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CHAMAMENTO AO PROCESSO

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CHAMAMENTO AO PROCESSO (FONTE: ESA OAB RS) O chamamento ao processo é criação do CPC/73 que foi reconduzido no NCPC/2015. Trata-se de direito do réu de chamar, para ingressar no polo passivo da demanda, os corresponsáveis por determinada obrigação.
 É faculdade processual do réu, que tem por fim a economia processual, visto que não seria necessário um novo processo de cognição exauriente para regular a corresponsabilidade. Claro que, assim entendendo, poderá o réu arcar sozinho com a obrigação e, posteriormente, ingressar com ação condenatória contra os corresponsáveis para cobrar o valor devido.
São três as possibilidades previstas no dispositivo: a primeira trata do chamamento do devedor principal, na demanda em que o fiador conste sozinho no polo passivo; a segunda hipótese é quando existem mais fiadores do que os que constam no polo passivo e a terceira possibilidade trata dos demais casos onde há responsabilidade solidária no pagamento de determinada obrigação. Caso, que pode exemplificar o inciso três, seria de demanda ajuizada apenas contra um dos sócios de uma sociedade em nome coletivo, que por sua natureza, prevê a responsabilidade ilimitada e solidária entre sócios. 
Tal intervenção de terceiro só é possível em processo de conhecimento e com pedido condenatório. O motivo está no fato de que haverá a construção de um título executivo, situação em que a ampla defesa e o contraditório precisam ser respeitados. O chamamento ao processo deve ser realizado pelo réu no ato da contestação, sob pena de preclusão. Se não realizar o pedido na contestação, em caso de sucumbência, terá que ajuizar nova ação contra os corresponsáveis. 
Citados os corresponsáveis tornar-se-ão parte na relação processual e estarão vinculados aos efeitos da coisa julgada. Forma-se, com a citação dos corresponsáveis, litisconsórcio passivo facultativo, que poderá ser unitário ou simples, se acordo com a divisibilidade do objeto. (DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito processual civil. Bahia: Editora Jus Podivm, 2009, p. 378, v. 1).
Sobre o prazo para a promoção da citação, necessário analisar qual o termo inicial e qual é o ato que está vinculado a este prazo. O prazo é peremptório e corre a partir do despacho do juiz que deferir a citação dos corresponsáveis. O prazo de 30 (trinta) dias, todavia, não é para a realização do ato em si, mas sim para que o réu implemente as condições necessárias a realização da citação, como pagamento de custas, cópias, endereços e etc. A parte não pode ser prejudicada, por certo, em virtude da demora do Poder Judiciário na realização de um determinado ato.
A sentença que julgar procedente a demanda condenará todos os réus, nos limites de suas responsabilidades. Embora o autor tenha ajuizado demanda contra um ou alguns réus, haverá a ampliação do polo passivo da demanda e assim poderá, ao final, exigir o crédito de qualquer um dos devedores. Serve o título executivo judicial para que o devedor que adimpliu a obrigação cobre a dívida do devedor principal ou dos corresponsáveis, de acordo com a sua responsabilidade.
 Tal conclusão retira-se do fato de que o Poder Judiciário terá que analisar cada responsabilidade e ao final, no dispositivo da sentença, terá que dispor sobre a responsabilidade de cada corréu.

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