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Sobre a alma e a Politica

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Sobre a alma e a Politica
Platão é considerado um dos maiores filósofos de todos os tempos. O seu sistema filosófico abarcou praticamente toda a realidade, desde a política até a ética. Contudo, há algo que chama atenção: a ideia de que a realidade é constituída de dois mundos. Por exemplo, para Platão, esse mundo em que vivemos, não é verdadeiro, não é real ou eterno, trata-se apenas de uma mera cópia. Ora, mas qual é então o verdadeiro mundo? Segundo Platão, o verdadeiro mundo é o que ele chamou de mundo das ideias, um mundo eterno e perfeito. Mas o que há nesse mundo das ideias que o faz eterno e perfeito? Lá segundo o filosofo, habita as ideias que serviram de base para a criação desse mundo. A ideia que ocupa o centro do mundo inteligível é a ideia do Bem. Outras ideias também habitam esse plano: a ideia de justiça, de verdade, a ideia de árvore, de cavalo, de homem e de mulher. A alma humana que segundo Platão é imortal, também tem sua origem no mundo das ideias. 
Uma pergunta recai diante do nosso mundo enquanto uma mera cópia. Como nosso mundo foi criado? Segundo Platão, houve o aparecimento de uma potência chamada Demiurgo, uma espécie de artesão, o responsável por criar o nosso mundo. Conforme Platão, o Demiurgo contemplava uma ideia é tomando-a como modelo fazia algo da matéria informe. Assim foi construído todo o nosso mundo. 
Platão tem uma concepção distinta acerca da alma. Ela é imortal, e por acidente cai no corpo humano e fica como uma espécie de escravo, presa, tentando se libertar. Mas há outra concepção que merece atenção. A alma humana é uma que se divide em três. Temos uma alma racional situada na cabeça, responsável pelo pensamento e pela reflexão; uma alma irascível situada no peito, que tem como característica fundamental a coragem; e uma alma concupiscível, situada no ventre, ligada aos desejos. 
A sua concepção de alma possui uma relação direta com o seu modelo de política e de como seria a cidade ideal. Para Platão, as funções administrativas da cidade se dariam de acordo com a alma que cada pessoa possui. Aqueles de alma racional deveriam ser responsáveis pela administração da cidade, iriam compor o governo, os espaços administrativos. Aqueles de alma irascível deveriam se encarregar da guarda da cidade, seriam guerreiros, ou outras profissões correlatas. Os de alma concupiscível deveriam se encarregar dos meios de produção, ou seja, prover a cidade dos alimentos e serviços que a sociedade precisa. 
Ora, mas a quem caberia de fato governar as cidades, e como se daria a escolha? Platão, em primeiro lugar fala da necessidade de o estado educar todos os seus cidadãos de modo igualitário. De acordo com o desenvolvimento de cada um, iria ocupando os espaços na sociedade. O posto maior de governo caberia ao filosofo, pois segundo Platão, só aqueles que se dedicaram a busca da verdade e da virtude estariam aptos a conduzir as cidades. 
Os filósofos são os que são educados, no plano pedagógico que A República mostra ser necessário aos governantes, no estudo da filosofia no sentido do encontro com as Formas. Os anciãos, todos eles versados em filosofia, não divergiriam daquele que, entre eles, foi o escolhido como governante. Eles estariam todos, em determinado momento, diante das Formas e diante da Forma das Formas, o Bem, e assim, estando na contemplação do Real, poderiam facilmente saber o que fazer com os casos particulares correspondentes a cada Forma. Levariam adiante julgamentos justos, uma vez que teriam acesso à Justiça – ao que é a Justiça. E assim fariam com todos os casos particulares; para cada caso, recorreriam ao conhecimento, ou seja, a visão das Formas.

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