ht normal e estável por 24h - Plaquetas em elevação e > 50.000\mm3 - Estabilização hemodinamica por 24h - Derrames cavitários, se presentes, em regressão e sem repercussão clínica DIAGNOSTICO - Sorologia ( à partir do 6º dia de doença ) – na infecção primária - ELISA IgM - ELISA IgG - Detecção de vírus ou antígenos virais - Isolamento Viral - RT-PCR Imunohistoquimica - Anatomopatológico - A febre acompanha a viremia - IgM produzido a partir do 5-6º dia - IgG demora um pouco + ( 9º dia ) - na infecção secundária - IgG presente desde o 1º dia - IgM aparece por volta do 18º dia da dça RT-PCR \ imuno – histoquimica, NS1 - detecção viral ou de antígenos virais - Isolamento viral - NS1 ( nos 3 primeiros dias de dça até o 5º dia ) - se + confirma - se – não descarta ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS - Diagnóstico sorologico: por detecção de Ac antidengue. Deve ser solicitado à partir do 6º dia - Diagnostico virológico: identifica patógeno e monitora sorotipo viral circulante. Solicitar até 5º dia. - Diagnóstico laboratorial de óbitos - todo óbito deve ser investigado. Pcte grave moribundo soro armazenadou \ sangue colhido - Fragmentos de órgãos ( fígado, pulmao, baço, ganglios, timo, cerebro ) - armazenar adequadamente material em frasco com formalina tamponada em temp. Ambient. - Caso confirmado de Dengue clássica - casos suspeito, com confirmação laboratorial - Caso confirmado de febre hemorrágica da dengue – Critérios ( todos devem estar presentes ) - Febre \ história de febre recente de 7 dias - Trombocitopenia ( <= 100.000 ) - Tendencias hemorragicas ( prova do laço positiva, petequias, equimoses, purpuras - Extravasamento de plasma - Ht > 20% sobre o basal na admissão - < Ht em 20% após tratamento - derrame pleural, ascite, hipoproteinemia FEBRE HEMORRAGICA – CLASSICAÇÃO - Grau I: Febre + sintomas inespecíficos. Prova do laço + - Grau II: Grau I + hemorragias espontaneas leves - Grau III: colapso circulatório com pulso fraco e rápido + PA convergente \ hipotensão, pele pegajosa e fria - Grau IV: Sindrome do Choque da Dengue ( SCD ) = Choque profundo sem PA e pulso.
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