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Revisão DIREITO AMBIENTAL

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Revisão DIREITO AMBIENTAL - AULA 1 A 5 
AULA 1
Desde a revolução industrial, já começamos a poluir o meio ambiente. Mas não se tinha a ideia de degradação e meio ambiente. O processo de industrialização poluía a medida que era necessário. Com o passar dos anos, o processo de industrialização foi crescendo, e o mundo passou a olhar o meio ambiente. A economia capitalista é essencial, pois gera empregos. Mas como o crescimento econômico se sustenta, ele existe causando danos ao meio ambiente, utilizamos recursos naturais, poluindo rios e ares. Estamos degradando muito o MA. 
O consumo está desenfreado (consumindo), utiliza-se muito pela vaidade, não porque precisa. 
Pensando nessa visão mundial de preservação de proteção ambiental e MA. A ONU, fez a primeira conferência sobre MA e desenvolvimento humano, 1972, em Estocolmo, nessa primeira conferência viu-se a necessidade das principais nações do mundo abrirem o olhar para o MA. 
RIO-92, se consolidou um desenvolvimento capitalista, mas temos que usar de forma equilibrada formas que causem menos impacto ao meio ambiente. 
RIO +20: Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. 
Em 1991 o Brasil criou a sua principal Lei Federal Ambiental: Política Nacional do MA- LEI 6938/1981, foi amplamente recepcionada pela CF 88 
Com a CF, o MA ganhou seu status constitucional. (ART 225 e seus parágrafos).
O MA pertence a todos nós, MA preservado vai gerar qualidade de vida para a presente e futuras gerações. 
Características: 
Ele é transindividual: é um direito de todos, é de cada pessoa, mas não é só dela, ultrapassa o âmbito individual, por não pertencer ao indivíduo de forma isolada. 
Ele é difuso esse que é transindividual, indivisível, pega um número indeterminado de pessoas. 
É um direito de 3ª geração, pois ele é fraterno, solidário. 
O MA é uma matéria interdisciplinar, pois está vinculado a outros ramos do saber. 
Direito ambiental: surge da necessidade de criar normas jurídicas de proteção e preservação do MA e dos recursos naturais para as presentes e futuras gerações. 
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL: 
Princípio da Participação ou Democrático: Uma vez que o MA é direito de todos, então todos devem participar para preservação. 
Princípio da Educação Ambiental. Lei nº 9795/99 que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental: Deve o Poder Público, mas não somente ele promover educação ambiental em todos os níveis de ensino. Para que a população tenha consciência de que o MA deve ser protegido pois ele está diretamente ligado à nossa qualidade de vida. 
Princípio do Poluidor- Pagador: Aquele que causa dano ao MA deve pagar pelo dano que ele causou ao bem ambiental. 
Princípio da Prevenção: Tenho certeza que determinada atividade, empreendimento vai causar dano ao MA, então deve-se criar todos os mecanismos possíveis para evitar que esse dano ocorra, ou para minimizar os impactos. 
Princípio da Precaução: Está ligado a incerteza, pode ser que determinada atividade venha causar dano ao MA, então deve-se criar mecanismos para evitar o dano.
Princípio do Usuário- Pagador: Paga-se para utilizar os recursos ambientais. 
Princípio do Limite: É o princípio pelo qual a administração pública tem o dever de fixar parâmetros para as emissões de partículas, de ruídos e de presença a corpos estranhos no meio ambiente, levando em conta a proteção da vida e do próprio meio ambiente. Está diretamente ligado ao exercício do Poder de Polícia do Estado, pois cabe a este fiscalizar e orientar a sociedade quanto aos limites em usar e aproveitar o bem ambiental
Princípio da Responsabilidade: aquele que causa dano ao MA deve ser responsabilizado. Engloba a responsabilidade Civil, Penal e Administrativa da Pessoa Física e da Pessoa Jurídica que causa dano ao meio ambiente. 
Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal na defesa do MA: O Poder público deve intervir obrigatoriamente na defesa do MA. 
Princípio do Equilíbrio Resultado Global: É o princípio pelo qual devem ser pesadas todas as implicações de uma intervenção no meio ambiente, buscando-se adotar a solução que melhor concilie um resultado globalmente positivo
Princípio da função socioambiental da propriedade: a propriedade é individual, mas como o MA é de todos, deve prevalecer o interesse público na proteção ambiental, em detrimento do interesse próprio. 
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL E COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL AMBIENTAL: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;  (Regulamento)   (Regulamento)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;  (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;   (Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.( essa responsabilidade pode ser na esfera civil, penal ou administrativa). 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. (a utilização desses patrimônios nacionais, não significa que é patrimônio da União, e sim é um patrimônio de todos, vai se dar na forma da Lei)
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
O poder público e todos nós devemos preservar o MA, para preservar a qualidade de vida das presentes e futuras gerações. Está relacionado ao princípio da dignidade da pessoa humana, pois o MA saudável é um direito do ser humano. 
REGRAS DE COMPETÊNCIA: 
Material ou Administrativa: Vai atribuir ao Poder público a prática de atos administrativos, e de atividades ambientais. 
Legislativa: É atribuído aos entes públicos e federativos o ato de legislar. Se divide em exclusiva, que é aquela que somente a União pode legislar, e comum, onde todos os entes podem legislar. 
I: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA: Esta competência é inerente à União, que é quem tem o poder de legislarsobre as matérias específica do artigo 22 da CRFB
II: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA EXCLUSIVA: Diz respeito aos Estados e aos Municípios e é aquela reservada unicamente a uma entidade, sem a possibilidade de delegação.
III: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA RESIDUAL: (remanescente ou reservada). A Constituição determina que são reservadas aos Estados as competências legislativas que não sejam vedadas pelo texto constitucional, podendo assim, os Estados legislar sobre as matérias que não lhes estiverem implícitas ou explicitamente.
IV: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE: Permite que a União, Estados e Distrito Federal legislem sobre a mesma matéria. Possui como característica a atribuição de uma mesma matéria a mais de um ente federativo.
V: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR: Na legislação concorrente, a União limita-se a estabelecer normas gerais e os Estados, as normas específicas. No entanto, em caso de inércia legislativa da União, os Estados poderão suplementa-la. Sobre os Estados, o artigo 24, §2° CRFB estabelece que a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
VI: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLETIVA: a competência legislativa supletiva decorre da inércia da União em editar a lei federal sobre normas gerais, adquirindo então os Estados e o Distrito Federal competência plena para a edição de normas gerais e de normas específicas sobre os assuntos relacionados no artigo 24 da CF.
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA): 
A PNMA foi a principal Lei Federal ambiental sancionada antes da CF e amplamente recepcionada por esta. A norma visa dar efetividade ao princípio matriz contido no artigo 225, caput, da Constituição consubstanciado no direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo um conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma norma de Gestão Ambiental que organiza e orienta o Poder Público sobre o poder de polícia ambiental, através do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), e estabelece objetivos, princípios, diretrizes, conceitos básicos sobre meio ambiente e poluição e instrumentos administrativos, penais, civis e econômicos de proteção ao meio ambiente, hábeis à sua realização.
	A norma em seu artigo 2º, caput consagra seu objetivo geral como sendo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
	
PNMA, art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
Meio ambiente: É “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
A doutrina já estabeleceu que este artigo trata apenas do conceito de meio ambiente natural, constituído pela água, solo, ar, flora e fauna. O meio ambiente se divide ainda em meio ambiente cultural (art. 215 e 216 CF), que trata da proteção do patrimônio histórico, artístico, paisagístico, turístico e arqueológico, meio ambiente artificial (art. 182 e 183 CF), que é o meio ambiente construído, o conjunto de edificações e equipamentos públicos como praças e rua e meio ambiente do trabalho (art.7°, inciso XXII e art. 200, inciso VIII CF) que consiste na qualidade de vida no meio ambiente do trabalho, nas relações laborais.
Degradação da qualidade ambiental: É “a alteração adversa das características do meio ambiente”.
	Poluição: É a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente venham a prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, ou que criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, ou venham a afetar a forma desfavorável, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente ou, ainda, que lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
	Poluidor: É a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, de forma direta ou indireta, por atividade causadora de degradação ambiental.
	Recursos ambientais: São a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
Diretrizes: A linha reguladora de um caminho, o conjunto de instruções ou indicações para se tratar e levar a termo um plano, uma ação”. Para que os objetivos específicos elencados na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei 6.938/81, no artigo 4º não fiquem somente no papel, o artigo 5º estabelece que as diretrizes serão formuladas em normas e planos de orientação às ações governamentais, sempre em observância aos princípios apresentados no artigo 2º.
Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) foi instituído pela PNMA, artigo 6° e regulamentado pelo Decreto 99.274/90. Esse sistema é constituído por entidades e órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, investidos do poder de polícia ambiental com suas competências (material/administrativa).
Finalidade:  Dar cumprimento ao princípio matriz previsto no artigo 225 da CF, isto é, proteção e melhoria da qualidade ambiental e ainda estabelecer uma rede de agências governamentais, nos diversos níveis da Federação, visando assegurar os mecanismos capazes de implantar a Política Nacional do Meio Ambiente.
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA
O Conselho Nacional do Meio Ambiente foi criado pela PNMA, em seu artigo 7°. Tem por objetivo “assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida”(art. 6°, inciso II da PNMA). O Conselho é um colegiado representativo de cinco setores: órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil. Atualmente, a estrutura do CONAMA se compõe da seguinte forma: Plenário, Comitê de Integração de Políticas Ambientais (CIPAM), Câmaras Técnicas, Grupos de Trabalho, Grupos Assessores, Câmara Especial Recursal.
Poder de Polícia:
 O poder de polícia administrativo é a atividade da Administração Pública, expressa em atos normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva.
CTN, artigo 78: “Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão do interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”.
O poder de polícia aplicado ao plano ambiental advém da polícia administrativa, ou seja, aquela que incide sobre bens, direitos e atividades, inerente a toda Administração Pública. (art. 225 da CF), é prerrogativa do Poder Público no âmbito do executivo, “dotado dos atributos da discricionariedade, da autoexecutoriedade e da coercitividade, inerentes aos atos administrativos”. Assim, é através do poder de polícia ambiental que o Estado, cumprindo uma disposição constitucional, protege o meio ambiente, elevado à condiçãojurídica de bem de uso comum do povo.
O poder de polícia ambiental é a atividade da Administração Pública que limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a obtenção de fato em razão de interesse público concernente à saúde da população, à conservação dos ecossistemas, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas ou de outras atividades dependentes de concessão, autorização/permissão ou licença do Poder Público de cujas atividades possam decorrer poluição ou agressão à natureza.
Ele é exercido pelas autoridades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA. 
As sanções no campo ambiental devem observar uma gradação das penalidades, de modo a evitar que sejam desnecessárias, inadequadas ou desproporcionais. Podem ser:
✔ Advertência; ✔ Multa simples; ✔ Multa diária; ✔ Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; ✔ Destruição ou inutilização do produto; ✔ Suspensão de venda e fabricação do produto; ✔ Embargo de obra ou atividade; demolição de obra; ✔ Suspensão parcial ou total de atividades e restritiva de direitos.
Licenciamento Ambiental:
 A qualidade da vida humana e de todos os seres depende do meio ambiente ecologicamente equilibrado, (art. 225, caput CF).
O Licenciamento Ambiental torna-se, portanto, um instrumento de caráter preventivo, essencial à atuação do Estado na proteção e preservação do meio ambiente. As atividades utilizadoras de recursos ambientais, e quaisquer outras, efetiva ou potencialmente poluidoras, ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, serão submetidas ao controle do poder da polícia ambiental dos entes federados, que irá estabelecer condições e limites para o exercício dessas atividades, por meio do licenciamento ambiental. 
Desenvolvimento sustentável:
A contribuição do Licenciamento Ambiental, (art. 9°, inciso IV PNMA) é fundamental para compatibilizar o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente, visando o necessário equilíbrio entre eles, isto é, desenvolvimento sustentável.
Política Nacional de Meio Ambiente:
A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 6.938/81, em seu artigo 10 determina que o Licenciamento Ambiental é necessário para construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. 
PNMA, art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. 
Resolução do CONAMA:
A Resolução do CONAMA n. 237/97, em seu artigo 1°, inciso I conceituou licenciamento ambiental como sendo o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
O licenciamento ambiental é composto por três tipos de licença, são elas:
LICENÇA PRÉVIA: (art. 8°, inciso I) A licença prévia é concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade. Assim, deve ser solicitada ao órgão ambiental competente na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Esta licença não autoriza a instalação do projeto, e sim aprova a viabilidade ambiental do projeto e autoriza sua localização e concepção tecnológica. Estabelece ainda as condições a serem consideradas no desenvolvimento do projeto. A Licença Prévia autoriza somente a localização e a concepção tecnológica, além de conter orientações que guiarão o desenvolvimento do projeto e define as medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos negativos do projeto. A viabilidade ambiental é comprovada, na fase preliminar do planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais do uso do solo.
Para as atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental, a concessão da licença prévia dependerá do Estudo Prévio do Impacto Ambiental (EIA) e respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA. 
O prazo de validade da licença prévia não poderá ultrapassar cinco anos.
LICENÇA DE INSTALAÇÃO: Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante”, (art. 8º, inciso II da Resolução CONAMA). A licença de instalação deverá ser solicitada junto ao órgão ambiental que deverá verificar se a atividade, obra ou empreendimento está de acordo com as especificações constantes do projeto executivo aprovado. Após a obtenção da licença prévia, o empreendedor está autorizado a iniciar a sua obra. O órgão ambiental licenciador realizará o monitoramento das condicionantes determinadas na concessão da licença, ao longo do processo de instalação. O prazo de validade é determinado pelo cronograma das obras, mas não pode ser superior a seis anos, (art.18, inciso II da Resolução CONAMA).
LICENÇA DE OPERAÇÃO: Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação”. (art. 8º, inciso III da Resolução CONAMA). Esta licença será autorizada para o início da atividade após o órgão ambiental responsável verificar se as exigências, anteriormente determinadas, foram cumpridas, isto é, se todas as condicionantes estipuladas nas etapas anteriores foram realizadas. A licença de operação não tem caráter definitivo e estará sujeita à renovação, com condicionantes supervenientes. Qualquer modificação posterior deverá ser levada novamente à análise do órgão ambiental licenciador. O prazo mínimo de validade da licença de operação é de quatro anos e o prazo máximo será de dez anos (Resolução do CONAMA art. 18, inciso III).
Cada uma dessas licenças é distinta umas das outras e poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
Para cada etapa do licenciamento ambiental é necessária a licença adequada. Para o planejamento de um empreendimento ou de uma atividade tem-se a Licença Prévia (LP), na construção da obra há a Licença de Instalação (LI) e na operação ou funcionamento, a Licença de Operação.
Etapas do Licenciamento Ambiental: São elas: 
I: Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida.
II: Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade.
III: Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias.
IV: Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações nãotenham sido satisfatórios.
V: Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;
VI: Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
VII: Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;
VIII: Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade;
A norma ainda deixa claro que “os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, a expensas do empreendedor. Parágrafo único. O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais”. 
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
É um instrumento disciplinado na Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), (Lei n. 6.938/81, art. 9°, inciso III). É o conjunto de procedimentos capazes de assegurar que, desde o início do processo, se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de um determinado projeto, programa, plano ou política e das alternativas viáveis. Os resultados da AIA devem ser apresentados de forma adequada e clara ao público e aos responsáveis pela tomada da decisão.
São instrumentos legais de implementação da Avaliação de Impacto Ambiental, que é gênero que abarca algumas espécies, entre elas:
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
Plano de Controle Ambiental (PCA)
Relatório de Controle Ambiental (RCA)
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)
Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV): Permite a avaliação dos impactos causados por empreendimentos e atividades urbanas. Depende de regulamentação Municipal.
A partir da análise dos impactos é possível avaliar a pertinência da implantação do empreendimento ou atividade no local indicado. O EIV é um instrumento de gestão previsto para avaliação de impactos urbanos previsto no Estatuto da Cidade (Lei. 10.257/2001, art. 36, artigo 37 e art. 38).
Impacto Ambiental
Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam:
I: a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II. as atividades sociais e econômicas;
III. a biota;
IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V. a qualidade dos recursos ambientais.
Os impactos podem ser:
Impacto positivo ou benéfico: quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um fator ou parâmetro ambiental;
Impacto negativo ou adverso: quando a ação resulta em um dano à qualidade de um fator ou parâmetro ambiental;
Impacto direto: resultado da simples ação causa e efeito;
Impacto indireto: resultante de uma reação secundária, ou quando é parte de uma cadeia de reações;
Impacto local: quando a ação afeta o próprio sítio e suas imediações;
Impacto regional: quando a ação se faz sentir além das imediações do sítio;
Impacto estratégico: quando a ação tem relevância no âmbito regional e nacional;
Impacto a médio e longo prazo: quando os efeitos da ação são verificados posteriormente;
Impacto temporário: quando o feito pode ser revertido;
Impacto permanente: quando o impacto não pode ser revertido;
Impacto cíclico: quando os efeitos se manifestam em intervalos de tempo determinados;
Impacto reversível: quando cessada a ação, o ambiente volta à sua forma original.
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
É o documento público que reflete as informações e conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). É apresentado de forma clara, objetiva e acessível para toda a população e interessados.
O licenciamento ambiental de atividades modificadoras do meio ambiente, “dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório que serão submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo”.
O relatório de impacto ambiental (RIMA) deve refletir as conclusões do estudo de impacto ambiental, conter os objetivos e justificativas do projeto e “cujas informações destinam-se a possibilitar a avaliação do potencial impactante do EIA (que normalmente é complexo, redigido em linguagem técnica). Através da utilização de linguagem simples, mapas, quadros e gráficos o RIMA busca explicar as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua implementação”. 
Nessa etapa do licenciamento ambiental são realizadas Audiências Públicas para que a comunidade interessada e/ou afetada pelo empreendimento seja consultada.
Trata-se do único mecanismo de participação social previsto na legislação ambiental brasileira para o processo de Avaliação de Impacto Ambiental.
AULA DE REVISÃO 6 A 10. 
O Brasil possui uma grande diversidade vegetal (plantas, árvores etc.), representado por cerca de 34 mil espécies. Essa variedade de espécies ocorre devido à vasta extensão territorial do país, de aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados e, também por causa do clima, solo e geomorfologia, gerando diferentes tipos de vegetação. A maior parte da flora brasileira, conjunto de espécies vegetais que compõe a cobertura do país, encontra-se na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica. O Brasil possuiu a maior biodiversidade vegetal do planeta, espalhada por diversos habitats. 
Um dos maiores danos ambientais que compromete o futuro do Planeta é a destruição das florestas. 
A flora é um conjunto de espécies ambientais que compõem determinada área, região. Quando você afeta a flora, atinge diretamente a vida no planeta. A principal forma de degradação é a queimada. Essa degradação afeta até o clima do planeta. 
Embora não incluídos no artigo 225, §4º da CRFB, a Caatinga, o Cerrado, os Pampas (Campos Sulinos) são considerados biomas brasileiros e patrimônios nacionais, bens de uso comum do povo, a serem defendidos e preservados, como todos os demais recursos naturais. Proteger a flora é também proteger a biodiversidade do planeta.
Os benefícios decorrentes desta proteção estão na manutenção do clima, a proteção dos recursos hídricos, a fertilidade e proteção dos solos entre outros.
O Código Florestal (conforme dispõe o seu artigo 1º-A) visa disciplinar normas gerais sobre a proteção da vegetação; as áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal; o suprimento de matéria-prima florestal; o controle da origem dos produtos florestais; o controle e prevenção dos incêndios florestais e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance do desenvolvimento sustentável. 
Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.
O Objetivo maior é a preservação da flora, com harmonia com o desenvolvimento sustentável. 
Reserva Legal
É a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada de acordo com os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel: Área de Preservação Permanente (APP): Trata-se de área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Cadastro Ambiental Rural (CAR)
O Código Florestal, criou o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais. Este registro eletrônico tem por fim integrar as informações ambientais referentesà situação das Áreas de Preservação Permanente, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. O Cadastro é uma base de dados estratégica para a gestão ambiental do país e contribui para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para o planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o conjunto de unidades de conservação (UC) federais, estaduais e municipais (artigo 3°). Esse Sistema é composto por 12 categorias de Unidades de Conservação, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e, aquelas que podem ser utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo.
O Sistema Nacional de Unidade de Conservação possibilita que as Unidades de Conservação mantenham os ecossistemas e a biodiversidade, gerem renda, emprego, desenvolvimento e propiciem uma efetiva melhora na qualidade de vida das populações locais e do Brasil como um todo. 
Categorias de unidade de conservação (é um espaço territorial que deve ser protegido, quem o determina é o poder público, só pode deixar de ser uma unidade de conservação, se estiver previsto em Lei). 
Unidades de proteção integral: O objetivo destas é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto (não aceita intervenção humana) dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previsto na Lei. São elas: Estação Ecológica, Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural; Refúgio de Vida Silvestre. 
Unidades de Uso sustentável: O objetivo aqui é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. São elas: área de Proteção Ambiental; Área de Relevante interesse Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e Reserva Particular do Patrimônio Natural. 
Biodiversidade e Patrimônio Genético
O Brasil possui a maior biodiversidade vegetal do planeta espalhada por diversos habitats. Estudar a proteção da biodiversidade brasileira é estudar a diversidade dos organismos vivos em seus complexos ecológicos, integrados em uma rede autônoma e interdependente, compreendendo os ecossistemas, as espécies os recursos genéticos.
A “biodiversidade refere-se à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a diversidade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de micro-organismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. A biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais. Ela também é constituída por um grande número de micro-organismos.
A Lei n. 9.985/00 (SNUC) define biodiversidade ou melhor, diversidade biológica em seu art.2º, inciso III, como sendo “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros sistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”.
Proteção do Patrimônio Genético
Segundo o artigo 2°, inciso I, da Lei n. 13.123, de 20 de maio de 2015, patrimônio genético é a “informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos”.
O artigo 1°, § 1º do Decreto nº 8.772, de 11 de maio de 2016, que regulamentou a Lei n. 13.123/15, diz que considera-se parte do patrimônio genético existente no território nacional, o micro-organismo que tenha sido isolado a partir de substratos do território nacional, do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da plataforma continental”. A norma possui a mesma redação do artigo 2°, parágrafo único da Lei nº 13.123/15.
O patrimônio genético é indispensável a todos os seres vivos, uma vez que compõe a base para a existência de toda a diversidade biológica do planeta.
Tutelas do meio ambiente
A proteção do meio ambiente está diretamente ligada à sadia qualidade de vida de todos nós.Por isso, preservar o meio ambiente não é somente proteger a fauna, a flora, a água, o solo, o ar, isto é, o meio ambiente natural, mas sim, tutelar a qualidade de vida nos grandes centros urbanos, no trabalho, na cultura e na história de uma nação.
Meio Ambiente: a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida, em todas as suas formas. 
Tutelas do meio ambiente são: 
Tutela do meio ambiente natural: O meio ambiente natural é o que convencionamos chamar de “recursos naturais”, que são: o ar, a água, o solo, a flora, a fauna. A água, o ar e o solo são considerados componentes abióticos (não vivos). A flora e a fauna são considerados componentes bióticos (vivos).
Tutela do meio ambiente artificial: O meio ambiente artificial compreende o espaço urbano construído, abrangendo o conjunto de edificações (espaço urbano fechado) e equipamentos públicos, como ruas, avenidas, praças e espaços livres em geral (espaço urbano aberto). O conceito de meio ambiente artificial está vinculado diretamente ao direito à sadia qualidade de vida no espaço urbano, consolidado no princípio da dignidade da pessoa humana.
O meio ambiente artificial nada mais é do que a ocupação gradativa dos espaços naturais, transformando-os em espaços urbanos artificiais. Essa modificação feita pelo homem pode se dar tanto em: espaço fechado (essa modificação ocorre através de edificações, casas, clubes); ou espaço aberto (quando acontece por meio de construção de avenidas, ruas, praças) Deriva da necessidade de planejamento e ordenamento do território, avaliação do processo de urbanização e redução de impactos, para alcançar o equilíbrio ambiental nas cidades.
Tutela do meio ambiente cultural: Considera-se meio ambiente cultural as relações turísticas, históricas, paisagísticas, culturais e arqueológicas de uma cidade. 
Tutela do meio ambiente do trabalho: Configura-se o espaço onde o trabalhador permanece durante grande parte do dia. Portanto sua sadia qualidade de vida está associada diretamente à adequação do ambiente e da atividade desenvolvida. 
Poluição e meio ambiente
O Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial à sadia qualidade de vida. Dentro desta análise, a poluição é uma das principais formas de degradação do meio ambiente, agindo em desacordo à regra contida na lei maior nacional.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), conceitua meio ambiente natural, poluição, poluidor e degradação da qualidade ambiental.
O conceito de poluição estabelecido pela norma é abrangente e norteará a definição de poluição em todas as suas formas, seja a poluição do ar, da água, do solo, visual ou sonora.
III: poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: 
Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população
Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas
Afetem desfavoravelmente a biota 
Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente
Lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. 
FORMAS DE POLUIÇÃO:
Poluição do ar e poluição atmosférica: Ar: É a camada gasosa que envolve a terra. A camada gasosa é constituída por, aproximadamente, 20% de oxigênio, 79% de nitrogênio e 1% de quantidades variáveis de vapor de água, dióxido de carbono, argônio e outros gases nobres. Atmosfera: Atmosfera é a camada de ar que envolve o globo terrestre.
Poluição sonora. 
A poluição sonora é o efeito provocado pela difusão do som no meio ambiente em um tom muito acimado tolerável pelos organismos vivos. É o conjunto de todos os ruídos provenientes de uma ou mais fontes sonoras, manifestadas ao mesmo tempo em um ambiente qualquer. Dependendo da sua intensidade, causa danos irreversíveis aos seres humanos
c) Poluição visual
A poluição visual é mais comum nos centros urbanos, mas também se dá nas áreas rurais. Nas metrópoles, essa forma de poluição ocorre em decorrência da excessiva e inadequada publicidade dos mais variados tipos. Trata-se da atuação de marketing ou publicidade dos fornecedores de produtos ou serviços através de anúncios de seus produtos por meio de outdoors, cartazes, painéis eletrônicos, fachadas de néon, distribuição de prospectos nos sinais (faróis), de santinhos em épocas eleitorais etc
d) Poluição do solo e do subsolo
O solo é uma interface entre o ar e a água (entre a atmosfera e a hidrosfera), sendo imprescindível à produção de biomassa. É fundamental para a vida de todos os seres vivos do planeta. É a camada mais fina da crosta terrestre e se localiza na superfície externa. Sempre que se adiciona no solo qualquer substância nociva ao mesmo, este é poluído e, assim, de forma direta ou indireta, também se polui a água e o ar. Causada por: resíduos sólidos; rejeitos perigosos; agrotóxicos; queimadas; atividades de mineração; cemitérios horizontais; dentre outros. 
e) Poluição hídrica
A poluição hídrica também é conhecida como poluição das águas. A água é um bem precioso e cada vez mais abordado em debates no mundo. O uso irracional e a poluição de rios e lagos, podem ocasionar a falta de água doce muito em breve, caso os governantes mundiais não criem reais mecanismos de proteção desse recurso natural que é finito.
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
A Lei nº 12.305, de 02 de agosto de2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A norma, em seu artigo 3º, inciso XVI, definiu Resíduo Sólido como sendo “material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”. Estão sujeitas à observância desta lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos, (artigo 1°, §1°, Lei n. 12.305/10).
A poluição pode ser ocasionada por duas fontes: 
Estacionária: industrial; e Móvel: transporte. 
Podem ser de origem natural ou antrópica (resultante da ação do homem). 
Problemas ambientais globais decorrentes da poluição do ar: Smog, inversão térmica, chuva ácida e diminuição da camada de ozônio. 
Mudanças climáticas
As mudanças climáticas e o aquecimento global começaram a fazer parte da agenda internacional a partir da década de 1980, quando alguns trabalhos científicos indicavam o aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera, associado a um aumento na temperatura terrestre (efeito estufa).
O aquecimento global acontece quando são lançados mais gases do efeito estufa (GEE), na atmosfera do que as florestas e os oceanos são capazes de absorver.
Os principais gases do efeito estufa são: Dióxido de carbono (CO2), gás metano (CH4), clorofluorcarbono (CFC), óxido nitroso (N2O) e ozônio. 
Dano Ambiental
Inicialmente, cumpre destacar o conceito de dano. O dano tem sua origem do latim damnum, como afirma Plácido e Silva: Significa todo mal ou ofensa que tenha uma pessoa causado a outrem, da qual possa resultar uma deterioração ou destruição à coisa dele ou um prejuízo a seu patrimônio. É toda lesão causada a um bem jurídico tutelado, ofensa a bens ou interesses alheios protegidos pela ordem jurídica. O dano decorre da violação de um interesse juridicamente protegido.
Desse modo, poderíamos dizer que dano ambiental é toda a degradação do equilíbrio ecológico, capaz de causar lesão ao meio ambiente e que, com isso, venha a comprometer a sadia qualidade de vida.
Para que o dano ambiental ocorra, deve haver a violação a um direito juridicamente protegido, ferindo a garantia constitucional que assegura à coletividade um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para a concretização do dano deve haver uma norma que proíba determinada atividade ou proteja certo bem ambiental, não bastando deste modo que certo comportamento altere negativamente ou prejudique o meio ambiente.
Dano: é toda lesão causada a um bem jurídico tutelado, ofensa a bens ou interesses alheios protegidos pela ordem jurídica. O dano decorre da violação de um interesse juridicamente protegido. 
O dano ao meio ambiente apresenta certas especificidades  em relação aos danos não ambientais, são elas:
- As consequências decorrentes da lesão ambiental são, via de regra, irreversíveis, uma vez que dependendo do dano ambiental causado, voltar ao status quo ante é tarefa muito difícil ou até mesmo impossível;
- Pode ter seus efeitos expandidos para além da delimitação territorial de um município, estado ou país (transfronteiriço);
- A limitação de sua extensão e a quantificação do quantum reparatório é uma tarefa complexa e difícil, justamente em função do caráter difuso, transfronteiriço e irreversível do dano ambiental.
Dano ambiental patrimonial
O dano ambiental patrimonial pode ocorrer tanto na espera individual quanto na espera coletiva.
Haverá dano ambiental patrimonial coletivo quando houver a obrigação de reparar um bem ambiental que foi lesado e pertence a toda sociedade.
O dano ambiental patrimonial individual vem a ser a lesão concreta, que afeta um interesse relativo ao patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial, dos bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável.
Dano ambiental extrapatrimonial (ou moral)
Um dano causado ao meio ambiente pode ensejar tanto a ocorrência de um dano extrapatrimonial individual quando de um dano extrapatrimonial coletivo
O dano ambiental futuro
Uma pauta que anda ganhando atenção mundial é o dano ambiental futuro. Este configura-se em um evento imperceptível ao senso comum, “só se revelando quando concretizado em um dano ambiental propriamente dito, em geral, de dimensões e efeitos catastróficos e inestimáveis”. Um exemplo de dano ambiental futuro foi o desastre ambiental que ocorreu, em 11 de março de 2011, na usina nuclear de Fukushima no Japão com o vazamento de radiação oito vezes maior do que o limite de segurança permitido. A catástrofe ambiental aconteceu após um uma onda gigante (tsunami) invadir a região.
O dano ambiental futuro é diferente do dano ambiental que conseguimos visualizar no nosso cotidiano. O desenvolvimento tecnológico e científico apesar de trazerem mais conforto e bem-estar para todos, “fizeram com que os efeitos das ações humanas ganhassem formas e dimensões, temporais e espaciais, imensuráveis, passando a representar constantes riscos à incolumidade ambiental, e por igual, à própria vida do homem” 
Responsabilidade: A palavra responsabilidade tem sua origem etimológica no verbo latino respondere (responder, pagar), de spondeo, ou seja, é a primitiva obrigação de natureza contratual do Direito Romano, pela qual o devedor se vinculava ao credor nos contratos verbais, havendo a ideia e concepção de responder por algo.
Responsabilidade Ambiental: No Direito Ambiental, o objetivo maior é a prevenção, isto é, não se deve chegar necessariamente à concretização do dano ambiental para que, por consequência, haja a responsabilização do agente, até porque, em se tratando de meio ambiente, o mais importante é impedir que o dano ambiental ocorra. Aqui, o bem jurídico a ser protegidoé o meio ambiente ecologicamente equilibrado, que é um direito de todos, conforme consagrado no artigo 225, caput da Constituição Federal.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, §3º, estabelece como forma de reparação do dano ambiental três tipos de responsabilidade, são elas:
Responsabilidade civil; responsabilidade penal; responsabilidade administrativa. 
Responsabilidade administrativa: A responsabilidade administrativa resulta da infração a normas administrativas, sujeitando o infrator a uma sanção de natureza também administrativa. Toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente consiste em uma infração administrativa ambiental, tornando o infrator passível a sanções administrativas, conforme previsto no artigo 70, Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/98).
Artigo 70, Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/98): Lei n. 9.605/98, art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
Responsabilidade penal ambiental: Também chamada de responsabilidade criminal, surge com a ocorrência de uma conduta omissiva ou comissiva que, ao violar uma norma de direito penal, pratica crime ou contravenção penal, ficando o infrator sujeito à pena de perda da liberdade ou à pena pecuniária.
Os crimes contra o meio ambiente ou crimes ambientais, só existem na forma definida em lei. O bem jurídico protegido consiste no meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, conforme previsto pelo artigo 225, caput da CRFB, que abrange o meio ambiente natural, cultural e artificial.
Responsabilidade civil ambiental: O Direito Ambiental possui três esferas de atuação, são elas: preventiva, reparatória e repressiva. Na responsabilidade civil ambiental tem-se a reparação do dano, que se opera por meio das normas de responsabilidade civil. A recomposição do dano pode se dar pela obrigação de fazer (status quo ante) ou/e através de uma importância em dinheiro (indenização). O crescente processo de industrialização, fruto do desenvolvimento econômico, somado à crise ambiental, trouxe a necessidade de melhor proteção do bem ambiental, uma vez que as atividades danosas ao meio ambiente se proliferam. Desse modo, a responsabilidade civil ambiental tem como objetivo traçar os parâmetros para a verificação do dano causado e a responsabilização do agente causador, seja ele pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.
São as tutelas processuais ambientais, como a ação popular, a ação civil pública, entre outras.

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