Buscar

liberdade provisória s fiança

Prévia do material em texto

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL
INQUÉRITO POLICIAL Nº.: X
ADALBERTO DA SILVA, já devidamente qualificado nos autos do inquérito policial em epígrafe, vem, através do seu advogado, na forma do artigo 310, III, CPP e art. 350, CPP requerer à Vossa Excelência sua LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA SEM FIANÇA, pelo seguinte motivo:
	O requerente está sendo acusado da prática de crime de furto qualificado pelo concurso de pessoas, cuja previsão legal está no artigo 155, parágrafo 4º, IV, CP, que possui a pena em abstrato de 2 a 8 anos de reclusão, afastando assim a possibilidade da concessão da liberdade provisória vinculada com fiança, conforme previsto no artigo 322, caput, CPP.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
O doutrinador Vicente Greco Filho ensina que: “Os casos de liberdade provisória, portanto, têm, sempre, como antecedente, uma hipótese de prisão provisória, que é substituída por ela, por que a lei considera a prisão processual desnecessária. Da mesma forma que os casos de prisão provisória trazem a presunção de necessidade, os de liberdade provisória trazem a de desnecessidade. Em princípio, como se disse para a prisão, essas presunções não são absolutas” 
(GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 6º ed. São Paulo: Saraiva, 1999. P. 280).
	Porém, a teor da previsão inserta no artigo 310, II, CPP ao receber o auto de prisão em flagrante em prisão preventiva, quando presentes os pressupostos e fundamentos, e, também revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão previstas no art 319, CPP.
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
	Na trilha dessas considerações, evidente que na hipótese, não há qualquer fundamento que possa justificar o decreto prisional preventivo.
	Diante do exposto, requer a Vossa Excelência a LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA SEM FIANÇA do acusado, para que possa executar a sua defesa em liberdade, garantia fundamental no estado democrático de direito.
	Em homenagem ao princípio da eventualidade, se por absurdo Vossa Excelência não entender dessa forma, que a liberdade seja deferida ao acusado com a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, previstas no artigo 319, CPP, por ser medida de direito e de justiça.
	Neste sentido entende o Tribunal de Justiça de São Paulo:
 TJ-SP - Habeas Corpus HC 00654592720158260000 SP 0065459-27.2015.8.26.0000 (TJ-SP)
Data de publicação: 14/01/2016
Ementa: LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA. Situação econômica desfavorável do réu. Possibilidade. – É dispensável a imposição de fiança para a concessão de liberdade provisória quando assim recomendar a situação econômica do acusado. MEDIDAS CAUTELARES. Requisitos do art. 282 do CPP. Presença. Imposição. Possibilidade. – Presentes os requisitos do art. 282 do CPP, cabível é a imposição de medidas cautelares diversas da prisão preventiva para preservação da instrução criminal, bem como para evitar a prática de infrações penais.
	
Junta esta,
Pede deferimento
Rio de Janeiro/RJ, 11 de Abril de 2017
Anna Luyza de Souza Queiroz – OAB/RJ

Continue navegando