Buscar

tde economico

Prévia do material em texto

Questão 1
O desemprego estrutural é aquele gerado pela introdução de novas tecnologias ou de sistemas e processos voltados para a redução de custos. Estes novos elementos afetam os setores da economia de um país (indústria, comércio e serviços), causando demissão, geralmente, em grande quantidade.
A globalização da economia, que ganhou força a partir da década de 1970, teve grande participação no aumento do desemprego estrutural no mundo todo. A globalização econômica fez aumentar a competitividade em âmbito internacional, principalmente através do comércio exterior, fazendo com que as empresas buscassem formas de reduzir custos de produção, comercialização e transporte. Entre estas formas, pode-se citar as principais causas do desemprego estrutural: adoção de novas tecnologias e sistemas administrativos e produtivos de custos reduzidos (ambos com diminuição de mão-de-obra).
Grande impasse surge ao se pensar na valorização do trabalho humano diante do cenário atual. Nos dizeres de Francisco Fausto o caminho para o combate e a superação dessa realidade, é o de conferir prioridade máxima à questão social brasileira. "É fundamental que se volte a fazer políticas sociais para gerar emprego e a melhoria da distribuição de renda, de forma a adequar trabalhadores e empregadores às previsões da lei e, assim, procurar resgatar a dignidade do trabalho e garantir a retomada da produção".
Questão 2
O princípio da negociação coletiva, a constar dos artigos 7º, XXVI, e 8º, III e VI, da Constituição Federal e do art. 2º da Convenção nº 154 da OIT, impõe a participação do sindicato obreiro em toda e qualquer discussão entabulada no cerne da empresa, cujo desfecho tenha o condão de afetar a respectiva categoria obreira. Sendo assim, depreende-se cristalinamente dos sobreditos dispositivos que a implementação unilateral de despedidas em massa por parte das empresas, à revelia do sindicato obreiro, afigura-se incompatível não só com o princípio do estímulo à negociação coletiva, como também com os primados da dignidade da pessoa humana, do valor social do trabalho e da solidariedade, positivados nos artigos 1º, III e IV, 3º, I, e 7º, caput, da Carta Magna e condicionantes da totalidade dos direitos fundamentais assegurados pelo ordenamento jurídico pátrio.
Nota-se, do exposto, que a atuação do empregador encontra limites. Conforme dispõe o art 170 da CF, a dignidade da pessoa humana se mostra como limite para o empregador.
Questão 3
A desregulamentação pressupõe a ausência do Estado (Estado mínimo), revogação de direitos impostos pela lei, retirada total da proteção legislativa, permitindo a livre manifestação de vontade, a autonomia privada para regular a relação de trabalho, seja de forma individual ou coletiva. A flexibilização pressupõe intervenção estatal, mais ou menos intensa, para proteção dos direitos do trabalhador, mesmo que apenas para garantia de direitos básicos. Na flexibilização um núcleo de normas de ordem pública permanece intangível, pois sem estas não se pode conceber a vida do trabalhador com dignidade, sendo fundamental a manutenção do Estado Social, ou seja, entrega margem de direitos para negociar. 
Pelo exposto, tem-se que a flexibilização seria uma compatibilização entre a valorização do trabalho e a livre iniciativa, porém para que a flexibilização das normas trabalhistas seja eficaz é preciso mudar o cenário social e político em que ela está inserida. O objetivo da flexibilização deve ser abrandar a difícil realidade social e econômica, imprimindo eficácia e justiça à norma jurídica.

Continue navegando