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RELATÓRIO EXPERIMENTAL Pêndulo físico Aluno: Sandro Luiz Giongo (cartão 232635) Professor: Mario N. Baibich Resumo: O presente relatório tratou de analisar o comportamento de um pêndulo físico a fim de obter a relação entre o período (𝑇) e a distância (𝑥) do ponto de suspensão ao centro de massa. Estas grandezas foram medidas e estruturadas em um gráfico que apresentou um comportamento não linear. Ao se observar este gráfico, nota-se que o menor valor possível para o período possui uma distância 𝑥 ≅ (0,3000 ± 0,0005) 𝑚. Manipulando-se a equação do período para um pêndulo físico, obtemos 𝑥 ≅ (0,2887 ± 0,0005) 𝑚 para o menor período possível, satisfazendo nossas observações. Introdução Pêndulo físico é qualquer objeto de corpo rígido posto a oscilar em um plano vertical em torno de um eixo horizontal fora do seu centro de massa. Podemos denotar o período deste pêndulo, para pequenas amplitudes, como: 𝑇 = 2𝜋 𝐼 𝑀𝑔𝑥 . Onde 𝐼 é a inércia do corpo que está oscilando, 𝑀 sua massa, 𝑔 a gravidade local e 𝑥 a distância entre o centro de massa do objeto e seu ponto de suspensão. Este relatório teve como objeto de estudo um pêndulo físico, onde o objeto oscilatório é uma barra de alumínio de comprimento 𝑙 = (1,0000 ± 0,0005) 𝑚. O objetivo principal foi obter a relação entre o período 𝑇 e a distância 𝑥 e verificar, com métodos diferentes, o comportamento desta função onde o período é mínimo. Materiais Utilizados - Pêndulo físico, composto por uma barra de alumínio presa à uma haste; - Trena, com precisão de 1 𝑚𝑚; - Cronômetro com sensor, com precisão de 0,1 𝑚𝑠. Esquema de montagem Para realizar as medidas, foi posicionado o sensor do cronômetro abaixo do pêndulo no nível da extremidade da barra. A fim de facilitar o procedimento, a barra possui perfurações espaçadas em um centímetro, desta forma, pode-se testar várias distâncias para 𝑥. Para um melhor entendimento do equipamento, pode-se conferir a representação abaixo: Figura 1. Montagem do equipamento. Procedimento de coleta de dados Para medir o período, foi ajustado o modo "Pend" no cronômetro e posta a barra de alumínio para oscilar a amplitudes menores que 10% do comprimento do eixo à extremidade da barra. Os sensores captavam o movimento e registravam no cronômetro o tempo dado para cada período. Foram feitas 5 medidas de 𝑇 para cada distância 𝑥 e obtida uma média aritmética dos valores. No total, foram utilizadas 8 medidas diferentes de 𝑥. Dados Experimentais Na tabela abaixo pode-se conferir os dados obtidos nas medições: Tabela 1. Dados gerais. Períodos (𝑠) Distâncias (𝑚) Período médio (𝑠) 1,9530; 1,9723; 1,9775; 1,9721; 1,9727 0,1000 ± 0,0005 1,970 ± 0,004 1,6044; 1,6027; 1,6018; 1,6002; 1,6050 0,2000 ± 0,0005 1,6028 ± 0,0009 1,5542; 1,5467; 1,5308; 1,5509; 1,5474 0,3000 ± 0,0005 1,546 ± 0,004 1,5928; 1,5965; 1,5916; 1,5926; 1,5876 0,4000 ± 0,0005 1,592 ± 0,001 1,6605; 1,6603; 1,6565; 1,6618; 1,6614 0,4900 ± 0,0005 1,6601 ± 0,0009 1,5480; 1,5495; 1,5483; 1,5468; 1,5496 0,2800 ± 0,0005 1,5484 ± 0,0005 1,5533; 1,5556; 1,5556; 1,5507; 1,5504 0,2900 ± 0,0005 1,553 ± 0,001 1,5597; 1,5536; 1,5554; 1,5547; 1,5530 0,3100 ± 0,0005 1,555 ± 0,001 Análise dos Dados Através dos dados de distância e período, obtemos o seguinte gráfico: Gráfico 1. Período e distância. Analisando o gráfico podemos constatar que, conforme 𝑥 se aproxima de 0,3, pelos dois lados, o período tende a ser o menor possível. Embora esta constatação não seja muito precisa, pois temos somente quatro pontos próximos à 0,3, ela nos fornece a idéia de que o vértice da curva formada pela função 𝑇 = 2𝜋 𝐼 𝑀𝑔𝑥 se encontra nas proximidades. Portanto, para o menor valor possível do período, 𝑇 = 1,546 𝑠, temos: 𝑥 ≅ (0,3000 ± 0,0005) 𝑚. Analisando de forma algébrica, podemos determinar este valor através de técnicas de derivação. Para determinar o máximo e o mínimo de uma função, basta derivá-la e igualar a função resultante a zero. Desta forma, obtêm-se o valor de 𝑥 para o período máximo e/ou mínimo. Obtendo a função derivada do período: A função do período pode ser denotada como: 1,50 1,55 1,60 1,65 1,70 1,75 1,80 1,85 1,90 1,95 2,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 P e rí o d o m é d io ( s) Distância (m) 𝑇 = 2𝜋 𝐼 𝑀𝑔𝑥 . Através do teorema dos eixos paralelos, podemos determinar a inércia da barra como: 𝐼 = 𝐼𝑐𝑚 + 𝑀𝑥 2. Aplicando a equação (2) em (1), obtemos: 𝑇 = 2𝜋 𝐼𝑐𝑚 +𝑀𝑥 2 𝑀𝑔𝑥 . Derivando a equação (3): 𝑇 ′ = 2𝜋 1 2 𝐼𝑐𝑚 +𝑀𝑥 2 𝑀𝑔𝑥 −1 2 𝑀𝑔𝑥 .2𝑀𝑥− 𝐼𝑐𝑚 +𝑀𝑥 2 𝑀𝑔 𝑀𝑔𝑥 2 𝑇 ′ = 𝜋 𝑀𝑔𝑥 𝐼𝑐𝑚 +𝑀𝑥 2 2𝑀𝑥2−𝐼𝑐𝑚 −𝑀𝑥 2 𝑀𝑔𝑥2 . Obtendo máximos e mínimos da função do período: Para localizar o valor de 𝑥 para o qual a função é máxima e/ou mínima, devemos igualar a equação derivada (4) a zero. Portanto: 𝑇 ′ = 𝜋 𝑀𝑔𝑥 𝐼𝑐𝑚 +𝑀𝑥 2 2𝑀𝑥2−𝐼𝑐𝑚 −𝑀𝑥 2 𝑀𝑔𝑥2 = 0 2𝑀𝑥2 − 𝐼𝑐𝑚 −𝑀𝑥 2 = 0 𝑥 = 𝐼𝑐𝑚 𝑀 . Sendo que a distância não pode ser nula e/ou negativa. Logo, 𝑥 > 0. Para determinar a inércia do centro de massa da barra, podemos fazer uma aproximação e tomá-la como uma barra delgada, com área de seção transversal tendendo a 0 e comprimento 𝑙. Desta forma: 𝐼𝑐𝑚 ≅ 𝑀𝑙2 12 . Aplicando (6) em (5): 𝑥 ≅ 𝑀𝑙2 12𝑀 ≅ 𝑙 2 3 . Medindo o comprimento da barra, temos 𝑙 = (1,0000 ± 0,0005) 𝑚. Portanto, o único valor de 𝑥 para um extremo absoluto da função do período é 𝑥 ≅ (0,2887 ± 0,0005) 𝑚. Pode-se constatar, com respaldo dos pontos marcados no gráfico, que este ponto se trata de um mínimo absoluto, uma vez que aplicando qualquer outro valor de 𝑥 na função do período, obteremos sempre um resultado maior que 𝑇 0,2887 = 1,5245 𝑠. Conclusão Através desta análise pôde-se determinar a relação entre o período e a distância do ponto de suspensão ao centro de massa de um pêndulo físico. Verificou-se que o valor de 𝑥 que determina o menor valor do período pode ser obtido tanto através de dados experimentais quanto de manipulação algébrica. Ambos os valores, 0,2886 e 0,3000, são relativamente iguais, o que evidencia a veracidade do modelo físico para o período de um pêndulo. Pode-se supor que a diferença entre os valores experimentais e teóricos são decorrentes de aproximações feitas durante a resolução algébrica, a qual admite sistemas ideais, diferente da realidade das estruturas utilizadas no experimento. Temos, portanto, uma confirmação experimental do modelo físico que determina que, para distâncias próximas a 𝑥 = 0,2887 𝑚, o período tende a se tornar o menor possível. Referências PÊNDULO FÍSICO. 24 abr 2013. em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%AAndulo _f%C3%ADsico >. Acesso em 08 set. 2013. AVALIAÇÃO DA INCERTEZA DO TIPO A. 2012. em: < http://www.if.ufrgs.br/fis1258/index_ arquivos/TXT_04.pdf >. Acesso em 01 set. 2013. TEOREMA DE STEINER. 20 mai 2013. em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_de_Steiner >. Acesso em 08 set. 2013. (1) (2) (3) (4) (5) (6)
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