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1 I N T R O D U Ç Ã O
 Este relatório apresenta as atividades e resultados do Estágio Supervisionado de Nutrição em Saúde Coletiva do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, realizado na VISA (Vigilancia Sanitária) e no Nasf (Núcleos de Apoio à Saúde da Família) B do município de Santo Antônio de Jesus, durante o período de 02/04/2012 a 30/05/2012 com carga horária diária de 6 horas diárias totalizando 240 horas. A elaboração deste trabalho visa mostrar de forma sucinta as atividades desempenhadas durante o estágio supervisionado. O estágio se apresenta como um dos componentes curriculares no processo de organização dos conhecimentos, não mais se admitindo a separação entre teoria e prática e entre saber acadêmico e saber profissional. O estágio é parte do processo de formação do aluno, estabelecendo a interlocução entre o percurso acadêmico e o fazer profissional. Ao relacionar o mundo do trabalho ao da faculdade, o estágio possibilita ao conjunto de disciplinas e atividades do currículo uma aproximação com a realidade.
2 OBJETIVO
 O relatório técnico do estágio supervisionado em nutrição, como meio de comunicação, tem como objetivo descrever as atividades realizadas em campo durante o estágio, ajudando a colocar em prática o aprendizado da faculdade, conhecendo as responsabilidades do profissional de nutrição dentro da estrutura organizacional, suas dificuldades e limitações do dia a dia, a disseminação correta e eficiente de informação e ideias, por meio da exposição clara, sintetizada e completa das atividades realizadas durante o estágio e os resultados obtidos. O estágio supervisionado visa aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, para uma adequada atuação do nutricionista, sob a forma de treinamento em serviço, sob supervisão. Tem como proposta aproximar o discente da realidade na qual irá atuar, vivenciando situações reais de trabalho no seu campo profissional, oportunizando a elaboração de propostas de ações articuladas com o mercado de trabalho, sendo indispensável para formação do nutricionista. 
3 ESTÁGIO NA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS
3.1 INTRODUÇÃO 
 A Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990, sancionada pelo Presidente da República, Sr. Fernando Collor, e decretada pelo Congresso Nacional, foi publicada no Diário Oficial da União em 20 de setembro de 1990, foi aprovada para regulamentar a estrutura e o funcionamento do SUS. Essa lei dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Vigorando em todo o território nacional, para qualquer ação ou serviço de saúde realizado por pessoas ou empresas. De acordo com essa lei, é dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Entretanto, o dever do Estado não exclui o dever das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. A saúde tem como fatores determinantes a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais, os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Promovendo condições de bem estar físico, mental e social. Constituem o Sistema Único de Saúde (SUS) as ações e os serviços de saúde de instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e fundações mantidas pelo poder público. Os campos de atuação do SUS são: a execução de ações de vigilância sanitária (VISA), epidemiológica, farmacêutica, de saúde do trabalhador e de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; a organização de políticas e ações de saneamento básico; sangue e hemoderivados; recursos humanos na saúde; vigilância nutricional; proteção ao meio ambiente; de medicamentos e insumos de interesse; de fiscalização (alimentos, produtos, transporte, guarda); desenvolvimento científico e tecnológico (BRASIL, 1990 a).
3.2 HISTÓRICO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA 
 Na idade antiga, a humanidade não tinha conhecimento acerca dos processos de contaminação que disseminavam doenças tais como: a peste, a cólera, a varíola, a febre tifóide e outras.  No entanto, têm-se registros de que já havia preocupações com a Vigilância Sanitária, pois eles compreendiam que a água, bem como os alimentos, poderiam ser vias de contaminação na propagação de doenças. Um agravante, é que neste momento da história, as cidades estavam sendo formadas, assim as populações passaram as se aglomerarem, e estes problemas foram crescendo e tornando-se cada vez mais complexos (BRASIL, 2002).
 O termo vigilância sanitária tem sua origem na denominação “política sanitária”, que a partir do século XVIII era responsável, entre outras atividades, pelo controle do exercício profissional e do saneamento, com o objetivo principal de evitar a propagação de doenças. As atividades ligadas à vigilância sanitária foram estruturadas, nos séculos XVIII e XIX, para evitar a propagação de doenças nos agrupamentos urbanos que estavam surgindo. A execução desta atividade exclusiva do estado, por meio da polícia sanitária, tinha como finalidade observar o exercício de certas atividades profissionais, coibir o charlatanismo, fiscalizar embarcações, cemitérios e áreas de comércio de alimentos. No final do século XIX houve uma reestruturação da vigilância sanitária impulsionada pelas descobertas nos campos da bacteriologia e terapêutico nos períodos que incluem a I e a II Grandes Guerras. Após a II Guerra Mundial, com o crescimento econômico, os movimentos de reorientação administrativa ampliaram as atribuições da vigilância sanitária no mesmo ritmo em que a base produtiva do País foi construída, bem como conferiram destaque ao planejamento centralizado e à participação intensiva da administração pública no esforço desenvolvimentista. A partir da década de oitenta, a crescente participação popular e de entidades representativas de diversos segmentos da sociedade no processo político moldaram a concepção vigente de vigilância sanitária, integrando, conforme preceito constitucional, o complexo de atividades concebidas para que o Estado cumpra o papel de guardião dos direitos do consumidor e provedor das condições de saúde da população (EDUARDO, 1998).
3.3 VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO BRASIL
 Em fevereiro de 2006 o Ministério da Saúde editou a Portaria nº 399/GM, que divulgou o Pacto pela Saúde 2006 e as diretrizes operacionais do referido pacto, já aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite do SUS e pelo Conselho Nacional de Saúde. Esse novo pacto originou-se da necessidade de qualificar e implementar o processo de descentralização, organização e gestão do SUS; do aprimoramento do processo de pactuação intergestores, objetivando a qualificação, o aperfeiçoamento e a definição das responsabilidades sanitárias e de gestão entre os entes federados no âmbito do SUS; da necessidade de definição de compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentem impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. A vigilância sanitária se insere neste processo adotando um novo modelo de pactuação das suas ações, a partir da definição participativa das diretrizes estratégicas para o setor, que leve em conta uma nova lógica de programação, ao substituir o mecanismo de categorização das ações por níveis de complexidade, conforme definidas na Portaria SAS/MS nº 18/99, pelo sistema de gestão solidária entre as esferas de governo, e considerando o enfoque de risco, segundo preconizado na Portaria GM/MSnº 399/06. A Constituição Federal de 1988 afirma que a saúde é um direito social e que o Sistema Único de Saúde (SUS) é o meio de concretização desse direito. A Lei Orgânica da Saúde, por sua vez, afirma que a vigilância sanitária – de caráter altamente preventivo – é uma das competências do SUS.  Isso significa que o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), definido pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, é um instrumento privilegiado de que o SUS dispõe para realizar seu objetivo de prevenção e promoção da saúde. De acordo com PORTARIA Nº. 3252/GM, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010 a Vigilância em Saúde tem como objetivo a análise permanente da situação de saúde da população, articulando-se num conjunto de ações que se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. O conceito de vigilância a saúde inclui: vigilância e controle das doenças transmissíveis, não transmissíveis e agravos, vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador, vigilância sanitária e promoção da saúde. A vigilância sanitária é definida como um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços do interesse da saúde (Lei Orgânica da Saúde 8080 de 19/09/90, Art. 6º inciso I), abrangendo o controle de bens de consumo, que direta ou indiretamente se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo, e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. O objetivo do desenvolvimento das ações de Vigilância Sanitária vai mais alem que garantir que os produtos, assim como os prestadores de serviços mantenham um nível de qualidade tal que elimine ou minimize a possibilidade de ocorrência de efeitos negativos à saúde provocados pelo consumo de bens e da prestação de serviços impróprios. É preciso entender Vigilância Sanitária como parte integrante, e primeira, de um conjunto de ações especificas de proteção à saúde, que em ultima analise contempla os mais diversos campos de atuação, desde as especificas na área da saúde até outras nos campos do saneamento, educação, segurança entre tantos outros que contribuem para a qualidade de vida. As ações desenvolvidas pela Vigilância Sanitária são de caráter Educativo (preventivo), Normativo (regulamentado), Fiscalizador e em ultima instancia, Punitivo. Elas são desenvolvidas nas esferas federal, estadual e municipal, e ocorrem de forma hierarquizada de acordo com o estabelecido na Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/90) e na Portaria Ministerial 1565/94 – GM/MS, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. O Sistema engloba unidades nos três níveis de governo – federal, estadual e municipal – com responsabilidades compartilhadas.  No nível federal, estão a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) órgão regulador que coordena e fiscaliza as ações em caráter nacional e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). No início de 1999, a criação da Anvisa no âmbito do Ministério da saúde, como agencia reguladora, caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes enquanto perdurarem seus mandatos e autonomia financeira provocou verdadeira convulsão nos órgão estaduais e municipais da saúde, devido a necessidade de promover a reestruturação dos serviços de vigilância sanitária, adequando-os à nova política federal. É claro que, apesar das dificuldades existentes, a criação da Anvisa foi um passo muito importante para a saúde pública, notadamente na área de alimentos, na qual o comercio varejista, cada vez maior, é exercido sem os menores cuidados de segurança, sobretudo nas periferias das grandes cidades e naqueles municípios em que não existem qualquer tipo de ação sanitária por parte do poder público. No nível estadual, estão o órgão de vigilância sanitária e o Laboratório Central (Lacen) de cada uma das 27 Unidades da Federação. No nível municipal, estão os serviços de VISA dos 5561 municípios brasileiros, muitos dos quais ainda em fase de organização. Participam indiretamente do Sistema: Conselhos de Saúde e Conselhos de Secretários de Saúde. Interagem e cooperam com o Sistema: órgãos e instituições, governamentais ou não, de diversas áreas (GERMANO; GERMANO, 2008).
 Combinando-se as competências atribuídas a cada uma das esferas de governo (União, Estados, DF e Municípios) com as atribuições comuns e os objetivos gerais do SUS, enunciados na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Saúde, e enquadrando-as no esquema de limites pra o exercício dessas competências pelas entidades estatais, podemos concluir que, em matéria de Vigilância Sanitária, incluindo o poder de polícia administrativa sanitária:
1. A União se limita a expedir normas gerais sobre o sistema nacional de Vigilância Sanitária, definindo-o e coordenando-o em todo o território nacional;
2. Os Estados têm o poder-dever de coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de Vigilância Sanitária e de saúde do trabalhador, suplementando, nesses setores, a legislação sobre normas gerais expedidas pela União;
3. Os Municípios podem, na medida dos interesses predominantemente locais, suplementar a legislação federal e estadual no tocante à aplicação e execução de ações e serviços de Vigilância Sanitária" (BRASIL, 2002).
3.4 ATIVIDADES E ÁREAS DE ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA
 De acordo com a LEI Nº 9.782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999 que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências. Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária:
I - medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos, processos e tecnologias;
II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários;
III - cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes;
IV - saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos;
V - conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico;
VI - equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos e hemoterápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem;
VII - imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados;
VIII - órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou reconstituições;
IX - radioisótopos para uso diagnóstico in vivo e radiofármacos e produtos radioativos utilizados em diagnóstico e terapia;
X - cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, derivado ou não do tabaco;
XI - quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde, obtidos por engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submetidos a fontes de radiação.
 Segundo a ANVISA (BRASIL, 2010), existem diversas áreas onde há atuação da Vigilância Sanitária no país:
Locais de produção e comércio de alimentos: fábricas, restaurantes, bares, mercados e supermercados, frutarias, açougues, padarias, produtores de laticínios e outros;
Lojas e áreas de lazer: shoppings, cinemas, ginásios de esporte, postos de gasolina, piscinas, clubes, estádios e academias de ginástica;
Indústria: de cosméticos, medicamentos, produtos para a saúde, saneantes produtos de limpeza), perfumes e produtos de higiene pessoal;
Laboratórios: banco de sangue e hemoderivados;
Agrotóxico: indústria e postos de venda destes produtos;
Radiação ionizante: hospitais, clínicas médicas e odontológicas que façam uso para fins diagnósticos;
Locais públicos: escolas, cemitérios, presídios, hospitais,clínicas, farmácias, salões de beleza, asilos;
Portos, aeroportos e fronteiras.
 A garantia da qualidade de produtos e serviços estabelece o parâmetro das decisões que devem ser tomadas no âmbito da vigilância sanitária, aliando o conhecimento epidemiológico na avaliação dos riscos e danos interferir na saúde do individuo. As informações epidemiológicas são necessárias para consubstanciar a ação de vigilância sanitária, sendo fundamentais aquelas referentes às ocorrências associadas ao consumo de produtos e uso de serviços e cujas consequências possam ser, sobretudo, mensuradas pelas suas taxas de incidência, mortalidade, dentre outros. As atividades desenvolvidas pela Vigilância Sanitária devem ser pautadas de forma restrita na materialização da qualidade de produtos e serviços prestados à população, buscando desenvolver ações integradas a partir do planejamento, execução e conclusão de todas as fases do desenvolvimento das ações, as principais atividades realizadas pela VISA são: Vistorias, emissão de licenças, cadastros e termos de responsabilidade, bem como suas baixas e cancelamentos para indústrias de alimentos de alta, média e baixa complexidade e correlatos; comércio de alimentos; distribuidores, armazenadores e transportadores de produtos, serviços de saúde de média e baixa complexidade; Abertura e arquivamento de processos de licença. Emissão e baixa de termos de responsabilidade técnica, de cadastros em Vigilância Sanitária, de boleto para pagamento das taxas de Vigilância Sanitária; Ações de controle de qualidade dos alimentos; Ações de controle de qualidade da água de abastecimento público (VIGI-ÁGUA); Apuração de denuncias, investigação de surtos; Monitoramento dos estabelecimentos que abrigam idosos; Circulação de bens – produtos relacionados à saúde: medicamentos, alimentos, cosméticos, correlatos, saneantes domissanitários e agrotóxicos, águas minerais e fontes; Produção – serviços e produtos de interesse da saúde: odontológico, clínico-terapêutico, médico-hospitalar, radiação, hemoterapia; produtos de saúde e correlatos; Vigilância sanitária do trabalho: análise de risco, orientação e organização no trabalho, condutas de trabalho no serviço público. Nos casos de risco à saúde, a VISA deve adotar estratégia para identificar, avaliar e instruir a situação, através de ações educativas, preventivas, regulamentadoras, fiscalizadoras e punitivas, aplicando penalidades de advertência, multa, interdição total ou parcial de estabelecimento e apreensão de produtos. O campo de ação da Vigilância Sanitária é bastante amplo, diversificado e com vários níveis de complexidade atuando em mais de 100 tipos diferentes de estabelecimentos nas áreas de comércio, produção e prestação de serviços (BRSAIL,2010).
 De acordo com o Artigo 6º da Portaria Ministerial nº 1.565 de 26 de agosto de 1994 no qual estão explicitados os campos de exercício da Vigilância Sanitária.
 “São os seguintes os campos onde se exercerá nas três esferas de governo do Sistema Único de Saúde e segundo a respectiva competência legal, a ação da vigilância sanitária”:
 I – Proteção do ambiente e defesa do desenvolvimento sustentada;
II _ Saneamento básico;
III _ Alimentos, água e bebidas para consumo humano;
IV _ Medicamentos, equipamentos, imunobiologicos e outros insumos de interesse para a saúde;
V _ Ambiente e processos de trabalho, e saúde do trabalhador;
VI_ Serviços de assistência à saúde;
VII _ Produção, transporte, guarda e utilização de outros bens, substancia e produtos psicoativos, tóxicos e radiativos;
VIII _ Sangue e hemoderivados;
IX _ Radiações de qualquer natureza; 
X _ Portos, aeroportos e fronteiras.
 § 1º A atuação políticas e administrativas previstas nos incisos deste artigo será realizada por iniciativa própria dos órgãos incumbidos da Vigilância Sanitária, ou a partir de proposta ou notificação feitas por outros órgãos e entidades e por qualquer cidadão, entidade de classe, associação comunitária ou órgão de defesa do consumidor.
 § 2º No tocante à matéria dos Incisos I, II, III e X a atuação dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e a decorrente de articulação intersetorial com órgãos e entidades de outros Ministérios darão ênfase à preservação do equilíbrio dos ecossistemas regionais, protegendo-os da ação de fatores poluentes e da invasão de agentes biológicos.
 § 3º Alem da realização e promoção de estudos à pesquisa interdisciplinares, da identificação de fatores potencialmente prejudiciais à qualidade de vida e da avaliação de resultados de interesse para a saúde, aos de vigilância sanitária cabe a aplicação de condicionamentos administrativos ao exercício de direitos individuais e coletivos.
 De acordo com o exposto, a vigilância sanitária pode ser definida como um conjunto de medidas que visam a elaboração, a aplicação, o controle e a fiscalização, respeitada a legislação pertinente, de normas e padrões de interesse da saúde individual e coletiva, relativas ao meio ambiente, produtos, serviços e trabalho. Essas medidas se aplicam a medicamentos, cosméticos, alimentos, saneantes, equipamentos e serviços de assistência à saúde. As normas também se referem a outras substâncias, materiais, serviços ou situações que, mesmo potencialmente, possam representar risco à saúde coletiva da população. Compete à Vigilância Sanitária desenvolver ações para eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde individual e coletiva, assim como intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção, comercialização e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. Essas ações abrangem a saúde do trabalhador, o controle de bens de consumo relacionados à saúde, da produção ao consumo, e da prestação de serviços que envolvem a saúde. A principal função da Vigilância Sanitária é regularizar estabelecimentos e prevenir a ocorrência de agravos à saúde, sendo a orientação e educação em saúde suas principais ferramentas. Cabe a ela também exercer fiscalização e controle sobre o meio ambiente e os fatores que interferem na sua qualidade, abrangendo os processos e os ambientes de trabalho, habitação e lazer. A Vigilância deve ainda apurar infrações sanitárias e aplicar as penalidades devidas, quando esgotada a eficácia das ações educativas e de prevenção.
 As ações de vigilância são desenvolvidas por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias, pretensamente democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade. Para eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, um conjunto de ações deve ser articulado, incluindo a integração com as ações de atenção básica. Ela integra o SUS por determinação constitucional e deve intervir sobre os riscos à saúde da população, sejam eles decorrentes do meio ambiente ou do processo de produção, comercialização e consumo de bens, assim como da prestação de serviços de interesse sanitário. Ou seja, as ações de vigilância sanitária inserem-se no âmbito das relações sociais de produção e consumo, onde se origina a maior parte dos problemas de saúde sobre os quais é preciso interferir (O´DWYER, TAVARES, SETA, 2007). A Vigilância Sanitária tem como missão a proteção e promoção à saúde da população e defesa da vida. Para cumpri-la, deve ter uma interação muito grande na sociedade. Por este motivo, a Vigilância Sanitária deve procurar uma participação efetiva na rede de Controle Social do SUS, contando com a colaboração dos Conselhos de Saúde para as suas ações. O Conselho de Saúde, além de contribuir no acompanhamento das políticas direcionadas às ações de Vigilância Sanitária, pode ser um importante parceiro nos objetivos deste serviço (COSTA, ROZENFELD, 2000).
3.5 VISA EM SANTO ANTONIO DE JESUS
 O setor de vigilância a saúde de Santo Antonio de Jesus apresenta os seguintes departamentos: VIEP (Vigilância Epidemiológica),a VISA (Vigilância Sanitária) no mesmo local funciona o Programa Municipal de DST/AIDES e hepatites virais que atua na prevenção, orientação e acompanhamento de portadores dessas doenças e o CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. 
 A Vigilância Sanitária (VISA) é uma área da Saúde Publica. Sua missão é proteger e promover a saúde da população fazendo com que os ambientes em que vivemos e os produtos e serviços oferecidos à sociedade sejam seguros e de boa qualidade. Tem o dever de criar normas, orientar e controlar a fabricação de serviços que, de alguma forma, possam afetar a saúde. A VISA do município de Santo Antonio de Jesus trabalha vigiando, orientando, advertindo, informando, fiscalizando e controlando a qualidade de produtos e serviços, conscientizando a população sobre seus direitos e hábitos saudáveis. A equipe da VISA é fornada por quatro inspetores, uma nutricionista, uma enfermeira, uma médica veterinária, um farmacêutico e seis fiscais. Dentre as atividades realizadas pela VISA estão as inspeções a diversos estabelecimentos comerciais como: salões de beleza, lanchonetes, mercados, mercearias, consultórios de saúde, restaurantes, clínicas, drogarias, laboratórios, panificadoras, distribuidoras de alimentos, cantinas, supermercados e hotéis. Além das inspeções a vigilância apura as denúncias realizadas pela população, fiscaliza os açougues da feira livre e sua limpeza, tirando fotos e encaminhando para os órgãos responsáveis. Faz a blitz ambiental, monitoramento da potabilidade da água destinada ao consumo humano, através do Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGI/AGUA) segundo a Portaria n° 2.914/2011, integrando o Programa Nacional de Vigilância Ambiental. O programa VIGIAGUA é coordenado pela 4-DIRES com participação da VISA que apenas coleta. A 4-DIRES ainda está negociando com a EMBASA do município sobre os pontos de coleta de água da zona urbana oferecidos pela empresa, que não são disponibilizados em qualquer momento que a VISA resolva fazer a coleta. Até o momento a análise da água é restrita a zona rural do município. O que dificulta a avaliação da qualidade da água fornecida pela EMBASA a população de Santo Antônio de Jesus.
 A VISA dá plantões a eventos importantes que ocorrem como a festa de junina. Faz ações educativas informando e orientando aos fabricantes e vendedores para que cumpram as normas sanitárias e melhorem a qualidade de seus produtos, aos prestadores de serviços de interesse a saúde como hospitais, consultórios, cabeleireiros para que ofertem serviços melhores e mais seguros, aos cidadãos, para que façam valer seu direito de consumir produtos e serviços seguros e de qualidade. O município de Santo Antonio de Jesus com suas peculiaridades políticas, sociais, culturais, demográficas, de serviços e equipamentos médicos, representa um grande desafio para a vigilância sanitária local na promoção, proteção e defesa da saúde da população.
 Porém ao lado do trabalho coercitivo, fundamental por causa dos enormes riscos à sociedade, é imprescindível o papel educativo que estes órgãos têm de desenvolver, com a finalidade de orientar de um lado os que trabalham oferecendo produtos e de outro aqueles que o consomem. A relevância da Vigilância Sanitária como ação de saúde de responsabilidade do poder publico envolve dimensões políticas, técnico sanitária, socioeconômicas e jurídicas, tendo suas atividades natureza multiprofissional, intersetorial e interinstitucional na busca de seu objetivo de promover e proteger a saúde. Durante as semanas de estágio ficou evidente a importância da participação de todas essas dimensões. 
3.6 RELATO DAS ATIVIDADES NA VISA
 O estágio na VISA durou cinco semanas. Começou no dia 2 de abril e finalizou em 4 de maio de 2012. Durante o estágio foram realizadas 60 inspeções. Estas foram realizadas em: 15 supermercados, 3 farmácias, 1 estabelecimento de produtos hospitalares, 1 distribuidora de produtos de limpeza, 1 hospital, 31 açougues, 2 bares, 2 fábricas de café, 3 clínicas. Três blitz ambientais, uma blitz do leite, uma coleta de água e apuração de duas denúncias.
 
3.7 1ª SEMANA
 O estágio supervisionado de nutrição em saúde coletiva teve inicio em 2 de abril de 2012. No dia 3 de abril começou as atividades de estágio na Vigilância Sanitária de Santo Antônio de Jesus. Na primeira semana foram realizadas duas inspeções a supermercados, três farmácias, um hospital e um estabelecimento de produtos hospitalares. Houve reconhecimento do local, apresentação dos fiscais, inspetores, coordenador e o diretor geral. Após o reconhecimento foi realizada a primeira inspeção a dois supermercados da cidade.
 As inspeções realizadas pela VISA são classificadas em pré-vistoria: inspeção realizada para verificar se as condições físicas de instalação e localização propostas possibilitam a implantação de um estabelecimento sujeito à legislação sanitária vigente. Para licença inicial: inspeção realizada com o objetivo de verificar se as condições estabelecidas em projeto arquitetônico (previamente aprovado pela VISA) se mantêm, bem como as condições de implantação da infraestrutura necessária para o funcionamento do estabelecimento atendem a legislação vigente possibilitando a concessão do alvará sanitário. Para renovação de alvará: inspeção realizada anualmente com o objetivo de verificar se as condições de funcionamento do estabelecimento continuam a atender a legislação sanitária vigente. Para outros motivos: mudanças de responsabilidade técnica, alteração contratual, mudança de endereço, encerramento de atividades, denuncias.
 No terceiro dia de estágio pela manhã foi realizada duas inspeções a duas farmácias. Uma das farmácias não apresentava responsável técnico irregularidade notificada em outras visitas perdendo o alvará sanitário, que é um documento emitido pela Vigilância Sanitária, que comprova a regularidade do estabelecimento ou autônomo em relação às normas sanitárias vigentes. Este documento é obrigatório e tem validade de um ano.
 Na inspeção a outra farmácia. Foram encontrados medicamentos como anti-inflamatórios e antibióticos fracionados para venda de forma irregular, esses medicamentos foram apreendidos e realizada uma notificação. O fracionamento de medicamentos é a subdivisão da embalagem de um medicamento em partes individualizadas para viabilizar a dispensação de medicamentos ao usuário na quantidade estabelecida pela prescrição médica. O fracionamento é responsabilidade do farmacêutico e deve ser realizado de acordo com as Boas Práticas para Fracionamento instituídas pela RDC n°135/2005, com as alterações da RDC n°260/2005. O fracionamento tem um importante papel para a promoção do uso racional de medicamentos, pois permite disponibilizar o produto adequado para uma finalidade terapêutica específica, em quantidade e dosagens suficientes para o tratamento. Isso evita que se mantenham sobras de medicamentos em casa, diminuindo a possibilidade de efeitos adversos e intoxicações, derivados da automedicação. Os medicamentos nas apresentações de frasco-ampola, ampola, seringa preenchida, flaconete, sachê, envelope, blister e strip podem ser fracionados e dispensados de forma fracionada. Também são passíveis de fracionamento os que se apresentam nas formas farmacêuticas de comprimidos, cápsulas, óvulos vaginais, drágeas, adesivos transdérmicos e supositórios. É preciso ainda que estejam acondicionados em embalagens especialmente desenvolvidas pelo fabricante para essa finalidade, com mecanismos que permitam a subdivisão em frações individualizadas.
 A vigilância no comercio de medicamentos se faz necessária principalmente no que se refere a possibilidade de falsificação, violação das embalagens com alteração do conteúdo e vencimento do prazo de validade. Nas farmácias que oferecem produtos manipulados, a responsabilidade da vigilância é ainda maior, sobretudo no que tange a qualidadedas matérias-primas, à manipulação e a formulação do produto final. Do mesmo modo, é de competência da VISA à fiscalização do exercício profissional dos responsáveis por esses estabelecimentos.
 No terceiro dia de estágio pela tarde foi realizada uma visita ao Hospital INCAR (Instituto de Cardiologia do Recôncavo). O Hospital INCAR iniciou suas atividades em maio de 2003 como Instituto de Cardiologia Um Hospital Geral de Média de Complexidade, com pronto atendimento de urgência e emergência 24 horas. Atualmente apresenta as especialidades de Angiologia, Cardiologia, Clínica Médica, Gastroenterologia e Nefrologia. Foi realizada uma inspeção as suas instalações internas. Foram visitadas as enfermarias, setor de nutrição, emergência, sala de endoscopia, sala de raios-x, leitos, não sendo encontradas irregularidades. Após a visita as instalações internas, foi solicitado ao setor de administração diversos documentos exigidos pela vigilância sanitária, como muitos não estavam disponíveis no momento foi dado um prazo de uma semana para que providenciassem.
 A VISA tem que fiscalizar todos os serviços de saúde, suas condições e o nível técnico do pessoal especializado. Verifica se o hospital ou pronto-socorro conta com médico plantonista dia e noite, ou se após determinado horário este é substituído por pessoal de enfermagem ou estagiário, ainda não graduado. Com relação às casas de idosos e serviços para excepcionais, aplica-se o mesmo raciocínio e a VISA deve atentar para os aspectos relacionados as instalações, sua funcionalidade e higiene, para os cardápios prescritos aos internados e, ainda, se os mesmos foram estabelecidos por nutricionista. Nesses serviços é imprescindível, no mínimo, a visitação assídua de médicos especialista e a manutenção de um corpo de enfermagem à disposição dos pacientes. Em todos esses estabelecimentos, exige-se um responsável que possa responder por todas as ocorrências registradas (GERMANO, GERMANO, 2008). Durante a semana foi realizada uma visita a um asilo que não atendia a essa exigências, mas como a visita ocorreu em um turno oposto a inspeção não pode ser acompanhada.
 A primeira semana de estágio apesar de ser curta pelo feriado da semana santa, ocorrendo em dois dias possibilitou o reconhecimento do local, rotina, setores e funcionários da vigilância sanitária, além da visita a diversos estabelecimentos da cidade como farmácias, mercados e hospitais, possibilitando ao estagiário o contato com pratica dos diversos profissionais que fazem parte da vigilância, como a enfermeira e o farmacêutico.
3.8 2ª SEMANA
 Na segunda semana de estágio na VISA foram inspecionados 14 açougues, duas fábricas de biscoitos, três supermercados, um bar e duas fábricas de café.
 No dia 10 de abril por falta da supervisora que estava resolvendo problemas pessoais não foram realizadas visitas a nenhum estabelecimento. O diretor Ricardo explicou como fazer um parecer, quais os procedimentos e etapas desde a notificação de um estabelecimento até perda de alvará sanitário, elaborou um parecer para uma empresa, que tinha perdido o alvará sanitário por apresentar condições sanitárias inadequadas, alegando o proprietário que estava ausente na empresa e que o gerente seria responsável pelas falhas apresentadas na empresa. O diretor não aceitou o parecer do proprietário e marcou uma visita ao estabelecimento para verificar se as correções solicitadas pela VISA foram realizadas. Junto com diretor Ricardo foram acompanhados alguns casos, como de um proprietário de uma empresa de biscoitos que teve sua empresa fechada duas semanas antes por falta de um responsável técnico e por apresentar condições higiênicas e estruturais inadequadas, apresentando a VISA um responsável técnico e garantindo que já tinha realizados as correções solicitadas pela vigilância, foi marcada uma visita para o dia seguinte para verificar as condições higiênicas e estruturais. Este momento foi importante para conhecer como ocorre o acompanhamento de processos dentro da vigilância, e a importância do nutricionista como responsável técnico em uma indústria de alimentos.
 No dia 11 de abril a primeira visita a foi a fabrica de biscoitos do proprietário que tinha solicitado uma nova inspeção no dia anterior. Na inspeção foram encontradas ainda várias irregularidades como: buracos nas paredes sem telas, equipamentos enferrujados e com higienização precária, instalações elétricas não embutidas ou revestidas por tubulações isolantes e presas a paredes e tetos, os banheiros em condições de higiene inadequada, sem sabonete líquido inodoro e anti-séptico, toalhas de papel não reciclado e coletor de papel acionados com os pés, a pia para lavagem de mãos na parte interna da fábrica estava sem papel toalha não reciclado e lixeira sem acionamento com o pé, quatro ventiladores estavam fixos à parede com muitas sujidades, ventilando sob os biscoitos que fossem produzidos. Foi solicitado que fossem retirados. Os equipamentos estavam sujos principalmente o que amassava a massa, apresentando bastante ferrugem. Foi solicitada a limpeza total dos equipamentos. Os pisos e paredes eram de cores escuras, as lâmpadas eram sem proteção contra explosões. Por todas essas irregularidades o diretor da VISA não liberou o alvará sanitário e o funcionamento da fabrica e deu um prazo de um dia para o proprietário corrigir tudo que ele verificou de errado. Ele disse que faria o possível para consertar o mais rápido possível, pois a fabrica estava parada há quinze dias sem produzir e os funcionários sem trabalhar. No outro dia, dois fiscais da VISA, visitaram novamente a fabrica para verificar as modificações e uma possível liberação de seu funcionamento. Algumas coisas foram corrigidas, como todos os buracos foram vedados com tela ou gesso, foram compradas lixeiras sem acionamento manual, os equipamentos foram limpos e retirada a ferrugem, os ventiladores foram retirados, o banheiro foi reformado. Foi liberado o funcionamento da fabrica, as fiscais pediram que o proprietário consultasse o responsável técnico para ajuda-lo nas modificações necessárias no local. Nessa inspeção ficou evidente a importância do nutricionista como responsável técnico e sua atuação não apenas para assinar, mas capacitar os funcionários, corrigir e solicitar as modificações necessárias na empresa, para que sua produção seja do ponto de vista higiênico-sanitário adequada, respeitando a legislação, não levando risco aos consumidores que compram o produto e não sabem as verdadeiras condições de fabricação dos produtos.
 Após a visita a fabrica de biscoitos, foi realizada uma visita à feira, que faz parte da rotina dos fiscais, nessa rotina os fiscais conferem a nota fiscal emitida pela FRIGOSAJ (Frigorífico Regional de Santo Antonio de Jesus), carimba e verifica a temperatura da carne que deve estar abaixo de 7 ° C, na feira é tolerada até a temperatura de 14 º C, se estiver acima o fiscal notifica, na ausência de nota fiscal também é notificado, procedimento importante para prevenir o abate clandestino. Produtos clandestinos expõe a população a grandes riscos de contrair doenças de caráter zoonótico (comum entre homens e animais), destacando-se entre elas a tuberculose, a cistercercose e a salmonelose. Foram inspecionados 14 açougues da feira. De maneira geral os açougues apresentavam irregularidades como: alguns com falta de balcões refrigerados, azulejos no piso e nas paredes, vísceras expostas, o funcionário que corta a carne é o mesmo que passa o troco, sandália aberta, jaleco sujo. Em relação a temperatura todos estavam adequados.
 A próxima visita foi a um mercado. Inicialmente foi solicitado a documentação da empresa, e em seguida foi inspecionada a parte interna. Uma parede estava sem pintar. O dono disse que no dia seguinte a parede seria pintada. Roupas estavam estendidas em meio aos produtos. Foi recomendado que fossem guardados em um local adequado. Em um local sem identificaçãofoi encontrado produtos vencidos que deveriam ser descartados no aterro sanitário, dos documentos só faltou o ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) dos trabalhadores, foram notificadas as irregularidades citadas e dado um prazo para a empresa corrigi-las.
 A próxima visita foi a outro mercado. Alguns produtos que haviam chegado estavam no chão, e os vegetais eram higienizados em local inadequado. O funcionário responsável pela higienização estava com postura inadequada, o que pode causar danos a sua saúde. A inspetora e nutricionista explicou qual a postura correta e sugeriu a dona do mercado adaptar uma área do deposito para essa finalidade, seria mais higiênico e não prejudicaria a saúde do trabalhador. O depósito apresentava algumas irregularidades como fios expostos. Foi solicitado que fossem embutidos para diminuir o risco de incêndios e acúmulo de sujeira. No estoque foi apreendido um inseticida que não pode ser utilizado, pois o ideal é a realização da dedetização por empresa especializada e registrada.
 No turno da tarde duas fiscais foram à feira livre para tirar fotos do lixo. Vários locais foram fotografados. Em um local tinha uma barraca abandonada, com bastante lixo acumulado, latas com água, que poderia ser um foco de dengue. Próximo às barracas havia muito lixo principalmente de frutas e legumes, que os próprios barraqueiros jogavam ao longo do dia. Na feira faltam lixeiras e limpeza constante. A vigilância só é responsável pela fiscalização da limpeza e dos açougues. A secretaria de agricultura que é responsável pelo restante. A VISA fiscaliza a limpeza, tira fotos e comunica aos órgãos responsáveis pela limpeza. O que mais chamou atenção é a falta de consciência das pessoas que trabalham na feira, pois se cada um cuidasse e higienizasse sua área, o ambiente ficaria mais limpo.
 No dia 11 de abril, pela tarde, foi visitado um bar que apresentava várias irregularidades como: pia sem detergente líquido, abertura no fundo da cozinha sem tela, quentinhas abertas e sem proteção para serem utilizadas, alimentos enlatados abertos e mantidos na geladeira, carne de frango, peixe e boi misturados, utilização de vasilhas metálicas para guardar alimentos, o depósito não tinha paletes estando os alimentos no chão e encostado na parede, lixeiras sem acionamento com os pés. Todas as irregularidades foram notificadas e o dono do bar teve um prazo de trinta dias para corrigir.
 A última inspeção do dia 11 de abril ocorreu em uma fábrica de biscoitos. As irregularidades observadas foram: funcionários utilizando brinco, unhas pintadas e grandes, sem sapatos fechados, alguns biscoitos estavam sem rotulo, uma lixeira da cozinha era sem acionamento com o pé, alguns funcionários estavam sem ASO e as lâmpadas estavam sem proteção. A inspetora explicou a importância da proteção das lâmpadas, pois a proprietária não entendia por que deveria ter a proteção. Foi dado um prazo de trinta dias para a realização dos exames e corrigir as irregularidades notificadas.
 No dia 12 de abril pela manhã as inspeções começaram em uma fabrica de café. Esta apresentava várias irregularidades. A inspetora foi identificando e explicando ao dono o que estava errado e quais as medidas que ele deveria tomar. As irregularidades foram: lâmpadas sem proteção, o funcionário estava varrendo a seco, procedimento errado por levantar partículas de poeira que poderiam contaminar o café que estava sendo produzido, os sacos que transportavam o café pronto estavam em local desprotegido e não eram higienizados constantemente, o banheiro não apresentava sabão liquido, antisséptico e papel toalha, a cozinha apresentava produtos de limpeza sem identificação e rotulo, o que é proibido, pois os funcionários não sabiam as diluições, finalidade, precauções e modo de utilização dos produtos. O deposito apresentava vários materiais em desuso, sendo foco de insetos e roedores, sendo encontrado até um morcego no local. Uma das lixeiras da fabrica não apresentava acionamento com o pé. Os grãos ficavam estocados em uma área, sem controle de validade, os funcionários não utilizavam todos os EPIs necessários, as embalagens para acondicionar o café pronto, processo que era realizado manualmente, ficavam expostas sem proteção, a porta dos fundos da fábrica apresentava uma abertura na parte inferior, a área para produtos vencidos não apresentava identificação, a caixa d’água e equipamentos não apresentavam registro de limpeza, a fabrica não apresentava Manual de Boas Práticas e POPs, e o material de limpeza não tinha área reservada para ser armazenado. Todas essas irregularidades foram notificadas e ao proprietário foi dado um prazo de um mês para corrigi-las. Esta fábrica fornece cinco marcas diferentes de café para o município de Santo Antonio de Jesus e municípios vizinhos, apresentando condições higiênicas sanitárias inadequadas. A VISA é o único órgão que pode proteger a população da má qualidade desses produtos industrializados, sendo que sua eficiência depende da qualidade e comprometimento dos profissionais que faz as inspeções. Ficou evidente a importância do trabalho educativo, que foi realizado constantemente durante as notificações pela inspetora. 
 Em seguida, a inspeção continuou em outra fabrica de café, que apresenta uma estrutura bem diferente com poucas irregularidades. A fabrica é bastante moderna com todo o processo de produção utilizando alta tecnologia. A inspetora chamou atenção para a porta de entrada que ficava aberta e a porta dos fundos apresentava uma abertura na parte inferior, foram solicitados alguns documentos da empresa, que ficou para ser entregues no outro dia na VISA. Não foram encontradas mais irregularidades. Esse momento foi importante por apresentar duas realidades bem diferentes, uma fábrica modelo utilizando alta tecnologia e outra com várias não conformidades. 
 A última visita da manhã foi a um supermercado, visita que foi com o objetivo de verificar uma denúncia relacionada às polpas de frutas vendidas de forma irregular. A denúncia foi confirmada e 347 polpas foram apreendidas por ser de uma empresa sem registro. Em seguida, em outro mercadinho próximo, 49 polpas da mesma empresa também foram apreendidas, depois foram despejadas no aterro sanitário de Santo Antonio de Jesus. 
 A segunda semana foi bastante produtiva com visitas a diversos estabelecimentos comerciais como bares, mercadinhos, fábricas de biscoitos e café, açougues, permitindo ao estagiário conhecer melhor a rotina dos fiscais e inspetores da VISA, sua atuação e importância, principalmente do nutricionista profissional importante principalmente nas inspeções a locais que produzem alimentos. As visitas também mostraram a importância da atuação do nutricionista como responsável técnico, não apenas assinando, mas orientando, treinando e visitando os locais constantemente para evitar as constantes irregularidades encontradas nas inspeções da vigilância, protegendo a população de danos à saúde, causado pela má qualidade dos alimentos produzidos.
3.9 3ª SEMANA
 Na terceira semana foram inspecionados dois supermercados, 17 açougues, apurada uma denúncia, realizada coleta de água do programa VIGI/AGUA e uma blitz ambiental.
 No dia 16 de abril foram realizadas duas inspeções a supermercados. Na primeira foram encontradas irregularidades como carne fresca e de sol misturadas, frango, carne e linguiça misturados, mortadela aberta sem identificação do dia que foi cortada. Após a aberta a validade em média é de cinco dias a depender da marca, esta irregularidade é encontrada em vários mercados.
 No dia 19 de abril pela manhã foi realizada 13 coletas de água da região do Riacho das Pedras e Sobradinho, procedimento realizado todo mês para avaliar a qualidade da água do município, solicitado pela 4-DIRES, essa coleta faz parte do programa VIGI/AGUA e SISA/AGUA. No total foram coletadas 29 amostras da zona rural de Santo Antonio de Jesus,nas regiões do Benfica, Riacho das Pedras e Sobradinho. Ficou evidente a qualidade inadequada da água utilizada pela população da zona rural, muitas vezes proveniente de riacho sem sofrer nenhum tratamento, sendo esta água utilizada para diversas finalidades. O objetivo da VISA era coleta de água para análise na 4-DIRES, pelo tempo curto e como o número de coletas era grande, durante as coletas eram realizadas algumas orientações caso irregularidade fosse identificada. Na visita a região de Riacho das Pedras foi encontrado um rio bastante poluído, formando muita espuma em uma pequena queda d’água, destruindo todo o ecossistema presente neste rio que antigamente era local de pesca para a população.
 Durante a semana diversas denuncias foram recebidas entre as principais: fabrica de queijo sem higiene, criação de cães e galinhas, queima de lixo, foco de escorpião, quintal imundo com foco de dengue, infestação de ratos no 14° batalhão. A denúncia consiste na manifestação oral ou escrita, por parte da comunidade junto à VISA, quando a mesma considera algum serviço ou bem de consumo nocivo à saúde individual ou coletiva ou mesmo prejudicial ao meio ambiente. Na apuração da denuncia compete a VISA :
 * Investigação sanitária do fato.
 * Viabilizar cooperação de outros órgãos.
 * Manter registro de todas as ações para a apuração do fato.
 * Emitir relatório final da investigação com copia para as instâncias competentes.
 * Informar ao denunciante o resultado da apuração.
 Na tarde do dia 19 de abril duas fiscais foram apurar denuncias. Uma era relacionada a uma residência que, segundo a pessoa que fez a denuncia a dona criava galinhas, jogava e queimava lixo próximo às casas, realmente tudo que foi relatado na denúncia foi confirmado, condições higiênicas bem precárias, crianças nuas e descalças, uma delas tinha três anos e ainda utilizava o leite materno como único alimento, correndo risco de desnutrição e deficiência de nutrientes, lixo acumulado ao redor da residência que era queimado constantemente, as fiscais explicaram a moradora da residência o que ela deveria fazer e quais as consequências para os moradores caso ela continuasse jogando lixo e queimando próximo as residências. Foi dado um prazo para retornar e verificar se as solicitações foram acatadas. A segunda denuncia apurada foi em uma residência que apresentava lixo e foco de dengue, o que foi confirmado. Apresentava muito lixo em seu quintal, condições higiênicas precárias com lixo acumulado dentro e fora da residência, as fiscais solicitaram a retirada do lixo e do material em desuso. 
 Essas famílias apresentavam condições de vida bastante precárias, um caso que a VISA sozinha não pode resolver, vai alem de questões de educação e higiênicas das famílias. São fatores estruturais, sociais que dependem da ação de diversos setores para ser resolvido. O encaminhamento para o setor de infraestrutura e o serviço social seria necessário para ajudar as famílias. As orientações foram passadas pelas fiscais, algumas relacionadas a higiene local podem até ser atendidas, mas muitas dificilmente serão, pela falta saneamento básico no local e pelas condições socioeconômicas das famílias.
 No dia 20 de abril foi realizada uma blitz ambiental. Duas fiscais tiraram fotos de diversos locais da Urbis 1, que apresentava lixo e entulho nas ruas, para depois encaminhar aos órgãos competentes. Em seguida foram fiscalizados os açougues da feira. No total 17 foram visitados, três não apresentaram a nota fiscal da FRIGOSAJ. No caso do açougue apresentar em nova inspeção a falta de nota fiscal pode perder o alvará sanitário.
 Na quarta semana houve alguns acontecimentos dificultaram a realização das inspeções. O fato do carro da vigilância estar cheio ou falta da supervisora que passou mal em decorrência da gravidez, isso dificultou o acompanhamento das inspeções relacionadas a área de alimentos realizada pela nutricionista.
3.10 4ª SEMANA
 Na quarta semana foram inspecionados seis mercadinhos, realizada uma blitz do leite e uma blitz ambiental. No dia 24 de abril foram realizadas três inspeções a mercadinhos. Nas inspeções foram verificadas as notificações da primeira visita, algumas coisas ainda estavam irregulares sendo chamada a atenção dos funcionários e dos proprietários. No terceiro dia a nutricionista não pode ir, o trabalho das fiscais foi mais interno, fazendo relatórios, e organizando pastas e atividades da semana. No quarto dia ocorreu à blitz do leite, onde 15 mercadinhos foram fiscalizados, que tem por função o combate à comercialização do leite in natura, para coibir a ação dos produtores que vendem o leite não pasteurizado sem a inspeção da ADAB (Agencia Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia). Alguns comercializam de porta em porta, ou, entrega o produto, de forma clandestina, em estabelecimentos comerciais. O leite cru é aquele que não teve tratamento algum, ou seja, a grande maioria dele é contaminação. Para certificar-se sobre a qualidade do leite e se ele for pasteurizado, o consumidor deve olhar na embalagem e conferir se possui o selo da SIE (Selo de Inspeção Estadual) e a seguinte frase: leite pasteurizado. Todos os leites estavam dentro do prazo de validade e não foram encontrados leite in natura. No mesmo dia, as fiscais tiraram fotos da feira de diversas áreas que estavam bastante sujas. É uma das atividades da vigilância, verificam como está a limpeza e depois encaminham um relatório com as fotos para os órgãos responsáveis. 
 No dia 27 de abril as fiscais fizeram inspeções em três mercadinhos, um deles apresentava algumas irregularidades que foram notificadas. Foram encontrados ainda diversos medicamentos, sendo apreendidos 450 medicamentos que estavam sendo vendidos de forma irregular. Esses medicamentos ficam na VISA e depois podem ser doado a instituições, caso não estejam fracionados e dentro do prazo de validade. A supervisora explicou como fazer alvará e relatórios técnicos. 
3.11 5ª SEMANA
 Na quinta e última semana de estágio na VISA, ocorreram inspeções a três clínicas, dois mercadinhos e um bar. No dia 2 de maio após o feriado foi dada a notícia que a nutricionista da VISA estava em Salvador em trabalho de parto. A VISA ficará seis meses sem nutricionista, a inspetora médica veterinária assumiu as inspeções relacionadas à área de alimentos. Por faltar inspetor na VISA pela manhã, o diretor solicitou à coordenadora que acompanhasse duas fiscais para inspecionar uma distribuidora de produtos de limpeza, que solicitou uma visita, pois no dia seguinte participaria de uma licitação e sem o alvará sanitário, que já estava vencido não poderia participar. Na visita foram encontradas algumas irregularidades como aberturas nas paredes, piso de difícil higienização, produtos desorganizados, extintor precisando recarregar e falta do certificado de dedetização do local. O proprietário prometeu que no dia seguinte resolveria os problemas, só não trocaria o piso, pois seria muito caro e já planejava mudar para outro local, não queria investir em um local alugado. A coordenadora deu um prazo de um dia para que corrigisse as não conformidades, desta forma daria uma declaração que a distribuidora estava em dias com a VISA, caso contrário perderia o direito de participar da licitação. A conduta da coordenadora foi correta, solicitou as mudanças necessárias e deu o prazo para serem corrigidas caso contrário não liberaria o alvará sanitário. 
 No dia 3 de maio um dos carros da vigilância quebrou. As fiscais aproveitaram alguns estabelecimentos próximos a VISA para inspecionar. O único carro disponível era utilizado pela VIEP (Vigilância Epidemiológica), diretor, inspetores e fiscais, limitando o trabalho de todos. A falta de transporte muitas vezes atrapalha o trabalho da vigilância, que sem transporte fica com seu trabalho bastante limitado. Na manhã, uma das inspetora que é enfermeira visitou três clínicas particulares.Nas inspeções não foram encontradas irregularidades, só foram solicitados alguns documentos que faltavam. A inspetora mostrou alguns equipamentos utilizados nos exames médicos, como ultrassom, radiografia, seus riscos a saúde, principalmente dos funcionários. Ficou evidente a importância do dosímetro, utilizado pelos técnicos para determinar a dose de radiação pessoal recebida. É de uso pessoal e intransferível, não devendo ser utilizado em duas instituições ou dois locais de trabalho. A visita foi bem enriquecedora, por permitir o conhecimento da estrutura interna de uma clínica, seu funcionamento, equipamentos, e o que deve ser inspecionado nesses locais.
 No dia 4 de maio, duas fiscais inspecionaram dois mercadinhos e um bar. O primeiro mercadinho estava bastante desorganizado, com bananas penduradas e estragadas para venda, vários alimentos no chão, extintor em local de difícil acesso, piso sujo, freezer com carne e peixe misturados. Foi a segunda visita em um mês, na primeira foram notificadas várias irregularidades que foram encontradas na segunda visita. As fiscais deram um prazo de oito dias para que o dono corrigisse, caso contrário, na próxima inspeção, não seria mais notificação, mas um auto de infração com multa ou interdição das atividades do estabelecimento. A segunda inspeção foi em um bar, que apresentava lixeira sem acionamento com pedal, extintor sem recarga, produtos de limpeza próximo dos alimentos. Foi notificado e dado um prazo de um mês para correção das notificações. A última visita foi a um mercadinho que foi inspecionado há um mês. Foi encontrado queijo fatiado sem data de validade, animais de estimação como gato e passarinho no local, animais silvestres como tatu no freezer para ser vendido, frango abatido que segundo o dono era pra seu consumo. As fiscais notificaram e explicaram o que estava errado e que deveria mudar, já que o proprietário não entendia a importância das mudanças. Neste momento ficou evidente a importância do trabalho educativo da VISA, pois muitas vezes as pessoas sabem que algo é proibido, mas não entendem o porquê. Para o proprietário, criar gatos e passarinhos no local não teria problemas, as fiscais explicaram que os animais podem transmitir doenças e porque não deveriam ficar no local. Após os esclarecimentos ele entendeu e concordou com as fiscais.
 A falta de transporte e de inspetores atrapalhou um pouco as inspeções e o trabalho dos fiscais. Um inspetor estava de férias, outro foi para Salvador e uma estava fazendo exames por apresentar problemas de saúde. Mesmo com esses problemas os fiscais procuraram fazer atividades que não precisassem dos inspetores e em alguns momentos a coordenadora teve que acompanhar as fiscais nas inspeções. Ficou evidente a dependência da VISA em relação ao transporte para realização de suas atividades e a importância de seu papel educador, não apenas dizendo o que não deve ser feito, mas informando a população sobre boas práticas e sua importância. 
3.12 CONCLUSÃO 
 As cinco semanas de estágio na VISA foram muito importantes por permitir o acompanhamento e observação da atuação da nutricionista assim como dos fiscais e demais inspetores. Permitiu conhecer a rotina e as principais atividades realizadas pela VISA do município de Santo Antonio de Jesus. As inspeções ocorrem em salões de beleza, lanchonetes, mercados, mercearias, consultórios de saúde, restaurantes, clínicas, drogarias, laboratórios, panificadoras, distribuidoras de alimentos, cantinas, supermercados e hotéis. Além das inspeções a vigilância apura denúncias realizadas pela população, faz a blitz ambiental e do leite, monitoramento da potabilidade da água da zona rural. A VISA também faz ações educativas informando e orientando aos fabricantes e vendedores para que cumpram as normas sanitárias e melhorem a qualidade de seus produtos, aos prestadores de serviços de interesse a saúde como hospitais, consultórios, cabeleireiros para que ofertem serviços melhores e mais seguros, aos cidadãos. Independente das regulamentações e formas de gestão, a vigilância sanitária deve ampliar seu objeto de ação e seu modo de trabalho. Para além de produtos e serviços, deve incluir, como objeto de ação, determinantes do processo saúde-doença e de qualidade de vida, e, para além da fiscalização, deve incluir, no seu trabalho, técnicas de comunicação com a sociedade e com outros profissionais de saúde e ações intersetoriais. A VISA é um órgão que precisa desempenhar suas funções de maneira interdisciplinar, tendo em vista sua ampla área de atuação nos mais diferentes setores, é ainda considerada um espaço de comunicação que possibilita a promoção à saúde da população, já que lida com diversos produtos que são utilizados por indivíduos das distintas classes sociais. Por ter a missão de proteger e promover a saúde da população, sempre em defesa da vida, tal órgão necessita de uma interação muito grande com os cidadãos, para isso estes podem buscar a efetivação das ações da Vigilância Sanitária pela própria diretriz do SUS, a de participação da comunidade, ou seja, o sujeito social pode ser ativo no referido órgão através dos conselhos de saúde. Desta forma a sociedade só tem a ganhar e a Vigilância Sanitária irá avançar em suas práticas, tendo assim melhores resultados. Para que se tenha uma Vigilância Sanitária, em consonância com as necessidades da saúde da população, é necessário também a participação ativa dos órgãos públicos responsáveis pela sua execução, compromissados com a saúde e com a realidade da comunidade, tendo em vista as problemáticas que ela apresenta. É preciso entender a Vigilância Sanitária como parte integrante e primeira da área da saúde, compreendendo um conjunto de ações específicas de proteção a esta, que em última análise contempla os mais diversos campos de atuação, desde os específicos da área sanitária até outros, a exemplo do saneamento, educação, segurança entre tantos, mas que contribuem para a qualidade de vida.
4 ESTÁGIO NO NASF
4.1 INTRODUÇÃO 
 A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2006).
 A Atenção Primária à Saúde (APS) representa um complexo conjunto de conhecimentos e procedimentos e demanda uma intervenção ampla em diversos aspectos para que se possa ter efeito positivo sobre a qualidade de vida da população. São assim estipulados seus atributos essenciais: o acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde, a continuidade e a integralidade da atenção, e a coordenação da atenção dentro do sistema (BRASIL, 2009). A Atenção Primária à Saúde é complexa e demanda uma intervenção ampla em diversos aspectos para que se possa ter efeito positivo sobre a qualidade de vida da população, necessita de um conjunto de saberes para ser eficiente, eficaz e resolutiva. É definida como o primeiro contato na rede assistencial dentro do sistema de saúde, caracterizando-se, principalmente, pela continuidade e integralidade da atenção, além da coordenação da assistência dentro do próprio sistema, da atenção centrada na família, da orientação e participação comunitária e da competência cultural dos profissionais. Os serviços nesse nível de atenção requerem: estar orientados para a comunidade, conhecendo suas necessidades de saúde em função do contexto econômico e social em que vivem; centrar-se na família, para bem avaliar como responder às suas demandas; ter competência cultural, para reconhecer as diferentes necessidades dos grupos populacionais, entendendo suas representações dos processos saúde-doença(STARFIELD, 2002).
 A partir de 1994, a Atenção Básica foi reestruturada e reorganizada com a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF), recentemente denominado Estratégia Saúde da Família (ESF) com a responsabilidade integral de uma equipe mínima – medico enfermeira, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde – sobre a saúde da população de uma determinada área, tomando como base da intervenção a família no seu ambiente. Caracteriza-se como a porta de entrada prioritária de um sistema de saúde constitucionalmente fundado no direito à saúde e na equidade do cuidado e, além disso, hierarquizado e regionalizado, como é o caso do SUS (BRASIL, 2009). 
 Com a ESF, a família passou a ser considerada uma unidade de intervenção e firmou-se a premissa da reorientação das práticas profissionais a partir da Atenção Básica, no desenvolvimento de ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde, de forma integral e contínua. O papel da ESF foi reafirmado na Política Nacional da Atenção Básica, que definiu como prioridades sua consolidação e qualificação, tomando a Atenção Básica centro cordenador das redes de atenção à saúde no SUS. A ESF preconiza a territorialização e a delimitação das áreas de abrangência das equipes, tendo em vista a identificação das necessidades e dos problemas de saúde da população, o monitoramento das condições de vida e de saúde das coletividades, facilitando a programação e a execução das ações sanitárias. Preconiza ainda a abordagem e a intervenção nos determinantes sociais da saúde e nos condicionantes culturais, étnicos, comportamentais, entre outros, que influenciam as necessidades e os problemas de saúde (NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2010).
 Desta forma, são definidos os quatro atributos essenciais da atenção primária à saúde: o acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde, a continuidade e a integralidade da atenção, e a coordenação da atenção dentro do sistema. A Saúde da Família caracteriza-se como a porta de entrada prioritária de um sistema hierarquizado, regionalizado de saúde e vem provocando um importante movimento de reorientação do modelo de atenção à saúde no SUS. Visando apoiar a inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primaria bem como sua resolutividade, além dos processos de territorialização e regionalização, o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), mediante a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008. O NASF deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem em conjunto com os profissionais das Equipes Saúde da Família, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das Equipes de Saúde da Família no qual o Nasf está cadastrado. 
 Existem duas modalidades de NASF: o NASF 1 que deverá ser composto por no mínimo cinco das profissões de nível superior (Psicólogo; Assistente Social; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Profissional da Educação Física; Nutricionista; Terapeuta Ocupacional; Médico Ginecologista; Médico Homeopata; Médico Acupunturista; Médico Pediatra; e Médico Psiquiatra) vinculado de 08 a 20 Equipes Saúde da Família e o NASF 2 que deverá ser composto por no mínimo três profissionais de nível superior de ocupações não-coincidentes (Assistente Social; Profissional de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; e Terapeuta Ocupacional), vinculado a no mínimo 03 Equipes Saúde da Família, fica vedada a implantação das duas modalidades de forma concomitante nos Municípios e no Distrito Federal. Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000 habitantes dos Estados da Região Norte, cada NASF 1 poderá realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) equipes de Saúde da Família, e a, no máximo, a 20 (vinte) equipes de Saúde da Família.     A definição dos profissionais que irão compor os núcleos é de responsabilidade dos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações. Tem como responsabilidade central atuar e reforçar 9 diretrizes na atenção à saúde: a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a educação popular, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização.
 A equipe do NASF e as equipes da saúde da família criarão espaços de discussões para gestão do cuidado. Como, por exemplo, reuniões e atendimentos conjuntos constituindo processo de aprendizado coletivo. Desta maneira, o NASF não se constitui porta de entrada do sistema para os usuários, mas apoio às equipes de saúde da família e tem como eixos a responsabilização, gestão compartilhada e apoio à coordenação do cuidado, que se pretende, pela saúde da família, deve atuar de forma integrada à rede de serviços de saúde a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as ESF. Assim, a organização dos processos de trabalho dos Nasf, tendo sempre como foco o território sob sua responsabilidade, deve ser estruturada priorizando o atendimento compartilhado e interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência para todos os profissionais envolvidos, mediante amplas metodologias, tais como estudo e discussão de casos e situações, projetos terapêuticos, orientações e atendimento conjunto.
 O NASF está dividido em nove áreas estratégicas sendo elas: atividade física/praticas corporais; práticas integrativas e complementares; reabilitação; alimentação e nutrição; saúde mental; serviço social; saúde da criança/ do adolescente e do jovem; saúde da mulher e assistência farmacêutica. Organização do processo de trabalho dos NASF, nos territórios de sua responsabilidade, deve ser estruturado priorizando:
Atendimento compartilhado para uma intervenção interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência para ambos os profissionais envolvidos. Com ênfase em estudo e discussão de casos e situações, realização de projeto terapêutico, orientações, bem como atendimento conjunto; (criando espaços de reuniões, atendimento, apoio por telefone, e-mail, etc)
 Intervenções especificas do NASF com usuários e famílias encaminhados pela equipe de SF, com discussões e negociação a priori entre os profissionais responsáveis pelo caso, de forma que o atendimento individualizado pelo NASF se dê apenas em situações extremamente necessária;
 Ações comuns nos territórios de sua responsabilidade, desenvolvidas de forma articulada com as equipes de SF e outros setores. Como por exemplo o desenvolvimento do projeto de saúde no território, planejamentos, apoio aos grupos, trabalhos educativos, de inclusão social, enfrentamento da violência, ações junto aos equipamentos públicos (escolas, creches, igrejas, pastorais, etc). 
 Dentro de tal perspectiva, implantar NASF implica, portanto, na necessidade de estabelecer espaços rotineiros de reunião de planejamentos, o que incluiria discussão de casos, estabelecimentos de contratos, definição de objetivos, critérios de prioridade, critérios de encaminhamento ou compartilhamento de casos, critérios de avaliação, resolução de conflitos etc. Tudo isso não acontece automaticamente, tornando-se assim necessário que os profissionais assumam sua responsabilidade na co-gestão e os gestores coordenem estes processos, em constante construção.
4.2 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO NASF
 No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), políticas públicas como a Política Nacional de Alimentação e Nutrição, a Política Nacional de Atenção Básica e a Política ao Direito Humano à Alimentação Adequada têm objetivo comum de levar saúde, autonomia e cidadania aos brasileiros. Com efeito, a atual situação epidemiológica brasileira é um objetoem transição, com a chamada dupla carga de doenças, ou seja, a coexistência de níveis altos de doenças infecciosas e parasitárias, ao lado de doenças cardiovasculares, câncer, violência etc. Demonstrando assim a importância das ações de alimentação e nutrição no contexto da Atenção Primária em Saúde (APS). As demandas emergentes e crescentes em atenção à saúde decorrem, principalmente, dos agravos que acompanham as doenças crônicas não transmissíveis e as deficiências nutricionais, ambos os grupos associados a uma alimentação e modos de vida não saudáveis. As ações de alimentação e nutrição na APS tanto contribuirão para a qualificação como para a garantia da integralidade da atenção à saúde prestada à população brasileira. Do ponto vista nutricional, a transição é caracterizada pela presença de desnutrição, deficiência de micronutrientes, excesso de peso e outras doenças crônicas não transmissíveis coexistindo nas mesmas comunidades e, muitas vezes, no mesmo domicílio. Nesse contexto é que surge a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que tem como principais objetivos: a garantia da qualidade dos alimentos colocados para consumo no País; a promoção de práticas alimentares saudáveis; a prevenção e o controle dos distúrbios nutricionais; e o estímulo às ações que propiciem o acesso universal aos alimentos, que tem como princípio o direito humano à alimentação adequada (BRASIL, 2009).
 As ações de alimentação e nutrição a serem desenvolvidas pela Estratégia de Saúde da Família, em parcerias com os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), devem pautar-se nos princípios da universalidade, da integralidade e da equidade, bem como no trabalho interdisciplinar, intersetorial, ético, resolutivo, longitudinal, acolhedor, com vínculo e responsabilização, deverão se estruturar com base nos seguintes eixos estratégicos:
Promoção de práticas alimentares saudáveis, em âmbito individual e coletivo, em todas as fases do ciclo de vida;
Contribuição na construção de estratégias para responder às principais demandas assistências quanto aos distúrbios alimentares, deficiências nutricionais, desnutrição e obesidade;
Desenvolvimento de projetos terapêuticos, especialmente nas doenças e agravos não transmissíveis;
Realização do diagnóstico alimentar e nutricional da população, com a identificação de áreas geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos agravos nutricionais, bem como identificação de hábitos alimentares regionais e suas potencialidades para promoção da saúde;
Promoção da segurança alimentar e nutricional fortalecendo o papel do setor saúde no sistema de segurança alimentar e nutricional instituído pela Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, com vistas ao direito humano à alimentação adequada.
 Há, todavia, especificidades nas ações de Alimentação e Nutrição nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), relativas ao diagnóstico, planejamento, programação, implementação, monitoramente e avaliação delas, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, inserindo-as ao planejamento local de saúde de cada equipe de SF. Além disso, o nutricionista do Nasf, com apoio dos demais profissionais da respectiva equipe e em colaboração com as equipes de SF, deve elaborar, revisar, adaptar, padronizar e definir os protocolos de atenção nutricional, individual e coletiva, considerando os protocolos ou outra norma técnica estabelecida pelo Ministério da Saúde, dos gestores estaduais, os municipais ou os do Distrito Federal, em processos de construção e implementação compartilhados com os demais membros da equipe de SF. Devem ser ainda desenvolvidas estratégias junto aos outros profissionais do Nasf e das equipes de SF para identificar oportunamente problemas relacionados à alimentação e nutrição e referenciar para outra instância do sistema de saúde, quando necessário, além de desenvolver ações de promoção da alimentação saudável e de prevenção de agravos relacionados à alimentação e nutrição. Deve ser também cogitado o desenvolvimento de ações alternativas de alimentação e nutrição voltadas às famílias do Programa Bolsa-Família ou similares. Aspecto a ser contemplado também é a formação e a educação permanente dos profissionais das equipes de SF (BRASIL, 2009).
4.3 AGENDA PROGRAMÁTICA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA COM RELAÇÃO ÀS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
Incentivo, apoio e proteção ao aleitamento materno e à alimentação complementar introduzida em tempo oportuno e de qualidade;
Realização da vigilância alimentar e nutricional (Sisvan) com vistas ao monitoramento do estado alimentar e nutricional da população atendida no território com identificação de risco nutricional precoce e pronto atendimento
Desenvolvimento de programas de suplementação preventiva com micronutrientes (ferro, ácido fólico e vitamina a);
Cuidado nutricional para grupos populacionais portadores de agravos específicos (desnutrição, risco nutricional, hipertensão, diabetes, obesidade, HIV/ Aids, entre outros);
Acompanhamento das condicionalidades de saúde do Programa Bolsa-Família, no âmbito municipal.
 Finalizando, a atuação do nutricionista no Nasf tem como sujeito, em primeiro lugar, a equipe de SF, mas também, no plano coletivo, a comunidade, as famílias, os indivíduos que a compõem. Os determinantes sociais do processo saúde-doença devem ser objeto de especial atenção, condicionando as práticas em saúde e o direcionamento do processo de trabalho.
4.4 NASF DO MUNICÍPIO DE SANTO ANTONIO DE JESUS
 O município de Santo Antonio de Jesus apresenta dois Nasf tipo 1 classificados em Nasf A e B. O Nasf A é responsável por nove Unidades Básicas de Saúde e o B Nasf B por oito. O estágio foi realizado no NASF B, sua equipe é formada por: um nutricionista, um educador físico, duas fisioterapeuta, um terapeuta ocupacional, um fonoaudiólogo, uma farmacêutica totalizando sete profissionais. O Nasf B é responsável pelas seguintes unidades: São Francisco, Andaiá I, Andaiá II, Urbis III, Andrelino Pereira Reis, Auto de Santo Antonio, Amparo e Sales. Durante o mês a nutricionista do Nasf faz uma programação para atender todas as unidades de sua responsabilidade. Cada uma tem um turno específico da semana para atendimentos, ou participação do grupo do Nasf com interação dos profissionais. A programação da semana era a seguinte: 
Segunda: manhã Amparo, tarde Sales
Terça: manhã Andrelino Pereira Reis, tarde Andaiá 1
Quarta: manhã são Francisco, tarde Urbis 3
Quinta: manhã Auto de Santo Antonio, tarde Andaiá 2
Sexta: Disponível para todas as unidades a depender de suas necessidades.
 Essa foi a programação de uma das semanas, mas que poderia ser alterada a depender das necessidade apresentada durante a semana.
4.5 RELATO DAS ATIVIDADES NO NASF
 O estágio no Nasf começou no dia 7 de maio e foi até o dia 30 de maio durando um total de 23 dias. As atividades realizadas no Nasf foram: Atendimentos individualizados, GIAME, visitas domiciliares, dinâmicas e palestras. Durante as quatro semanas foram realizadas cinco consultas de retorno para entrega de dietas, nesse momento foi acompanhado as orientações da nutricionista como seguir um plano alimentar utilizando lista de substituição. Foram realizados cinco atendimentos com participação dos estagiários na anamnese e nas orientações aos pacientes sob supervisão da nutricionista. Foi um momento importante por propiciar o desenvolvimento de habilidade relacionadas ao atendimento ao público, uma prática pouco desenvolvida durante a graduação. Foi acompanhado cinco GIAMEs, todos sobre introdução da alimentação complementar. Dois, por apresentar uma única nutriz, ocorreu um atendimento individualizado, os outros três foi realizado uma dinâmica em que as mães escolhiam qual o momento da introdução de diversos alimentos de acordo com a idade do bebê e a partir de suas escolhas começam as orientações. Uma palestra sobre cuidados