Buscar

aula4 Exame Heinz

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Brasileiros da Ambev e Warren Buffett compram a Heinz negócio de US$ 28 bilhões > Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira ficarão encarregados da administração da empresa
NOVA YORK – A dieta típica americana está dominada por brasileiros. Além de cerveja, refrigerante e hambúrguer, por meio da Ambev e do Burger King, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, donos da 3G Capital, agora também detêm uma das mais tradicionais fabricantes de ketchup e mostarda do mundo, a Heinz. O fundo, junto com a Berkshire Hathaway, do bilionário americano Warren Buffett, comprou a empresa de 143 anos por US$ 28 bilhões, sendo US$ 23,2 bilhões em dinheiro e ações e o restante em rolagem de dívida. A operação representa o quarto maior negócio de fusões e aquisições de bebidas e alimentos de todos os tempos e o maior deste ano. E combina as ambições na indústria de alimentos dos fundadores da 3G Capital com a busca de Buffett por crescimento.
Para ficar com a Heinz, a Berkshire e a 3G pagarão US$ 72,50 por ação, um prêmio de 19% sobre o até então maior patamar histórico do papel da companhia — US$ 61. As ações da empresa fecharam o pregão desta quinta-feira na Bolsa de Nova York no maior valor de sua história, exatamente igual ao ofertado pelo trio brasileiro e Buffett, com uma alta de 19,87%.
As duas empresas têm histórico de investimentos no setor de consumo. A Berkshire detém quase 9% da The Coca-Cola Company, mais de 2% na Procter & Gamble e 1,4% no Walmart. A 3G controla a maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Busch Inbev, junto com a Interbrew International — o grupo que controla a brasileira Ambev. Em 2010, o fundo comprou o controle do Burger King por US$ 3,3 bilhões e abriu o capital da empresa, cujas ações fecharam em alta de 1,66%.
Para Buffett, o negócio representa uma incomum parceria com um grupo de private equity para uma grande aquisição, considerando que historicamente suas compras foram feitas por conta própria. Ele afirmou que seu interesse na Heinz data dos anos 80, mas o negócio tem sua origem na 3G. Segundo uma fonte a par do assunto citada pelo “New York Times”, Lemann levou a ideia à Berkshire há dois meses. Buffett gostou e ambos se aproximaram do presidente-executivo da Heinz, William R. Johnson. Buffett já estava em busca de uma compra na casa dos US$ 20 bilhões. A última vez que ele fez um negócio similar foi em 2008, quando a Berkshire ajudou a financiar a compra da Wrigley pela Mars por US$ 23 bilhões.
Marca tem 143 anos
Para a 3G, a aquisição da Heinz — que no Brasil é dona da Quero Alimentos há cerca de dois anos, quando comprou 80% da fabricante brasileira por cerca de R$ 1 bilhão — é um complemento natural para o Burger King. Telles e Sicupira são membros do conselho de administração da rede de fast food e junto com Lemann fazem parte do conselho da AB Inbev.
De acordo com a Heinz, o negócio será fechado com recursos da Berkshire e da 3G, além de rolagem de dívida e financiamento de JP Morgan e Wells Fargo. Buffett afirmou que a Berkshire e a 3G serão parceiras com fatias iguais e que a operação da companhia será feita pelos brasileiros. Segundo Buffett, a “Heinz será o bebê da 3G”:
— Esse é meu tipo de negócios e meu tipo de parceiro. A Heinz é o nosso tipo de companhia, com marcas fantásticas.
Além de deter marcas conhecidas nos EUA, como as batatas fritas Ore-Ida, a Heinz tem tido excelente performance, cumprindo, portanto, as exigências de Buffett. Nos últimos 12 meses, as ações da empresa na Bolsa de Nova York subiram quase 17%. A Heinz, de 143 anos e cuja sede continuará em Pittsburgh, também fabrica alimentos para bebês e elevou suas vendas nos últimos oito anos.
Após o anúncio da operação, a 3G afirmou que é cedo para dizer se haverá cortes de custos na Heinz, cujo presidente disse que não tratou de cortes.
“Olhamos para frente com a parceria com a Berkshire Hathaway e a 3G Capital, ambos investidores amplamente respeitados, no que será um novo e excitante capítulo da história da Heinz”, informou Johnson.
Segundo relatório da unidade de risco financeiro da Thomson Reuters, a aquisição é a quarta maior no setor de alimentos e bebidas, atrás da compra da Kraft Foods por um grupo de investidores por US$ 61,5 bilhões em janeiro de 2007. A fusão da Anheuser Busch pela Inbev foi a segunda maior do setor, em junho de 2008, por US$ 60,4 bilhões. E imediatamente à frente da aquisição da Heinz aparece a compra da Kraft por novos investidores, em setembro passado, por US$ 36 bilhões.
10 marcas brasileiras com sotaque estrangeiro
Fogo de Chão
A tradicional rede de churrascarias criada pelos irmãos gaúchos Ari e Jair Coser faz sucesso nos Estados Unidos, ao ponto de possuir hoje mais unidades lá do que no Brasil.
FUNDAÇÃO:1979 (Porto Alegre, RS) COMPRADOR:Thomas H. Lee Partners (EUA) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2012 VALOR:US$ 400 milhões
TAM Linhas Aéreas
Já cinquentona, a companhia aérea que começou como um pequeno serviço de táxi aéreo tocado por dez pilotos de monomotor se internacionalizou, em uma negociação intrincada com ações. O objetivo foi contornar a proibição de que estrangeiros (no caso, chilenos) detenham mais de 20% do capital com direito a voto de uma empresa aérea.
FUNDAÇÃO:1961 COMPRADOR :LAN Airlines (Chile) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2012 VALOR ESTIMADO:US$ 3,7 bilhões
PBKids
Dos negócios da família Pilnik no setor imobiliário surgiu a loja de brinquedos PBKids, cujo capital era dividido igualmente entre o patriarca Oscar (presidente), o filho mais velho, Mílton (diretor administrativo e financeiro) e o filho mais jovem, Celso (diretor comercial). Acabou sendo fundida com a principal rival, Ri Happy.
FUNDAÇÃO:1994 (São Paulo, SP) COMPRADOR :Carlyle Group (EUA) ANO DA NEGOCIAÇÃO :2012 VALOR ESTIMADO:R$ 150 milhões (US$ 75 milhões)
Tok & Stok
Inspirada na sueca Ikea, a rede de lojas de móveis foi alvo de uma longa série de boatos de venda até ser finalmente negociada. O casal de fundadores, Régis e Ghislaine Dubrule, permaneceu ligado à empresa. FUNDAÇÃO:1978 (São Paulo, SP) COMPRADOR :Carlyle Group (EUA) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2012 VALOR ESTIMADO:R$ 700 milhões (US$ 350 milhões)
Ypióca
Caso raro entre as empresas familiares, a Ypióca permaneceu sob controle dos Telles por mais de 150 anos. O nome da cachaça vem do termo tupi-guarani que designa a "terra-roxa" - melhor para plantar a cana, matéria-prima fundamental da aguardente. A cachaça ganhou espaço no exterior sendo apresentada como "rum brasileiro (brazilian rum)".
FUNDAÇÃO:1846 COMPRADOR:Diageo (Grã-Bretanha) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2012 VALOR ESTIMADO:US$ 470 milhões (R$ 930 milhões)
Yoki
O imigrante japonês Yoshizo Kitano chegou ao Brasil e começou fabricando cereais, incluindo posteriormente no portfólio temperos, chás e outros produtos. Logo após ser vendida, a empresa foi abalada pelo trágico assassinato do então diretor da empresa, Marcos Kitano Matsunaga, pela esposa, Elize.
FUNDAÇÃO:1960 (São Bernardo do Campo, SP) COMPRADOR:General Mills (EUA) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2012 VALOR ESTIMADO:R$ 1,75 bilhão (US$ 890 milhões)
CVC
A empresa foi criada por Guilherme Paulus e Carlos Vicente Cerchiari - cujas iniciais viraram sigla -, mas a sociedade se desfez quatro anos depois. Ao lado da esposa, Luiza, Paulus a transformou na maior operadora de viagens da América Latina, o que atraiu a atenção dos investidores internacionais.
FUNDAÇÃO:1972 (Santo André, SP) COMPRADOR:Carlyle Group (EUA) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2010 VALOR ESTIMADO:US$ 250 milhões
Brahma
Depois de se unir à sua arquirrival no plano nacional, a cervejaria Antarctica, para a formação da Companhia de Bebidas da América (Ambev), a Brahma foi absorvida pelo grupo InBev, resultante da fusão com a belga Interbrew.
FUNDAÇÃO:1888 (Rio de Janeiro, RJ) ABSORVIDA POR (fusão):Interbrew (Bélgica) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2004 VALOR ESTIMADO :n/d
Antarctica
A Antarctica foi absorvida pelo grupo InBev, resultante da fusão com a belga Interbrew, depois de se unir
à sua arquirrival no plano nacional, a cervejaria Brahma, para a formação da Companhia de Bebidas da América (Ambev).
FUNDAÇÃO:1885 (São Paulo, SP) ABSORVIDA POR (fusão):Interbrew (Bélgica) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2004 VALOR ESTIMADO:n/d
Chocolates Garoto
A venda da então octogenária fabricante de chocolates da família Meyerfreund gerou polêmica no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que chegou a proibir a operação. O veto está sendo questionado na Justiça.
FUNDAÇÃO:1929 (Vila Velha, ES) COMPRADOR:Nestlé (Suíça) ANO DA NEGOCIAÇÃO:2002 VALOR:US$ 250 milhões

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando