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inventario e partilhas de bens

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Inventário é um documento contabilístico que consiste em uma relação de bens que pertencem a uma pessoa, entidade ou comunidade. Dentro de uma empresa, a realização de um inventário é feita para que seja possível obter um balanço real.
Entenda o que é inventário, como fazer e para que serve
Inventário é um documento contabilístico que consiste em uma relação de bens que pertencem a uma pessoa, entidade ou comunidade. O inventário é a forma de oficializar a divisão e a transferência dos bens aos herdeiros. Serve para garantir os direitos daqueles que são herdeiros, no caso de não haver testamento, e pode ser judicial ou extrajudicial.
O que é inventário judicial e extrajudicial
O inventário judicial deve acontecer sempre que os herdeiros não estejam de comum acordo com a partilha dos bens, sempre que haja herdeiros menores ou incapazes.
O inventário extrajudicial é o inventário feito em cartório, quando não há testamento, herdeiros menores ou herdeiros incapazes e quando todos estão de acordo com a partilha de bens.
Prazos e funcionamento
O prazo para abertura do inventário é de 60 dias, no caso de inventário judicial, para o caso extrajudicial o prazo é de entrega da declaração de ITCMD, caso o prazo não seja cumprido existe multa, com valores especificados na forma da lei.
Se você está em dúvidas sobre o que é inventário e precisa realizar, com toda certeza, o melhor caminho é o inventário extrajudicial, de forma amigável, pois não é desgastante emocionalmente, além de ser mais rápido e mais barato. A contratação de um advogado especializado em Direito de Família, é obrigatória e indispensável, seja qual for o procedimento, judicial ou extrajudicial.
Para a realização do inventário, o primeiro passo é realizar a reunião com os herdeiros, todos devem saber o que é inventário e sua finalidade, de forma bem amigável e, em comum acordo, escolher o advogado que representará a família. Não tome decisões ou realize reuniões sem a presença do profissional. Assim reduz-se a possibilidade de brigas e desavenças e todos os direitos serão preservados.
O próximo passo é verificar a existência ou não de testamento, independente de qual é o procedimento de inventário, se judicial ou extrajudicial. Na sequência, juntamente com o advogado, verificam-se os bens, os direitos e as dívidas deixadas pela pessoa que faleceu. Para, se for o caso, levantar documentos como as matrículas de imóveis, os documentos de carros, os contratos de financiamento, os documentos pessoais dos herdeiros, entre outros. Também é necessário fazer a avaliação dos bens e regularizar documentos, se necessário.
Procede-se, então, para a escolha do cartório em que será lavrada a escritura de inventário, no caso extrajudicial isso não é uma preocupação, pois os preços são iguais em todos os cartórios e o resultado sempre será o mesmo. Normalmente, é indicado pelo advogado que já conhece e lida com a rotina dos profissionais de determinado cartório ou pode ser escolhido em função da proximidade com a residência dos herdeiros.
 
Escolhe-se, por fim, o inventariante que será o porta-voz da família, terá de ir ao fórum e sempre conversar com o advogado. Não existem regras legais para esta escolha.
O que é um Inventário:
Inventário é um documento contabilístico que consiste em uma relação de bens que pertencem a uma pessoa, entidade ou comunidade.
Dentro de uma empresa, a realização de um inventário é feita para que seja possível obter um balanço real.
Em muitos países a administração pública instituiu a obrigatoriedade do inventário, já que é uma prática importante na gestão de empresas, porque ajuda a definir os seus resultados, facilitando a administração fiscal. De acordo com a legislação, o resultado do inventário deve ficar devidamente registrado.
No contexto empresarial, muitas vezes o inventário é feito com o objetivo determinar a liquidez da empresa, em caso de separação dos seus sócios.
O inventário é um método de registro que permite saber em qualquer momento o estoque existente, ou seja, os materiais existentes em armazém ou almoxarifado. Este método possibilita determinar os lucros e perdas de um determinado negócio.
Inventário e partilha
No ramo do direito, quando ocorre o óbito de uma pessoa, é feito o seu inventário e consequente partilha dos eventuais bens entre os indivíduos que se qualificam, ou seja, os herdeiros.
Nestes casos o inventário pode ser feito de forma judicial ou extrajudicial.
O inventário extrajudicial é mais rápido, sendo feito através de uma escritura pública em um cartório.
Por outro lado, o inventário judicial, conforme o próprio nome indica, é feito com a supervisão de um juiz. Ocorre quando não há acordo entre os herdeiros na partilha, quando os herdeiros são menores ou quando a pessoa falecida expressou a sua vontade através de um testamento.
Inventário florestal
O inventário florestal consiste em um registro, rol ou relação das espécies vegetais de um determinado lugar.
Normalmente este documento apresenta dados geográficos e botânicos como altitude, localização, declive do terreno, cobertura vegetal, localização das espécies existentes, natureza do substrato, etc.
A partilha é a divisão do acervo entre os sucessores do falecido após o inventário, sendo assim cada herdeiro através da partilha recebe a sua parte da herança. ... Os bens que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou na parte de um só herdeiro, serão judicialmente vendidos sendo partilhado o valor apurado.
O casamento é a construção de uma nova vida à dois. Aquisição de imóveis, carros, bens e demais investimentos financeiros fazem parte da relação da maioria dos casais que deseja crescer ao compartilhar experiências e carinho. Porém, quando a união se dissolve, é de extrema importância saber como funciona a partilha de bens após a separação, para que a divisão seja a mais justa e correta possível.
O cuidado e a atenção na partilha de bens após a separação é essencial para vencer uma etapa complicada da vida como o divórcio sem maiores desgastes ou decepções. O final de uma relação não presume falta de respeito ou de consideração mútua: a partilha de bens, em geral estabelecida em acordos pré-nupciais, é uma ferramenta importante para que nenhuma das partes seja prejudicada.
Para que você entenda como funciona a partilha de bens após a separação no Brasil, elaboramos esse post que esclarece os principais pontos sobre a questão. Quando realizada de modo correto, a partilha de bens após a separação garante que, apesar do divórcio, ambos consigam recomeçar a vida e continuar em busca da felicidade. Confira!
Entenda como funciona a partilha de bens após a separação no Brasil.
Como funciona a partilha de bens após a separação no Brasil
O regime de bens mais comum no Brasil é a comunhão parcial de bens. Ou seja, no caso de uma separação, apenas os bens adquiridos após a oficialização da união entram na partilha.
Esse regime vigora, inclusive, quando não existe manifestação do casal através de um contrato pré-nupcial. Se quando você casou não foi estabelecido um contrato de casamento, é muito provável que seu caso se enquadre na comunhão parcial de bens. É o que diz o art. 1.640 do Código Civil: Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Há também um outro regime de bens fixado em lei, para o casamento de pessoas maiores de 70 anos. É o regime da separação obrigatória ou separação legal de bens. Este regime não é alterável por pacto antenupcial. É o único que é obrigatório.
A assinatura de um contrato pré-nupcial colabora para que a partilha de bens após a separação seja mais tranquila.
Em todos os outros casos, é possível a realização de um acordo pré-nupcial, e existem outras 3 opções de partilha de bens após a separação, além da possibilidade de regimes mistos:
Comunhão universal de bens: significa que todos os bens atuais e futuros de ambos os cônjuges serão comuns ao casal.Ou seja: ao realizar um acordo pré-nupcial com regime de comunhão universal de bens, você dividirá tudo que já possui até então, somado ao que for adquirido pelo casal após a união, inclusive dívidas.
Separação total de bens: significa que todos os bens do casal serão sempre uma propriedade individual, independentemente da situação em que a união se encontra. Ou seja: ao realizar um acordo com regime de separação total de bens, tudo que for adquirido por cada um dos cônjuges não será dividido em uma eventual separação, a não ser que esteja registrado no nome de ambos.
Participação final nos aquestos: um regime misto. Durante o casamento funciona como uma separação de bens. Quando ocorrer a ruptura, faz-se uma espécie de balanço do que foi adquirido onerosamente pelo casal, e divide-se pela metade. Este regime não é nem um pouco comum. Pela dificuldade de implementação, e pela necessidade de se realizar um cálculo contábil ao final da relação (o que aumentaria seu custo), praticamente nunca é utilizado. São raríssimos os casos registrados. Normalmente as dúvidas que podem perturbar o casal são solucionadas mais facilmente pelos demais regimes de bens.
O regime de bens pode ser modificado depois do casamento?
Pode. Porém, é importante destacar que para alterar o regime de bens durante a vigência do casamento, com eventual partilha, é necessário entrar com um processo, a pedido de ambos os cônjuges, justificando o interesse em tal medida.
O divórcio pode ser homologado sem que haja um acordo de partilha de bens?
Sim. O artigo 1581 do código civil brasileiro diz que “O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens”. É possível transferir a partilha para um outro momento do processo de separação. Porém, até que seja definida a ação de partilha de bens após a separação, ambos os cônjuges devem prestar contas sobre os bens dos quais tem a posse.
E as dívidas contraídas durante o casamento?
Na comunhão universal de bens, se as dívidas adquiridas forem relacionadas à família, os encargos devem ser compartilhados desde que sejam comprovados.
Gostou do post? Este artigo foi escrito com orientações de Larissa Franzoni, Advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, inscrita na OAB/SC sob o nº 22.996. Caso tenhas alguma dúvida com relação ao assunto abordado, fique à vontade para escrever um e-mail: larissa@franzoni.adv.br.
LEMBRE-SE: este post tem finalidade apenas informativa. Não substitui uma consulta a um profissional. Converse com seu advogado e veja detalhadamente tudo que é necessário para o seu caso específico.
O casamento é a construção de uma nova vida à dois. Aquisição de imóveis, carros, bens e demais investimentos financeiros fazem parte da relação da maioria dos casais que deseja crescer ao compartilhar experiências e carinho. Porém, quando a união se dissolve, é de extrema importância saber como funciona a partilha de bens após a separação, para que a divisão seja a mais justa e correta possível.
O cuidado e a atenção na partilha de bens após a separação é essencial para vencer uma etapa complicada da vida como o divórcio sem maiores desgastes ou decepções. O final de uma relação não presume falta de respeito ou de consideração mútua: a partilha de bens, em geral estabelecida em acordos pré-nupciais, é uma ferramenta importante para que nenhuma das partes seja prejudicada.
Para que você entenda como funciona a partilha de bens após a separação no Brasil, elaboramos esse post que esclarece os principais pontos sobre a questão. Quando realizada de modo correto, a partilha de bens após a separação garante que, apesar do divórcio, ambos consigam recomeçar a vida e continuar em busca da felicidade. Confira!
Partilha de bens após a separação
Entenda como funciona a partilha de bens após a separação no Brasil.
Como funciona a partilha de bens após a separação no Brasil
O regime de bens mais comum no Brasil é a comunhão parcial de bens. Ou seja, no caso de uma separação, apenas os bens adquiridos após a oficialização da união entram na partilha.
Esse regime vigora, inclusive, quando não existe manifestação do casal através de um contrato pré-nupcial. Se quando você casou não foi estabelecido um contrato de casamento, é muito provável que seu caso se enquadre na comunhão parcial de bens. É o que diz o art. 1.640 do Código Civil: Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Há também um outro regime de bens fixado em lei, para o casamento de pessoas maiores de 70 anos. É o regime da separação obrigatória ou separação legal de bens. Este regime não é alterável por pacto antenupcial. É o único que é obrigatório.
Partilha de bens após a separação
A assinatura de um contrato pré-nupcial colabora para que a partilha de bens após a separação seja mais tranquila.
Em todos os outros casos, é possível a realização de um acordo pré-nupcial, e existem outras 3 opções de partilha de bens após a separação, além da possibilidade de regimes mistos:
Comunhão universal de bens: significa que todos os bens atuais e futuros de ambos os cônjuges serão comuns ao casal. Ou seja: ao realizar um acordo pré-nupcial com regime de comunhão universal de bens, você dividirá tudo que já possui até então, somado ao que for adquirido pelo casal após a união, inclusive dívidas.
Separação total de bens: significa que todos os bens do casal serão sempre uma propriedade individual, independentemente da situação em que a união se encontra. Ou seja: ao realizar um acordo com regime de separação total de bens, tudo que for adquirido por cada um dos cônjuges não será dividido em uma eventual separação, a não ser que esteja registrado no nome de ambos.
Participação final nos aquestos: um regime misto. Durante o casamento funciona como uma separação de bens. Quando ocorrer a ruptura, faz-se uma espécie de balanço do que foi adquirido onerosamente pelo casal, e divide-se pela metade. Este regime não é nem um pouco comum. Pela dificuldade de implementação, e pela necessidade de se realizar um cálculo contábil ao final da relação (o que aumentaria seu custo), praticamente nunca é utilizado. São raríssimos os casos registrados. Normalmente as dúvidas que podem perturbar o casal são solucionadas mais facilmente pelos demais regimes de bens.
O regime de bens pode ser modificado depois do casamento?
Pode. Porém, é importante destacar que para alterar o regime de bens durante a vigência do casamento, com eventual partilha, é necessário entrar com um processo, a pedido de ambos os cônjuges, justificando o interesse em tal medida.
O divórcio pode ser homologado sem que haja um acordo de partilha de bens?
Sim. O artigo 1581 do código civil brasileiro diz que “O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens”. É possível transferir a partilha para um outro momento do processo de separação. Porém, até que seja definida a ação de partilha de bens após a separação, ambos os cônjuges devem prestar contas sobre os bens dos quais tem a posse.
E as dívidas contraídas durante o casamento?
Na comunhão universal de bens, se as dívidas adquiridas forem relacionadas à família, os encargos devem ser compartilhados desde que sejam comprovados.
Gostou do post? Este artigo foi escrito com orientações de Larissa Franzoni, Advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, inscrita na OAB/SC sob o nº 22.996. Caso tenhas alguma dúvida com relação ao assunto abordado, fique à vontade para escrever um e-mail: larissa@franzoni.adv.br.
LEMBRE-SE: este post tem finalidade apenas informativa. Não substitui uma consulta a um profissional. Converse com seu advogado e veja detalhadamente tudo que é necessário para o seu caso específico.
PARTILHA - INVENTÁRIO
A partilha é a divisão do acervo entre os sucessores do falecido após o inventário, sendo assim cada herdeiro através da partilha recebe a sua parte da herança.
DIREITO À PARTILHA
O herdeiro pode sempre requerera partilha, mesmo que o testador o proíba, cabendo igual direito aos seus cessionários e credores.
O testador pode indicar os bens e valores que devem compor as partes hereditárias, deliberando ele próprio a partilha, a não ser que o valor dos bens não correspondam às partes estabelecidas.
ESPÉCIES DE PARTILHA
A partilha pode ser:
- Partilha Amigável: sendo os herdeiros capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.
- Partilha Judicial: será sempre judicial a partilha se os herdeiros não entrarem em acordo e se houver algum herdeiro incapaz. Na partilha deverão ser observados os bens quanto ao seu valor, natureza e qualidade; para que haja a maior igualdade possível.
- Partilha em vida: é válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos (doação) ou de última vontade (testamento), contanto que não prejudique a parte legítima dos herdeiros necessários.
BENS INSUSCETÍVEIS DE DIVISÃO
Os bens que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou na parte de um só herdeiro, serão judicialmente vendidos sendo partilhado o valor apurado.
Não se fará a venda judicial se o cônjuge sobrevivente ou um ou mais herdeiros requererem o bem, repondo aos outros herdeiros o valor em dinheiro do bem após avaliação atualizada do mesmo.
FRUTOS, DESPESAS E DANOS
Os herdeiros em posse dos bens da herança, o cônjuge sobrevivente e o inventariante são obrigados a trazer ao acervo hereditário os frutos que perceberam desde a abertura da sucessão; têm direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que fizeram e respondem por dano que por dolo ou culpa tenham causado.
SOBREPARTILHA
Sobrepartilha é uma nova partilha dos bens que por algum motivo não foram partilhados no processo de inventário.
Ficam sujeitos a sobrepartilha:
· Os sonegados: bens ocultados (dolosa ou culposa) que deveriam ser relacionados em inventário ou levados à colação(conferência).
· Da herança que se descobrirem depois da partilha.
· Litigiosos ou de liquidação difícil.
· Situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário.
FORMAL DE PARTILHA
Sendo a sentença de partilha julgada, cada herdeiro receberá um documento (formal de partilha), constando:
· Termo de inventariante e título de herdeiros;
· Avaliação dos bens que constituirão a parte herdada;
· Pagamento da parte hereditária;
· Quitação dos impostos;
· Sentença.
GARANTIA DOS QUINHÕES HEREDITÁRIOS
A herança se mantém indivisível até o julgamento da partilha. Após o julgamento o direito de cada herdeiro fica limitado a sua parte da herança.
ANULAÇÃO DA PARTILHA
Após feita e julgada a partilha, somente poderá ser anulada por vícios e defeitos (quando contém erro) que invalidam em geral os negócios jurídicos.
Esse direito de anular se extingue em um ano.
Base: Código Civil - artigos 2.013 a 2.027.
Brasília – Enfrentar a burocracia para distribuir a herança de uma pessoa falecida não é uma tarefa agradável, ainda mais num momento em que os familiares passam pelo sofrimento da perda do ente querido. Mas é uma providência que não pode ser evitada quando existem bens a serem divididos entre herdeiros.
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De acordo com o Código Civil, o processo de transferência do espólio – que é o conjunto de bens e direitos do falecido, como imóveis, ações, planos de previdência e aplicações financeiras – deve ser legalizado pelo inventário, processo que precisa ser iniciado em até 60 dias após o óbito. A perda do prazo acarreta multa de 20% sobre o valor da herança e 1% a mais por mês de atraso. É bom notar que os herdeiros também respondem pelas dívidas relacionadas à herança.
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A primeira providência é contratar um advogado para orientar todo o processo, e escolher um cartório de notas no qual as operações serão registradas. A contratação do advogado é obrigatória e pode ser feita em comum ou individualmente pelos herdeiros. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tabela o serviço, de um modo geral, em até 6% do valor da herança, mas o custo pode ser negociado com os profissionais da área.
Para abrir o inventário, é necessário, primeiro, verificar se o falecido deixou um testamento, documento pelo qual uma pessoa pode determinar, livremente, a destinação de metade de seus bens, após sua morte. Os outros 50%, de acordo com a lei, devem necessariamente ser distribuídos entre os herdeiros legais – filhos, cônjuge ou companheiro, netos, pais, avós e, no caso de a pessoa não ter descendentes, os parentes colaterais, como irmãos, primos e tios. Se não houver herdeiros, os bens ficam para a União.
O advogado Leonel Affonso Júnior, sócio da área de contencioso do escritório Demarest Advogados, explica que, no Brasil, as normas que dizem respeito à sucessão são de ordem pública. “Aqui não se pode dizer que o filho não é herdeiro e o Estado diz como o processo vai avançar.”
Definidos o advogado, o cartório e verificada a existência ou não de testamento, é chegada a hora de se fazer a partilha. No caso de todos os herdeiros serem maiores de 18 anos, capazes, e estarem de acordo quanto à divisão dos bens e não existirem dividas tributárias, o inventário pode ser feito de maneira extrajudicial no cartório de notas da cidade onde morava o falecido.
A advogada de família e sucessões do escritório Braga, Nascimento e Zílio Advogados Associados, Priscila Verdasca, diz que o processo extrajudicial costuma ter custo mais elevado e não permite parcelamento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), cobrado nesses casos. A Constituição Federal define que o tributo pode ser de até 8%, mas o percentual varia de acordo com a legislação de cada estado.
“No processo judicial, pode-se dividir o tributo em até 12 vezes, mas, enquanto o parcelamento não termina, não se encerra o inventário. No outro caso, é mais rápido, mas o imposto deve ser pago de uma só vez”, alerta Priscila. Ela explica que, mesmo existindo um inventário judicial em andamento, os herdeiros podem decidir, a qualquer momento, fazer a partilha de bens de maneira extrajudicial.
LEGISLAÇÃO Leonel Affonso Júnior afirma que, se não houver litígios entre herdeiros nem dívidas e se todas as certidões e documentos estiverem em ordem, o processo pode ser concluído em até seis meses. “Mas há inventários que levam até 10 anos, como num caso em que, só depois de aberto, descobriu-se que o morto tinha outra família em Portugal”, revela.
O processo pode esbarrar, porém, em detalhes das legislações próprias de cada cidade ou estado. Em São Paulo, o preço dos imóveis, para cálculo do imposto de transmissão, passou a ser atualizado, a partir de 2009, por um valor de referência superior ao chamado valor venal, que era normalmente utilizado. “Houve um caso em que o falecimento ocorreu antes da mudança, e todos os cálculos foram feitos pelo valor venal. Na hora do recolhimento do imposto, a Secretaria da Fazenda quis refazer as contas e o caso foi parar na Justiça. Os herdeiros ganharam em duas instâncias, mas o governo estadual recorreu e o processo está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Até agora, os irmãos não puderam usufruir dos bens”, conta Priscila Verdasca. 
Impostos acima da média global
No Brasil, o governo estadual leva em média 4% do patrimônio de um indivíduo que deixa herança, bem acima da média global, de 1,9%. Índia, China e Rússia não cobram nenhum imposto, enquanto no Uruguai a tributação é de 3% e no México, de 2%. Os dados fazem parte da pesquisa da consultoria internacional UHY. Nos Estados Unidos, os 40% de imposto federal sobre a propriedade só se aplicam a imóveis com valor maior do que US$ 5,3 milhões.
TRÂMITES PARA RECEBER O PATRIMÔNIO
Com o inventário em mãos, é preciso fazer a transferência dos bens para os novos donos. O herdeiro tem até 180 dias para pagar o Impostode Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) e transferir o bem para seu nome. No caso de imóveis urbanos, é preciso apresentar a escritura do inventário e o comprovante de pagamento do imposto ao cartório de registros de imóveis.
Quando se trata de propriedades rurais, exigem-se ainda uma certidão de ônus, cópia autenticada dos carnês do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) dos últimos 5 anos e o certificado de cadastro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Se o bem herdado é um carro ou outro veículo, é preciso apresentar a escritura de inventário ao Detran. Caso a herança seja uma empresa ou parte em uma sociedade, é preciso apresentar o documento à Junta Comercial, ao cartório de registro civil de pessoas jurídicas e ao banco, se houver dinheiro em conta bancária.
Para reduzir despesas e facilitar a distribuição de bens, o advogado Leonel Affonso recomenda que as pessoas dividam o patrimônio ainda em vida, por doação, mas reservando-se o direito de usufruir dos bens enquanto estiverem vivas. A advogada Priscila Verdasco observa que é preciso respeitar os 50% do patrimônio disponível e fazer uma escritura com “adiantamento da legítima”, ou seja, da metade que cabe por lei aos herdeiros. Além disso, não há como escapar ao pagamento do imposto que também é cobrado quando se fazem doações.
FIQUE POR DENTRO
Algumas dicas de como proceder para iniciar a distribuição da herança
- O processo de transferência do espólio, como imóveis, ações, planos de previdência, aplicações financeiras etc., precisa ser iniciado em até 60 dias após o óbito
- Se perder esse prazo de 60 dias, há multa de 20% sobre o valor da herança e 1% a mais por mês de atraso
- É obrigatório contratar um advogado para orientar todo o processo. A OAB tabela o serviço, em geral, em até 6% do valor da herança
- É preciso escolher um cartório de notas no qual as operações serão registradas
- Verificar se o falecido deixou testamento destinando metade dos seus bens. Os outros 50% da herança, por lei, devem ser distribuídos entre os herdeiros legais. Caso não haja herdeiros, os bens ficam para a UniãoContinua depois da publicidade
- Se os herdeiros forem maiores de 18 anos, capazes, e estiverem de acordo quanto à divisão da herança e não existir dívida tributária, o inventário pode ser feito extrajudicialmente em um cartório de notas do município onde morava o falecido
- No processo extrajudicial, não é permitido o parcelamento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que pode ser de até 8%, segundo a Constituição Federal
- Se não houver litígios entre herdeiros nem dívidas e se os documentos estiverem em ordem, o processo pode ser concluído em até seis meses

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