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Disciplina: Nutrição Materno Infantil Aula 11: Fisiologia do Lactente Profa.: Ana Carolina M Cavalcante Fisiologia Digestiva da Criança • Últimas semanas da gravidez: o feto deglute líquido amniótico sem valor nutricional, mas importante para o desenvolvimento anatômico e funcional do TGI • Ao nascimento: necessidade do aparelho gastrointestinal e renal para ter uma alimentação eficiente. Fisiologia Digestiva da Criança Fisiologia Digestiva da Criança • Mastigação: entre o 5° e o 7° mês de vida – 5° mês: bebê já consegue fechar os lábios sobre a colher retendo seu conteúdo. – 7° ao 12° mês: lateralização do alimento na direção da superfície dos dentes e em ambos os lados da boca – 10° e o 12° mês: movimentos mais complexos da mastigação rotatória. • Erupção dos dentes: a partir dos 6 meses: promovendo movimento mastigatório vai se tornando mais eficiente. – Aos 12 meses: 6 a 8 dentes. Aos 3 anos: 22 dentes. Fisiologia Digestiva da Criança • Paladar já está presente na vida intra-uterina – Responde positivamente a substâncias doces – Rejeição natural pelos sabores amargo e azedo – Pode rejeitar ou ser indiferente a preparações salgadas • Imaturidade renal • A partir dos 4 – 6 meses melhora a aceitação: aumento da concentração de sódio no leite materno associada a maturação renal. Aparelho Gastrointestinal • Capacidade gástrica do recém-nascido: 7ml • Final da 2ª semana de vida: aumenta 10x = 70 ml • Final do 1º ano: 170 a 200 ml. • Média: Após os 6 meses: 25-30ml/Kg de peso Aparelho Gastrointestinal • Esvaziamento gástrico: varia entre 1 a 3 horas – Leite humano: 2 horas – Leite artificial: 3 horas ou + • Fatores que influenciam: – Composição, concentração e o volume da refeição – Quanto maior a concentração de proteína, amido e gordura, maior é o tempo de esvaziamento gástrico. Aparelho Gastrointestinal • Regurgitação / Refluxo Gastroesofágico Fisiológico (RGE) – Retorno súbito e não precedido de esforço de pequena quantidade de conteúdo gástrico à boca. – Relacionado ao RGE fisiológico e ocorre com freqüência em lactentes nos primeiros 4 meses de vida, desaparecendo a partir do primeiro ano de vida – Pode piorar pelo aerofagia e fórmulas concentradas e hipervolumosas – Causas: relaxamento transitório do EEI e alteração da motilidade gástrica – Medidas: postura ereta da criança durante e imediatamente após a mamada + evitar pressão no abdômen + roupinhas apertadas Aparelho Gastrointestinal • Regurgitação / Refluxo gastroesofágico (DRGE) – Refluxo PATOLÓGICO: • IRRITABILIDADE • CHORO • RECUSA DO ALIMENTO • DISTÚRBIO DO SONO • Manifestações secundárias: – Faringite – Laringite – Otite – Sinusite – Traqueíte – Bronquite – Asma – Broncopneumonias – Perda de peso – Anemia Aparelho Gastrointestinal • Produção gástrica de HCl do recém-nascido até 6 meses é menor que a do adulto • Primeiras 24 horas de vida: pH de 5,5 a 7,0 – Resposta imatura a gastrina – Neutralização exercida pelo líquido amniótico • pH mais elevado: possibilita que proteínas importantes como imunoglobulinas, hormônios, enzimas atravessem a barreira gástrica intacta e não percam sua capacidade funcional Aparelho Gastrointestinal • Sistema de defesa gastrointestinal é imaturo no início da vida, apresentando os seguintes aspectos: – Reduzida acidez gástrica – Maior permeabilidade da membrana da mucosa • Mecônio: fezes de coloração escura, quase preta, bastante pegajosa e aderente. – Resíduos de secreção intestinal, bile, células em descamação, pêlos, substâncias ingeridas através do líquido amniótico. Digestão dos Nutrientes • Digestão de proteínas: > intestino delgado – Cerca de 80 a 90% do nitrogênio ingerido é absorvido. – 3 meses: o bebê tem a mesma capacidade de digerir caseína que o adulto. • Mesmo assim, deve-se evitar excesso de proteína na dieta do lactente devido ao risco de sobrecarga renal. Digestão dos Nutrientes • Carboidratos: > absorção no delgado proximal. – Amilase salivar está ativa no recém-nascido mas atuando pouco. – A amilase pancreática não é secretada antes dos três meses de vida e está presente em níveis baixos até o sexto mês de vida. • 1 ano = adulto. • A introdução de amido na dieta do lactente antes dos seis meses pode causar: cólicas, diarréia, má-absorção e comprometimento da função intestinal da criança. Alguns estudos: 10 a 25g de 1 a 5 meses. – Presença da glicoamilase: remove glicose do amido • A ação das dissacaridases está normal, não havendo problema na digestão de dissacarídeos. Digestão dos Nutrientes • Vida intrauterina: glicose é a principal fonte de energia. • Após o nascimento: gorduras se tornam importante fonte energética. – Lipases lingual e gástrica. • O pH mais elevado e o maior tempo de esvaziamento gástrico favorecem a ação destas enzimas. Absorção dos Nutrientes • Vitaminas e Minerais – Maior absorção de folato e vitamina B12 devido a presença de proteínas ligadoras – Maior absorção de Vitamina A pela presença de lipases no leite – Melhor absorção de ferre não heme, devido ao menor teor de cálcio (mais absorvível) no LH e maior teor de lactose e lactoferrina Desenvolvimento da Flora Início da alimentação: o organismo do lactente é rapidamente colonizado por microorganismos. • Leite materno: – Flora intestinal consiste em + (90%) Lactobacilus bífidus e < bactérias: Escherichia coli, Staphilococus e Clostridium. • Leite artificial: – +: Anaeróbicos facultativos e os Gram negativos: Enterobactérias, Bacteróides, Klebisiela e -: bífidobactérias. Cólicas Intestinais • 10 a 30% dos lactentes • Sinais: Choro intenso, irritabilidade sem causa aparente (bebês saudáveis e bem alimentados) • Período: – Final da tarde e ou à noite – Primeiras duas a três semanas até o final do 3º mês Cólicas Intestinais • Explicações prováveis: – Hipersensibilidade a constituintes da dieta: 12 a 15% dos casos • Leite de vaca / trigo / centeio / cevada / soja / amendoin – Excesso de gases – Imaturidade do trato gastrointestinal – Hipermotilidade intestinal – Fatores psicossociais – Problemas na interação pai/criança • Maior Tendência: – Consequências de adaptações do recém-nascido ao seu novo meio ambiente sendo, portanto, a etiologia multifatorial, incluindo aspectos relacionados ao próprio lactente, aos pais e ao meio ambiente. Função Hepática • Fígado: relativamente imaturo: algumas funções não estão totalmente desenvolvidas: – Menor síntese de ácidos biliares e circulação entero- hepática em desenvolvimento – Menor capacidade de conjugar a bilirrubina com o ácido glicurônico – Imaturidade na síntese dos fatores de coagulação (VII, X e provavelmente o V) Referências da Aula • ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E. M. A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2009. Capítulos 14, 15 e 17. • CARREIRO, D. M e CORREA, M. M. Mães saudáveis têm filhos saudáveis. São Paulo: Ed. Referência, 2010. • VITOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2008. 628p. – Capítulo 19, 20 e 21
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