Buscar

Aula 5 Obrigações de Meio de Resultado Alternativas e Facultativas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE \* MERGEFORMAT�1�
 CENTRO UNIVERSIÁRIO ESTÁCIO DE BRASÍLIA Campus Estácio - Asa Sul - Brasília
DIREITO CIVIL II - CCJ0013
Semana Aula: 5
Obrigações de Meio; de Resultado; Alternativas e Facultativas. 
Tema
Obrigações de Meio; de Resultado; Alternativas e Facultativas    
Palavras-chave
Obrigações – meio – resultado – alternativa - facultativa
Objetivos
Conceituar obrigações de meio e compreender seus reflexos jurídicos.
Conceituar obrigações de resultado e compreender seus reflexos jurídicos.
Conceituar obrigações alternativas e compreender seus reflexos jurídicos.
Diferenciar obrigações facultativas e alternativas    
Estrutura de Conteúdo
Obrigação de meio
Conceito
Reflexos jurídicos
Obrigação de resultado
Conceito
Reflexos jurídicos
Obrigação alternativa
Conceito
Reflexos jurídicos
Procedimentos de Ensino
 
O presente conteúdo deve ser trabalhado nas duas aulas da quinta semana. É possível trabalhá-lo em uma única semana, podendo o professor dosar o conteúdo de acordo com as condições (objetivas e subjetivas) apresentadas pela turma.
 
OBRIGAÇÕES DE MEIO
Quanto ao fim a que se destinam as obrigações classificam-se em obrigações de meio; de resultado e de garantia.
 
Ensina Carlos Roberto Gonçalves (2010, p. 174) que a obrigação é de meio quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e técnicas para a obtenção de determinado resultado, sem, no entanto, responsabilizar-se por ele. São obrigações em que o devedor se exonera quando efetua a prestação devida, independente dos benefícios que possam resultar ao credor.
Uma obrigação de meio indica que há um comprometimento de um esforço pessoal com vista ao melhor resultado, mas sem a obrigação de conseguir o que é o desejo e, até mesmo, o fim da contratação.
 
Nos contratos de meio encontram-se os legítimos e já decantados lacatio operarum (trabalho humano) que os romanos antigos atribuíam as mesmas características hoje presentes nas locações de serviços, ao contrário da empreitada, que é um típico contrato de resultado, como se verá.
 
Os exemplos típicos são os contratos com os profissionais liberais, como médicos, dentistas e advogados. Tais profissionais, ao assumirem uma missão, fazem o compromisso de aplicar todo o esforço, o conhecimento e a dedicação possíveis para a obtenção do melhor resultado. Mas não se comprometem a atingir, necessariamente, o resultado esperado pelo contratante. 
Um médico, ao fazer uma cirurgia tem o compromisso máximo de dedicar, com a maior competência possível, mas não pode garantir, com absoluta certeza, de que tudo sairá conforme se espera. O mesmo se diz de um contrato com o advogado. Uma causa deve ser assumida pelo advogado com a dedicação maior que se espera do melhor dos profissionais da área. Mas, não há como garantir que o cliente sairá vencedor no litígio. 
Assim, os contratos que os advogados e médicos celebram são contratos de meios, não de resultados e, nestes casos, o ônus da prova é do credor que deverá demonstrar que o devedor não atuou com diligência.
 
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO 
Ensina Carlos Roberto Gonçalves (2010, p. 175) que a obrigação é de resultado, o devedor dela se exonera somente quando o fim prometido é alcançado. Não o sendo, é considerado inadimplente, devendo responder pelos prejuízos decorrentes do insucesso. Assim, são em regra, obrigações de resultado aquela assumida pelo transportador e pelo empreiteiro. São obrigações em que o devedor apenas se exonera se produzir exatamente o resultado contratualmente ajustado.
 
Na obrigação de resultado existe o compromisso do devedor (contratado) com um resultado específico, que é o objetivo da própria obrigação, sem o qual não haverá o cumprimento desta. O contratado compromete-se a atingir objetivo determinado, de forma que quando o fim almejado não é alcançado ou é alcançado de forma parcial ou imperfeita, tem-se a inexecução da obrigação. Nas obrigações de resultado há a presunção de culpa, com inversão do ônus da prova, cabendo ao acusado provar a inverdade do que lhe é imputado (inversão do ônus da prova). 
 
Segundo o Ministro Ruy Rosado de Aguiar Junior: "sendo a obrigação de resultado, basta ao lesado demonstrar, além da existência do contrato, a não obtenção do objetivo prometido, pois isso basta para caracterizar o descumprimento do contrato, independente das suas razões, cabendo ao devedor provar o caso fortuito ou força maior, quando se exonerará da responsabilidade".
 
Havendo dúvida se a obrigação ajustada é de meio ou de resultado deve-se pesquisar as circunstâncias, aferindo-se a capacidade de o reus debendi lograr o resultado esperado. Deve-se apurar se o resultado estava ou não ao alcance do devedor (Paulo Nader, 2010, p. 54).
 
 
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS E FACULTATIVAS
Define Caio Mário da Silva Pereira (2010, p. 109) encarada quanto ao modo de pagamento, classifica-se como alternativa a obrigação, que é de início relativamente indeterminada, mas que se determina antes da execução ou simultaneamente com esta, e se conceitua como tipo obrigacional em que existem unidade de vínculo e pluralidade de prestações, liberando-se o devedor mediante o pagamento de uma só delas.
 
Explica Paulo Nader (2010, p. 108): no concerto das intenções, pode convir às partes que o objeto da prestação seja escolhido, a posteriori, entre duas ou mais prestações, indicando, previamente, a quem caberá a escolha. A indeterminação da prestação se dá, às vezes, por desconhecimento do objeto ou por dúvida quanto à conveniência de se dispor, ou de se adquirir um ou outro bem, ou de contrair uma obrigação de dar, fazer ou não fazer.
 
A obrigação alternativa (ou disjuntiva - ligadas pela disjuntiva ou) caracteriza-se, então, pela multiplicidade de objetos devidos. E aqui o professor pode introduzir um caso concreto por ele mesmo concebido, que pode ser, p. ex: se A vende a B um dos três cavalos que possui; feita a escolha, o vínculo obrigacional circunscreve-se ao animal escolhido, único a ser entregue ao credor, excluindo-se os demais, que ficam liberados. 
Os exemplos poderiam ser multiplicados: o devedor obriga-se a dar sacas de café ou dinheiro; a prestar garantia real ou fidejussória; a transportar pessoalmente ou a fornecer o transporte; a pagar uma indenização ou a não se estabelecer comercialmente.
 
O professor pode aproveitar para  explicitar que, diferentemente da obrigação cumulativa, na qual também há multiplicidade de objetos devidos, nestas o devedor só se exonera da obrigação entregando todas as prestações; na obrigação alternativa extingue-se a obrigação com a entrega de apenas um dos objetos pelo devedor. Assim, num contrato de seguro de automóvel, por exemplo, a seguradora obriga-se, no caso de um acidente com veículo, ou a reparar o dano ou a fornecer um novo veículo, mas não é obrigada à realização das duas prestações; exonera-se da obrigação cumprindo uma delas apenas uma vez que se trata de obrigação alternativa.
Nesta espécie de obrigação, como foi dito, são devidos dois ou mais objetos, mas a entrega de um deles extingue a obrigação. A esta entrega precede uma escolha (que torna possível a execução da obrigação), que em regra pertence ao devedor (art. 252, CC), mas nada impede que seja determinada pelo credor ou até mesmo a terceiros ou definida por sorteio (art. 817, CC).
 
O contrato deve estabelecer o prazo para o exercício da opção. Se não o fizer, o devedor será notificado para efeito de sua constituição em mora. Mas esta, não o priva de seu direito de escolha, salvo se o contrato dispuser de outra forma. (art. 571, CPC)
 
Embora o Código Civil seja omisso quanto ao prazo para que o optante exerça o seu direito de escolha, não significa que ele pode exercê-lo a qualquer tempo. O artigo 571 do CPC dispõe que nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, este será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro em 10 (dez) dias,se outro prazo não Ihe foi determinado em lei, no contrato, ou na sentença. §1º. Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercitou no prazo marcado. §2º. Se a escolha couber ao credor, este a indicará na petição inicial da execução.
Se houver pluralidade de optantes e não houver acordo entre eles, o juiz decidirá, após expirado o prazo judicial assinado para que chegassem a um entendimento (suprimento judicial da manifestação de vontade) (art. 252, §3º., CC).
 
O juiz também realizará a escolha se o título da obrigação deferiu o encargo à terceiro, e este não quiser ou não puder aceitar a incumbência (art. 252, §4º., CC). 
 
Uma vez cientificada[1] a escolha, ocorre a concentração e fica determinado de modo definitivo e irrevogável[2], o objeto da obrigação (um dos objetos fica in solutione). Só será devido o objeto escolhido, retroagindo a escolha ao momento da formação do vínculo obrigacional, porque todas as prestações alternativas já se achavam previstas na obrigação[3]. 
Vale salientar que as obrigações alternativas oferecem maiores perspectivas de cumprimento, pelo devedor, haja vista que lhe permite selecionar dentre as diversas prestações, a que lhe for menos onerosa, diminuindo os riscos a que os contratantes se achem expostos. Isto porque todas elas cabem no círculo das prestações previstas pelas partes. Assim, por exemplo, se um dos objetos perecer, não haverá extinção do liame obrigacional, pois subsiste o débito quanto ao outro (art. 253, CC).
 
Embora haja diversidade de objetos o devedor não pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra (art. 252, §1º., CC). Assim, por exemplo, se o devedor se obriga a entregar duas sacas de café ou duas sacas de arroz, não poderá obrigar o credor a aceitar uma saca de café e outra saca de arroz. Trata-se do princípio da indivisibilidade do pagamento.
Tratando-se de prestações periódicas (mensais, anuais, etc.) a escolha poderá ser exercida em cada período (art. 252, §2º., CC). Por exemplo: supondo prestações anuais, poderá no primeiro ano entregar somente sacas de café, e no outro somente sacas de arroz, e assim sucessivamente. No entanto, não é facultado ao devedor dividir o objeto da prestação.
Inadimplemento 
Impossibilidade (jurídica ou material) total de todas as prestações sem culpa do devedor - Extingue-se a obrigação (art. 256, CC). Exemplo: uma enchente destruiu o carro e matou o touro reprodutor que compunham o núcleo da obrigação alternativa.
Perda total das prestações com culpa do devedor:
 Se a escolha era do devedor, ficará obrigado a pagar o valor da prestação que por último se impossibilitou mais as perdas e danos. (art. 254, CC). Exemplo: A obriga-se a entregar a B um computador ou uma impressora laser, à sua escolha. Mas, por negligência, o devedor danifica o computador e em seguida destrói a impressora. Neste caso, o devedor deve pagar o valor da impressora a laser, pois foi a última que estragou, mais perdas e danos.
Se a escolha era do credor, este poderá reclamar o valor de qualquer das prestações, mais as perdas e danos (art. 255, CC).
Impossibilidade (material ou jurídica) parcial sem culpa do devedor (antes da concentração) - a obrigação concentra-se na prestação remanescente (art. 253, CC).
Perda parcial com culpa do devedor:
Se a escolha cabia ao credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da que se impossibilitou, mais as perdas e danos. (art. 255, primeira parte, CC).
 
Ao final, o professor deve esclarecer que as obrigações alternativas não se confundem com as obrigações facultativas[4] (ou de faculdade alternativa de cumprimento[5]), destacando-se as seguintes diferenças:
Obrigações alternativas - estão previstas nos arts. 252 a 256 do Código Civil.
Obrigações facultativas - não possuem regulamentação específica no Código Civil.
Obrigações alternativas - há unicidade de vínculo e pluralidade de prestações.
Obrigações facultativas - há unicidade de vínculo e de prestação.
Obrigações alternativas - é inicialmente relativamente indeterminada, exigindo concentração para possibilitar sua execução.
Obrigações facultativas - é determinada desde seu início.
Obrigações alternativas - há direito de escolha.
Obrigações facultativas - não há direito de escolha. Sob o ponto de vista do credor é obrigação simples; sob o ponto de vista do devedor é uma obrigação alternativa sui generis. A substituição é mera faculdade conferida ao devedor.
 
Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 177) concluem que quanto às implicações práticas da distinção tem-se: 
a) se a prestação principal na obrigação facultativa padecer de impossibilidade originária, inválida sobejará toda a obrigação, face à perda do objeto. Porém, nas obrigações alternativas, subsistirá a obrigação na outra prestação, que não será atingida; 
b) nas obrigações alternativas, a perda superveniente de uma das coisas concentrará o débito na subsistente (art. 253, CC). 
Todavia, ocorrendo a perda da coisa principal sem culpa do devedor, a obrigação facultativa extingue-se, a despeito de subsistir o objeto supletivo, pois o objeto é único, não podendo a coisa acessória subsistente ser exigida pelo credor. 
Acresça-se que, a perda da coisa acessória em nada repercute no cumprimento da obrigação facultativa, pois ela era uma opção exclusiva do devedor. Havendo dúvida se a obrigação é alternativa ou facultativa, deve-se decidir por esta última uma vez que menos onerosa ao devedor.
Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos tópicos abordados. Após, deve realizar breve síntese dos principais aspectos abordados nesta semana dando ênfase especial aos exemplos trabalhados, preparando o aluno para o próximo tópico: obrigações divisíveis e indivisíveis e introdução às obrigações solidárias.
�
[1] A cientificação não exige forma especial, basta a declaração unilateral de vontade, sem necessidade de aceitação. Havendo falta de comunicação, o direito de mudar a escolha pode ser exercido pelo devedor até o momento de executar a obrigação, e pelo credor até o momento que ele propõe a cobrança. 
[2] Salvo se a possibilidade de retratação houver sido prevista pelas partes.
[3] Não há que se falar em aplicabilidade do princípio do meio-termo ou da qualidade intermediária uma vez que as prestações foram previamente previstas pelas partes.
[4] Destaca Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 86) que a expressão obrigação facultativa é imprópria, configurando verdadeira contradictio in adjectus. Não se pode conceber uma obrigação cujo cumprimento seja facultativo ao devedor. Na verdade, só se pode compreender corretamente a expressão atentando para o fato de que a faculdade se refere ao cumprimento da obrigação propriamente, mas ao objeto a ser prestado. Ou seja: o devedor não tem faculdade de cumprir ou não, a obrigação, mas, a de cumpri-la desa ou daquela forma. Como nota Washington de Barros Monteiro, melhor seria denominá-las obrigações com faculdade de substituição de objeto, expressão, contudo, pouco concisa.
[5] Define Carlos Roberto Gonçalves como a obrigação que tendo por objeto uma só prestação, concede ao devedor a faculdade de substituí-la por outra.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Recursos
Quadro e pincel; datashow    
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto 
Na legislação brasileira não há previsão sobre a distinção das obrigações de meio e de resultado e na doutrina há muita controvérsia sobre a questão, principalmente no que diz respeito ao ônus da prova para comprovação da responsabilidade. Diante desse contexto, é de extrema importância avaliar o atual posicionamento jurisprudencial frente ao tema.
O CDC tem previsão expressa acerca da responsabilidade do profissional liberal, no parágrafo 4º do artigo 14, com a seguinte redação: "A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa".Ou seja, a responsabilidade é subjetiva, depende da prova da culpa do profissional. A maioria das atividades exercidas por profissionais liberais no Brasil são consideradas como obrigações de meio, ou seja, não há uma garantia do resultado a ser alcançado. Contudo, caso o consumidor não fique satisfeito com o trabalho realizado, caberá a este comprovar a culpa do profissional. Assim, o médico, por exemplo, não tem como prometer o sucesso de um tratamento para uma doença de seu paciente, assim como o advogado que atua no processo não tem o dever de garantir o resultado da demanda ao seu cliente.
Faça uma pesquisa junto aos Tribunais Superiores e veja qual tem sido a tendência das decisões a esse respeito.
Questão Objetiva
Nas obrigações alternativas, é correto afirmar-se que (TJSC/2002):
a) a escolha cabe sempre ao credor;
b) podem as partes convencionar que a escolha caiba ao credor;
c) inexeqüíveis ambas as obrigações, o credor poderá reclamar o valor de ambas;
d) tornadas impossíveis as prestações, ainda que inexistente culpa do credor, a obrigação de cumpri-las não se extingue;
e) em se tratando de prestações anuais, a opção, uma vez feita, é obrigatória para todas as prestações.
Avaliação
Caso Concreto 
Na legislação brasileira não há previsão sobre a distinção das obrigações de meio e de resultado e na doutrina há muita controvérsia sobre a questão, principalmente no que diz respeito ao ônus da prova para comprovação da responsabilidade. Diante desse contexto, é de extrema importância avaliar o atual posicionamento jurisprudencial frente ao tema.
O CDC tem previsão expressa acerca da responsabilidade do profissional liberal, no parágrafo 4º do artigo 14, com a seguinte redação: "A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa". Ou seja, a responsabilidade é subjetiva, depende da prova da culpa do profissional. A maioria das atividades exercidas por profissionais liberais no Brasil são consideradas como obrigações de meio, ou seja, não há uma garantia do resultado a ser alcançado. Contudo, caso o consumidor não fique satisfeito com o trabalho realizado, caberá a este comprovar a culpa do profissional. Assim, o médico, por exemplo, não tem como prometer o sucesso de um tratamento para uma doença de seu paciente, assim como o advogado que atua no processo não tem o dever de garantir o resultado da demanda ao seu cliente.
Faça uma pesquisa junto aos Tribunais Superiores e veja qual tem sido a tendência das decisões a esse respeito.
Sugestão de Gabarito: 
Nesse sentido, o STJ, ao julgar o REsp 799.241, entendeu que o gestor de investimento não pode ser responsabilizado pelos prejuízos causados ao investidor em razão da desvalorização do Real ocorrida em 1999. Os ministros defenderam que o gestor não garantiu o lucro da operação, mas sim que empregaria todos os meios visando a obtenção de lucro, ou seja, sua obrigação é de meio e não de resultado.
Em contrapartida, nas obrigações de resultado, a jurisprudência vem entendendo que, quando o resultado prometido não é alcançado, já há uma presunção de culpa e assim inverte o ônus da prova, cabendo ao profissional provar que o resultado não foi alcançado por circunstâncias alheias a sua conduta, como por exemplo, a culpa exclusiva do consumidor que não seguiu corretamente as orientações do profissional.
No julgamento do REsp, o STJ reconheceu a responsabilidade do dentista pelo insucesso de um tratamento ortodôntico, defendendo que, nos procedimentos odontológicos, os profissionais se comprometem com o resultado do tratamento que tem cunho estético e funcional.
O mesmo entendimento é aplicado às cirurgias plásticas: a utilização da técnica adequada para o procedimento não é suficiente para elidir a culpa do médico. Se o resultado esperado não for alcançado, o profissional terá a obrigação de indenizar.
Em suma, apesar das tendências jurisprudenciais apontadas, é muito tênue a distinção entre obrigação de meio e de resultado, devendo sempre que possível ser analisada a contratação entre profissional e cliente a fim de verificar se a obrigação assumida tem o compromisso com a finalidade em si ou se o profissional apenas empregará todos os esforços para alcançar o objetivo. (Narayãna Savitri Ferez Meletti)
Questão Objetiva 
1. Nas obrigações alternativas, é correto afirmar-se que (TJSC/2002):
a) a escolha cabe sempre ao credor;
b) podem as partes convencionar que a escolha caiba ao credor;
c) inexequíveis ambas as obrigações, o credor poderá reclamar o valor de ambas;
d) tornadas impossíveis as prestações, ainda que inexistente culpa do credor, a obrigação de cumpri-las não se extingue;
e) em se tratando de prestações anuais, a opção, uma vez feita, é obrigatória para todas as prestações.
Gabarito: LETRA B
Considerações Adicionais
Prof. René Dellagnezze

Outros materiais