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Abordagem Centrada na Pessoa

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Abordagem Centrada na Pessoa: Método, Influências,Abordagem Centrada na Pessoa: Método, Influências,
visão de Ciência e aplicações da teoria de Carl Rogersvisão de Ciência e aplicações da teoria de Carl Rogers
IntroduçãoIntrodução  
Este trabalho tem como objetivo "fazer uma viagem" através de trêsEste trabalho tem como objetivo "fazer uma viagem" através de três
aspectos fundamentais no pensamento de qualquer grande cientista, aaspectos fundamentais no pensamento de qualquer grande cientista, a
saber, o método, as influencias de outros pensadores no pensamentosaber, o método, as influencias de outros pensadores no pensamento
deste cientista e o conceito de deste cientista e o conceito de ciência.ciência.
O cientistO cientista a a a ser estudado aqui é Carl Rogers (1902-1987) psicólogoser estudado aqui é Carl Rogers (1902-1987) psicólogo
americano de intensa produção e de americano de intensa produção e de grandes raízes deixadagrandes raízes deixadas nos no
Brasil, fundador da Abordagem Centrada na Pessoa.Brasil, fundador da Abordagem Centrada na Pessoa.
A parte do método foi divida em duas: o da clínica e do trabalho comA parte do método foi divida em duas: o da clínica e do trabalho com
grupos, áreas onde Rogers desenvolveu vasta produção. Os estudosgrupos, áreas onde Rogers desenvolveu vasta produção. Os estudos
pedagógicos de Rogers foram deixados de lado, pelo fato de pedagógicos de Rogers foram deixados de lado, pelo fato de nãonão
haver tempo para maiores estudos e estarmos em haver tempo para maiores estudos e estarmos em um curso deum curso de
Psicologia.Psicologia.
Espero fazer com que se Espero fazer com que se perceba a relevância desta abordagemperceba a relevância desta abordagem
psicológipsicológica, não ca, não só como técnica Psicoterápica (apesar de, comosó como técnica Psicoterápica (apesar de, como
veremos no decorrer do trabalho, haver este aspectoveremos no decorrer do trabalho, haver este aspecto também)também), mas, mas
como uma teoria psicológica.como uma teoria psicológica.
Tenho, também, o intuito de, a partir das aTenho, também, o intuito de, a partir das análises que aqui serãonálises que aqui serão
feitafeitas, produzir questionamens, produzir questionamentos que me levem a tos que me levem a pensar cada vezpensar cada vez
mais, construtimais, construtivamente, acerca da Avamente, acerca da Abordagem Centrada na Pessoa bordagem Centrada na Pessoa ee
da Psicologia como um todo.da Psicologia como um todo.
A Questão do método em RogersA Questão do método em Rogers  
1.1 O método Clínico1.1 O método Clínico  
Rogers desenvolveu sua Terapia Centrada no Cliente a Rogers desenvolveu sua Terapia Centrada no Cliente a partir departir de
observaçõobservações tiradas diretamente da clínica, não es tiradas diretamente da clínica, não sendo uma sendo uma meramera
especulaespeculação para ser ção para ser aplicado na paplicado na p rática. Pelo contrário, a partir derática. Pelo contrário, a partir de
fatos observadofatos observados na s na clínica Rogers desenvolveu suas teorias, tanto aclínica Rogers desenvolveu suas teorias, tanto a
  
de intervenção clínica, quanto a de de intervenção clínica, quanto a de personalipersonalidade (apesar de dade (apesar de estaesta
última ter tido menos ênfase do que a última ter tido menos ênfase do que a primeira)primeira)..
Segundo Segundo Rogers(1970a,p.Rogers(1970a,p.221)221)
"a partir de um "a partir de um ponto de vista limitado largamente apoiado na prática,ponto de vista limitado largamente apoiado na prática,
sem verifisem verificação empírica, chegcação empírica, chegouou-se a u-se a uma teoria da personalidade ema teoria da personalidade edas relações interpessdas relações interpessoais bem como oais bem como da terapia, que coordena da terapia, que coordena à suaà sua
volta um notável corpo de conhecimentos experivolta um notável corpo de conhecimentos experimentmentalmentealmente
conhecidos".conhecidos".   
Portanto, pode-se infPortanto, pode-se inferir que a Aerir que a Abordagem Centrada na Pessoa não ébordagem Centrada na Pessoa não é
teorizantteorizante (no sentido de e (no sentido de não produzir teoria antes da prática), mas elanão produzir teoria antes da prática), mas ela
não prescinde de uma teoria, pois, afinal, a preocupação de Rogersnão prescinde de uma teoria, pois, afinal, a preocupação de Rogers
era a de fera a de fundar uma abordagem undar uma abordagem psicológipsicológica; para isso, logicamente,ca; para isso, logicamente,
era necessário que se era necessário que se elaborassem teorias.elaborassem teorias.
Rogers foi pioneiro na psicologia em coleta de dados aRogers foi pioneiro na psicologia em coleta de dados através detravés de
sessõesessões gravadas, tanto em vídeo quanto em s gravadas, tanto em vídeo quanto em áudio. Em seu áudio. Em seu momentomomento
mais experimentmais experimental (Rogers oscilava entre a al (Rogers oscilava entre a objetividade e aobjetividade e a
subjetivisubjetividade do cientista), Rogers chegou a dade do cientista), Rogers chegou a medir a precisão demedir a precisão de
determindeterminadas palavras no adas palavras no decorrer de uma decorrer de uma sessão terapêuticasessão terapêutica **..
EpistemolEpistemologicamente, Rogers vivia o conflito da ogicamente, Rogers vivia o conflito da objetividade de umaobjetividade de uma
ciência Psicológiciência Psicológicaca-principa-principalmente em um meilmente em um meio eminentementeo eminentemente
empiristempirista como o a como o americano (com uma predominância doamericano (com uma predominância do
comportcomportamentismo e da Psicanáliseamentismo e da Psicanálise- daí o - daí o nome de terceira forçanome de terceira força
dado às teorias "humanistas"), e a dado às teorias "humanistas"), e a sua subjetividade colocada nasua subjetividade colocada na
relação terapêurelação terapêutica. É visível, em seus texttica. É visível, em seus textos, que o citaos, que o cita do Psicólogodo Psicólogo
norte-amnorte-americano se questionava, não ericano se questionava, não raro, sobre a raro, sobre a neutralineutralidadedade
científica, principalmente na ciência Psicológica, que, diferente dascientífica, principalmente na ciência Psicológica, que, diferente das
ciências físicas, lidam com pessoas e estas respondem ao que é ditociências físicas, lidam com pessoas e estas respondem ao que é dito
a respeito delas (daí, por exemplo, tantas a respeito delas (daí, por exemplo, tantas psicologipsicologias). Ou seja, esteas). Ou seja, este
objeto da Psicologia não é algo estático, pois, por se tratar de um ser objeto da Psicologia não é algo estático, pois, por se tratar de um ser 
humano, responde ao que é dito a seu respeito.humano, responde ao que é dito a seu respeito.
Rogers(1970Rogers(1970a, p.177) da, p.177) diz a respeito do iz a respeito do seu conflitoseu conflito
objetividadeobjetividade versusversus subjetividasubjetividade que tratade que trata-se de uma-se de uma "oposição entre"oposição entre
o positivismo lógico em que eu fora educado e pelo qual tinhao positivismo lógico em que eu fora educado e pelo qual tinha
profundo respeito e um pensamento existencial orientadoprofundo respeito e um pensamento existencial orientado
subjetisubjetivamente que crescia em mim, porque me parecia adequarvamente que crescia em mim, porque me parecia adequar -se-se
perfeitamente à minha experiência terapêutica".perfeitamente à minha experiência terapêutica".   
  
Sobre seu objeto de Sobre seu objeto de estudos, Rogers não o estudos, Rogers não o parece centrar no clienteparece centrar no cliente
nem no terapeuta, mas no entre. De anem no terapeuta, mas no entre. De acordo com as leituras feitas paracordo com as leituras feitas para
este trabalho, o objeto de estudos de uma Aeste trabalho, o objeto de estudos de uma Abordagem Centrada nabordagem Centrada na
Pessoa não é exatamente o sujeito em terapia (ou os sujeitos), mPessoa não é exatamente o sujeito em terapia (ou os sujeitos), mas aas a
relação terapêutirelação terapêutica. Daí,porque, toda a ca. Daí, porque, toda a querela a respeito do termoquerela a respeito do termo
técnictécnica na aa na abordagem. Rogers o contestava, dizendo tratarembordagem. Rogers o contestava, dizendo tratarem-se de-se de
atitudeatitudes, e não s, e não técnicas. Contudo, a confusão parece de ordemtécnicas. Contudo, a confusão parece de ordem
semântica.semântica.
Se entendermos técniSe entendermos técnica como um meio de ca como um meio de que que se utiliza para chegar se utiliza para chegar 
a um determinado fim (no caso de a um determinado fim (no caso de Rogers, a "pessoa emRogers, a "pessoa em
funcionamfuncionamento pleno"), toda teoria que se ento pleno"), toda teoria que se produza a respeito de comoproduza a respeito de como
se chegou a este fim tem as se chegou a este fim tem as suas técnicas, ou seja, o seu meio dsuas técnicas, ou seja, o seu meio dee
como se chegou a como se chegou a este fim.este fim.
Contudo, se técnica for entendido como um Contudo, se técnica for entendido como um apertar ininterrupapertar ininterrupto deto de
botões como se o cliente fosse uma botões como se o cliente fosse uma máquina (por exemplo: se omáquina (por exemplo: se o
cliente chorar, decliente chorar, deveve-se usar tal comportament-se usar tal comportamento para fazer com o para fazer com que eleque ele
cesse seu mal-estar), não podemos falar de cesse seu mal-estar), não podemos falar de técnicas em Abordagemtécnicas em Abordagem
Centrada na Pessoa e, muito provavelmente, em pouquíssimasCentrada na Pessoa e, muito provavelmente, em pouquíssimasPsicologias.Psicologias.
Parece que, para Rogers, essa segunda definição de técnica era Parece que, para Rogers, essa segunda definição de técnica era aa
que lhe convinha, por isso, talvez, utilizava a palavra atitude para seque lhe convinha, por isso, talvez, utilizava a palavra atitude para se
referir ao comportreferir ao comportamento humano, e não técnica. Segundo Kamento humano, e não técnica. Segundo K ingetinget
(1977b, p.9)(1977b, p.9)
"A afirmação de que "A afirmação de que não existem técnicas rogerianão existem técnicas rogerianas, por maisnas, por mais
paradoxal que seja, não deixa de exprimir uma característicaparadoxal que seja, não deixa de exprimir uma característica
primordial desta prática terapêutica tal como Rogers a concebe. Paraprimordial desta prática terapêutica tal como Rogers a concebe. Para
ele, o terapeuta deve se esforçar, tãele, o terapeuta deve se esforçar, tão plenamente quanto possível, emo plenamente quanto possível, emse conduzir como pessoase conduzir como pessoa- não - não como especialicomo especialista. Seu papel consistesta. Seu papel consiste
em pôr em prática atitudes e concepções fundamentais relativas aoem pôr em prática atitudes e concepções fundamentais relativas ao
ser humano".ser humano".  
Portanto, depois desta tentativa de elucidar esta confusão semântica,Portanto, depois desta tentativa de elucidar esta confusão semântica,
parece ser possível se falar em técnica na terapia centrada no cliente,parece ser possível se falar em técnica na terapia centrada no cliente,
como um meio para se como um meio para se chegar a um fim, chegar a um fim, pois Rogers mostra de formapois Rogers mostra de forma
muito clara os meios para se chegar a um sucesso em terapia, atravésmuito clara os meios para se chegar a um sucesso em terapia, através
do que ele chama de três atitudes facilitdo que ele chama de três atitudes facilitadoras. adoras. Vale ressaltar o que jáVale ressaltar o que já
dissemos, de que estas três atitudes não se centram nem somente nodissemos, de que estas três atitudes não se centram nem somente no
terapeuta, nem somente no cliente, mas, principalmente, na relaçãoterapeuta, nem somente no cliente, mas, principalmente, na relação
dos dois.dos dois.
  
Explanemos de forma breve quais são e Explanemos de forma breve quais são e como são concebidas as trêscomo são concebidas as três
atitudeatitudes s facilitafacilitadoras. Estas doras. Estas atitudeatitudes são: s são: a consideração a consideração positipositivava
incondiincondicional, a empatia e a cional, a empatia e a autenticidautenticidade. Vejamos um ade. Vejamos um pouco depouco de
cada uma delas:cada uma delas:
ConsideraConsideração ção positipositiva incondicional: Consiste em va incondicional: Consiste em considerar o considerar o clientecliente
como um todo, sem submetê-lo a como um todo, sem submetê-lo a qualquer tipo de julgamento dequalquer tipo de julgamento devalores sociaivalores sociais, para que este s, para que este possa experimentpossa experimentarar -se livremente, sem-se livremente, sem
qualquer empecilho ou bloqueio de sua consciência aos seusqualquer empecilho ou bloqueio de sua consciência aos seus
sentimentsentimentos ou os ou atitudes. Segundo Rogers (1992, atitudes. Segundo Rogers (1992, p.564)p.564) "[...] o"[...] o
comportcomportamento do amento do orientador minimizorientador minimiza a influêinfluêncnc ias prejudiciaiias prejudiciais sobres sobre
as atitudes expreas atitudes expressas. A pessoa, normalmente, sentessas. A pessoa, normalmente, sente-se motivada a-se motivada a
comunicar seu próprio mundo especial e os procedimentos utilizadoscomunicar seu próprio mundo especial e os procedimentos utilizados
encorajam-na a isso [...]".encorajam-na a isso [...]".   
Empatia: é a capacidade de colocarEmpatia: é a capacidade de colocar-se no lugar do outro como se-se no lugar do outro como se
fosse o outro, fazer este outro saiba que fosse o outro, fazer este outro saiba que está sendo compreendido eestá sendo compreendido e
respeitado, mesmo que, na relação, haja uma gama de diferençasrespeitado, mesmo que, na relação, haja uma gama de diferenças
entre este o terapeuta. Aliás, a diferença, para uma Abordagementre este o terapeuta. Aliás, a diferença, para uma AbordagemCentrada na Pessoa, é algo de Centrada na Pessoa, é algo de fundamental, pois implica em saúde,fundamental, pois implica em saúde,
em "ser você mesmo", num sentido de não se deixar guiar por umem "ser você mesmo", num sentido de não se deixar guiar por um
outro referencioutro referencial, que não o al, que não o da sua própria avaliação enquanto sujeitoda sua própria avaliação enquanto sujeito
livre.livre.
AutenticiAutenticidade: Trata-se da cdade: Trata-se da capacidade do terapeuta de ter aberturaapacidade do terapeuta de ter abertura
para a alteridade do cliente, sem precipara a alteridade do cliente, sem precisar se escondsar se esconder por trás de umaer por trás de uma
máscara de profissionalismo, tendo acessível, à sua consciência, osmáscara de profissionalismo, tendo acessível, à sua consciência, os
dados do momento em dados do momento em que se desenvolve a relação e expressar oque se desenvolve a relação e expressar o
que sente ou pensa a que sente ou pensa a qualquer momento em que achar conveniente.qualquer momento em que achar conveniente.
Convém lembrar que Rogers utilizava o terConvém lembrar que Rogers utilizava o termo atitudes para designar omo atitudes para designar o
fato de não era alfato de não era algo que poderia ser praticado sem qualquer go que poderia ser praticado sem qualquer 
sinceridsinceridade e ade e fora do fora do contextcontexto de o de uma relação terapêutica específicauma relação terapêutica específica
com cada indivíduo. Portanto, não se trata ações précom cada indivíduo. Portanto, não se trata ações pré -fabrica-fabricadas paradas para
determindeterminadas situações, mas de adas situações, mas de atitudes vividaatitudes vividas e experienciadas nos e experienciadas no
momento de uma momento de uma específiespecífica relação, tendo estas ca relação, tendo estas atitudes um totalatitudes um total
imbricimbricamento entre si, sendo amento entre si, sendo uma totalmente dependente uma dauma totalmente dependente uma da
outra.outra.
Já que Rogers elaborou sua Já que Rogers elaborou sua terapia, qual seria seu conceito deterapia, qual seria seu conceito de
normalidanormalidade? Rogers nde? Rogers não se ateve a ãose ateve a uma rotulação, umauma rotulação, uma
psicopatologia, pois, para o mesmo (Evans, 1979, p.110),psicopatologia, pois, para o mesmo (Evans, 1979, p.110), "o uso de"o uso de
testes diagnósticos é pior do que perda de tempo[...] relega o indivíduotestes diagnósticos é pior do que perda de tempo[...] relega o indivíduo
  
para a categoria de objeto, de modo que para a categoria de objeto, de modo que você possa pensar nele ,você possa pensar nele ,
confortconfortavelmentavelmente, se, sem considera-lo como uma em considera-lo como uma pessoa real com qpessoa real com quemuem
você se relaciona".você se relaciona".  
Apesar de sua resistência a conceitos como normalidade e patologia,Apesar de sua resistência a conceitos como normalidade e patologia,
Rogers (1992, p.577) consegue dar a sua Rogers (1992, p.577) consegue dar a sua definição de neurose, pois,definição de neurose, pois,
segundo o mesmosegundo o mesmo "na neurose típica, o organismo satisfaz uma"na neurose típica, o organismo satisfaz uma
necessidade não reconhecida pela consciência através de meiosnecessidade não reconhecida pela consciência através de meios
comportamentais coerentes com o conceito de self e que, portanto,comportamentais coerentes com o conceito de self e que, portanto,
podem ser podem ser conscientconscientemente aemente aceitoceitos".s".   
Para que se compreenda de Para que se compreenda de forma mais clara o que forma mais clara o que foi explicitadofoi explicitado
acima, faz-se necessário que falemos acerca da acima, faz-se necessário que falemos acerca da teoria deteoria de
personalidpersonalidade de ade de Rogers, pois foi usado o termo self, o Rogers, pois foi usado o termo self, o que exige umaque exige uma
explanação um pouco mais detalhada.explanação um pouco mais detalhada.
Para Rogers, o indivíduo cria uma imagem de Para Rogers, o indivíduo cria uma imagem de si, chamada desi, chamada de self self , que, que
pode ou não reagir a uma experiência de manepode ou não reagir a uma experiência de maneira realista; ou seja, seira realista; ou seja, se
o indivíduo se percebe como alguém "bonzinho" e o indivíduo se percebe como alguém "bonzinho" e que as exigênciasque as exigências
do meio social onde do meio social onde convive definem que ter aconvive definem que ter atitudes agressivas étitudes agressivas éalgo ruim, quando uma reação de algo ruim, quando uma reação de raiva for desencadeada peloraiva for desencadeada pelo
organismo, eorganismo, esta poderá até nem ser expsta poderá até nem ser experimentaerimentada, ou, na melhor da, ou, na melhor 
das hipóteses, negada, pois, segundo a imagem que o das hipóteses, negada, pois, segundo a imagem que o indivíduo temindivíduo tem
de si mesmo, ele não é de si mesmo, ele não é alguém que experimente este tipo dealguém que experimente este tipo de
sentimentsentimento. Para Roo. Para Rogers (1978b, p.197), as religiões e a família vêm agers (1978b, p.197), as religiões e a família vêm a
ser as grandes causadoras de distúser as grandes causadoras de distúrbios psicológicorbios psicológicos, com noçõess, com noções
como pecado ou o fcomo pecado ou o filho ideal. Segundo Rogers (1992, p.566)ilho ideal. Segundo Rogers (1992, p.566)
"como resultado da interação com o "como resultado da interação com o ambiente, e particularmente, como resultado da interaçãoambiente, e particularmente, como resultado da interação
avaliatória como os outros, é formada a avaliatória como os outros, é formada a estrutura do self- um padrão conceitual organizado,estrutura do self- um padrão conceitual organizado,
fluido e coerente de fluido e coerente de percepções de características do eu e do mim, juntpercepções de características do eu e do mim, juntamente com valoresamente com valores
ligados a este conceito".ligados a este conceito".
  
Quando se tem uma situação como a cQuando se tem uma situação como a citada acima (a do filho itada acima (a do filho ideal),ideal),
causa-se um desequilíbricausa-se um desequilíbrio entre a o entre a expeexperiênciriência vivida pelo a vivida pelo cliente e acliente e a
percebida pelo organismo. Esse desequilíbrio ocorre, para Rogers, apercebida pelo organismo. Esse desequilíbrio ocorre, para Rogers, a
partir de uma introjeção de valores que não são partir de uma introjeção de valores que não são propriamente dopropriamente do
indivíduindivíduo, mas de o, mas de uma série de exigências feitas por sua sociedade. Ouma série de exigências feitas por sua sociedade. O
grande mérito da terapia, portanto, é o grande mérito da terapia, portanto, é o de deixar com de deixar com que o indivíduoque o indivíduo
seja livre para experimentar todo e seja livre para experimentar todo e qualquer sentimentqualquer sentimento sem o sem qualquer qualquer 
medo de repressões sociais, uma vez que o terapeuta mantém medo de repressões sociais, uma vez que o terapeuta mantém umauma
atitude de consideração positiva incondicional, empatia eatitude de consideração positiva incondicional, empatia e
autenticidade.autenticidade.
  
UUma vez em terapia, o sujeito pode ser quem ele é, sem medo dema vez em terapia, o sujeito pode ser quem ele é, sem medo de
sofrer qualquer exigêncsofrer qualquer exigência de valores por ia de valores por parte do terapeuta. Paraparte do terapeuta. Para
Rogers (1974, p.47) o terapeutaRogers (1974, p.47) o terapeuta "estimula a livre expressão de"estimula a livre expressão de
sentisentimentos em relação com mentos em relação com o problema. Em certa o problema. Em certa medida essamedida essa
liberdliberdade é ade é provocada pela atitude amigável, interessada e provocada pela atitude amigável, interessada e receptivareceptiva
do conselheiro".do conselheiro".  
Poderia-se, talvez, suscitPoderia-se, talvez, suscitar a ar a seguinte questão: a atitude do seguinte questão: a atitude do terapeutaterapeuta
pode ser considerada uma "amizade comprada"? A resposta para estapode ser considerada uma "amizade comprada"? A resposta para esta
questão é negativa, uma vez que se tratam dequestão é negativa, uma vez que se tratam de atitudesatitudes e, como tal, ée, como tal, é
um modo de concepção de seum modo de concepção de ser humano. Portanto, o terapeuta não ager humano. Portanto, o terapeuta não age
de forma artificial, com o mero uso de suas atitudes na clinica, mas nade forma artificial, com o mero uso de suas atitudes na clinica, mas na
vida de um modo geral, em todas as relações interpessoais.vida de um modo geral, em todas as relações interpessoais.
Por que se dar uma liberdade Por que se dar uma liberdade tão grande de expressão para o cliente?tão grande de expressão para o cliente?
Será que esta pessoa Será que esta pessoa não poderia, por exemplo, ter reaçõesnão poderia, por exemplo, ter reações
agressiagressivas, ou coisa parecida, para com o vas, ou coisa parecida, para com o terapeuta? A resposta paraterapeuta? A resposta para
esta pergunta encontresta pergunta encontraa-se no que Rogers (1978b, p.194) considerava-se no que Rogers (1978b, p.194) considerava
o único postulado básico da ACP: o único postulado básico da ACP: a Tendência Atualizante. Mas quea Tendência Atualizante. Mas que
tendência é essa?tendência é essa?
Seria uma tendência para Seria uma tendência para a manutenção, crescimento e reproduçãoa manutenção, crescimento e reprodução
do organismo. Além do organismo. Além destas característdestas características, a icas, a tendência atualizanttendência atualizante ée é
uma abertura para o novo, para a criatividade. Parte daí uma abertura para o novo, para a criatividade. Parte daí a crença dea crença de
que é o próprio cliente quem vai encontrara a saída para os seusque é o próprio cliente quem vai encontrara a saída para os seus
problemas, desde que lhe sejam dadas as condições básicas para queproblemas, desde que lhe sejam dadas as condições básicas para que
estes problemas sejam superadas.estes problemas sejam superadas.
Esta tendência atualizante pode, eveEsta tendência atualizante pode, eventualmentntualmente, segundoe, segundo RogersRogers
(1983, p.40)(1983, p.40) "ser frustrada ou desvirtuada, mas não pode "ser frustrada ou desvirtuada, mas não pode ser destruídaser destruída
sem que se destrua o sem que se destrua o organismo".organismo". O comportamento neO comportamento neurótiurótico,co,
segundo Rogers (1978b, p.198)segundo Rogers (1978b, p.198) "é o "é o produto dessa dissociaçproduto dessa dissociação dessaão dessatendência à realização".tendência à realização".  
UUma questão levantada para a elaboração deste trama questão levantada para a elaboração deste trabalho (e que agorabalho (e que agora
faz mais sentido ainda faze-la, faz mais sentido ainda faze-la, depois de realizadas as leituras) foi adepois de realizadas as leituras) foi a
de se a de se a Tendência Atualizante de Rogers pode ser coTendência Atualizante de Rogers pode ser consideransiderada comoda como
que fazendo parte da Matriz Funcionalista e Organicista de que falaque fazendo parte da Matriz Funcionalista e Organicista de que fala
Luís Cláudio Figueiredo.Luís Cláudio Figueiredo.
A matriz funcionalista e organicistA matriz funcionalista e organicista vê o a vê o homem através de trehomem através de tre
processos básicos: manutenção, reprodução e crescimento doprocessos básicos: manutenção, reprodução e crescimento do
organismo. Rogers (1983, p.40) organismo. Rogers (1983, p.40) afirma textualmentafirma textualmente e queque "os"os
comportcomportamentos de um amentos de um organismo estão voltados para suaorganismo estão voltados para sua
manutençmanutenção, seu crescimento ão, seu crescimento e sua e sua reprodução".reprodução".  
  
Qual era a função da Qual era a função da consciência (agida) para os funcionalistconsciência (agida) para os funcionalistas? A as? A dede
adaptaçadaptação do ão do organismo a uma determinada situação. Para Rogers,organismo a uma determinada situação. Para Rogers,
como veremos quando abordarmos a questão da pessoa ecomo veremos quando abordarmos a questão da pessoa emm
funcionamfuncionamento pleno, é ento pleno, é exatamentexatamente esta e esta uma caruma característiacterística patenteca patente
numa pessoa psicologicamente saudável: a fácil adaptação, por ser numa pessoa psicologicamente saudável: a fácil adaptação, por ser 
aberta a aberta a novas experiências.novas experiências.
Segundo Figueiredo (1996, p.75) a imagem de Segundo Figueiredo (1996, p.75) a imagem de organismo para aorganismo para a
Matriz FuncionaliMatriz Funcionalista e sta e OrganicistOrganicista é a é a dea de "um ser vivo plástico,"um ser vivo plástico,
adaptatiadaptativo, parvo, particiticipando ativamente do pando ativamente do processo de equilibração emprocesso de equilibração em
suas interações com o meio".suas interações com o meio".   
Portanto, pensando por esse viés, a resposta a pergunta de sePortanto, pensando por esse viés, a resposta a pergunta de se
podemos ver a tendência atualizante em uma Matriz Funcionalista epodemos ver a tendência atualizante em uma Matriz Funcionalista e
Organicista parece ser positiva, mas apenas em parte, pois, como jáOrganicista parece ser positiva, mas apenas em parte, pois, como já
foi dito, Rogers viveu de foi dito, Rogers viveu de forma muito nítida o forma muito nítida o conflito entre objetividadeconflito entre objetividade
e subjetividade, e os funcionalistas buscavam ser o e subjetividade, e os funcionalistas buscavam ser o mais objetivos emais objetivos e
pragmáticos quanto fosse possível.pragmáticos quanto fosse possível.
Na verdade, atribui-seNa verdade, atribui-se
**
muito mais a tendência atualizmuito mais a tendência atualizanante a umte a umfisiolfisiológo norte-americano chamado ógo norte-americano chamado Kurt Goldstein, que desenvolveuKurt Goldstein, que desenvolveu
para a psicologia um conceito muito parecido com o da para a psicologia um conceito muito parecido com o da Biologia, o deBiologia, o de
homeostahomeostase. Aliás, não raro, vêse. Aliás, não raro, vê -se a citação de-se a citação de The OrganismThe Organism (livro(livro
de autoria de Kurt Goldstein) nas bibliografias das obras de Carlde autoria de Kurt Goldstein) nas bibliografias das obras de Carl
Rogers. Contudo, não podemos dizer que Rogers Rogers. Contudo, não podemos dizer que Rogers não escapou denão escapou de
influencinfluencias de seu contexto sócioias de seu contexto sócio -cultural e, no caso dos Estados-cultural e, no caso dos Estados
UUnidos, o rastro deixado pela nidos, o rastro deixado pela matriz funcionmatriz funcionalista deixou pegadas alista deixou pegadas queque
levaram a caminhos muitlevaram a caminhos muito beo bem aceitos naquele meio.m aceitos naquele meio.
Voltemos à questão doVoltemos à questão do self.self. Como desenvolver umComo desenvolver um self self saudável? Issosaudável? Isso
se daria dentro de uma relação que não fosse ameaçadora para ase daria dentro de uma relação que não fosse ameaçadora para a
estrutura doestrutura do self,self, onde a pessoa fosse considerada de forma integral eonde a pessoa fosse considerada de forma integral eum ser múltiplo de possibilidaum ser múltiplo de possibilidades, podendo apresentar des, podendo apresentar 
comportcomportamentos variados- amentos variados- socializasocializados ou dos ou não. Rogers (1992, p.571)não. Rogers (1992, p.571)
diz quediz que
"o pai ou a "o pai ou a mãe capaz de mãe capaz de aceitar sinaceitar sinceramente esses senticeramente esses sentimentos dementos de
satissatisfação [em bater no fação [em bater no irmãozirmãozinho] experimentadinho] experimentado o pela criança,pela criança,
aceitar integralmente a criança que os experimenta, e aceitar, aoaceitar integralmente a criança que os experimenta, e aceitar, ao
mesmo tempo, seus próprios sentimentos de que mesmo tempo, seus próprios sentimentos de que tal comportamenttal comportamento éo é
inadmissível na família, cria para a criança uma situação muitoinadmissível na família, cria para a criança uma situação muito
diferente da habitual".diferente da habitual".  
  
É notável, portanto, que a É notável, portanto, que a terapia centrada no cliente vem reproduzir terapia centrada no cliente vem reproduzir 
este ambiente propício para a este ambiente propício para a experimentaexperimentação, para a ção, para a interpretaçinterpretaçãoão
(num sentido de ação, como no (num sentido de ação, como no teatro) de si mesmo, onde asteatro) de si mesmo, onde as
possibilpossibilidades de existência são idades de existência são respeitrespeitadas a adas a partir das condiçõespartir das condições
facilitadoras.facilitadoras.
Como seria a "Pessoa em Como seria a "Pessoa em Funcionamento Pleno" descrita por Funcionamento Pleno" descrita por 
Rogers? Esta pessoa teria algumas características básicas, tais como:Rogers? Esta pessoa teria algumas características básicas, tais como:
maior abertura para o novo, percepção de si, não como uma estruturamaior abertura para o novo, percepção de si, não como uma estrutura
rígida e imutávelrígida e imutável, mas como um ser humano pleno de , mas como um ser humano pleno de possipossibilidades ebilidades e
que pode se reconhecer em sua que pode se reconhecer em sua experiência, porque ele "é" a suaexperiência, porque ele "é" a sua
experiêncexperiência. Para ia. Para Rogers (1970b, p.263) o Rogers (1970b, p.263) o clientecliente
"descobr"descobre-se a e-se a experimentexperimentar [...] sentimentos de mar [...] sentimentos de modo amplo,odo amplo,
completo, no relacionamento, de modo que, em um dado instante, elecompleto, no relacionamento, de modo que, em um dado instante, ele
"é" o seu medo, a sua ira, a sua ternura, a sua força. E quando vive"é" o seu medo, a sua ira, a sua ternura, a sua força. E quando vive
estes sentimestes sentimentos amplamente diversos, em todos os gentos amplamente diversos, em todos os graus deraus de
intenintensidade, descobre que teve sidade, descobre que teve uma experiência de si próprio, que uma experiência de si próprio, que eleele
é tudo o que sente".é tudo o que sente".  
É preciso que se Épreciso que se defina essa abertura para a experiência para quedefina essa abertura para a experiência para que
fique claro o que significa este termo para esta Afique claro o que significa este termo para esta Abordagem debordagem de
PsicologiPsicologia, pois segundo Rogers (1a, pois segundo Rogers (1970, p.266), isso não quer 970, p.266), isso não quer "dizer "dizer 
que o que o indivíindivíduo se duo se capacitaricapacitaria, autoconscientea, autoconscientemente, de tudo mente, de tudo o que o que sese
passa no seu passa no seu íntiíntimo, como a mo, como a centopéia se tornaria conscientcentopéia se tornaria consciente dee de
todas as suas pernas".todas as suas pernas". UUma avaliação organísmicma avaliação organísmica a da experiência nãoda experiência não
se daria em um patamar intelectual, não seria exatamente fazer se daria em um patamar intelectual, não seria exatamente fazer 
escolhas a partir de deliberações, mas ser este próprio processo deescolhas a partir de deliberações, mas ser este próprio processo de
escolhas, de ser um eterno devir.escolhas, de ser um eterno devir.
A compreensão de si, como esse devA compreensão de si, como esse devir, essa multiplir, essa multiplicidade deicidade de
possibilpossibilidades não idades não é, segundo Kinget (1977a , é, segundo Kinget (1977a , p.70)p.70) "refletida ou"refletida ou
articulada. É um tipo de conhecimento essencialmente implícito,articulada. É um tipo de conhecimento essencialmente implícito,
existindoexistindo nana experiência[...] Este tipo de compreensão de si é menosexperiência[...] Este tipo de compreensão de si é menos
um conhecimentum conhecimento do quo do que um modo e um modo de funcionamentde funcionamento".o".   
A Pessoa em FA Pessoa em Funcionamento Pleno seria, mais plenamente, elauncionamento Pleno seria, mais plenamente, ela
mesma. Vale ressaltar, contudmesma. Vale ressaltar, contudo, que este ser o, que este ser ela mesma não éela mesma não é
fundado em uma fundado em uma mesmidadmesmidade. Pelo e. Pelo contrário; ser você mesmo significacontrário; ser você mesmo significa
não introjetar valorenão introjetar valores e desejos s e desejos que não são que não são os experimentadoos experimentados nas na
experiêncexperiência pontual ia pontual do momento. Portanto, é ser um do momento. Portanto, é ser um fluido, um devir, efluido, um devir, e
não algo estático que consistirinão algo estático que consistiria na a na "essência" da pessoa. Para"essência" da pessoa. Para
Rogers, a pessoa hipotética aqui descrita é um processo. AindaRogers, a pessoa hipotética aqui descrita é um processo. Ainda
  
segundo Rogers (1970b, p.267)segundo Rogers (1970b, p.267) "o eu e "o eu e a personalidade emergiria personalidade emergiriamam
da experiência, em vez de ser da experiência, em vez de ser esta traslada ou distorciesta traslada ou distorcida parada para
adaptar-se a adaptar-se a uma auto-estrutura pré-concebida".uma auto-estrutura pré-concebida".  
É lógico que não podemos nos livrÉ lógico que não podemos nos livrar de valores sociais e jogáar de valores sociais e jogá-los na-los na
lata do lixo, "sendo nós mesmos" o tempo todo; portanto, a pessoalata do lixo, "sendo nós mesmos" o tempo todo; portanto, a pessoa
plena de Rogers é plena de Rogers é hipotética. Esse ser você mesmo implica umahipotética. Esse ser você mesmo implica uma
situaçsituação ética, pois, a ão ética, pois, a partir da aceitação de partir da aceitação de sentimentos de si mesmo,sentimentos de si mesmo,
por parte do individuo, ele considera a diferença do por parte do individuo, ele considera a diferença do outro, porque eleoutro, porque ele
quer ser o quer ser o diferente.diferente.
Quais seriQuais seriam as vantagens de uma Terapia Centrada nam as vantagens de uma Terapia Centrada no Cliente?o Cliente?
Para Rogers (1992, p.564)Para Rogers (1992, p.564)
"a situação [de terapia] minimiza a necessidade de atitudes defensivas"a situação [de terapia] minimiza a necessidade de atitudes defensivas
[...[...] a ] a pessoa normalmente sente-se pessoa normalmente sente-se motivada a comunicar seu própriomotivada a comunicar seu próprio
mundo especiamundo especial, e os pl, e os procedimentrocedimentos utilizos utilizadas encorajamadas encorajam -na a isso. A-na a isso. A
comunicação cada vez maior traz, gradualmente, mais experiênciascomunicação cada vez maior traz, gradualmente, mais experiências
para o âmbito da consciêncpara o âmbito da consciência, e assim, obtéia, e assim, obtémm -se um quadro cada vez -se um quadro cada vez mais completo e acurado do mumais completo e acurado do mundo de ndo de experiênciexperiências do as do indiviindividuo.duo.
Dessa forma, emerDessa forma, emerge um quadro de comportamento muito ge um quadro de comportamento muito maismais
compreensível" compreensível"   
E quais seriam as limitações do que E quais seriam as limitações do que Rogers chamava de observaçãoRogers chamava de observação
fenomenológifenomenológica? Segundo Rca? Segundo Rogers (1992, p.563)ogers (1992, p.563)
"Em primeiro lugar, estamos limi"Em primeiro lugar, estamos limitados, em grande medida, a tados, em grande medida, a obter umobter um
contatcontato com o o com o campo fenomenológicampo fenomenológico da co da forma como este éforma como este é
experiexperimentado na mentado na consciêncconsciência. [...] quanto mais ia. [...] quanto mais tentamos inferitentamos inferir o r o queque
está presente no campo fenomenológiestá presente no campo fenomenológico não consciente [...] maco não consciente [...] ma isis
complexas ficam as inferências, até que a interpretação das projeçõescomplexas ficam as inferências, até que a interpretação das projeções
do cliente pode tornardo cliente pode tornar-se meramente uma ilustração dos projeções do-se meramente uma ilustração dos projeções do
clínico[...] Além disso, [...] a comunicação é sempre falha e imperfeita.clínico[...] Além disso, [...] a comunicação é sempre falha e imperfeita.
AssiAssim, só de maneira vaga podemos ver o mm, só de maneira vaga podemos ver o m undo da experiência daundo da experiência da
forma como ele parece ser forma como ele parece ser para o para o indiviindividuo".duo".   
Vale lembrar que, em se Vale lembrar que, em se tratando de método, Rogers tinha plenatratando de método, Rogers tinha plena
convicçconvicção de ão de que ciência é um sistema aque ciência é um sistema abertberto e, o e, portantportanto, nuncao, nunca
responde de forma completa a pergunta alguma. É fato, responde de forma completa a pergunta alguma. É fato, por exemplo,por exemplo,
que, em todo o decorrer que, em todo o decorrer do desenvolvimentdo desenvolvimento da ACP até a sua moo da ACP até a sua mo rterte
(em 1987), vários foram os métodos e as formas (em 1987), vários foram os métodos e as formas de se abordar ode se abordar o
sujeito em sua Psicologia. Portanto, portanto, provavelmente, se aindasujeito em sua Psicologia. Portanto, portanto, provavelmente, se ainda
  
estivessestivesse vivo, sua ae vivo, sua abordagem poderia, possivelmentbordagem poderia, possivelmente, ter oe, ter outro nomeutro nome
e, até, abordar o ser humano de forma diferente da e, até, abordar o ser humano de forma diferente da que é praticadaque é praticada
ainda hoje pelos que clinicam na Aainda hoje pelos que clinicam na Abordagem Centrada na Pessoa.bordagem Centrada na Pessoa.
1.2. O Modelo de Trabalho com 1.2. O Modelo de Trabalho com GruposGrupos  
Assim como na clínica, as teoriAssim como na clínica, as teorias acerca do as acerca do modelo de trabalho commodelo de trabalho com
grupos da Abordagem Centrada na grupos da Abordagem Centrada na Pessoa partiram de observaçõesPessoa partiram de observações
diretas das realizaçõdiretas das realizações do es do que Rogers convencionou chamar deque Rogers convencionou chamar de
Grupos de Encontro.Grupos de Encontro.
Na segunda metade da década Na segunda metade da década de quarenta, Rogers, juntamente comde quarenta, Rogers, juntamente com
seus colaboradoreseus colaboradores, emChs, em Chicago, estavam empenhados em umicago, estavam empenhados em um
treinamenttreinamento de o de conselheiros para administradores dos veteranos, queconselheiros para administradores dos veteranos, que
lidariam com os soldados regressados, contudo, segundo Rogerslidariam com os soldados regressados, contudo, segundo Rogers
(1978, p.13)(1978, p.13)
"Nenhum treino intelectual poderia prepará-los, por isso tentamos uma"Nenhum treino intelectual poderia prepará-los, por isso tentamos uma
experiência de grupo intensiva na qual os participantes se reuniamexperiência de grupo intensiva na qual os participantes se reuniam
váriavárias horas por ds horas por dia, a fim de [...] se relacionareia, a fim de [...] se relacionarem uns com m uns com os outros,os outros,
por formas que pudessem vir a ser de ajuda e que se pudessepor formas que pudessem vir a ser de ajuda e que se pudesse
transpor para o transpor para o trabalhtrabalho de o de aconselhamentaconselhamento".o".   
Contudo, é somente a partir do final da década de sessenta que oContudo, é somente a partir do final da década de sessenta que o
trabalhtrabalho com o com grupos vem a fazer parte mais constantemente dogrupos vem a fazer parte mais constantemente do
trabalhtrabalho de o de Carl Rogers. É tanto, que, a Carl Rogers. É tanto, que, a partir deste período, encerra opartir deste período, encerra o
atendimatendimento individual e sento individual e se dedica exclusivamente ao trabalho come dedica exclusivamente ao trabalho com
grupos, a partir dosgrupos, a partir dos w w orkshopsorkshops..
Antes de Rogers, Kurt Lewin Antes de Rogers, Kurt Lewin já desenvolvia idéias de trabalhos comjá desenvolvia idéias de trabalhos com
grupos, que se chamavam grupos "T" (degrupos, que se chamavam grupos "T" (de training,training, em inglês, devidoem inglês, devido
ao treino de capacidades humanas). Os primeiros trabalhos, contudo,ao treino de capacidades humanas). Os primeiros trabalhos, contudo,
só foram realizasó foram realizados, na dos, na prática, após a morte de Lewin.prática, após a morte de Lewin.
Rogers (1978, p. 13) relata que seRogers (1978, p. 13) relata que seu trabalho com grupos era algou trabalho com grupos era algo
paralelo à aplicação práticas das idéias de Kurt Lewin, em paralelo à aplicação práticas das idéias de Kurt Lewin, em 1947. Não1947. Não
podemos, contupodemos, contudo, esquecerdo, esquecer-nos de que um pensador não pode fugir -nos de que um pensador não pode fugir das influênciadas influências que cults que cult urais presenteurais presentes em seu s em seu meio. No caso demeio. No caso de
  
Rogers, como americano que era, e conhecedor do Rogers, como americano que era, e conhecedor do trabalho de Lewin,trabalho de Lewin,
parece bastantparece bastante coerente se falar ee coerente se falar em uma ressonância do trabalho dem uma ressonância do trabalho de
Kurt Lewin no do criador da ACP, Kurt Lewin no do criador da ACP, pois, segundo Rogers (1978,pois, segundo Rogers (1978,
p.14)p.14) "os alicerces conceptuais de todo este movimento [dos g"os alicerces conceptuais de todo este movimento [dos grupos] rupos] 
foram, por um lado, inicialmente, o pensamento leforam, por um lado, inicialmente, o pensamento lew w iniano e ainiano e a
psicologia gestaltista e, por outro, a terapia centrada no cliente".psicologia gestaltista e, por outro, a terapia centrada no cliente".   
Rogers (1978, p.14) estabelece uma diferença inicial eRogers (1978, p.14) estabelece uma diferença inicial entre seu estilontre seu estilo
de trabalho com grupos e o dos de trabalho com grupos e o dos grupos de Bethel (como eramgrupos de Bethel (como eram
conhecidconhecidos os grupos de os os grupos de Kurt Lewin e Kurt Lewin e seus colaboradores), afirmseus colaboradores), afirmandoando
que os grupos de que os grupos de encontro que desenvolveuencontro que desenvolveu "tinham [...] uma"tinham [...] uma
orientorientação experiencial e terapêuticação experiencial e terapêutica maior da maior do que o que a dos a dos gruposgrupos
originoriginados em ados em Bethel".Bethel".Contudo, segundo o mesmo Rogers (1978,Contudo, segundo o mesmo Rogers (1978,
p.14)p.14) "esta orientaçã"esta orientação po para o ara o crescimento pessoal e terapêuticocrescimento pessoal e terapêutico
fundifundiu-se com u-se com o processo do o processo do treino de capacidades em relaçõestreino de capacidades em relações
humanas e ambas em conjunto formam o humanas e ambas em conjunto formam o núcleo do movimento quenúcleo do movimento que
se espalha hoje rapidamente se espalha hoje rapidamente [...][...]".".  
Feito este pequeno apanhado Feito este pequeno apanhado histórihistóricos, podemos nos cos, podemos nos perguntar aperguntar a
respeitrespeito dos o dos grupos: com eles se grupos: com eles se caracterizcaracterizam? Os am? Os gruposgrupos
começaram de forma pequena (constando de oito a doze começaram de forma pequena (constando de oito a doze pessoas),pessoas),
mas, numa fase já final do trabalho de Rogers, em Recife, mas, numa fase já final do trabalho de Rogers, em Recife, chegou-sechegou-se
a ser registrado uma ser registrado um w w orkshoporkshop com oitocentas pessoascom oitocentas pessoas **. Entre essas. Entre essas
pessoas, há a figura dpessoas, há a figura do facilitador, que tem como o facilitador, que tem como "tarefa" facili"tarefa" facilitar atar a
expressexpressão dos membros do ão dos membros do grupo.grupo.
O facilitador, contuO facilitador, contudo, não edo, não exerce, exatamente, um papel de xerce, exatamente, um papel de liderança,liderança,
nem se encontra em nem se encontra em um lugar privilegiado ou diferente do dos outrosum lugar privilegiado ou diferente do dos outros
membros. Wood (1983b, p.27) afirma quemembros. Wood (1983b, p.27) afirma que "[...] o grupo usualmente"[...] o grupo usualmente
não tolerará ninguém, nem mesmo o facilitador (como o profissional não tolerará ninguém, nem mesmo o facilitador (como o profissional 
de ajuda é chamado agora) mantendo-se, com um líder, separadode ajuda é chamado agora) mantendo-se, com um líder, separado, ou, ou
diferente dos outros membros do grupo [...]".diferente dos outros membros do grupo [...]".   
Qual seria a diferença entre o trabalho diádico e o Qual seria a diferença entre o trabalho diádico e o de grupos? Seráde grupos? Será
que é apenas que é apenas uma ampliação? Wood (1983b, p.28) esclarece queuma ampliação? Wood (1983b, p.28) esclarece que
"[.."[...] Na situação de um .] Na situação de um para um é ppara um é possível para o ossível para o profisprofissional desional de
ajuda manter o drama da outra pessoa sajuda manter o drama da outra pessoa sempre em mente. No grupoempre em mente. No grupo
de encontro, quando se transforma num membro do grupo, ode encontro, quando se transforma num membro do grupo, o
facilitador, sendo agora mais µhumano¶ e vulnerável, tem maisfacilitador, sendo agora mais µhumano¶ e vulnerável, tem mais
difidificuldade de seguir e lembrar-se do drama de cada culdade de seguir e lembrar-se do drama de cada pessoa. Ele tempessoa. Ele tem
de renunciar, a mais ainda, abrir mão de renunciar, a mais ainda, abrir mão do papel de do papel de especialiespecialista,sta,
curador, ou de curador, ou de terapeuta, ou mesmo de terapeuta, ou mesmo de profisprofissional de ajuda [...]".sional de ajuda [...]".
  
  
Muitas vezes, críticas infundadas colocam que o facilitador utiliza umMuitas vezes, críticas infundadas colocam que o facilitador utiliza um
laissez-fairlaissez-faire, sem ter um papel atuante de, sem ter um papel atuante dentro do grupo. Isso é umaentro do grupo. Isso é uma
incompreensão do processo, pois, segundo Fonseca (1998, p.222),incompreensão do processo, pois, segundo Fonseca (1998, p.222), "o"o
facilitador assume e respeita na alteridade dos participantes o vigor defacilitador assume e respeita na alteridade dos participantes o vigor de
uma atitude ativa [pois a ele] não interessa programar ou liderar ouma atitude ativa [pois a ele] não interessa programarou liderar o
grupo, mas privilegiar a espontaneidade dialógica [...] no processo degrupo, mas privilegiar a espontaneidade dialógica [...] no processo de
constituição e desdobramento da realidade grupal".constituição e desdobramento da realidade grupal".   
A atmosfera que caracteriza o grupo é A atmosfera que caracteriza o grupo é muito parecida com amuito parecida com a
experimexperimentada na Psicoterapia Centrada na Pessoa, onde entada na Psicoterapia Centrada na Pessoa, onde as pessoasas pessoas
têm toda uma liberdade para se têm toda uma liberdade para se experimentarexperimentarem, expressando aquiloem, expressando aquilo
que sentem, inclusive sentimentos hostis com relação a outrosque sentem, inclusive sentimentos hostis com relação a outros
membros do grupo, sem que isso vemembros do grupo, sem que isso venha a prejudicar os seusnha a prejudicar os seus
relacionrelacionamentos. Na verdade, há uma confiança no autoamentos. Na verdade, há uma confiança no auto--
direciondirecionamento do grupo, como amento do grupo, como há na relação tehá na relação te rapeuta-clirapeuta-clienteente
(tendênc(tendência atualizante presente também nos ia atualizante presente também nos grupos). Segundo Wgrupos). Segundo Woodood
(1983b, p.37)(1983b, p.37) "[...] Existe uma µsabedoria¶ no grupo. Emerge sutilmente"[...] Existe uma µsabedoria¶ no grupo. Emerge sutilmente
e faz-se sentir quando o promotor e e faz-se sentir quando o promotor e outros no grupo se outros no grupo se entregam aentregam a
uma resposta que ninguém espera [...]".uma resposta que ninguém espera [...]".  
Ainda a respeito da confiança no Ainda a respeito da confiança no grupo, Rogers (1978, p.17) afirmagrupo, Rogers (1978, p.17) afirma
queque "há um maior feedback de uma pessoa para a outra, de tal modo"há um maior feedback de uma pessoa para a outra, de tal modo
que cada indivíduo aprende de que maneira é vque cada indivíduo aprende de que maneira é visto pelos outros e queisto pelos outros e que
efeito tem nas relações interpessoais".efeito tem nas relações interpessoais". Além do que, se os indivíduosAlém do que, se os indivíduos
do grupo estão mais abertos para o novo (característica de saúdedo grupo estão mais abertos para o novo (característica de saúde
apontada por Rogers em sua apontada por Rogers em sua "Pessoa em funcionamento pleno"), o"Pessoa em funcionamento pleno"), o
respeito ao outro vai existir.respeito ao outro vai existir.
Os grupos de encontro poderiam, então, ser considerados como umOs grupos de encontro poderiam, então, ser considerados como um
modo de amodo de amenizar característmenizar características existentes em relações, ou icas existentes em relações, ou seja,seja,
fazer com que as pessoas gratuitamente passem a se relacionar fazer com que as pessoas gratuitamente passem a se relacionar 
melhor? A resposta para Rogers não melhor? A resposta para Rogers não parece ser positiva, poisparece ser positiva, poissegundo o mesmo (1978a, p.136)segundo o mesmo (1978a, p.136)
"se esse fosse o resultado, poderia ser muito prejudicial, a longo"se esse fosse o resultado, poderia ser muito prejudicial, a longo
prazo. Pelo contrário, a profunda compreensão que tenho prazo. Pelo contrário, a profunda compreensão que tenho vistovisto
aparecer nestes grupos culmina muitas vezes em medidas de aparecer nestes grupos culmina muitas vezes em medidas de ação,ação,
positivas [...] que fornecem uma base de ações construtivaspositivas [...] que fornecem uma base de ações construtivas
comunitárias para remover os piores obstáculos à igualdade racial".comunitárias para remover os piores obstáculos à igualdade racial".   
Rogers via como importante o trabalho com grupos, pois, segundoRogers via como importante o trabalho com grupos, pois, segundo
mesmo (1978a, p. 158)mesmo (1978a, p. 158) "numa cultura atingida por explosões raciais,"numa cultura atingida por explosões raciais,
violviolência dos estudantes, tensões internaciência dos estudantes, tensões internacionais insolúveonais insolúve is e todo is e todo tipotipo
  
de conflito, instrumento para a melhoria da comunicação profunda éde conflito, instrumento para a melhoria da comunicação profunda é
da maior importância".da maior importância".  
O modelo de trabalho com grupos, após a morte de Rogers, seO modelo de trabalho com grupos, após a morte de Rogers, se
esgotouesgotou? Será que ? Será que Rogers desenvolveu tuRogers desenvolveu tudo que havia para sêdo que havia para sê -lo?-lo?
Fonseca (1998, p.225) não pensa assim, pois afirma queFonseca (1998, p.225) não pensa assim, pois afirma que
"o modelo de trabalho com grupos["o modelo de trabalho com grupos[...] está longe de esgotar suas possibilidades, ...] está longe de esgotar suas possibilidades, demandandodemandando
uma compreensão uma compreensão de seus de seus fundamentos fenomenomelogicofundamentos fenomenomelogico-existenciais-organismicos, e a-existenciais-organismicos, e a
ousadia pragmática da experimentação ousadia pragmática da experimentação e do e do intercambio de nossa intercambio de nossa aprendizagem, para queaprendizagem, para que
possa ser utilizado em suas potencialidades próprias, e desenvolvido em sua proposta epossa ser utilizado em suas potencialidades próprias, e desenvolvido em sua proposta e
aplicações".aplicações".  
Portanto, asPortanto, assim como o trabalho clínico diádico sim como o trabalho clínico diádico da ACP, o da ACP, o trabalho detrabalho de
grupo ainda tem que ser grupo ainda tem que ser bastante explorado e experimentadbastante explorado e experimentado por o por nós,nós,
dentro de nosso próprio contexto e levando este contexto emdentro de nosso próprio contexto e levando este contexto em
consideraconsideração, pois não podemos considerar as oção, pois não podemos considerar as obras de Carl bras de Carl RogersRogers
como livros sagrados onde todas as verdcomo livros sagrados onde todas as verdades estão contidas. Antes,ades estão contidas. Antes,
faz-se necessário que vejamos Rogers apenas como o iniciador dafaz-se necessário que vejamos Rogers apenas como o iniciador da
Abordagem Centrada e que cabe Abordagem Centrada e que cabe a nós o a nós o desenvolvimentdesenvolvimento infinito doo infinito do
modelo iniciado por este psicólogo amodelo iniciado por este psicólogo americano, pois a ciência nuncamericano, pois a ciência nunca
pode deixar de ser compreendida pode deixar de ser compreendida como um sistema aberto, semprecomo um sistema aberto, sempre
com teses prontas para serem refutadas por outras teses que,com teses prontas para serem refutadas por outras teses que,
provavelmprovavelmente, também o ente, também o serão.serão.  
As principais influênciAs principais influências da as da ACPACP  
Feitas explanações a Feitas explanações a respeitrespeito do o do método do trabalho clínico (diádico)método do trabalho clínico (diádico)
e dos métodos do trabalho com e dos métodos do trabalho com grupos da Abordagem Centrada nagrupos da Abordagem Centrada na
Pessoa, faz-se necessária uma Pessoa, faz-se necessária uma reflexão acerca das influências dereflexão acerca das influências de
outros pensadores no desenvolvimenoutros pensadores no desenvolvimento da ACto da ACP e P e no pensamento deno pensamento de
Carl Rogers.Carl Rogers.
Falar de influências para a Abordagem Falar de influências para a Abordagem Centrada é percorrer umCentrada é percorrer um
caminho tortuoso, pois Rogers não parece ter deixado muitas pistascaminho tortuoso, pois Rogers não parece ter deixado muitas pistas
sobre os lugares teóricos por osobre os lugares teóricos por onde passou. Logicamente, que Rogersnde passou. Logicamente, que Rogers
chega a comentar, como será vistchega a comentar, como será visto no decorrer deste tópico, o no decorrer deste tópico, algumasalgumas
de suas influências; contudo, é a de suas influências; contudo, é a partir de estudos posteriores (ondepartir de estudos posteriores (ondemuitos brasilmuitos brasileiros estão envolvidos) que o trabalho de eiros estão envolvidos)que o trabalho de Rogers vemRogers vem
  
ganhar uma nova cara, saindo do que se poderia chamar deganhar uma nova cara, saindo do que se poderia chamar de
humanismo (posshumanismo (possivelmente, no sentiivelmente, no sentido mais ingênuo do tdo mais ingênuo do t ermo) para oermo) para o
que os pesquisadores da abordagem aqui estudada vão cque os pesquisadores da abordagem aqui estudada vão chamar dehamar de
PsicologiPsicologia fenomenológicaa fenomenológica-existen-existencial, alegando que cial, alegando que os pensadoresos pensadores
da fenomenologia e do da fenomenologia e do existenciaexistencialismo influenciaram o pensamento delismo influenciaram o pensamento de
Carl Rogers, além de uma teorização mais ricCarl Rogers, além de uma teorização mais rica da do que a o que a presente nopresente no
trabalhtrabalho original do fo original do fundador da ACP.undador da ACP.
A influência a que A influência a que por repetidas vezes Rogers se refere é a por repetidas vezes Rogers se refere é a de Ottode Otto
Rank, a partir de seu Rank, a partir de seu modelo de relação terapêutica. Rogers chegou amodelo de relação terapêutica. Rogers chegou a
ver seminários de dois diaver seminários de dois dias com Otto Rank e contratou uma asss com Otto Rank e contratou uma ass istenteistente
social de orientação "rankiana", com quem, segunsocial de orientação "rankiana", com quem, segundo o do o mesmo (1978,mesmo (1978,
p.202), aprendeu bastante. Rogers (1978, p.202) enfatiza, contudo,p.202), aprendeu bastante. Rogers (1978, p.202) enfatiza, contudo,
que não foi a que não foi a teoria, mas a terapia de Otto Rank teoria, mas a terapia de Otto Rank que o atraiu. Rogersque o atraiu. Rogers
(1973, p.39) afirm(1973, p.39) afirma que, apesar da dificuldada que, apesar da dificuldade de enumeração dase de enumeração das
influêncinfluências recebidas por sua ias recebidas por sua abordagem psicológica, ela tem comoabordagem psicológica, ela tem como
"ponto de partida importante" (Rogers, 1973, p.39) a relação"ponto de partida importante" (Rogers, 1973, p.39) a relação
terapêutiterapêutica de ca de Otto Rank, além de Otto Rank, além de críticas feitacríticas feitas por s por dissidentedissidentes das da
PsicanáliPsicanálise. Pois Rogers (1973, se. Pois Rogers (1973, p.40) afirma p.40) afirma queque "a actual "a actual * * análiseanálise
freudiana que ganhou suficiente confiança para criticar os modosfreudiana que ganhou suficiente confiança para criticar os modos
terapêutiterapêuticos de Freud cos de Freud e aperfeiçoá-los é e aperfeiçoá-los é outra fonte".outra fonte".  
A respeito da influencia de Otto Rank A respeito da influencia de Otto Rank na prática da Abordagemna prática da Abordagem
Centrada na Pessoa, Fonseca (no prelo, p.11) diz Centrada na Pessoa, Fonseca (no prelo, p.11) diz queque
"[.."[...] Otto Rank imigrou para os Estados .] Otto Rank imigrou para os Estados Unidos e lá teve forteUnidos e lá teve forte
infinfluência, a partir de suas perspectivas luência, a partir de suas perspectivas - que valorizavam a relação- que valorizavam a relação
espontâespontânea entre nea entre o terapeuta e o terapeuta e o cliente e a o cliente e a potenciapotencialização dalização da
criatividade - sobre o meio do qual emergiria a Psicologia humanistacriatividade - sobre o meio do qual emergiria a Psicologia humanista
norte-americana, em particular sobre Rogers[...]".norte-americana, em particular sobre Rogers[...]".   
Esta "relação espontânea" a que se Esta "relação espontânea" a que se refere Fonseca pode ser bastanterefere Fonseca pode ser bastante
percebida no modo como o percebida no modo como o psicotpsicoterapeuta "centrado na pessoa" lidaerapeuta "centrado na pessoa" lida
com o seu cliente. A com o seu cliente. A palavra espontânea nos remete ao conceito depalavra espontânea nos remete ao conceito de
autentiautenticidade usado por cidade usado por Rogers (uma de suas condiçõesRogers (uma de suas condições
facilitadoras).facilitadoras).
UUma outra influência que Rogers dizia ter recebido é ma outra influência que Rogers dizia ter recebido é a da Psa da Psicologiaicologia
da Gestalt, a partir de noções do tipo análida Gestalt, a partir de noções do tipo análise do todo, relação figurase do todo, relação figura --
fundo e trabalho com a percepção do clientfundo e trabalho com a percepção do cliente. Detenhamoe. Detenhamo-nos um-nos um
pouco em como podemos perceber estes conceitos no modo pouco em como podemos perceber estes conceitos no modo dede
aplicaçaplicação da ão da Abordagem centrada na Abordagem centrada na pessoa.pessoa.
  
A partir do momento em que a preocupação da Abordagem CentradaA partir do momento em que a preocupação da Abordagem Centrada
na Pessoa não é na Pessoa não é elementarielementarista, uma vez que se sta, uma vez que se preocupa com opreocupa com o
como e não com o porquê como e não com o porquê do desajuste psicológicdo desajuste psicológico, podemos ver ao, podemos ver a
noção de todo presente no modo de concepção teóriconoção de todo presente no modo de concepção teórico-prátic-prática daa da
ACP, pois é o modo como o ACP, pois é o modo como o mundo fenomenal se apresenta para omundo fenomenal se apresenta para o
cliente que é enfatizado, e não os ecliente que é enfatizado, e não os elementos que o levaram alementos que o levaram a
percebem uma determinada situação de percebem uma determinada situação de uma maneira "distorcida" dauma maneira "distorcida" da
"realidade"."realidade".
A relação figura-fundo está presente nos destinos que RoA relação figura-fundo está presente nos destinos que Rogers diziagers dizia
existirexistirem para as em para as experiênciexperiências, pois, segundo o mesmo as, pois, segundo o mesmo (1992, p.(1992, p.
550)550) "[...]a maior parte das experiências do indivíduo constitui o plano"[...]a maior parte das experiências do indivíduo constitui o plano
de fundo do campo de percepções, mas podem facilmentde fundo do campo de percepções, mas podem facilmente tornare tornar -se-se
figurafigura, enquanto outras experiências retornam ao plano de , enquanto outras experiências retornam ao plano de fundo".fundo".   
Para Rogers, a realidade é aPara Rogers, a realidade é aquilo que o indivíduo percebe comoquilo que o indivíduo percebe como
sendo real, é uma verdade fenomenal, pois segundo o sendo real, é uma verdade fenomenal, pois segundo o mesmo (1992,mesmo (1992,
p.551)p.551) "[...] o campo perceptivo é, para o indivíduo, a"[...] o campo perceptivo é, para o indivíduo, a
realidade".realidade". Portanto, é de acordo com a percepção do cliente que aPortanto, é de acordo com a percepção do cliente que a
ACP trabalha.ACP trabalha.
De acordo com algumas afirmações de Rogers (1992, p.559), quandoDe acordo com algumas afirmações de Rogers (1992, p.559), quando
diz quediz que "[.."[...] é fácil perceber como essa necessidade [.] é fácil perceber como essa necessidade [de afeto] e todasde afeto] e todas
as outras, é elaborada e canalizada [...] em necessidades que seas outras, é elaborada e canalizada [...] em necessidades que se
baseiam remotamente na tensão fisiológica subjacente" baseiam remotamente na tensão fisiológica subjacente"  questionamo-questionamo-
nos se haveria alguma influência da biologia no modo nos se haveria alguma influência da biologia no modo com Rogerscom Rogers
concebia o Homem.concebia o Homem.
Leitão (1986, p.77-8) afirma queLeitão (1986, p.77-8) afirma que "[...] Rogers tem raízes camponesas"[...] Rogers tem raízes camponesas
e seu interesse inicial foi para a biologia e a agronomia, havendo nae seu interesse inicial foi para a biologia e a agronomia, havendo na
sua teoria uma forte tendência para explicar o processo da vida e seussua teoria uma forte tendência para explicar o processo da vida e seus
conceitos teóricos[...]".conceitos teóricos[...]". Rogers relatava ter vivido em uma fazenda Rogers relatava ter vivido em uma fazenda boaboaparte de sua infância e juventudeparte de sua infância e juventude **, sendo estas as , sendoestas as raízes camponesasraízes camponesas
a que Leitão se a que Leitão se refere.refere.
InfluênInfluência posterior, que algumas cia posterior, que algumas pessoas confundem com aspessoas confundem com as
anterioranteriores, foi a dos es, foi a dos pensamentpensamentos de os de Buber e Kierkegaard, com suasBuber e Kierkegaard, com suas
noções de encontro e afirmaçnoções de encontro e afirmação do vaão do va lor da subjetividade,lor da subjetividade,
respectivamente.respectivamente.
Rogers afirma que estes peRogers afirma que estes pensadores não foram uma nsadores não foram uma influênciainfluência
originárioriginária, e a, e que só os leque só os leu porque alguns alunos o au porque alguns alunos o alertaram a respeitolertaram a respeito
da similaridade de concepção do humano destes pensadores e a da similaridade de concepção do humano destes pensadores e a sua.sua.
Sua sensação foi a de queSua sensação foi a de que "[...] era muito agradável descobrir, aí,"[...] era muito agradável descobrir, aí,amigos que nunca pensei que tivesse [...]" amigos que nunca pensei que tivesse [...]" (Evans, 1979, p.90).(Evans, 1979, p.90).
  
Apesar de não ter uma leiturApesar de não ter uma leitura prévia de Kierkegaard e de Buber a prévia de Kierkegaard e de Buber aoao
elaborar sua teoria, Rogers admitia uma influencia posterior. Atéelaborar sua teoria, Rogers admitia uma influencia posterior. Até
porque leu o que estes pensadores produziram na década de 50 eporque leu o que estes pensadores produziram na década de 50 e
produziu até a década de produziu até a década de sua morte (80). Rogers fala de sua morte (80). Rogers fala de umauma "[...] "[...] 
influênciainfluência posterior posterior * *  de homens como Kierkegaard e Buber, de homens como Kierkegaard e Buber, que foi que foi 
realmente grande[...]" realmente grande[...]" (Evans, 1979, p.118).(Evans, 1979, p.118).
Mesmo sendo influências posteriores, Kierkegaard e, Mesmo sendo influências posteriores, Kierkegaard e, principalmentprincipalmente,e,
Buber têm sido estudados por psicólogos que trabalham dentro daBuber têm sido estudados por psicólogos que trabalham dentro da
Abordagem Centrada na Pessoa, como Abordagem Centrada na Pessoa, como uma possibilidaduma possibilidade de e de diálogodiálogo
entre o pensamento de entre o pensamento de Rogers e destes dois grandes pensadores.Rogers e destes dois grandes pensadores.
Rogers, inclusiRogers, inclusive, chegou a ter ve, chegou a ter um encontro com Buber.um encontro com Buber.
Mesmo tentando fazer da terapia um lugar para ocorrer o Mesmo tentando fazer da terapia um lugar para ocorrer o que Buber que Buber 
chamava de encontro, não o era possível acontecer por completo,chamava de encontro, não o era possível acontecer por completo,
visto que, se pensarmos com Buber, veremos que o encontro não temvisto que, se pensarmos com Buber, veremos que o encontro não tem
hora nem local para acontecer (pode ser no âmbito da terapia, comohora nem local para acontecer (pode ser no âmbito da terapia, como
também não) e, quando nos apercebemos desse encontro através datambém não) e, quando nos apercebemos desse encontro através da
relação Eu-Tu, ele já é passado. Além do que, é relação Eu-Tu, ele já é passado. Além do que, é uma relação em que,uma relação em que,
por mais que o por mais que o psicoterpsicoterapeuta se esquive do apeuta se esquive do poder sobre elepoder sobre ele
colocado, existe uma relação de poder através dos papéis que sãocolocado, existe uma relação de poder através dos papéis que são
atribuatribuídos a ídos a cada pessoa, sendo impossível a ocorrência de cada pessoa, sendo impossível a ocorrência de umauma
mutualidamutualidade, um de, um pré-requisito para a pré-requisito para a relação horizontal querelação horizontal que
caractcaracteriza a eriza a relação Eu-Tu.relação Eu-Tu.
Amatuzzi (1994, p.58) coloca queAmatuzzi (1994, p.58) coloca que
"[...]Rogers gostaria de pensar "[...]Rogers gostaria de pensar que um dos que um dos exemplos mais eminentes da exemplos mais eminentes da relação Eurelação Eu-TU é o da-TU é o da
relação terapêutica, coisa que Buber nega, exatamente pela restrição da mutualidade que relação terapêutica, coisa que Buber nega, exatamente pela restrição da mutualidade que aí seaí se
verifica, pela própria definição da natureza da verifica, pela própria definição da natureza da relação, definição que não depende nem relação, definição que não depende nem dede
Rogers nem de Buber, mas esRogers nem de Buber, mas está assim socialmente definida ou institucionalizada, faz parte datá assim socialmente definida ou institucionalizada, faz parte da
expectativa de papéis com as quais as pessoas expectativa de papéis com as quais as pessoas chegam à situação. A relação terapêutica échegam à situação. A relação terapêutica é
também uma relação específica e também uma relação específica e não uma relação totalmente aberta, como seria o não uma relação totalmente aberta, como seria o contextocontexto
para o melhor para o melhor exemplo de concretização da exemplo de concretização da relação Eurelação Eu-Tu-Tu  
Outras influênOutras influências são relatadas pocias são relatadas por grandes estudiosos dar grandes estudiosos da
Abordagem Centrada na Pessoa, mas não citadas por Carl Rogers emAbordagem Centrada na Pessoa, mas não citadas por Carl Rogers em
sua obra. Na verdade, não sua obra. Na verdade, não podemos dizer que, mesmo não citandopodemos dizer que, mesmo não citando
estas influências, Rogers não tenha sido tocado por algumas idéiasestas influências, Rogers não tenha sido tocado por algumas idéias
que fizeram parte do contextque fizeram parte do contexto culturao cultural onde viveu.l onde viveu.  
Estas influências relatEstas influências relatadas por adas por outras pessoas que estudam Rogeoutras pessoas que estudam Rogersrs
tratam da Fenomenologia e do Existencialismo. Como já dissemos,tratam da Fenomenologia e do Existencialismo. Como já dissemos,
apesar da pouca leitura de Roapesar da pouca leitura de Rogers tanto na Fenomenologia quanto nogers tanto na Fenomenologia quanto noExistenciExistencialismo (havendo, inclusive, má interalismo (havendo, inclusive, má inter pretaçãopretação**, em alguns, em alguns
  
momentos), o contexto cultural pode ter trazido estas influências paramomentos), o contexto cultural pode ter trazido estas influências para
seu trabalho.seu trabalho.
A partir da década de 80, quando os estudA partir da década de 80, quando os estudos fenomenológios fenomenológicoscos --
existenexistenciais se iniciaram em torno da ciais se iniciaram em torno da ACP, a ACP, a abordagem saiu de umaabordagem saiu de uma
matriz romântmatriz romântica e humaica e humanista (na concepção mais ingênua do termo)nista (na concepção mais ingênua do termo)
para um corpo teórico mais sólido, recebendo então o para um corpo teórico mais sólido, recebendo então o rótulo de umarótulo de uma
abordagem fenomenológiabordagem fenomenológicaca-existen-existencial, juntamente com a Gestaltcial, juntamente com a Gestalt --
terapia, de Fritz Perls.terapia, de Fritz Perls.
"[.."[...] Falar da vertente européia de constituiçã.] Falar da vertente européia de constituição da Ao da ACP e CP e da psicologiada psicologia
humanista é remontar, inevitavelmente, à contribuição de F. Nietzschehumanista é remontar, inevitavelmente, à contribuição de F. Nietzsche
ao processo de constituição da cultura da civilização ocidental ao processo de constituição da cultura da civilização ocidental 
[...]" [...]" (Fonseca no prelo, p.5). Nietzsche afirmava (diferentemente de(Fonseca no prelo, p.5). Nietzsche afirmava (diferentemente de
Sócrates) o valor dos sentidos, do corpo, a afirmação da vida e Sócrates) o valor dos sentidos, do corpo, a afirmação da vida e dodo
vivido, indo contra o azedume da vida e vivido, indo contra o azedume da vida e o conceito de culpa pregadoso conceito de culpa pregados
pela religião de sua época.pela religião de sua época.
Rogers vem exatamente trabalhar a Rogersvem exatamente trabalhar a questão dos valores como algoquestão dos valores como algo
que impede o que impede o crescimento e o desenvolvimento do ocrescimento e o desenvolvimento do organismo. Centrarganismo. Centra
na confiança no indivíduo, no organismo, a base para o na confiança no indivíduo, no organismo, a base para o "sucesso" do"sucesso" do
processo terapêutico, aproximando seu conceito de "tendênciaprocesso terapêutico, aproximando seu conceito de "tendência
atualizantatualizante" do de e" do de "vontade de "vontade de potência", de Nietzsche.potência", de Nietzsche.
Assim como para Nietzsche, para Rogers a existência também éAssim como para Nietzsche, para Rogers a existência também é
inocente; ninocente; não há ão há uma procura no que está por trás de um discurso ouuma procura no que está por trás de um discurso ou
uma descrença nos instintos desprouma descrença nos instintos desprovidos de vidos de razão, algo que serazão, algo que se
expressexpressa no que Rogea no que Rogers chamava de ters chamava de tendência atualizndência atualizante. Se foremante. Se forem
dadas as condições básicas para o organismo crescer, e lhe for dadas as condições básicas para o organismo crescer, e lhe for 
proporciproporcionado um clima de onado um clima de liberdade, este vai saber se desenvolver liberdade, este vai saber se desenvolver 
rumo ao melhor rumo ao melhor caminho possível.caminho possível.
Além do que, Otto Rank, segundo Fonseca (no prelo, p.10),Além do que, Otto Rank, segundo Fonseca (no prelo, p.10), "[...] foi "[...] foi 
profundamente influenciado pelas perspectivas de F. Nietzsche eprofundamente influenciado pelas perspectivas de F. Nietzsche e
buscou integrar estas perspectivas como fundamento de seu sistemabuscou integrar estas perspectivas como fundamento de seu sistema
de psicoterapia[...]" de psicoterapia[...]" e, como sabemos, Rogers teve, na e, como sabemos, Rogers teve, na relaçãorelação
terapêutiterapêutica de Otto Rank uma grande influência no inicio ca de Otto Rank uma grande influência no inicio de seude seu
trabalho. Portanto, mesmo que "por tabela", Rogers possivelmentetrabalho. Portanto, mesmo que "por tabela", Rogers possivelmente
recebeu a influência do recebeu a influência do pensamento nietzspensamento nietzscheano em cheano em seu trabalho,seu trabalho,
através de Otto Rank.através de Otto Rank.
DissidentDissidentes do es do movimento psicanalista também exerceram imovimento psicanalista também exerceram influêncinfluênciaa
no pensamento rogeriano. Assim no pensamento rogeriano. Assim como Rogers, Jung, por exemplo, secomo Rogers, Jung, por exemplo, se
centra na saúde para o seu centra na saúde para o seu conceito de individuação, vendoconceito de individuação, vendo
  
benignidadbenignidade e na existência humana, ao cna existência humana, ao contrário de uma ontrário de uma perspectperspectivaiva
psicanalítica.psicanalítica.
Reich também teve uma contribuição, quando trouxe o corpo paraReich também teve uma contribuição, quando trouxe o corpo para
psicologipsicologia e, sea e, segundo Fogundo Fonseca (no prelo, p.10), foinseca (no prelo, p.10), foi "[...] um dos"[...] um dos
primeiprimeiros a sustentar a perspectiva de uma autoros a sustentar a perspectiva de uma auto -regulaçã-regulaçãoo
organísmica [...]".organísmica [...]". Reich, inclusive, segundo Fonseca (no Reich, inclusive, segundo Fonseca (no prelo, p.9)prelo, p.9)
influenciou Kurt Goldstein, que, por isso,influenciou Kurt Goldstein, que, por isso, "valorizou fundamentalmente"valorizou fundamentalmente
estas capacidades de auto-regulação e de autoestas capacidades de auto-regulação e de auto-atualiz-atualização doação do
organismo humano como fundamentos [...] de sua psicologiaorganismo humano como fundamentos [...] de sua psicologia
organísmica [...]".organísmica [...]".  
Kurt Goldstein, médico que estudou psicologia, foi uma outra grandeKurt Goldstein, médico que estudou psicologia, foi uma outra grande
influêncinfluência ao trabalho de Rogers. Segundo Fonseca (no preia ao trabalho de Rogers. Segundo Fonseca (no pre lo,lo,
p.8)p.8) "[...] de um eminente neuropsiquiatra e pesquisador, Goldstein"[...] de um eminente neuropsiquiatra e pesquisador, Goldstein
morreu estudando fenomenologia e existencialismo [...]".morreu estudando fenomenologia e existencialismo [...]". Goldstein éGoldstein é
um grande alicerce para a um grande alicerce para a psicologipsicologia organísmica, e teve seu trabalhoa organísmica, e teve seu trabalho
baseado na Psicologia da Gestalt, pobaseado na Psicologia da Gestalt, pois segundis segundo Fonseca (no prelo,o Fonseca (no prelo,
p.9)p.9)
"[...] contrapôs os seus "[...] contrapôs os seus estudos a uma estudos a uma psicologia fundamentada na psicologia fundamentada na distinção corpodistinção corpo-mente e -mente e nana
compartimentalização do corpo e do psiquismo humano em compartimentalização do corpo e do psiquismo humano em funções independentes, sem umafunções independentes, sem uma
consideração adequada para com os importantes aspectos de seu funcionamentoconsideração adequada para com os importantes aspectos de seu funcionamento
sistêmico[...]".sistêmico[...]".  
A noção de oA noção de organismo como um todo organizado é rganismo como um todo organizado é bastante visbastante visívelível
em Rogers, quando este afirma queem Rogers, quando este afirma que "[..."[...] o ] o organismo reage ao organismo reage ao seuseu
campo fenomenológico como um todo organizado [...]" campo fenomenológico como um todo organizado [...]"  (Rogers, 1992,(Rogers, 1992,
p.553). Rogers (1992, p.553). Rogers (1992, p.554) complementa esta frase, afirmandop.554) complementa esta frase, afirmando
queque "[...] o organismo, em todos os "[...] o organismo, em todos os momentos, é um momentos, é um sistesistemama
organizorganizado total, no qual a ado total, no qual a alteraalteração de ção de uma das partes pode produzir uma das partes pode produzir 
modificações em qualquer outra [...]".modificações em qualquer outra [...]". Diante do exposto, podemosDiante do exposto, podemos
perceber que, tanto a visão de Kperceber que, tanto a visão de Kurt Goldstein quanto a de Rogers sãourt Goldstein quanto a de Rogers são
holísticas.holísticas.
James também influencJames também influenciou o peiou o pensamento de Carl Rogers,nsamento de Carl Rogers,
principaprincipalmente elmente em seus primórdios, quando a coleta de dadosm seus primórdios, quando a coleta de dados
estatestatísticos e a tentativa de tornar a ísticos e a tentativa de tornar a Abordagem Centrada na PessoaAbordagem Centrada na Pessoa
eram preocupações constantes (preocupaeram preocupações constantes (preocupações estas que foram ções estas que foram cadacada
vez mais diminuindo na obra de Rvez mais diminuindo na obra de Rogers). Segundo Leitão (1986,ogers). Segundo Leitão (1986,
p.80)p.80) "[..."[...] um aspecto a ser ] um aspecto a ser saliesalientado na história da vida de ntado na história da vida de Rogers éRogers é
sua formação experimentalista, que o levou a pesquisar longamentesua formação experimentalista, que o levou a pesquisar longamente
  
seus pressupostos teóricos [...]".seus pressupostos teóricos [...]". Talvez, isso responda um poucoTalvez, isso responda um pouco
acerca da questão sobre o enquadramento da Teacerca da questão sobre o enquadramento da Tendência Atualizantendência Atualizante
em uma em uma matriz Funcionalimatriz Funcionalista e sta e OrganiciOrganicista.sta.
Segundo Fonseca (no prelo, p.15) o eSegundo Fonseca (no prelo, p.15) o encontroncontro
"[.."[...] da vertente européia com a vertente norte.] da vertente européia com a vertente norte -ameri-americana decana de
psicpsicologia e ologia e psicoterpsicoterapia fenomenológico existeapia fenomenológico existencial ncial estasestas
perspectivas da filosofia pragmática de W. James serviram como umperspectivas da filosofia pragmática de W. James serviram como um
poderoso gancho de integração entre a mentalidade da psicologiapoderoso gancho de integração

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