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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO/RJ Joaquim Maranhão, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº xxxx, portador do RG nº xxx emitido pela xxx/xx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx , residente e domiciliado à Rua xxxx, bairro, Nova Friburgo, RJ, CEP xxxxx-xxx, Antônio Maranhão, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº xxxx, portador do RG nº xxx emitido pela xxx/xx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx , residente e domiciliado à Rua xxxx, bairro, Nova Friburgo, RJ, CEP xxxxx-xxx, e Marta Maranhão, brasileira, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob nº xxxx, portadora do RG nº xxx emitido pela xxx/xx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx , residente e domiciliada à Rua xxxx, bairro, Nova Friburgo, RJ, CEP xxxxx-xxx, vêm por intermédio de seu advogado subscrito, com endereço profissional à Rua Rua xxxx, bairro, cidade, uf, CEP xxxxx-xxx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx, onde recebe notificações e intimações, perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO em face de Manuel Maranhão, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº xxxx, portador do RG nº xxx emitido pela xxx/xx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx , residente e domiciliado à Rua xxxx, bairro, Nova Friburgo, RJ, CEP xxxxx-xxx, Florinda Maranhão, brasileira, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob nº xxxx, portadora do RG nº xxx emitido pela xxx/xx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx , residente e domiciliada à Rua xxxx, bairro, Nova Friburgo, RJ, CEP xxxxx-xxx e de Ricardo Maranhão, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº xxxx, portador do RG nº xxx emitido pela xxx/xx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx , residente e domiciliado à Rua xxxx, bairro, Nova Friburgo, RJ, CEP xxxxx-xxx, pelas razões de fato e de direito que, a seguir, passa a expor. I - DOS FATOS Os autores, inconformados com a venda realizada por seus pais, Manuel Maranhão e Florinda Maranhão, resolvem propor esta ação anulatória de negócio jurídico, objetivando resguardar judicialmente seus direitos. Afirmam os autores que seus pais, com a intenção de ajudar o neto, Ricardo Maranhão, filho de Marta, que não possuía casa própria, venderam-lhe um de seus imóveis , neste caso, um sitio situado na rua Bromélia , nº138, Centro, Petrópolis/RJ, pelo preço certo e ajustado de R$200.000,00 (duzentos mil reais), através de Escritura de Compra e Venda lavrada no dia 20/09/2015, no Cartório do 4º Ofício da de Nova Friburgo e devidamente transcrita no Registro de Imóveis competente, sem que se manifestassem sobe o referido ato jurídico. Por fim, esclarecem que não concordam com a mencionada venda, visto que, o valor de mercado do imóvel, na época da realização do negócio jurídico, era de R$350.000,00. Diante dos fatos narrados, vêm a este Douto Juízo requererem a anulação da venda efetivada, pelos fundamentos que passam a apresentar. II - DOS FUNDAMENTOS: O Código Civil Brasileiro estabelece em seu artigo 104 as condições para que o negócio seja válido, in verbis: “(...)Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei..(...)” Grifo nosso Percebe-se ainda, da inteligência trazida pelo artigo 496 CC/2002, que para os contratos de compra e venda realizados entre ascendentes e descendentes existem condições a serem cumpridas para que não sejam passíveis de questionamentos futuros e anulações: “(...) Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. (...)” Grifo Nosso Ora, Excelência, resta claro e evidente que a venda feita pelos dois primeiros réus à seu próprio neto, Ricardo, pelo ínfimo valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), quando o valor de mercado deste imóvel era na verdade de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais), tinha o condão de ajuda-lo, uma vez que não possuía casa própria. Apesar da honrosa intenção de Manuel e Florinda, este negócio jurídico não deve prosperar, uma vez que faltou a anuência dos demais descendentes, devendo ser anulado conforme previsto no artigo 496 do CC/2002. Este é o entendimento majoritário do Egrégio Superior Tribunal de Justiça conforme se transcreve: DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE SEM ANUÊNCIA DOS DEMAIS. ANULABILIDADE. REQUISITOS DA ANULAÇÃO PRESENTES. 1.- Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário, a alienação feita por ascendente à descendente é, desde o regime originário do Código Civil de 1916 (art. 1132), ato jurídico anulável. Tal orientação veio a se consolidar de modo expresso no novo Código Civil (CC/2002, art. 496). 2.- Além da iniciativa da parte interessada, para a invalidação desse ato de alienação é necessário: a) fato da venda; b) relação de ascendência e descendência entre vendedor e comprador; c) falta de consentimento de outros descendentes (CC/1916, art. 1132), d) a configuração de simulação, consistente em doação disfarçada (REsp 476557/PR, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª T., DJ 22.3.2004) ou, alternativamente, e) a demonstração de prejuízo (EREsp 661858/PR, 2ª Seção, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, Dje 19.12.2008; REsp 752149/AL, Rel. Min. RAUL ARAÚJO, 4ª T., 2.10.2010). 3.- No caso concreto estão presentes todos os requisitos para a anulação do ato. 4.- Desnecessidade do acionamento de todos os herdeiros ou citação destes para o processo, ante a não anuência irretorquível de dois deles para com a alienação realizada por avô a neto. 5.- Alegação de nulidade afastada, pretensamente decorrente de julgamento antecipado da lide, quando haveria alegação de não simulação de venda, mas, sim, de efetiva ocorrência de pagamento de valores a título de transferência de sociedade e de pagamentos decorrentes de obrigações morais e econômicas, à ausência de comprovação e, mesmo, de alegação crível da existência desses débitos, salientando-se a não especificidade de fatos antagônicos aos da inicial na contestação (CPC, art. 302), de modo que válido o julgamento antecipado da lide. 6.- Decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina subsistente, Recurso Especial improvido. (RECURSO ESPECIAL Nº 953.461 - SC (2007/0114207-8) (f), RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETI) Grifo Nosso Dessa sorte, buscam os autores preservarem seus direitos e interesses, requerendo-os sejam julgados procedentes os pedidos da presente ação para a anulação da venda realizada por seus pais ao neto Ricardo. III - DOS PEDIDOS Diante dos fatos e fundamentos expostos, requerem a V. Exa.: A citação dos réus para comparecerem à audiência de conciliação ou mediação na forma do previsto no art. 334 do CPC /2015; A declaração de NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO em virtude da falta de anuência dos demais descendentes, preconizado pelo artigo 496 do CC/2002; A condenação dos réus ao pagamento das despesas judiciais e honorários advocatícios. Protestam provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente pela juntada de documentos, e por tudo o mais que se fizer indispensável à cabal demonstração dos fatos articulados na presente inicial. Dá-se à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Termos em que Pede deferimento. Aracaju/SE, 7 de setembro de 2017. ADVOGADO OAB XXX ALUNO: Fedro Alves de Carvalho Portugal MATRÍCULA: 201601248415
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