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A importância da Matemática Financeira na organização A matemática financeira surgiu da necessidade de termos que lidar com o dinheiro ao longo do tempo. O gestor de uma empresa deve estar familiarizado com a matemática financeira para poder administrar sabiamente seu negócio. Sem os conhecimentos necessários sobre o assunto, é quase impossível gerenciar o fluxo de caixa, controlar a folha de pagamento e o fluxo de mercadorias. É a parte da matemática que se dedica à análise de dados financeiros em geral onde seu objetivo é estudar o comportamento do dinheiro. Para isso, usa-se um conjunto de conceitos, como: Capital: É o valor principal de uma operação, ou seja, do dinheiro em um momento inicial; Montante: Resumidamente, podemos entendê-lo como o valor do dinheiro no futuro; Taxa de juros: É um coeficiente que determina as correções monetárias, sempre expressas em porcentagem (%); Juros: É a correção monetária em espécie ou o valor acrescido pela taxa de juros; Desconto: É o abatimento sobre uma operação financeira; é proporcional à taxa de juros e ao período considerado; Período: São os prazos envolvidos na operação financeira. Podem ser expressos em dia, semana, mês, semestre, ano; mas o que importa é que temos de considerar uma regra: devem constar, de um problema de Matemática Financeira, todas as informações de taxa e período na mesma menção de tempo; Investimento: Operação financeira em que se faz aplicação de um valor e espera recebê-lo acrescido dos juros incorridos no período; Empréstimo: Operação financeira na qual se buscam recursos no mercado para fazer frente às necessidades das mais variadas espécies; Amortização: Antecipação de pagamentos de operação de financiamentos, na qual se fazem necessários os conceitos de valor atual e futuro. Os processos financeiros dentro de uma empresa Usada com precisão, a matemática financeira ajuda a reduzir os custos e potencializar os lucros, que é o desejo de todo gestor. Ela oferece os instrumentos necessários para que se realizem avaliações sobre os recursos mais viáveis (menores custos) e os investimentos que podem ser mais vantajosos, seja a médio, curto ou longo prazo. Qualquer projeto empresarial deve ser respaldado em uma análise financeira. Ou seja, a partir de cálculos e considerações baseadas na matemática financeira, inclusive o potencial de retorno que o projeto poderá oferecer. É uma ferramenta essencial para resolver questões pequenas e grandes dentro da empresa, quantificando as transações financeiras e considerando o valor monetário ao longo do tempo. Cálculo de prestações de um financiamento, organização e controle da folha de pagamentos, corte de despesas, avaliação da margem de lucro, precificação de produtos e serviços, balanços. Todos esses processos dependem, em menor ou maior grau, da matemática financeira. O departamento financeiro da empresa apresentada neste projeto se limita ao setor de compras, tendo em vista que o volume de compras é de grande demanda, pois em um hotel há que se comprar muitos produtos de higiene, de bem-estar e conforto, instalações, ventilação, além de produtos alimentícios para fornecimento de refeições para os hóspedes e funcionários do hotel, e é claro da contratação de serviço terceirizado para manutenção de equipamentos, como profissionais para reparos em aparelhos de ar condicionado, equipamentos elétricos e é neste ponto em que entra a aplicação dos cálculos, pois todo esse sistema tem um custo. Vamos citar um exemplo: Um aparelho de ar condicionado sofreu uma manutenção e o valor acordado pela manutenção foi de R$ 250,00, porém como o pagamento foi efetuado com um prazo de 30 dias, o valor foi corrigido para R$ 275,00. Sendo assim qual foi o percentual de juros que incidiu sobre o valor. Foram juros simples ou compostos? O cálculo é feito de forma simples, a princípio subtraindo o valor final pelo valor inicial, teremos o valor que foi pago na forma de juros. Portanto: Sendo J= juros, C= capital e M= montante J = M – C J = 275 – 250 J = 25, aplica-se então outra fórmula: Onde teremos J= 25 e C= 250 Sendo i= taxa de juros, J= Juros e C= capital i = J/C i = 25/250 i= 0,1 Teremos então, aplicando a fórmula: i= 0,1 Finalmente, multiplica-se o resultado por 100, encontrando então o valor percentual da taxa de juros cobrado pelo prestador de serviço. Então: 0,1 x 100 = 10, ou seja, a taxa percentual de juros cobrada pelo prestador de serviços pelo trabalho de manutenção realizado foi de 10% a.m. sendo esta fórmula aplicada ao sistema de cálculo de juros simples, pois a capitalização ocorre somente sobre o valor principal, ou capital inicial. Os juros simples É uma forma de correção monetária em que a taxa é calculada conforme o capital principal, mantendo o mesmo valor para o rendimento mensal. Os juros simples são um dos elementos mais usados da matemática financeira, muito importantes para qualquer empresa. Apesar de não serem mais utilizados pelo sistema financeiro, é fundamental para o gestor conhecer bem os juros simples. Juros simples ainda são cobrados em financiamentos, pagamento de impostos, aplicações bancárias e outras situações econômicas. A fórmula para o cálculo de juros simples é: J = C* i * n, onde: J = juros simples; C = capital; i = taxa de juros; n = período da aplicação. Os juros compostos Adotado pelo sistema financeiro atual, o juro é integrado ao capital, formando um novo capital que receberá novos juros mensais. Daí, a importância da matemática financeira para calcular precisamente esses juros incorporados ao capital, sobre o qual incidirão novos juros. Um investimento cujos rendimentos são calculados em juros compostos rende muito mais e, portanto, é mais interessante. A fórmula para se calcular os juros compostos é: M = C*(1 + i)^n, onde: M = montante produzido pela aplicação; C = capital empregado; i = taxa de juros; n = período de aplicação A amortização É o processo de extinção do débito por meio de pagamentos periódicos planejados e dependendo do sistema de amortização escolhido pode haver muita diferença quando o gestor for pagar os empréstimos que faz. Veja alguns sistemas de amortização: Pagamento único: um pagamento único no final do período; Pagamentos variáveis: pagamentos diferenciados; Americano: pagamento no final com juros calculados sobre cada mês; Sistema de Amortização Constante (SAC): o débito é amortizado de forma constante em cada período; Price ou Francês: parcelas iguais; Sistema de Amortização Mista (SAM): meio termo entre o SAC e o Price; O Sacre é um sistema misto de cálculos do SFH, muito utilizado pela Caixa Econômica Federal. Nele utiliza-se a metodologia de amortização constante (SAC anual), mas sem adicionar o valor da TR (Taxa Referencial). Dessa forma, o Sacre proporciona uma amortização variável. Apesar do nome, amortização “crescente”, ele pode resultar amortizações “decrescentes”, caso a TR (Taxa Referencial) esteja com valor baixo. Risco x retorno A matemática financeira é fundamental para a avaliação do retorno de um projeto ou investimento. Ela permite, não somente calcular a taxa de retorno, como as possibilidades de risco de tal aplicação, evitando que o gestor tenha grandes prejuízos. Os Recursos Humanos O setor de Recursos Humanos (RH) de uma empresa, muito se beneficia com a utilização da matemática financeira. Seja para medir a elevação da folha de pagamento dos funcionários, para avaliar a evolução/variação do salário ao longodo tempo, para o cálculo dos encargos sociais e dos custos de benefícios, e outras coisas. Na hora de calcular horas extras, adicionais noturnos, indenizações em geral, 13º salário, bônus e gratificações, a matemática financeira é o recurso mais valioso de um administrador. A melhor tomada de decisões para o gestor Para que o gestor tome as melhores decisões para a empresa a matemática financeira é uma ferramenta fundamental, considerando riscos e potencial de retorno, incidência de juros, custos operacionais, folha de pagamento e muitos outros pontos relevantes. Na escolha do melhor regime tributário para a empresa e, durante toda sua gestão tributária, irá precisar dela também para calcular corretamente os impostos, os descontos e as compensações. As decisões devem ser tomadas olhando-se o futuro, baseando-se nas projeções de fluxo de caixa. Quanto mais precisas as projeções, melhores serão as decisões. Somente a aplicação dos elementos da matemática financeira permite que se façam projeções seguras, baseada em números precisos e não em intuições duvidosas. Referências: Livro-texto da disciplina Matemática Financeira dos cursos de graduação tecnológica da Universidade Paulista – UNIP Interativa; Autor: Prof. Jean Carlos Cavaleiro.
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