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AV2 penal 2010.02

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AV2 – PATRICY – 2010.2
1- Um homem foi preso nesta quinta-feira acusado de aplicar vários golpes na Bahia. O nome dele é Dalton Campbel Gomes, 47 anos. Segundo a policia, ele se envolveu com homens e mulheres e depois aplicava golpes. Uma das vítimas foi um médico mineiro, de 34 anos, que atua em Minas Gerais e na Bahia, viveram juntos por cerca de 5 anos. Como a vida do médico era muito atarefada, Dalton se ofereceu para gerir a vida financeira dele. De posse de uma procuração, que lhe dava direito de movimentar as contas bancárias e pedir empréstimos, Dalton fez diversas dívidas em nome do companheiro. Quando chegavam as cobranças bancárias, ele interceptava e jogava fora, para que o outro não descobrisse a situação. O esquema começou a ruir quando o médico achou configurada a traição e o médico rompeu o relacionamento e revogou a procuração. Só então descobriu o rombo deixado por Dalton. O delegado Milton Tormes, da 14ª Delegacia da Barra, em Salvador, prendeu Dalton em flagrante na segunda-feira. Na investigação, descobriu outra vítima: uma empresária viúva, de 56 anos, que tem em curso o inventário do marido, num total de R$ 3milhões a receber. Simpático, bem vestido e bem relacionado, Dalton passou a oferecer ajuda à empresária para apressar o andamento do inventário. Apresentou-se à mulher como empresário bem-sucedido, que estava erguendo um SPA indiano na Bahia, era dono de um jatinho e vivia numa cobertura em Belo Horizonte. Disse ainda que era dono de uma fazenda em Minas Gerais e propôs a ela comprar R$ 40 mil em garrotes, que seriam mantidos para engordar e, depois, revendidos a preço mais alto para abate. Os dois dividiram os lucros. Foi feito um contrato com a empresária, no qual Dalton usou o CNPJ de uma empresa de Rondópolis, no Mato Grosso, cujos sócios sequer o conheciam. Para adiantar o processo do inventário, pediu à empresária R$ 800 reais e disse que estava sem o dinheiro na hora porque estava investindo muito no SPA. Combinou ainda com ela uma viagem ao hotel Ariau, no Amazonas: ele pagaria o hotel e ela usaria as milhas acumuladas e arcaria com as despesas das passagens aéreas. A empresária entregou as milhas, mas a reserva no hotel não foi paga. Para enganá-la, ele se desculpou dizendo que havia feito uma viagem de emergência para cuidar de negócios em Portugal e que remarcariam a viagem para o Amazonas. Pergunta: Faça enquadramento penal do caso.
R: Dalton responderá pelo artigo 171(estelionato) na forma do artigo 69 (concurso material), ambos do CP. Em relação ao médico responderia pelo artigo 171, §2º, I do CP, uma vez que mantinham uma relação e o médico lhe passou uma procuração e que com esta fazia movimentações bancárias e empréstimos. Além disso, entraria o artigo 171, §2º, IV do CP com relação a empresária que Dalton teria prometido a divisão de lucros com a venda de garrotes, que seriam mantidos para engordar e vendidos por preços altos.
2- A Polícia Militar prendeu na madrugada desta quarta-feira um homem que escalava um muro de cerca de três metros para furtar uma casa de festas na Rua Coronel João Olinto, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Segundo a polícia, Igor Luiz Souza Gomes, 18, foi preso em flagrante após o dono do estabelecimento avistar o jovem cortando uma tela de proteção da janela. Gomes não reagiu à prisão e foi levado para a 16ª DP (Barra). O rapaz chegou a levar um palmtop, um par de chuteiras e dinheiro, mas quando tentou fugir foi abordado pela polícia fora do imóvel. Pergunta: Faça o enquadramento penal do caso acima.
R: Igor responderá por furto previsto no artigo 155, caput do CP (por subtração) e pelo artigo 155, §1º (pelo crime ter sido cometido na madrugada). E também pelo artigo 155, §4º, I e II do CP (por ter destruição de obstáculo e o crime foi cometido mediante escalada).
3- Alan imputou o funcionário público Francisco fato desonroso relativo à sua vida privada, concernente ao fato de ele sair, frequentemente, com mulheres de programa. Nessa situação hipotética, admite-se a exceção da verdade?
R: Não admite exceção da verdade, pois o fato não é relativo ao exercício de suas funções já que a exceção da verdade só ocorre se o fato estiver relacionado ao exercício de suas funções.
4- Analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta:
I. Furto de uso, em face do Código Penal vigente, não constitui crime.
II. No furto mediante fraude, a fraude visa permitir que a vítima incida em erro e, por isso, despoje voluntariamente de seu bem, tendo consciência de que este está ingressando na esfera de disponibilidade do autor. ( não é furto mediante fraude, mas estelionato)
III. No furto qualificado pelo abuso de confiança, o sujeito não tem posse do objeto material, que continua na esfera de proteção de seu dono.
(a) As afirmações I e II estão corretas.
(b) As afirmações II e III estão corretas.
(c) As afirmações I e III estão corretas.
(d) Todas as afirmações estão corretas.
5- A exceção da verdade é admitida relativamente aos crimes de
(a) somente calúnia.
(b) somente difamação.
(c) injúria e calúnia.
(d) calúnia e difamação.
6- Tício furta um rádio da residência de Caio, inexistindo qualquer tipo de violência. Perseguido pela polícia, Tício dispara tiros para o alto e foge. Na hipótese ocorreu:
(a) crime de furto.
(b) crime de roubo.
(c) crime de roubo impróprio.
(d) crime de roubo qualificado.
7- João subtrai uma furadeira pertencente a seu vizinho José, sem que este saiba disto, com o intuito de usá-la para pendurar um quadro na sala de sua casa, devolvendo-se a intacta, minutos depois, no mesmo lugar. José descobre tal fato. Na hipótese ocorreu:
(a) apropriação indébita – artigo 168, caput, do Código Penal.
(b) furto simples – artigo 155, caput, do Código penal.
(c) furto de uso, que fato atípico.
(d) roubo simples – artigo 157, caput, do Código Penal.
8- Assinale a assertiva correta: O agente que, de arma em punho, invade uma mercearia, mata o proprietário e causa lesões graves no responsável pelo caixa do estabelecimento, ambos por tiros, e depois foge com o dinheiro do caixa da mercearia, deve responder:
(a) Por um só latrocínio, já que somente um patrimônio se viu atingido, sobre o qual incidirá a causa especial de aumento de pena do emprego de arma (CP, 157, §2º, I).
(b) Por dois crimes, latrocínio (CP, 157, §3º, segundo parte) e por roubo qualificado por lesão corporal grave (CP, 157, §3º, primeira parte), em concurso material.
(c) Por um só latrocínio, servindo a pluralidade de vítimas como circunstância judicial para a dosimetria da pena.
(d) Por latrocínio e tentativa de latrocínio, em concurso formal, majorando-se a pena em face do emprego de arma (CP, 157, §2º, I).
9- O médico que, durante um plantão, realizar uma intervenção cirúrgica justificada por iminente perigo à vida, mas sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, praticará, segundo o CP:
(a) constrangimento ilegal, visto que o paciente não era obrigado a submeter-se a cirurgia.
(b) lesão corporal, em razão das manobras cirúrgicas.
(c) conduta não-criminosa, pois o paciente corria risco de morte.
(d) perigo para a vida ou saúde de outrem, dado que o médico expôs a vida do paciente a perigo direto e iminente.

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