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Jurisdição Teoria Geral do Processo Mariése Garcia Faculdade Estácio de Sergipe Funções estatais Poder Legislativo Poder Executivo Poder Judiciário Função legislativa Função administrativa Função jurisdicional Origem Solução dos conflitos de interesse pelos próprios interessados, muitas vezes através do uso da força (solução parcial) Necessidade jurídica de impedir que a autodefesa levasse a sociedade à desordem. O Estado assume o poder e o dever de solucionar os conflitos de interesse, buscando a realização do direito objetivo e a pacificação social (solução imparcial) ➢ Manifestação do poder estatal (soberano). ➢ Capacidade de decidir e impor decisões. ➢ Obrigatoriedade do Estado solucionar o conflito de interesses a ele submetido. ➢ Do Estado de pacificar os conflitos de interesses, buscando alcançar a justiça. PODER DEVER FUNÇÃO Características I. Inércia » necessita da provocação de um dos interessados (art. 2o do CPC); II. Substitutividade » O Estado substitui as partes na solução dos litígios; III. Definitividade » imutabilidade das decisões judiciais (art. 5o, XXXVI, CF); IV. Imperatividade » força coativa das decisões judiciais. Adoção de mecanismos de coerção. Princípios Investidura Inafastabilidade Indelegabilidade Só exerce a jurisdição quem tiver sido regularmente investido na autoridade de juiz. Assegura que todos tenham acesso ao Poder Judiciário (art. 5o, XXXV, CF) Impossibilidade de delegação de funções entre os poderes e, dentro do próprio Poder Judiciário, entre juízes Princípios Aderência ao território Juiz NaturalIndeclinabilidade Limitação do poder estatal soberano ao território do Estado e limitação da autoridade do magistrado nos limites de sua competência territorial. Proibição de o juiz proferir o non liquet, ou seja, impossibilita que o magistrado não julgue invocando lacuna ou obscuridade da lei (art. 140 do CPC). Assegura que todos os conflitos sejam julgados por juízes independentes e imparciais. Ex.: proibição dos chamados Tribunais de Exceção. Unidade e indivisibilidade da Jurisdição Como expressão do poder estatal soberano, a jurisdição é única e indivisível. Competência Desjudicialização • Faculdade das partes solucionarem seus conflitos fora da esfera judicial, em razão do deslocamento de algumas atividades, antes exclusivas do Judiciário, para a esfera extrajudicial; • Necessidade que as partes sejam juridicamente capazes; • Possibilidade quando tratar-se de direitos disponíveis; • Exemplos: Inventário, partilha, divórcio, usucapião administrativo etc. Espécies de Jurisdição ❑ Quanto ao seu objeto: ❑ Jurisdição civil e penal; ❑ Quanto aos organismos judiciários que a exercem: ❑ Jurisdição especial ou comum; ❑ Quanto à hierarquia dos órgãos que a exercem: ❑ Jurisdição superior ou inferior; ❑ Jurisdição voluntária e contenciosa. o Administração pública de interesses privados – existência de certos atos, que, apesar de ser de particulares, repercutem na vida social, tornando-se necessário a participação de um órgão público para a sua validade; o Necessidade de participação do Poder Judiciário em determinados casos em que inexiste a lide. Ex.: Divórcio consensual com filhos menores, interdição, retificação dos atos do registro civil, emancipação. Trata-se de exercício da função jurisdicional? Jurisdição voluntária ou graciosa o Teoria clássica ou administrativa (doutrina majoritária) » defende tratar-se de função administrativa do Poder Judiciário. Para tanto, afirmam: ➢A lide é um elemento essencial para a jurisdição; ➢O judiciário intervém por determinação legal, não havendo atividade substitutiva; ➢Não há partes, mas interessados; ➢ Inexistência de conflito de interesses; ➢Não faz coisa julgada material; ➢Não é voluntária, pois depende de provocação dos interessados; ➢Há um requerimento e um procedimento e não uma ação e um processo. Trata-se de exercício da função jurisdicional? o Teoria revisionista ou jurisdicionalista– Trata-se de função jurisdicional. Argumentos: ➢É incorreto afirmar que nunca há lide na jurisdição voluntária. Ex.: Interdição, emancipação; ➢Lide como elemento acidental e não essencial; ➢Trata-se de processo, uma vez que é procedimento em contraditório, se exerce por meio das formas processuais e forma relação jurídica processual; ➢Existência de partes, levando-se em consideração partes como sujeitos parciais da relação jurídica processual (em sentido processual); ➢Há coisa julgada. Trata-se de exercício da função jurisdicional? ❖ A função de conciliação consiste em uma das categorias dos atos de jurisdição voluntária; ❖ Excepciona o princípio da ação, tendo em vista que, em diversas situações, possibilita ao magistrado dar início de ofício a determinadas demandas. Exemplo: Abertura e cumprimento de testamentos. Jurisdição voluntária ou graciosa Relação entre jurisdição penal e civil Possibilidade de influência do exercício da jurisdição penal na civil e vice-versa Suspensão prejudicial do processo-crime (arts. 92-94 do CPP) Eficácia no cível da sentença penal condenatória com trânsito em julgado Prova emprestada Suspende-se o processo criminal para aguardar o resultado de uma ação cível que possa influenciá- lo. Possibilidade de utilização no processo cível de provas obtidas no processo criminal e vice-versa. Possibilidade de suspensão do processo cível (art. 64 do CPC). o Reconhecimento da imputação do fato e autoria (art. 935 do CC) – sentença condenatória » Título executável no juízo cível; o Sentença penal absolutória. Exemplos: o Quando provar a inexistência do fato; o Quando negar categoricamente a existência da autoria. Observação: Se o fato não restou comprovado no âmbito criminal, existe a possibilidade de responsabilização civil do agente. Eficácia no cível da sentença penal condenatória com trânsito em julgado Possibilidade do juízo criminal liquidar os prejuízos sofridos pela vítima, dispensando, assim, a liquidação perante o juízo cível (art. 63, par. único, CPP – modificado pela Lei n. 11.729/2008). Liquidação dos efeitos civis na própria sentença penal condenatória Inconstitucional? Ministério Público na defesa de direitos disponíveis?
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