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Folha Reflexão II

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Centro de Ciências Sociais e Humanas
Curso de Psicologia
Disciplina de Psicologia da Personalidade I – A
Professor Marcos Adegas de Azambuja
Acadêmica Juliana Thais Schneider
Folha reflexão sobre Humanismo
	Na disciplina de Psicologia da Personalidade recebemos um convidado para discorrer sobre a teoria humanista. Felipe Schroeder de Oliveira é formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e atualmente é professor do Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA, em Santa Maria/RS. Nessa universidade, Felipe ministra disciplinas da área humanista, e por esse motivo foi o convidado escolhido, já que a UFSM não possui disciplinas que abordem essa teoria de maneira específica.
	Como leitura da aula, tivemos o capítulo 10 do livro Teorias da Personalidade, de Schultz e Schultz. O texto servia como base para a aula do convidado, que tratou sobre a teoria da autoatualização de Carl Rogers. Confesso que gosto da maneira como os autores abordam o conteúdo nesse livro, pois os conceitos não conhecidos são explicados de forma clara e simples. 
	A aula sobre humanismo apresenta grande importância na nossa formação, já que, como dito antes, essa teoria não é abordada pelo curso de psicologia da UFSM. Porém, creio que apenas uma aula não seja suficiente para nos passar as ideias base necessárias. Sendo assim, fiquei com inúmeros questionamentos quanto a aplicação dos conceitos na prática clínica.
	A teoria humanista é conhecida como a teoria centrada na pessoa, sugerindo que o dom de mudar ou aperfeiçoar sua personalidade está em cada pessoa, e é ela quem deve determinar tal mudança. O terapeuta apenas deve auxiliar nessa mudança, mas nunca definir ela. Achei super válido o que o convidado falou em relação a isso, deixando claro que o psicólogo não pode dizer o que é necessário ser feito, pois isso advém de uma concepção que ele tem do mundo. 
	O texto cita que a teoria que Rogers desenvolveu foi criada a partir de sua experiência no trabalho com clientes, e não a partir de métodos experimentais. Rogers apenas utilizou os métodos laboratoriais para tentar confirmar as suas observações clínicas. Ele filmava sessões de terapia para que a interação cliente-terapeuta pudesse ser estudada posteriormente, já que antes disso os únicos dados disponíveis eram da reconstrução que o terapeuta podia fazer da consulta. Essa reconstrução nunca chegaria a ser igual ao que aconteceu realmente na consulta, porque sofre os efeitos da memória e não consegue abordar estado emocional e linguagem corporal. 
	Em relação a isso posso fazer duas críticas. O método não foi elaborado de forma científica, e, para mim, isso é fundamental. Acho necessário que ele seja construído a partir de descobertas científicas que posteriormente foram confirmadas efetivas na clínica, tudo isso de forma experimental. Vejo como negligente o fato de universalizar uma teoria que surgiu com base em um determinado contexto e aplicá-la em diferentes momentos históricos e culturais, visto que cada sujeito possui sua própria subjetividade. Minha segunda crítica se refere a atitude de Rogers de gravar as sessões de terapia de seus clientes. Mesmo que com quem a permissão deles, acho que esse procedimento não é adequado, uma vez que a presença do equipamento pode provocar uma mudança no comportamento do cliente. Essa mudança ocorrida pode alterar o resultado das pesquisas que farão uso dessas gravações. Além de que, o aparelho também pode intimidar o paciente e fazer com que a sua terapia não produzia o efeito almejado. 
	Outrossim, admito que apenas uma aula não sanou as minhas dúvidas em relação a efetividade do método humanista na prática clínica. As ideias chamam muito a minha atenção na parte de aumento do potencial humano e na utilização dessas práticas para prevenção e no auxílio de pessoas que querem melhorar sua capacidade, mas não consegui aplicar essa teoria ao tratamento de doenças mentais. À vista disso, demonstro o meu interesse de que ocorram mais atividades como esta. Atividades que consigam nos mostrar um pouco sobre o que o currículo não consegue abordar e, principalmente, atividades com pessoas que trabalham com a teoria aprendida, o que nos traz uma visão muito mais ampla do que será encontrado no mercado de trabalho posteriormente.

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