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No ato fato estamos diante de uma conduta humana voluntária

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No ato fato estamos diante de uma conduta humana voluntária, onde é irrelevante para a caracterização do instituto se o indivíduo tinha ou não a intenção em pratica-la, uma vez que o importante É CONSEQUÊNCIA DA CONDUTA HUMANA, QUERIDA OU NÃO. Alguns doutrinadores denominam o ato fato como ato humano avolitivo, justamente pela desnecessidade de estar presente uma manifestação de vontade. Tal como se extrai do artigos 1264 e 1269, dentre outros. A grande diferença do ato fato para o ato jurídico strictu senso é que neste último exige-se uma manifestação de vontade expressamente direcionada a atingir uma finalidade prevista em lei e por essa razão é fundamental capacidade civil plena. No ato fato jurídico como é irrelevante se a pessoa queria ou não realizá-lo a capacidade civil plena é dispensada. Alguns inserem também neste instituto os atos praticados pelos incapazes e que são socialmente admitidos e justamente pela falta da capacidade não é possível compreende-los como negócio jurídico, tal como acontece com o menor que anda de ônibus sozinho, a pessoa que sem discernimento algum vai ao cinema desacompanhada, dentre outros. 
1)Finalidade negocial
Muito embora a norma trate apenas dos pressupostos de validade do negócio jurídico, a doutrina identifica em momento anterior os pressupostos de existência que precisam estar preenchidos para que se passe a análise dos pressupostos de validade. O primeiro deles é a chamada finalidade negocial que consiste em reconhecer que a declaração de vontade deve ser capaz de impor/determinar consequências jurídicas e toda vez que isso deixa de acontecer não se pode falar em negócio jurídico. Tomando por exemplo, a aceitação de uma herança se o indivíduo ao aceitar deixa claro que pretende condicionar sua aceitação a ficar com determinado imóvel naquela sucessão como não é possível atribuir a sua manifestação de vontade consequências jurídicas não há que se falar em negócio jurídico, muito embora a aceitação permanece válida. Porém, como ato jurídico strictu senso. 
2) Vontade humana= coação física= vis. Absoluta
O segundo pressuposto vem a ser a vontade humana. O normal é que todo negócio jurídico refletia uma vontade externa em consonância com uma vontade interna. Alguns negócios aparentam conter uma declaração de vontade que se quer foi manifestada mesmo que minimamente. Neste contexto, o melhor exemplo está relacionado a coação física irresistível, onde o coagido é utilizado como mero instrumento por parte de seu coator. Assim, se o indivíduo celebra contrato de compra e venda sob ameaça de arma de fogo e fica caracterizado que a transação aconteceu dessa forma o negócio é tido como inexistente. Já que nem intimamente o indivíduo pretendia praticar aquele negócio.
3) Objeto idôneo= art 579, 1473 
O último pressuposto de existência é idoneidade do objeto que implica em reconhecer que o bem escolhido pelas partes deve ser próprio, adequado aquela modalidade negocial e caso isso não esteja presente a consequência que se impõe é que não existe o vínculo jurídico pretendido pelas partes podendo por certo existir outro. Assim, se o indivíduo celebra comodato e elege como bem objeto do empréstimo cem cadeiras inexiste comodato estando as partes vinculadas através de outra figura negocial. 
Alguns objetos, bens como os fisicamente impossíveis não se prestam a qualquer negócio jurídico como a compra de um pedaço do céu ou aluguel de parte da praia, dentre outros.
Invalidade->Nulidade – 1)imprescritível= art 169
 2)não admite sanatória =art 169
 3)ação declaratória de nulidade pelo interessado = art 178 do CPC
 4)deve(tem que) ser conhecido de oficio pelo juiz=168 para. Único
 5)atinge terceiro de boa fé
 6) a sentença produz efeitos EX TUNC
 ->Anulidade ou nulidade relativa
 Atendidos os pressupostos de existência de todo e qualquer negócio jurídico passa-se a análise de seus pressupostos de validade. E muito embora a norma trate apenas de 3, a doutrina aponta a presença de dois outros. 
A norma prevê duas modalidades, graduações de invalidade a nulidade e anulabilidade podendo se afirmar que em ambas as hipóteses o negócio jurídico não deveria ter sido firmado, porém intencionalmente ou não acabou por ser pactual. Nesse contexto quando o legislador opta pela nulidade assim procede porque entendeu que a manutenção daquele negócio jurídico representa uma ofensa a interesses privados de pessoas que podem ser prontamente identificadas, mas também fica evidente uma lesão a coletividade, ao interesse público que acaba por ser alcançado com a manutenção daquele negócio. Assim é possível se afirmar que como o legislador reputa que na nulidade estamos diante de um negócio que produz consequências que transbordam aos interesses das partes as conseqüências são mais severas, mais contundentes dos que as previstas em relação as anulabilidades.
As consequências de uma nulidade estão todas elas espalhadas pela norma. Inicialmente, é possível se afirmar que os negócios jurídicos nulos são imprescritíveis, ou seja, o prejudicado com uma nulidade poderá a qualquer tempo ir a juízo requerendo o seu reconhecimento na medida em que não há prazo para tanto. Muito embora, a norma deixe claro que as nulidades poderão ser pretendidas a qualquer tempo é possível encontrar doutrina e jurisprudência afirmando que após o prazo máximo de prescrição que é de 10 anos a nulidade só será pronunciada caso o interessado comprove o efetivo prejuízo. A medida em que o judiciário tome conhecimento deste negócio jurídico nulo as partes não poderão salvar a celebração desse negócio que deverá obrigatoriamente ser desconstituído, já que não admite sanatória, confirmação, convalidação, mesmo que seja esse o interesse das partes. O interessado conseguirá pronunciamento da nulidade através de ação declaratória de nulidade que também pode ser ajuizada pelo ministério público na hipótese do artigo 178 CPC. O magistrado tomando conhecimento de que existe um negócio nulo deverá conhecê-lo de ofício, sem provocação de forma que não precisa aguardar a parte interessada ajuizar a ação declaração declaratória de nulidade podendo assim agir sem que o interessado solicite. Na hipótese daqueles que celebraram negócio jurídico nulo já terem passado o bem adiante em favor de alguém que atua de boa fé este também será alcançado pelo pronunciamento da nulidade e deverá em momento futuro se voltar contra aqueles que participaram do negócio nulo. Por fim, a sentença que reconhecer a nulidade tem eficácia ex tunc, retroativa a data da celebração do negócio como se ele jamais tivesse sido pactuado.

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