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A2 de Processo e Procedimento Questões discursivas Cada uma das quatro questões possui como valor dois pontos e meio cada e se dividida em subitem cada subitem possuirá atribuição proporcial dos pontos Primeira Questão TEXTO 11 Não ações de consumo em que é apontada a responsabilidade solidária dos fornecedores pelos danos sofridos pelo consumidor, o litisconsórcio formado no polo passivo é facultativo. Por isso, a desistência da ação contra apenas um deles não depende da anuência dos demais réus. Com esse entendimento, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou provimento ao recurso especial ajuizado por uma empresa aérea, que defendeu a impossibilidade de homologação de desistência da ação em relação a um dos litisconsortes réus, sem que haja prévia anuência dos demais participantes do polo passivo. O autor ajuizou ação indenizatória por defeito na emissão de passagens aéreas com destino internacional e incluiu no polo passivo a companhia aérea e a agência de viagens. Depois de 1 <CONSULTOR JURÍDICO. Em ação de consumo, desistência não depende de aval de réu litisconsorte. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-dez-08/acao-consumo-desistencia-nao-depende-aval-litisconsorte. Acesso em: 20 mai. 2021.> várias tentativas de citação da agência, o autor desistiu de processá-la, para poder prosseguir com a ação. A companhia aérea apontou que extinção da ação em relação à empresa excluída da lide prejudica seu direito de defesa, porque não possui nenhuma relação material com o consumidor. Assim, a agência de viagens é a única capaz de trazer subsídios para definir o processo, uma vez que foi quem entabulou o contrato de prestação de serviços. Relatora, a ministra Nancy Andrighi apontou que a anuência de um litisconsorte para retirar o outro do polo passivo é desnecessária pelas especificidades das ações consumeristas. O litisconsórcio é facultativo, e o consumidor poderia inclusive escolher quem processar: companhia aérea, agência de viagens ou ambas. PERGUNTA: ANALISE EM 350 PALAVRAS SE A CONDUTA DA JULGADORA ESTÁ CORRETA: Resposta: Sim, a conduta da relatora está correta devido ao fato de que o litisconsórcio formado no polo passivo é facultativo e o recorrente poderia ajuizar a ação contra ambas as empresas (Companhia área e Agência de Viagens). Sendo assim, por ser facultativo, poderá ter anuência da ação visto que o recorrente tinha como escolher quem processar. Dessa forma, apesar de já ter sido ajuizado a ação, a partir do momento que a citação do réu (Agência de Viagens) não aconteceu, o recorrente poderá desistir da ação contra a Agência de Viagens e permanecer somente com a ação contra a Companhia Área. Além disso, a desistência da ação contra somente um deles não depende da anuência dos réus. Por outro lado, o artigo 88 tipificado no Código de Defesa do Consumidor prevê que a pretensão de regresso poderá ocorrer por parte do fornecedor de devedor solidário para que possa ser exercida pelo réu em processo autônomo. Ou seja, se a Companhia Área for condenada solitariamente a pagar indenização ao consumidor, poderá ajuizar uma ação de regresso (artigo 934 do Código de Processo Civil) contra a Agência de Viagens para cobrar os prejuízos. Além disso, a desistência do autor da ação não prejudica de forma nenhuma essa possibilidade, previsto no artigo 283 do Código Civil. Apesar de que, em regra, o devedor possa requerer a intervenção dos demais coobrigados solidários na lide em que configuram isoladamente como réu, por meio do chamamento do processo, sendo assim, essa intervenção é facultativa e seu não exercício não irá impedir o direito de regresso. Contudo, a conduta da julgadora está correta visto que há possibilidade do autor da ação escolher quem processar. E dessa forma, o réu que permanece solidariamente no processo (Companhia Área), após a condenação poderá entrar depois com uma ação de regresso contra o réu que foi retirado do processo (Agência de Viagens). Vale destacar, que essas hipóteses não atrapalha o andamento do processo. Segunda Questão TEXTO 2 Para a existência do litisconsórcio é irrelevante a postura no processo dos sujeitos que litigam no mesmo polo, sendo admissível, inclusive, que sejam adversários entre si na demanda judicial. Registre-se a corrente doutrinária que faz distinção entre litisconsórcio - multiplicidade de sujeitos com certa afinidade de interesses - e cumulação subjetiva - , multiplicidade de sujeitos com interesses contrapostos. Prefiro, entretanto, o entendimento de que, havendo a possibilidade de a decisão ser diferente para os litisconsortes - litisconsórcio simples -, não deixará de existir um litisconsórcio na hipótese de os litisconsortes terem interesses conflitantes. Basta imaginar o litisconsórcio passivo formado em ação de consignação de pagamento em razão de dúvida a respeito de quem é o credor da dívida. NEVES, D. A. A. Manual de direito processual civil: Volume único. 13. ed. Salvador: JusPodivm, 2021. p. 315-316. PERGUNTA DA SEGUNDA QUESTAO Com bases nos textos acima e nos temas estudados em sala, discorra [com 350 palavras] sobre a classificação litisconsorcial: Quanto ao polo; quanto ao momento em que o litisconsórcio se verifica ou quanto ao tempo de sua formação; quanto à obrigatoriedade da sua formação e quanto ao regime, eficácia ou alcance dos efeitos. Resposta: O Litisconsórcio é a pluralidade das partes, que ocorre na mesma lide. Ou seja, quando uma ou mais pessoas, na parte ativa ou passiva, dividem o mesmo lado ou lado oposto no processo, previsto no artigo 113 do Código de Processo Civil. Dessa forma, vão ajuizar a ação juntas visando o mesmo objetivo. As partes do processo, quando estão em litisconsórcio são denominadas como litisconsortes. Ademais, existem quatro critérios classificatórios referentes a litisconsórcio, são eles: Quanto ao polo, podendo ser dividido em polo ativo, que é quando acontece de ter mais de um autor. Polo passivo que é quando acontece de ter mais de um réu. E por fim, temos o polo misto que é quando acontece ambos os polos. Temos também o litisconsórcio quanto à obrigatoriedade de sua formação ou poder aglutinador, podendo ser dividido em facultativo e não obrigatória, que como o próprio nome já diz não é obrigatória e ocorre quando há a opção de formar ou não a ação. Em via de regra, essa hipótese incumbe ao autor da ação, pois é ele que apresenta a lide, dessa forma cabe a ele formar ou não a ação. Além disso, quanto à obrigatoriedade temos também o critério necessário ou obrigatório, que é quando por disposição da natureza de relação jurídica e por lei, o juiz tiver que decidir a lide de modo semelhante para todas as partes, caso em que a eficácia da sentença depende da citação de todos os litisconsortes do processo. Ademais, o litisconsórcio apresenta critério classificatório quanto ao regime, eficácia ou alcance dos efeitos, que podem ser divididos em Simples, que é quando a decisão judicial sobre o mérito pode ser diferente para os outros litisconsortes. Na realidade, nada impede que a decisão seja igual, mas a partir do momento que a decisão é diferente, acontece o litisconsórcio simples, previsto no artigo 117 do Código de Processo Civil. Já no litisconsórcio especial ou unitário, é quando a decisão do juiz necessariamente será igual para todos os envolvidos em função da natureza de relação jurídica que não pode ser cindida, como ocorre por exemplo na anulatória de casamento, onde qualquer decisão tomada dirá sempre respeito a ambas as partes. E por fim, temos o critério quanto ao momento em que o litisconsórcio se verifica ou quanto ao tempo de sua formação, podendo ser dividido em Originário ou Inicial, que tem como regra geral a formaçãodesde o início da ação. Já o Superveniente ou ulterior, é quando é formado em momento posterior ao início da ação. Ou seja, é quando não tem litisconsórcio e no decorrer do processo surge o litisconsórcio. Terceira Questão Texto 3 DIREITO PROCESSUAL CIVIL – DIREITO CONSTITUCIONAL – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PERDA DO OBJETO DA AÇÃO – INOVAÇÃO RECURSAL – PRECLUSÃO – PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JUSTIÇA – JURISDIÇÃO CONDICIONADA OU INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA DE CURSO FORÇADO – As partes acordaram, em contrato, que a ora Embargada não acionaria o Judiciário com ação referente ao bem objeto do contrato. Porém, esse fato foi apresentado em Embargos de Declaração e não na fase de conhecimento, o que caracteriza inovação recursal. Logo, está preclusa a discussão de tal matéria por não ser mais o momento oportuno para isso – Porém, apesar da cláusula contratual firmada por ambas as partes, a ora Embargada não está impedida de acionar o Judiciário. Seria inconstitucional negar tal direito à parte, visto que o Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição é elemento essencial para a efetiva tutela jurisdicional e para o bom andamento processual. – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS (TJ-AM – EMBDECCV: 00003227620168040000 AM 0000322- 76.2016.8.04.0000, Relator: Aristóteles Lima Thury, Data de Julgamento: 11/11/2019, Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: 13/11/2019) ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. ENSINO. HABEAS DATA. PROVA DA INJUSTA RECUSA DE INFORMAÇÕES. INEXISTÊNCIA. INDEFERIMENTO DA INICIAL. POSSIBILIDADE. (...) 2. Na espécie, o Habeas Data foi manejado ao fundamento de que o Presidente do INEP não forneceu as informações sobre o ENEM solicitadas pelo autor, não tendo sido comprovado nos autos, no entanto, a recusa do Requerido na entrega desses dados, havendo a sentença, nessa circunstância, adequadamente indeferido a inicial. (TRF-1 – AC: 00110655320124013800, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL KASSIO NUNES MARQUES, Data de Julgamento: 26/06/2017, SEXTA TURMA, Data de Publicação: 14/07/2017) PERGUNTA-SE: Em conformidade com os julgados acima apresentados, faça uma dissertação expositiva, em até 15 (quinze) linhas, com base nos seguintes pontos: I - Houve violação a algum (uns) princípios do processo civil? No primeiro julgado, o negócio jurídico poderia afastar a possibilidade de a parte lesada provocar o Poder Judiciário? Resposta: No caso em tela, podemos afirmar que houve a violação do princípio da dialeticidade recursal visto que a recorrente deixou de impugnar as razões para serem lançadas na decisão. Dessa forma, a partir do momento que a recorrente deixa de impugnar os motivos para aquele processo, esse apelo não será reconhecido. Além disso, vale destacar que não há presença de omissão, obscuridade ou qualquer outro vício. Sendo assim, é correto afirmar que cabe à recorrente o dever de atacar os pontos que deseja ver reformados na sentença, sob pena de afronta tipificado no artigo 1.010, II e III do Código de Processo Civil. Contudo, o negócio jurídico não afasta a possibilidade de a parte lesada provocar o judiciário, visto que essa possibilidade está prevista no princípio da Inafastabilidade de Jurisdição (artigo 5° inciso XXXV, da Constituição Federal), que tem como objetivo resguardar o direito à justiça. Esse dispositivo tem como finalidade estabelecer que a “lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito”. II - No segundo julgado (TRF-1), o impedimento de acionar o Poder Judiciário é legítimo/legal? III - Na decisão do TRF-1, qual a condição da ação estava ausente e serviu de fundamento para o indeferimento da peça inicial? DICA: Atente-se aos termos em negrito. As questões tratam sobre os seguintes temas: Jurisdição, Ação e Princípios do Processo Civil. Resposta: Segundo o artigo 5°, inciso XXXIII da Constituição Federal, é direito de qualquer cidadão solicitar informações ao governo, mesmo que de uso privado. Sendo assim, vale destacar que é direito de qualquer pessoa de acionar o Poder Judiciário, visto que o princípio da Inafastabilidade da Jurisdição, resguarda o direito de acesso à justiça. Entretanto, segundo a Apelação Cível (AC) 00110655320124013800 interpretado pela jurisprudência do TRF-1, na espécie do Habeas Data foi dirigido ao fundamento do Presidente do INEP não fornecer as informações solicitadas referentes ao ENEM para o autor da ação e não sendo comprovado nos autos, no entanto, a recusa do recorrido na entrega desses dados, havendo a sentença, nessa circunstância, indeferida a inicial. Contudo, a comprovação dos fatos não ocorreu fazendo com que a sentença fosse indeferida a inicial. É necessário a comprovação dos fatos e da falta de recusa, como o autor não comprovou a falta da recusa, o processo é indeferido a inicial. Quarta Questão Indique a competência para ajuizamento das ações, levando- se em consideração que as causas possuem todas valor de no mínimo cem mil reais: 1.Ação movida em face de uma Instituição bancária para questionar cobrança de juros abusivos, sendo certo que o banco tem sede em SP e o cliente, microempresa cadastrada no simples, tem sede em Niterói? Resposta: Compete a Justiça Comum Estadual o processo e julgamento da Instituição Bancária. Sobre o caso em tela, podemos afirmar que a competência é de natureza relativa territorial. Além disso, vale destacar que a ação será julgada na sede da Instituição Bancária, hipótese prevista no artigo 53, inciso III, alínea a do Código de Processo Civil. 2.Ação do mesmo banco, que tem filial em São Conrado, contra um piquete que funcionários grevistas estão planejando para o próximo dia 25 de março de 2021. Resposta: No caso em tela, o foro competente para ajuizar a ação é a Justiça do Trabalho, visto que são funcionários da sociedade empresária requerendo a justiça para resolver questões trabalhistas. Vale destacar que o local que será julgado será da sede da serventia notarial ou de registro, para uma ação de reparação de dano ou razão de ofício, previsto no artigo 53, inciso III, alínea f do Código de Processo Civil. 3.Ação para indenizar-se de prejuízos havidos após um abalroamento de embarcações fluminenses na Baía de Guanabara, na proximidade da Praça Mauá. O autor e o réu são pessoas jurídicas que aqui (na Capital) possuem sede. Resposta: Segundo o artigo 53, inciso III do Código de Processo Civil, a ação será ajuizada no local de domicílio do autor e local do fato, para os casos de ação de reparação do dano sofrido em razão de delito ou em casos de acidente, inclusive aeronaves. Vale destacar que o foro competente para julgar essa ação é a Justiça Estadual. 4.Pedido de restituição de diretor que viu um quadro de família ser arrecadado para a massa falida após ter sido declarada a falência da sociedade empresarial que o diretor trabalhava. Empresa da área de informática, com sede no Centro do Rio de Janeiro. Resposta: A ação será ajuizada em regra no foro de domicílio do réu, tipificado no artigo 46 do Código de Processo Civil. Além disso, vale mencionar que se o réu apresentar mais de um domicílio, o réu irá ser demandado no foro de qualquer um. E não sendo reconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no domicílio do réu. Na hipótese do réu não ter domicílio ou residência no Brasil, a ação irá ser proposta no foro de domicílio do autor, e, se este morar também fora do Brasil, a ação irá ser proposta em qualquer foro. Contudo, a ação compete a Justiça do Trabalho julgar, pois se trata de uma questão trabalhista, visto que o autor trabalhava na sociedade empresária que está ajuizando a ação. 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