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casos concretos historia do direito

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Caso Concreto 1
Observe o mapa que apresenta o pormenor do planisfério do Atlântico com as divisões de 100 e de 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, estipuladas no Tratado de Tordesilhas. Depois, responda ao que se pede.
Anônimo – elaborado, aproximadamente, em 1545
“Comparando o território atual do Brasil com a área de colonização portuguesa no século XVI, delimitada pelo Tratado de Tordesilhas, percebe-se que aquela área praticamente triplicou, pois mal chegava a um terço dos atuais 8,5 milhões de km2.” (VESENTINI, José William. Brasil Sociedade & Espaço. São Paulo: Ática, 1999, p. 43). 
Pergunta-se:
O que foi o tratado de Tordesilhas?
B) Por que alguns países da Europa, como a França contestavam aquele tratado?
Gabarito – caso 1
A) Para auxílio da resposta apresentamos a adaptação do texto abaixo, disponível em http://www.brasilescola.com/historiab/tratado-de-tordesilhas.htm), conforme segue: “ ... com a ascensão dos espanhóis na exploração de novas terras, o clima de disputa com os portugueses se acirrou. Para que um conflito de maiores proporções fosse evitado, o papa Alexandre VI foi convocado para negociar os limites de exploração colonial entre essas duas potências européias. Inicialmente, Portugal buscava garantir seu monopólio na costa africana e a Espanha preocupava legitimar a exploração nas terras localizadas a oeste. No ano de 1493, o papa então anunciou a assinatura da Bula Inter Coetera, que fixava uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Açores. No entanto, no ano seguinte, o rei português Dom João II exigiu a revisão desse primeiro acordo, que não satisfazia os interesses lusitanos. Segundo alguns historiadores, essa mudança de idéia era um forte indício de que os portugueses tinham conhecimento de outras terras localizadas na porção sul do novo continente descoberto pelos espanhóis. Séculos mais tarde, documentos explicariam essa “repentina” mudança de idéia dos lusitanos.Buscando evitar o desgaste de um conflito militar, os espanhóis aceitaram a revisão dos acordos com uma nova intermediação do papa. Com isso, o Tratado de Tordesilhas foi assinado em junho de 1494. Nesse novo acerto ficava estabelecida a demarcação de um novo meridiano localizado a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Os territórios a oeste seriam explorados pelos espanhóis; e as terras a leste deveriam ser controladas pelos lusitanos. Dessa forma, o novo acordo assegurou a exploração lusitana em parte dos territórios que hoje compõem o Brasil.” 
B) Conforme o relatado na resposta acima, o Tratado de Tordesilhas foi celebrado entre Portugal e Espanha que partilhava o novo mundo. Neste contexto foram excluídos os demais países dessa partilha, como exemplo: França. Assim, a corrida colonial via-se restrita à Portugal e Espanha, retirada toda a legitimidade dos demais países a participar deste processo. Neste sentido, declarou o Rei Francisco I, da França, em 1540: "Gostaria de ver o testamento de Adão para saber de que forma este dividira o mundo." (Conforme Cláudio Vicentino, HISTÓRIA GERAL, 1991). 
  
Caso Concreto 2
Leia a notícia a seguir e, depois, responda as questões.
O Foral de Olinda de 1537, o documento mais antigo relativo à cidade e o único Foral de Vila conhecido no Brasil, é uma carta de doação feita pelo primeiro donatário de Pernambuco, Duarte Coelho aos povoadores e moradores. Este documento elevou o povoado de Olinda à Vila, estabelecendo seu patrimônio público, bem como um plano de ocupação territorial. Além da importância histórica, gera, ainda hoje, à Prefeitura Municipal o direito de cobrança do foro anual, laudêmio e resgate de aforamento.
Através do resgate histórico deste documento do século XVI, o Projeto Foral de Olinda possibilitou o aumento da arrecadação municipal, através da incorporação do cadastro de terrenos foreiros ao Sistema de Cadastro Imobiliário do município. Os trabalhos iniciaram em 1984, culminando com a emissão dos carnês de cobrança em 1994, 1996 e 1998, para, respectivamente, 34.000 imóveis localizados em Olinda, 15.000 em Recife e 18.000 parcelas no Cabo. Apesar de significativa a quantidade de foreiros, verifica-se que a arrecadação ainda é baixa. (texto adaptado, disponível em: http://geodesia.ufsc.br/Geodesia-online/arquivo/cobrac_2002/048/048.htm, acessado em 12 de outubro de 2008)
Conforme o texto, o documento celebrado no Século XVI, ainda, nos dias atuais, gera arrecadação municipal. Sendo assim, explique o que é uma Carta Foral e por que, ainda hoje, permite a cobrança do tributo?
Gabarito – caso 2
Uma carta de foral é um documento concedido por um rei ou por um senhorio a uma povoação onde se estabelecem as normas de relacionamento dos seus habitantes, entre si e com o senhor que lhes outorgou o documento. É concedido como uma carta de privilégio, concedendo aos moradores da terra que a recebe um estatuto privilegiado ou de exceção.
Carta Foral, tanto no Brasil como em Portugal, tratava, entre outras coisas, dos tributos a serem pagos pelos colonos. O seu nome origina-se de um documento régio que estabelecia os foros (direitos, deveres, liberdades e garantias) dos povoadores ou habitantes de uma terra a ser fundada, ou que recebia mercê nova por seu desenvolvimento. Assim, cada carta de foral estabelecia direitos e deveres particulares desses colonos, habitantes ou povoadores na vida municipal, exercício da Justiça, 
privilégios da terra, organização social e administrativa, etc. Definia, ainda, o que pertencia à Coroa e ao senhor donatário, quando o houvesse. Geralmente, se descobertos metais e pedras preciosas, 20% seriam da Coroa e, ao donatário caberiam 10% dos produtos do solo. A Coroa detinha o monopólio do comércio do paul-brasil e de especiais. O donatário podia doar sesmarias aos cristãos que pudessem colonizá-las e defendê-las, tornando-se assim colonos..
Caso Concreto 1
Leia o texto referente a sentença de Tiradentes e, depois, responda as questões propostas.
“... Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas publicas ao lugar da forca e nella morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Villa Rica aonde em lugar mais publico della será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes pelo caminho de Minas no sitio da Varginha e das Sebolas aonde o Réu teve as suas infames práticas e os mais nos sitios (sic) de maiores povoações até que o tempo também os consuma; declaram o Réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens applicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Villa Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados e no mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infamia deste abominavel Réu; (...)” (Sentença de Tiradentes. Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=612, acessado em 10 de outurbro de 2008).
Como podemos notar, a execução de Tiradentes teve um sentido bem mais amplo que o de um enforcamento. Tratava-se de uma punição exemplar: esquartejar, exibir o corpo nos locais onde os crimes foram praticados, salgar terrenos e demolir casas faziam parte do esforço de apagar a memória do criminoso e reavivar a memória da punição de seus crimes. Por estas práticas, afirmava-se o poder do soberano e incutia-se temor em seus súditos.
Sendo assim:
O que significa aqui a expressão “castigo exemplar”? 
Por que as reivindicações dos inconfidentes foram consideradas “crimes”, em 1789?
O que significava a condenação “morra morte natural para sempre”?
Por que no Brasil, atualmente, esse tipo de pena não mais seria passível de ser prevista?
Gabarito – caso 1
Tomando como exemplo o caso de Tiradentes, este, no o dia 21de Abril de 1792, é enforcado no Largo do Lampadário, no Rio de Janeiro, sendo o único dos inconfidentes executado. Neste sentido, acaba por servir de exemplo para que outros não insurjam contra à Coroa Portuguesa. O seu corpo é esquartejado e pedaços deste são espalhados pela estrada que vai para Vila Rica., sendo que uma gaiola com a sua cabeça é alçada a um poste cravado no centro desta cidade.
B) Porque eram insurgentes à coroa portuguesa, que considerou o movimento como crime de lesa-majestade.
	
C) Segundo as Ordenações Filipines (Livro V) “morte natural” indica que a morte simples deveria ser executada mediante degolação ou enforcamento. Neste último caso, só eram enforcadas as pessoas de mais baixa camada social, visto que este tipo de morte era considerada como infame. (CASTRO, Flávia Lages. História do Direito, Geral e Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008). Já a expressão “morte para sempre” significa (Livro V, título 133 das Ordenações Filipinas) a exposição do cadáver na forca. (LOPES, José Reinaldo de Lima. O Direito na História. 2. Ed. São Paulo: Max Limonad, 2002, p. 269)
D) Em razão de evidente impedimento imposto pela ordem jurídico-constitucional. Assim, a CRFB/88, em seu artigo 5º, inciso XLVII, prevê não apenas a impossibilidade de haver pena de morte (excetuando-se o caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX), mas também as penas cruéis. Já o inciso XLIX do mesmo artigo assegura aos presos o respeito à integridade física e moral. De qualquer forma, a consagração do princípio da dignidade da pessoa humana - inserido no inciso III do art. 1º da CF/88 - como princípio da fundamental da República, opõe-se de forma contundente a possibilidade de uma pena com estas características. 
Questão Objetiva 1
Observe a estrutura da organização judiciária do Brasil, no Século XVI, e escolha a alternativa que descreve CORRETAMENTE características pessoais e/ou funcionais do Juiz Ordinário:
Homem bom, nativo, que presidia também a Câmara Municipal.
Bacharel em direito indicado pelo Rei.
Apreciavam questões relativas aos interesses de menores, inventários e tutorias.
Apreciava demandas acerca de terras.
Gabarito – Questão Objetiva 1
O correto é a letra “a”. Segundo Flávia Lages, era o indivíduo anualmente eleito entre os “homens bons” nas Câmaras Municipais e tinham competência para causas cíveis, criminais, além de competência subsidiária para as causas atinentes ao juiz de órfãos. CASTRO, Flávia Lages. História do Direito, Geral e Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008. (p. 283)
Caso Concreto 1
Depois da leitura e da pesquisa procedida na bibliografia indicada, responda as questões abaixo:
Nos textos que se seguem, encontramos, em primeiro lugar, alguns exemplos de leis que, durante séculos, regulamentaram a economia brasileira. Em seguida, temos fragmentos de um Decreto, a "Carta Régia" de janeiro de 1808. 
Texto 1 - As Leis:
1591: decreto fecha os portos do Brasil aos navios estrangeiros.
1603: o governo português decreta o monopólio real da pesca da baleia.
1642: a Coroa portuguesa estabelece o monopólio sobre o tabaco.
1658: é imposto pela Coroa o monopólio do sal.
1682: o governo português cria a Companhia de comércio do Maranhão.
1731: Carta Régia estabelece o monopólio sobre a extração de diamantes.
1785: o governo português proíbe as manufaturas de tecidos no Brasil.
Texto 2: Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, promulgada pelo príncipe regente D. João
[...]”Primo: que sejam admissíveis nas Alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros,fazendas e mercadorias transportadas, ou em navios estrangeiros das Potências, que se conservam em paz e harmonia com a minha leal Coroa, ou em navios dos meus vassalos, 
[...] Segundo: que não só os meus vassalos, mas também os sobreditos estrangeiros possam exportar para os Portos, que bem lhes parecer a benefício do comércio e agricultura, que tanto desejo promover, todos e quaisquer gêneros e produções coloniais, a exceção do pau-brasil, ou outros notoriamente estancados.[...]”
Que mudanças podemos identificar analisando as leis, elencadas no texto 1, e o Decreto de 1808?
Analise as situações políticas de Portugal e do Brasil que levaram à promulgação da Carta Régia de 1808.
Como podemos relacionar o Decreto de 1808 e os tratados com a Grã-Bretanha em 1810?
Gabarito – caso 1
1) O conjunto de leis mencionado acaba por identificar o processo de montagem e consolidação da exploração colonial no Brasil, dentro da lógica de exclusividade prevista pelo Pacto Colonial. Já a Carta Régia de 1808 vem a representar exatamente a ruptura com as disposições anteriores, uma vez que liberou o comércio entre o Brasil e o exterior, rompendo com o modelo vivenciado em todo o período colonial anterior.
2) Situação de Portugal: a influência inglesa sobre o governo português é cada vez mais contundente, levando este último a romper o Bloqueio Continental imposto por Napoleão. Tal ato acabou por ocasionar a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil. 
Situação do Brasil: sendo ainda colônia de Portugal, mas transformada em sede provisória do Império Português, por força da transferência da Corte, a conjuntura é marcada pelas pressões da elite colonial para flexibilizar as relações comerciais do Brasil com o exterior.
3) O decreto de 1808 possuiu um caráter geral, abrindo o comércio brasileiro a todos os países que estivessem em paz com Portugal. Mas o inegável predomínio que a Inglaterra exercia sobre o governo de D. João levou à assinatura dos Tratados de 1810. O denominado por Tratado de Comércio e Navegação estabelecia tarifas preferenciais de 15% para os produtos britânicos. Já o Tratado da Aliança e Amizade estipulava a diminuição do tráfico negreiro para o Brasil. Ambos os acordos continham, ainda, outras cláusulas de menor importância.
Questão Objetiva 1
A Assembléia Constituinte foi marcada por uma disputa entre D. Pedro I e a aristocracia rural. Nessa assembléia havia três grupos com idéias diferentes: o grupo português, que era composto por comerciantes militares e que defendia a monarquia absolutista para D. Pedro I; o grupo brasileiro (ala moderada),formado pela aristocracia rural que defendia a centralização e maior limitação aos poderes monárquicos; e, ainda, outro grupo brasileiro, mais radical que o anteriormente citado, que possuía facções da aristocracia rural - principalmente nordestina - menos privilegiada. A grande disputa ocorreu em torno da limitação do poder de D. Pedro I, já que este queria poderes absolutos, o que contrariava as idéias da aristocracia rural. Como resultado, surgiu o projeto de “Constituição da Mandioca” cujas características fundamentais eram: uma monarquia constitucional com 3 poderes; limite ao poder do imperador; valorização do parlamento que não podia ser vetado pelo próprio imperador. Porém, esse projeto não vingou, já que a Assembléia foi dissolvida e uma nova Constituição foi elaborada por um Conselho de confiança escolhido por D. Pedro I.
Com a Assembléia Constituinte dissolvida, D. Pedro I nomeou um Conselho de Estado formado por 10 membros, que redigiu a Primeira Constituição brasileira. Após ser apreciada pelas Câmaras Municipais, ela foi outorgada em 25 de março de 1824. 
Analise as assertivas abaixo e marque a opção que apresenta com correção as características da Constituição de 1824:
 a centralização do poder e um governo monárquico e hereditário.
o catolicismo como religião oficial do país.
o estabelecimento do sufrágio universal.
a existência de quatro poderes: executivo, legislativo, judicial e moderador.
(a) apenas as assertivas I, II e IV são corretas. 
(b) apenas as assertivas I, III e IV são corretas.
(c) apenas as assertivas II, III e IV são corretas.
(d) todas as assertivas são corretas.
Gabarito – Questão Objetiva 1
A opção correta é a letra “a”
Analisando as características apresentadas:
I - D. Pedro I nomeia uma comissão especial,o Conselho de Estado, para redigir uma Constituição que garanta a centralização do poder em suas mãos. A primeira Constituição do país é outorgada em 25 de março de 1824. Estabelece um governo "monárquico, hereditário e constitucional representativo". Institui os poderes: Executivo – representado pelo próprio imperador –, Legislativo e Judiciárial e garante ao Imperador privilégios de monarcas absolutistas, instituindo o Poder Moderador.
II - Do descobrimento à Proclamação da República, o catolicismo foi à religião oficial do Brasil, devido a um acordo de Direito de Padroado firmado entre o Papa e a Coroa Portuguesa. Neste acordo, todas as terra que os portugueses conquistassem deveriam ser catequizadas. Mas tanto as igrejas, quanto os religiosos, submeteram-se à Coroa Portuguesa, em termos de autoridade, administração e gerência financeira.
III - A Constituição institui o voto censitário – os eleitores são selecionados de acordo com sua renda. O processo eleitoral é feito em dois turnos: eleições primárias para a formação de um colégio eleitoral que, por sua vez, escolherá, nas eleições secundárias, os senadores, deputados e membros dos conselhos das Províncias. Os candidatos precisam ser brasileiros e católicos. Nas eleições primárias, somente podem votar os cidadãos com renda líquida anual superior a 100 mil-réis. Dos candidatos ao colégio eleitoral, é exigida renda anual superior a 200 mil-réis. Os candidatos à Câmara dos Deputados devem comprovar renda mínima de 400 mil-réis e, para o Senado, de 800 mil-réis. A maioria da população fica excluída, não apenas do exercício dos cargos representativos, como também do próprio processo eleitoral.
IV - Quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciárial e Moderador. O exercício do Poder Executivo competia ao imperador e o conjunto de ministros por ele nomeados. O Legislativo, representado pela Assembléia Geral, era formada pela Câmara de Deputados (eleita por quatro anos) e pelo Senado (nomeado e vitalício). O Poder Judiciárial era formado pelo Supremo Tribunal de Justiça, com magistrados escolhidos pelo imperador. Por fim, o Poder Moderador era pessoal e exclusivo do próprio imperador, assessorado pelo Conselho de Estado, que também era vitalício e nomeado por aquele.
Caso Concreto 1
Em julho de 1840, após a aprovação de uma emenda constitucional - que antecipava a maioridade de Dom Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Habsburgo -, foi, então, o Segundo Pedro coroado Imperador do Brasil. Este episódio é conhecido como Golpe da Maioridade (D. Pedro tinha, na ocasião 15 anos). 
Tomando como referência o ato acima apresentado pelo texto, responda:
Que fatores políticos levaram a declaração da maioridade de D. Pedro de Alcântara e, conseqüentemente, sua ascensão ao trono?
Pesquise na Constituição de 1988 e, após, responda se é possível menor emancipado assumir a Presidência da República?
Gabarito – caso 1
1) Desde 1835, a idéia de antecipar a maioridade já havia surgido no cenário político da Corte. Proprietários de escravos e de terras estavam assustados com a experiência de descentralização ocorrida durante o Período Regencial, que resultara em tantas revoltas sociais. O restabelecimento da autoridade monárquica era visto como a solução para a crise política.
No dia 21 de julho de 1840, os representantes do Partido Progressista, ou Liberal, apresentaram à Assembléia Geral um projeto de declaração da maioridade, antecipando o início do Governo pessoal de D. Pedro de Alcantara. O Governo regencial, procurando ganhar tempo, tentou evitar a votação, adiando a abertura das sessões para novembro. Inconformados, os deputados, com o apoio do Senado, formaram uma comissão que foi ao palácio de São Cristóvão pedir ao jovem Príncipe herdeiro que concordasse em assumir o Governo. 
 (...) Segundo o historiador Paulo Pereira de Castro, a maioridade não foi um golpe parlamentar, mas um golpe que contou com o consentimento do jovem príncipe. O movimento, liderado por Antônio Carlos de Andrada, transformou-se num golpe palaciano, que terminou com a queda dos conservadores e a volta dos liberais. No dizer de cronistas do Império, D. Pedro, ao ser consultado pela comissão dos maioristas sobre se queria assumir o trono quando completasse 15 anos, ou imediatamente, teria respondido: "Quero já!" (disponível em: http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/tema61_1.html) 
2) A emancipação é um mecanismo legal que eleva uma pessoa de menor idade à idade supostamente adulta. Em direito, maioridade refere-se à idade em que a pessoa física passa a ser considerada capaz para os atos da vida pública (ou seja, para exercer direitos próprios de adultos, contrair obrigações e ser responsabilizado civil e penalmente por suas ações). No entanto, no caso em pauta, a Constituição da República de 1988, estabelece a idade mínima de 35 anos de idade - e não a maioridade - para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República. Neste sentido, não é possível um menor emancipado candidatar-se ao cargo.
Questão Objetiva 1
(ENADE – História – 2008) Numa aula sobre a estrutura política do Império brasileiro, o professor apresentou a seus alunos o trecho da Constituição de 1824 e a charge reproduzidos abaixo.
Constituição Política do Império do Brasil (1824) (Adaptado de: Constituição Política do Império do Brasil, de 25 de março de 1824)
CAPITULO I. Do Poder Moderador.
Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização Política, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos mais Poderes Políticos.
Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolável, e Sagrada: Ele não está sujeito a responsabilidade alguma.
(...)
Art. 101. O Imperador exerce o Poder Moderador
I. Nomeando os Senadores (...)
V. Prorrogando ou adiando a Assembléia Geral, e dissolvendo a Câmara dos Deputados, nos casos em que o exigir a salvação do Estado; convocando imediatamente outra, que a substitua.
VI. Nomeando e demitindo livremente os Ministros de Estado.
VII. Suspendendo os Magistrados (...).
NOVAES, Carlos Eduardo; LOBO, César. História do Brasil para
principiantes: de Cabral a Cardoso, 500 anos de novela.
São Paulo: Ática, 1997. p. 150.
Depois de pedir aos alunos que lessem os artigos da Constituição selecionados, o professor apresentou a charge acima, com as devidas ressalvas quanto ao anacronismo presente na caricatura. A seguir, sugeriu à turma que relacionasse a Constituição de 1824 à interpretação da charge. Ao final da aula, os alunos resumiram suas discussões às quatro afirmações apresentadas abaixo.
I - A charge confirma a Constituição de 1824, que garante amplos poderes ao Imperador.
II - A charge contesta o texto da Constituição, que estabelece a submissão do Estado à Igreja.
III - A charge contraria o texto da Constituição, que afirma o caráter Sagrado da pessoa do Imperador.
IV - A charge ratifica o texto da Constituição de 1824, que assegura a supremacia do Poder Moderador sobre os demais poderes.
Estão corretas APENAS as afirmativas
(a) I e II 
(b) I e III 
(c) I e IV 
(d) II e III 
(e) III e IV
Gabarito – Questão Objetiva 1
Correto é a afirmativa “c”
Questão Objetiva 2
Leia, atentamente, os textos e, após, responda ao que se pede.
Texto 1 
“... os Conselhos de Províncias, que tinham o caráter apenas consultivo, cederam lugar às Assembléias Legislativas, com amplos poderes, podendo legislar sobre matérias civil e militar, instruções públicas, políticas e econômicas dos municípios; o Conselhos de Estado, principal órgão de assessoria do Imperador, foi abolido (...)”. (Texto adaptado: disponível em http://www.culturabrasil.pro.br/regencias.htm, acessado em 04 de outubro de 2008)
Texto 2 
	O Código de Processo Criminal é a grande vitória legislativados liberais, logo após a abdicação de D. Pedro I. Promulgado em 1832, põe fim ao sistema judicial antigo, introduz novidades completas trazidas da Inglaterra, especificamente o Conselho de Jurados (Tribunal do Júri) e o recurso de habeas corpus, inexistente na tradição do direito continental. A investigação criminal das Ordenações Filipinas, a devassa, de tom inquisitorial, desaparece e é substituída por um juizado de instrução, de perfil contraditório, sob a direção do juiz de paz, leigo e eleito pela população local, que além dos poderes judiciários, tinha ainda o poder de polícia (Texto adaptado. LOPES, José Reinaldo de Lima Lopes. O Direito na História. 2. ed. São Paulo: Max Limonard, 2002, p.289)
Após a consulta da bibliografia indicada e análise dos textos apresentados, podemos concluir que eles identificam:
(a) parte do conjunto de inovações estabelecidas pelo texto constitucional de 1824 que concentra o poder nas mãos do Imperador D. Pedro I.
(b) algumas das modificações realizadas pela Lei de Interpretação que descaracterizaram o conteúdo liberal do Código de Processo Criminal de 1832.
(c) parte do conjunto das modificações realizadas no Período Regencial, que recebeu o nome de Ato Adicional à Constituição do Brasil de 1824.
(d) algumas das características políticas do Anteprojeto Constitucional elaborado pela Assembléia, após a Independência.
Gabarito – Questão Objetiva 2
Correto é a alternativa “C”
	O golpe dos moderados fracassou, mas as reformas defendidas por eles foram implementadas sem grandes resistências. E foram as seguintes as reformas que caracterizaram o avanço liberal: 
a) Através de um acordo com os restauradores, aprovou-se a lei de 12 de outubro de 1832, que deu aos deputados a serem eleitos em 1833, para a legislatura de 18341837, poderes constituintes para reformar a Carta de 1824. 
b) Em 29 de novembro de 1832 foi aprovado o Código de Processo Criminal, que deu a mais ampla autonomia judiciária aos municípios. Através desse novo código, o poder municipal concentrou-se nas mãos dos juízes de paz, eleitos pela população local, que, além dos poderes judiciários, tinha, ainda, o poder de polícia. Mas esses juízes foram facilmente controlados ou neutralizados pelos grandes proprietários locais, que detinham os poderes de fato - com seus bandos armados - e não eram punidos por seus crimes. 
c) Os deputados eleitos em 1833, com poderes constituintes, nomearam uma comissão integrada por três membros para realizar as reformas constitucionais, entre os quais Bernardo Pereira de Vasconcelos. As modificações constitucionais foram votadas em 12 de agosto de 1834: os Conselhos de Províncias, que tinham caráter apenas consultivo, cederam lugar às Assembléias Legislativas que, com amplos poderes, podiam legislar sobre matéria civil e militar, instrução pública, política e econômica dos municípios; o Conselho de Estado, principal órgão de assessoria do Imperador, foi abolido; a Regência Trina foi transformada em Una, e eleita pelo voto direto; a cidade do Rio de Janeiro tornou-se um município neutro, separado da Província Fluminense, que tinha como Capital a Cidade de Niterói. 
    O conjunto dessas modificações recebeu o nome de Ato Adicional à Constituição Política do Império ou, simplesmente, Ato Adicional. A vitaliciedade do Senado foi preservada, o que significou uma concessão aos restauradores. Da mesma forma, a autonomia provincial atendeu, em parte, aos anseios dos exaltados, embora viesse a beneficiar, de fato, os potentados locais. 
Caso Concreto 1
Na década de 1840, com a perspectiva do fim do tráfico negreiro, o governo brasileiro começou a interessar-se por fontes alternativas de mão-de-obra, encorajando a imigração de "trabalhadores pobres, moços e robustos" e tentando fixá-los nas fazendas de café. Se os imigrantes tivessem de comprar terras e os preços fossem mantidos em alta, eles seriam obrigados a trabalhar alguns anos antes de poderem comprar seu próprio lote. A Lei de Terras foi aprovada em 18 de setembro de 1850, duas semanas após a aprovação da lei contra o tráfico de escravos. (Adaptado de Leslie Bethell e José Murilo de Carvalho, "O Brasil da Independência a meados do século XIX". In: Leslie Bethell (org.), História da América Latina: da Independência a 1870, vol. III. São Paulo: Edusp / Imprensa Oficial, 2001, p. 753-54, 766.)
Tomando o texto como referência, responda: 
1- Como se dava o acesso à terra antes e depois da promulgação da Lei de Terras de 1850? 
2- De que maneira a Lei de Terras de 1850 buscou promover o trabalho livre? Ainda: há alguma influência da Lei de Terras no sistema de distribuição de terras no Brasil atual?
Gabarito – caso 1
1) O acesso às terras antes de 1850 se dava pela doação de terras através das sesmarias desde o período colonial ou ainda pela compra e, principalmente, ocupação e posterior posse de terras devolutas. A partir da aprovação da Lei de Terras de 1850, as terras desocupadas se tornaram propriedades do Estado e somente poderiam ser adquiridas mediante compra e venda ou por autorização do rei. 
 2) A Lei de Terras garantia mão-de-obra livre aos grandes proprietários, pois restringia o acesso à terra mediante a compra. Assim, o imigrante ou homem livre deveria se dedicar ao trabalho assalariado, geralmente nas plantações de café, para obter o capital suficiente para compra de sua propriedade. Isto porque, as terras ainda não ocupadas passavam a ser propriedade do Estado e só poderiam ser adquiridas através da compra nos leilões mediante pagamento à vista, e não mais através de posse. E quanto às terras já ocupadas, estas podiam ser regularizadas como propriedade privada. Sem a aprovação da Lei de Terras, possivelmente, escravos libertos e imigrantes europeus, ao invés de trabalharem nas grandes lavouras, dirigiriam-se para o interior do país em busca de terras desocupadas para tomar posse. A criação desta Lei garantiu os interesses dos grandes proprietários do Nordeste e do Sudeste que estavam iniciando a promissora produção do café e, certamente, contribuiu para a formação de grandes concentrações latifundiárias e do injusta distribuição de terras no Brasil. 
Questão Objetiva 1
Analise os dados abaixo apresentados por Pandiá Calógeras (In: FERREIRA, Olavo Leonel. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1995, p. 215) sobre a entrada de escravosno Brasil, a partir de 1845:
Ano Número de escravos que entraram
1845 19453
1846 56172
1847 50325
1848 60000
1849 54000
1850 23000
1851 3278
1852 700
Agora, relacionando o quadro estatístico acima, sobre a importação de escravos, com o contexto da época - principalmente no que se refere às leis que antecedem à Lei Áurea -, podemos concluir que: 
(a) a Lei Eusébio de Queiroz foi promulgada no ano em que houve elevação da importação de escravos.
(b) a Lei do Ventre Livre teve repercussão imediata na importação de escravos.
(c) a importação de escravos aumentou a partir de 1850, devido à expansão da lavoura cafeeira.
(d) a importação de escravos cresceu, apesar da pressão inglesa efetuada através do Bill Aberdeen.
Gabarito – Questão Objetiva 1
O caminho até a abolição foi longo e penoso. Apenas no século XIX se começou a questionar seriamente a condição da escravidão. A Inglaterra havia feito a Revolução Industrial no século XVIII e as relações de trabalho no mundo estavam mudando rapidamente. O liberalismo pregava a não intervenção do estado na economia. Cada vez mais, o trabalho escravo tornava-se incompatível com a nova realidade econômica e social do mundo. 
O Governo da Inglaterra decretou, em agosto de 1845, o Bill Aberdeen. Esteato, que recebeu o nome de Lord Aberdeen, então Ministro das Relações Exteriores do Governo britânico, concedia ao almirantado inglês o direito de aprisionar navios negreiros, mesmo em águas territoriais brasileiras, e de julgar seus comandantes. O ato foi alvo de inúmeros ataques, inclusive na Inglaterra, onde alguns criticavam por pretender, dessa forma tornar-se "guardiã moral do mundo". No Brasil, o Bill Aberdeen, entendido por muitos como uma represália da Inglaterra, provocou pânico entre os traficantes e proprietários de escravos e de terras. A conseqüência mais imediata foi o significativo, e paradoxal, aumento na quantidade e no preço dos escravos importados. Pelos dados fornecidos por Caio Prado, este número chegara em 1846 a 50324, e, em 1848, a um total de 60 mil cativos desembarcados nos portos do Brasil. Cientes deste crescimento, os escaleres armados de bandeira inglesa perseguiam implacavelmente as embarcações suspeitas de conduzir escravos que seriam comercializados nas províncias do Império. A Marinha britânica invadia águas territoriais do Brasil, ameaçando, inclusive, bloquear os portos principais. Alguns incidentes - como a troca de tiros no Paraná entre uma embarcação inglesa e a guarnição do Forte de Paranaguá - agravaram mais ainda a situação.
O Governo imperial, nas mãos dos saquaremas desde 1848, temendo uma ação efetiva da Inglaterra, elaborou um projeto de lei, apresentado pelo Ministro da Justiça Eusébio de Queirós, ao Parlamento, visando à adoção de medidas mais eficazes para a extinção do trafico negreiro. O projeto, convertido em lei em setembro de 1850, apoiado nos mais "sólidos princípios do direito das gentes," extinguia o tráfico determinando que: 
(...) "Artigo 3º - são autores do crime de importação, ou de tentativa dessa importação, o dono, o capitão ou mestre, o piloto e o contramestre da embarcação, e o sobrecarga. São cúmplices a equipagem, e os que coadjuvarem o desembarque de escravos no território brasileiro de que concorrerem para ocultar ao conhecimento da autoridade, ou para os subtrair à apreensão no mar, ou em ato de desembarque sendo perseguida."
Muitos protestaram contra a decisão do Governo imperial, o que motivaria, mais tarde, a ida de Eusébio de Queirós à Câmara dos Deputados, a 16 de julho de 1852. Lembrou ele em seu depoimento que inúmeros fazendeiros - em especial os do " Norte do Império" - há tempos enfrentavam dificuldades financeiras graves, não tendo como pagar as dívidas contraídas com os traficantes de escravos. Muitos tinham, inclusive, hipotecado suas propriedades para grandes traficantes - entre os quais inúmeros portugueses - a fim de obter recursos destinados à compra de cativos. Prosseguiu Queirós dizendo que (...) "os escravos morriam mas as dívidas ficavam e, com elas, os terrenos hipotecados". Neste contexto de risco, Eusébio de Queirós apelava para a mudança da "opinião pública" quanto à extinção do tráfico, acentuando a possibilidade "da nossa propriedade territorial" passar das mãos dos fazendeiros para "os especuladores e traficantes".
O próximo passo para dar fim à escravidão foi dado em 1871, com a Lei do Ventre Livre. O projeto da Lei do Ventre Livre foi proposto pelo gabinete conservador presidido pelo Visconde do Rio Branco em 27 de maio de 1871. Por vários meses, os deputados dos partidos Conservador e Liberal discutiram a proposta. Em 28 de setembro de 1871 a Lei nº 2040, após ter sido aprovada pela Câmara, foi também aprovado pelo Senado. Embora tenha sido objeto de grandes controvérsias no Parlamento, a Lei representou, na prática, um passo tímido na direção do fim da escravatura.
Em 1885, foi promulgada a Lei Saraiva-Cotegipe, ou Lei dos Sexagenários, que tornava livres os escravos com mais de 60 anos e obrigava o Estado a pagar uma indenização aos senhores pela alforria destes escravos.
Os fazendeiros, aos poucos, substituíam a mão de obra escrava por imigrantes assalariados, e a campanha abolicionista ganhou a adesão dos republicanos. Não só a escravidão estava em crise, mas o próprio sistema imperial brasileiro.
 O Império estava dividido. Por um lado, os latifundiários, que desejavam a manutenção da escravidão. De outro, os liberais, que desejavam a abolição. Os liberais tinham um apoio de peso, a Inglaterra, que  desejava a abolição para aumentar o mercado consumidor, já que vinha se industrializando desde o século XVIII. Em 13 de maio de 1888, é promulgada a tão desejada Lei, que ficou conhecida como Lei Áurea. A Princesa Isabel, então regente do Brasil, ficou conhecida como “A Redentora”, por ter libertado os escravos. 
Caso Concreto 1
Leia a notícia a seguir e, depois, responda as questões propostas.
Ensino Religioso continua obrigatório na Rede Pública - São Paulo - Enquanto escolas particulares têm garantida a liberdade de oferecer ou não ensino religioso, a rede pública se vê obrigada a incluir a disciplina no currículo do ensino fundamental. A determinação é prevista na Constituição Federal de 1988, que obriga a oferta por parte do Estado e garante ao aluno a opção de freqüentar ou não essas aulas. Resultados preliminares de estudo feito pela ONG (...), apontam os problemas da contradição de um Estado laico financiar esse tipo de ensino em suas escolas públicas. (...) o problema é que a mesma Constituição que traduz o Brasil em um Estado laico prevê ensino religioso na escola pública e financiamento do governo às instituições religiosas. "A presença do ensino religioso, além de contrariar a laicidade do Estado, dá margem a toda problemática das diferentes regulamentações", avalia. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, os municípios e Estados são responsáveis por determinar as normas do ensino religioso nas suas redes de ensino. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo online em 18/08/2008).
Como se vê na notícia acima, a discussão a cerca da laicidade do Estado não se esgotou. Sendo assim: 
Consulte a bibliografia indicada e explique a diferença entre Estado confessional e Estado laico.
Utilizando as categorias acima (laico e confessional), como podemos classificar o Estado no período Imperial? E no período republicano?
Analisando a notícia acima, é possível afirmar que laicidade do Estado estabelecida pela Constituição de 1988 importa em concluir uma completa superação da relação Igreja/Estado? Justifique sua resposta.
Gabarito – caso 1
Estado Confessional é aquele que, embora não se confunda com determinada religião, possui uma religião oficial que pode influir nos rumos políticos e jurídicos da nação, além de possuir privilégios não concedidos às demais. Estado Laico é aquele que não se confunde com determinada religião, não adota uma religião oficial, permite a mais ampla liberdade de crença, descrença e religião, com igualdade de direitos entre as diversas crenças e descrenças. Além disso, no estado laico as fundamentações religiosas não podem influir nos rumos políticos e jurídicos da nação. É o que a Constituição Federal de 1988, em razão de seu art. 19, inc. I estabelece, ao vedar relações de dependência ou aliança com quaisquer religiões.
2) O Estado Imperial é confessional. A Constituição de 1824 definiu a religião católica apostólica romana como religião oficial do país.
O Estado republicano brasileiro é laico, não apenas desde a Constituição de 1988, mas desde o Decreto nº 119A, de 07/01/1890. A laicização do Estado brasileiro foi confirmada pela primeira Constituição republicana, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, no parágrafo 7º de seu art. 72, que desde então foi reproduzido pelas constituições subseqüentes até chegar ao art. 19, I da Constituição de 1988 que, quase com a mesma redação, proíbe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios "estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público".
3) Propomos paraessa pergunta uma discussão a respeito do assunto que enfatize o artigo 19, I da Constituição 1988 e a notícia apresentada.
Questão Objetiva 1
Após a leitura do texto abaixo, responda o solicitado.
“A Nação Brasileira adota como forma de governo, sob o regime representativo, a República Federativa proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas províncias, em Estados Unidos do Brasil”. (Art. 1º da Constituição Republicana de 24 de fevereiro de 1891).
Tomando o artigo, transcrito, como referência, a República implantada no Brasil em 15 de novembro de 1889:
(a) resultou de grande participação do povo, especialmente nos primeiros anos do novo regime.
(b) rompeu com a estrutura socioeconômica existente no Império.
(c) contou com o apoio do Exército brasileiro, ligado ao advento e à consolidação da forma republicana de governo.
(d) instituiu um governo social-democratico como pretendiam todos os envolvidos no movimento republicano.
Gabarito Questão Objetiva 1
Correto é a alternativa “C”
	Em 15 de novembro de 1889, oficiais do Exército proclamavam a República, num movimento que, segundo a historiografia, é definido como nada mais do que uma quartelada. Porém, uma quartelada vitoriosa, visto que contava com o decidido apoio da elite econômica mais representativa do país, os cafeicultores paulistas. Instaura-se um regime conhecido por “regime oligárquico”.
	Proclamada a República, apenas o Exército, entre os grupos que lideraram o movimento, estava aparelhado para exercer o poder e o fez até que as oligarquias cafeeiras reunissem condições para assumir diretamente o governo federal. A disputa entre cafeicultores e Exército, aliados na Proclamação da República, em torno da definição das novas regras do regime, dominou os dois primeiros governos militares, chefiados por Deodoro da Fonseca (1889-1891). 0 confronto estava centrado na oposição entre a autonomia regional desejada pelas oligarquias estaduais e o projeto centralizador dos militares.
Caso Concreto 1
Constituição de 1934 pretendeu compatibilizar a ordem constitucional brasileira com certo grau de civilização jurídica. A nova Constituição, elaborada por uma Assembléia Nacional Constituinte, introduziu no país uma nova ordem jurídico-político que consagrava uma tentativa de refletir a influência do Estado de bem-estar social adaptado as nossas particularidades históricas, sociais, políticas e econômicas. Teve vida curta, mas marcou profundamente todos ordenamentos jurídicos posteriores, agregando temas que jamais deixariam de figurar nas constituições vindouras. 
Tomando o exposto acima como referência, apresente os principais temas abordados pela Constituição de 1934, destacando sua atualidade para o desenvolvimento da sociedade brasileira. 
Gabarito – caso 1
Questão Objetiva 1
Um código eleitoral é o conjunto de normas legislativas que rege o processo de eleição para cargos políticos. As primeiras disposições eleitorais no Brasil datam da Constituição de 1824, a primeira do país. Através dos tempos, diversas alterações, de maior ou menor relevância, foram sendo feitas na regulamentação das eleições brasileiras. Porém, um código eleitoral propriamente dito, que reunisse todas as disposições legislativas referentes ao processo eleitoral, só foi instituído no Brasil pelo Decreto nº 21.076, de fevereiro de 1932.
Nesse sentido, o código eleitoral de 1932 significou um avanço importante em termos de exercício da democracia no Brasil. Entre as medidas nele consagradas estavam: 
(a) Criação da justiça eleitoral, voto censitário, direito de voto para maiores de 18 anos. 
(b) Introdução do voto secreto, criação da justiça eleitoral, direito de voto para as mulheres.
(c) Direito de voto para maiores de 18 anos, direito de voto para os analfabetos, direito de voto para as mulheres.
(d) Voto censitário, direito de voto para analfabetos, introdução do voto secreto.
Caso Concreto 1
A ditadura getulista sustentou-se em agências criadas pelo próprio Estado e na prática do controle das pressões sociais através dos sindicatos. Com relação aos órgãos oficiais, destacavam-se o DASP e o DIP; o primeiro, Departamento Administrativo do Serviço Público, assegurava o controle da máquina burocrática do Estado, supervisionando, entre outras atribuições, a ação dos interventores nos Estados, além de funcionar como um grande cabide de empregos. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em 1939, exercia o controle ideológico da Nação através da censura total aos meios de comunicação, da publicidade do governo e do controle sobre a opinião pública. Entre as ações do DIP, podem-se mencionar o confisco temporário do jornal O Estado de S. Paulo, com a prisão e o exílio de dois de seus diretores; a difusão da “boa imagem” do governante como um verdadeiro culto à personalidade, através de fotos, passeatas, concentrações ou outros eventos; por fim, a criação da Hora do Brasil, programa radiofônico de emissão obrigatória por todas as estações de rádio do País. Além disso, pode ser acrescentada a eficiente Polícia Política da ditadura estadonovista, comandada por Filinto Müller e responsável pela prisão, morte e tortura de milhares de “inimigos” do regime. Por outro lado, a política trabalhista de Vargas, de caráter nitidamente populista, suprimiu a luta entre capital e trabalho através da organização corporativa dos sindicatos e da eficiente política do peleguismo. O ponto culminante do populismo getulista, voltado para o operariado urbano, deu-se com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), concedida em 1943. (disponível em: http://www1.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/estado_novo.aspx, acessado em 10 de outubro de 2008)
1) Tomando o texto como referência, caracterize o Estado Novo, tomando como foco principal as conquistas efetivadas pelas legislações trabalhista e sindical por ele consagradas. 
2) E uma perspectiva das liberdades individuais e políticas, o Estado Novo poderia ser considerado como um Estado Democrático de Direito?
Gabarito – caso 1
1) O Estado Novo representou a consagração de alguns direitos trabalhistas importantes, tais como a instituição do salário mínimo (1940), o estabelecimento da consolidação das Leis de Trabalho (CLT, 1943) e a cristalização das juntas de conciliação e julgamento do Ministério do Trabalho (1939). Também veio a consagrar o sindicato único por profissão (Lei Sindical de 1939), verticalizado, atrelado ao Estado e a ele totalmente subordinado, de modo a impedir qualquer outra modalidade de organização dos trabalhadores. Durante o Estado Novo foi criado o imposto sindical, obrigatório para todos os trabalhadores - sindicalizados ou não. Tal imposto tornou-se uma importante fonte de recursos que permitiu ao Estado não só ter mais verbas, mas também, com elas, dotar os sindicatos, federações e confederações, favorecendo suas funções assistencialistas. Neste período, a sindicalização tornou-se pré-condição para a reivindicação de alguns direitos, como a aquisição da casa própria ou empréstimos junto aos institutos de aposentadorias e pensões.
2) Certamente que não. As novas conceituações acerca do que venha a ser um Estado Democrático de Direito comportam duas características fundamentais: a primeira, que o Estado deve proporcionar uma ampla participação popular nos processos decisórios políticos. A segunda, que o Estado deve estar apto a garantir de forma alargada, direitos e garantias fundamentais aos seus cidadãos. Certamente que o Estado Novo não contemplou nenhuma das duas características. Neste sentido, cumpre ressaltar que a década de 1930 conheceu o fenômeno do Estado Forte e, no seu limite, os regimes totalitários de direita, dos quais a maior expressão foram o fascismo italiano e o nazismo alemão. Essa tendência estava inserida no quadro das lutas contra o comunismo que se expandia pela Europa, a essa época vivendo os efeitos da Grande Depressão que resultara da Crise de 1929. Nocaso brasileiro, a crise do Estado Oligárquico, derrubado com a Revolução de 1930, gerou vazio de poder e criou as condições para que Vargas se tornasse o homem forte e aumentasse cada vez mais o seu poder pessoal, justificado como uma necessidade para a “árdua tarefa de reconstrução nacional”. O confronto ideológico entre a Ação Integralista Brasileira, facção de orientação fascista liderada por Plínio Salgado, e a Aliança Nacional Libertadora, uma frente de composição variada, nucleada pelo Partido Comunista liderado por Luís Carlos Prestes, forneceu a Vargas o clima de instabilidade propício ao golpe. Na manhã de 10 de novembro de 1937, o Congresso Nacional amanheceu fechado e guardado por tropas do Exército. Após três anos de governo constitucional, quando por várias vezes se renovara o estado de sítio e centenas de prisões se efetuaram, Getúlio Vargas dava o golpe do Estado Novo. Estava implantado um regime autoritário que se estenderia até outubro de 1945, cuja característica marcante foi a excessiva centralização do poder na figura de Vargas.
Mesmo possuindo semelhanças com o nazi-fascismo, como o poder concentrado em um único chefe, a supressão das liberdades individuais ou o terror de uma polícia política, o Estado Novo não pode ser considerado totalitário. No elenco dos regimes de exceção ou de fato, ele surge como típico regime autoritário, comum nas ditaduras da América Latina. Isso porque não possuiu um partido oficial — era apartidário — nem posicionamento ideológico definido. Além disso, não conquistou um eleitorado ou as massas populares, como ocorreu na Itália Fascista e na Alemanha Nazista. O Estado Novo foi antes um Estado de Compromisso, no seu estágio mais avançado, cujas raízes se encontram no governo discricionário de Vargas iniciado após a Revolução de 1930. (disponível em: http://www2.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/estado_novo.aspx, acessado em 14 de novembro de 2008).
Questão Objetiva 1
"De imediato, a Constituição de 1934 foi abandonada, tendo sido criada no seu lugar uma nova Carta, a de 1937. Aqui observamos uma característica típica dos regimes autoritários brasileiros no século XX: criados a partir de atos de força, buscam justificar-se e ganhar uma aparência de legalidade através da outorga de uma Constituição." (VICENTINO, C.; DORIGO, G. História do Brasil. São Paulo: Scipione, s/d. p. 364) .
A respeito do governo de Getúlio Vargas, da Constituição de 1937 e do Estado Novo, assinale a
alternativa INCORRETA.
A Constituição de 1937 previa a indicação dos governadores estaduais (interventores) por nomeação direta do Presidente da República e a centralização política, fortalecendo a autoridade do chefe do executivo.
Vargas foi um presidente carismático que atendeu às reivindicações dos trabalhadores urbanos por meio de uma legislação trabalhista liberal que permitia ampla e irrestrita liberdade de organização sindical, postura que lhe rendeu o título de populista.
A criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) por parte do governo Vargas objetivava fazer propaganda dos atos de governo, exaltando a figura do presidente para aproximá-lo das massas.
A tentativa mais séria de derrubar o Estado Novo ocorreu em maio de 1938 com os militantes de orientação fascista da Ação Integralista Brasileira e ficou conhecida como Intentona Integralista.
Durante o Estado Novo, Vargas inicia o trabalho de coordenação e de planejamento econômico visando dar continuidade ao processo de industrialização e de substituição de importações.
Gabarito – Questão Objetiva 1
A alternativa correta é a letra “b”
Sob o influxo da imigração, o sindicalismo livre emergiu nas cidades do Brasil agroexportador do início do século 20. A integração dos sindicatos ao Estado, uma obra de Getúlio Vargas, funcionou como instrumento de controle social para a arrancada industrial do País. A Lei de Sindicalização, de 1931 criou os sindicatos oficiais, subordinados ao Ministério do Trabalho. A Constituição de 1937, do Estado Novo, proibiu os sindicatos livres. A CLT, parcialmente inspirada pelo corporativismo fascista, foi estabelecida em 1º de maio de 1943. Nas palavras do ex-metalúrgico Vito Giannotti, estudioso do movimento operário “o sindicato corporativista foi imposto pela força: o esmagamento prévio da liderança operária combativa. Mas, também, pela cooptação, pela chantagem (...)” (GIANNOTTI, Vito. A Liberdade Sindical no Brasil, São Paulo: Brasiliense, 1986, pág. 23).
Caso Concreto 1
Costuma-se afirmar que a Constituição de 18 de setembro de 1946 restaurou os direitos e garantias individuais, que foram, mais uma vez, ampliados, utilizando-nos do texto constitucional de 1934 como referência. Ela, inclusive, criou o princípio de ubiqüidade da Justiça. 
Sendo assim, consulte a Constituição de 1946 e: 
Relacione o Pós Guerra com a maior efetividade das liberdades individuais estabelecidas pela Constituição de 1946.
Explique o que significa o Princípio da Ubiqüidade de Direito?
Gabarito – caso 1
Em 1946, o país foi redemocratizado. A Constituição de 18 de setembro de 1946 restaurou os direitos e garantias individuais, que foram, mais uma vez, ampliados, em comparação com o texto constitucional de1934. Criou-se através do art. 141, 4º, o princípio da ubiquidade da Justiça, nestes termos: "A lei não poderá excluir da apreciação do poder judiciário, qualquer lesão de direito individual". 
Foi estabelecida a soberania dos créditos do júri e a individualização da pena. No que se refere aos direitos sociais, também foram ampliados com a introdução dos seguintes preceitos: 
salário mínimo capaz de atender às necessidades do trabalhador e de sua famílias; 
participação obrigatória e direta do trabalhador nos lucros da empresa; 
proibição de trabalho noturno a menores de 18 anos; 
fixação das percentagens de empregados brasileiros nos serviços públicos dados em concessão e nos estabelecimentos de determinados ramos do comércio e da indústria; 
assistência aos desempregados; 
obrigatoriedade da instituição, pelo empregador, do seguro contra acidentes do trabalho; 
direito de greve; 
liberdade de associação patronal ou sindical; 
	Foram mantidos os direitos de salário do trabalho noturno superior ao do diurno e de repouso nos feriados civis e religiosos, inovações que haviam surgido inicialmente na Carta de 37. No que tange aos direitos culturais, ampliaram-se os de 1934, com o acréscimo das seguintes estipulações: 
gratuidade do ensino oficial (do ensino primário ao ensino superior) para os que provassem falta ou insuficiência de recursos; 
obrigatoriedade de manterem as empresas, em que trabalhassem mais de	100 pessoas, ensino primário para os servidores e respectivos filhos, obrigatoriedade de ministrarem as empresas em cooperação, aprendizagem aos seus trabalhadores menores; 
instituição de assistência educacional, em favor dos alunos necessitados, para lhes assegurar condições de eficiência escolar. 
A Constituição de 1946 vigorou, formalmente, até que sobreviesse a Constituição de 1967. Contudo, a partir do golpe que se autodenominou Revolução de 31 de março de 1964, sofreu múltiplas emendas e suspensão da vigência de muitos de seus artigos. Isto aconteceu por força dos Atos Institucionais de 9 de abril de 1964 (posteriormente considerado como o de nº1) e 27 de outubro de 1965 (Ato Institucional n.º 2 ou AI-2). A rigor, o ciclo constitucional começado em 18 de setembro de 1946 encerrou-se a 1º de abril de 1964, com quase 18 anos de duração. Sob o império da Constituição de 1946 estiveram garantidos os direitos humanos.
Questão Objetiva 1
A quarta Constituição republicana, promulgada em 1946, manteve a estrutura presidencialista do Brasil, assegurou aos trabalhadores os direitos criados por Getúlio Vargas e, também: 
(a) ampliou as atribuições do Poder Executivo. 
(b) instituiu o sistema eleitoral indireto e Censitário. 
(c) garantiu aos cidadãos os direitos do liberalismo político. 
(d) determinou a propriedade dosubsolo ao Estado. 
Gabarito – Questão Objetiva 1
A alternativa “C” atende ao questionado.
A questão exige do aluno o conhecimento articulado das inovações da Carta de 1946, considerada de cunho liberal, e examina os conhecimentos específicos das diferentes constituições do país. 
Caso Concreto 1
Leia os depoimentos a seguir e, depois, responda as questões:
“Chefes altamente qualificados do Movimento de Março de 64 preferem chamá-lo contra-revolução. Com efeito, houve uma reação ao rumo desordenado e ameaçador das liberdades democráticas que a Nação tomava sob Goulart (...). Março de 64 é, pois, uma resposta e não um projeto autônomo. Por isso, foi feito em nome do Anti: anticomunismo, antipeleguismo, anticorrupção”. (Jarbas Passarinho, Folha de São Paulo, 31/03/1982)
“ Com efeito, o governo de Jango não caiu por seus defeitos... ele foi derrubado por suas virtudes. Essencialmente porque representava uma ameaça inadmissível para as classes dominantes. Quem viveu aqueles últimos meses de tensão recordará tanto a animosidade e o ódio que se alastraram por toda a casta de privilegiados contra o governo nacionalista e sindicalista, como o entusiástico apoio popular ao governo trabalhista e reformista”. (Darcy Ribeiro, Folha de São Paulo, 30/03/1982).
Com base nos testemunhos acima citados:
a) identifique, em consonância com os conhecimentos adquiridos na Disciplina Ciência Política, qual a diferença entre Golpe de Estado e Revolução?
 b) Ainda, por que as personalidades acima referenciadas possuem visões tão díspares acerca dos acontecimentos de março de 1964?
Gabarito – caso 1
O golpe de Estado está limitado a uma ação que permanece restrita à esfera política. Um movimento golpista consiste na tomada do poder sem pretensões de subverter a estrutura e os valores da ordem social vigente. Ou seja, é uma tentativa de substituição das autoridades políticas existentes, sem maiores pretensões de realizar mudanças profundas nas relações políticas, sociais e econômicas. Há que se notar também outra característica importante: os movimentos golpistas de modo geral são realizados por grupos ou setores sociais que integram a elite dominante da sociedade. Quando bem-sucedidos, os movimentos golpistas procuram a todo custo caracterizar o movimento de tomada do poder como um ato revolucionário. Isso ocorre porque, de modo geral, um movimento revolucionário tem um forte efeito simbólico e ideológico para o conjunto da sociedade. Um golpe de Estado, ao contrário, além de ser uma iniciativa de poucos indivíduos, é considerado uma ilegalidade.
Um movimento revolucionário é um movimento coletivo e, portanto, é a expressão da vontade do povo. Essas considerações lançam luz sobre a existência de diferentes interpretações para a tomada do poder pelos militares brasileiros em 1964. 
Os militares e as elites que apoiaram a destituição do então presidente João Goulart denominam o episódio de várias maneiras: Revolução de 1964, Revolução Redentora ou ainda Revolução de Abril. Contudo, a grande maior parte dos estudiosos sobre o tema defendem a tese de que o episódio em análise se tratou, na verdade, de um golpe de caráter pretoriano, isto é, liderado por militares que governaram visando a assegurar os interesses das classes dominantes do país. (ver também texto adaptado, disponível em: http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u41.jhtm, acessado em 20 de novembro de 2008)
Caso Concreto 2
Na História recente do Brasil, o país viveu um regime autoritário de 1964 a 1985 e um período democrático a partir de 1985. O processo de eleição do presidente da República no primeiro período, com exceção da eleição de Castelo Branco, foi regido pela Constituição de 1967, ao passo que, no segundo período, passou a ser regido pela Constituição de 1988.
Com relação a essa fase recente da História brasileira, responda as seguintes questões:
Como era realizada a eleição presidencial regida pela Constituição de 1967? Que diferenças, então, podemos identificar após a Constituição de 1988?
Gabarito – caso 2
Assim informava a Constituição de 1967:
 Art 76 - O Presidente será eleito pelo sufrágio de um Colégio Eleitoral, em sessão, pública e mediante votação nominal. 
        § 1.º - O Colégio Eleitoral será composto dos membros do Congresso Nacional e de Delegados indicados pelas Assembléias Legislativas dos Estados.      § 2º - Cada Assembléia indicará três Delegados e mais um por quinhentos mil eleitores inscritos, no Estado, não podendo nenhuma representação ter menos de quatro Delegados. § 3º - A composição e o funcionamento do Colégio Eleitoral serão regulados em lei complementar. 
 Art 77 - O Colégio Eleitoral reunir-se-á na sede. do Congresso Nacional, a 15 de janeiro do ano em que se findar o mandato presidencial. 
        § 1º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por Partido Político, obtiver maioria absoluta de votos do Colégio Eleitoral. § 2º - Se não for obtida maioria absoluta na primeira votação, repetir-se-ão os escrutínios, e a eleição dar-se-á, no terceiro, por maioria simples. § 3º - O mandato do Presidente da República é de quatro anos. 
Já a Constituição de 1988, assim informa:
 Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado. § 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Caso Concreto 1
 “Considerando que a Revolução brasileira de 31 de março de 1964 teve, conforme decorre dos Atos com os quais se institucionalizou, fundamentos e propósitos que visavam a dar ao país um regime que, atendendo às exigências de um sistema jurídico e político, assegurasse autêntica ordem democrática, baseada na liberdade, no respeito à dignidade da pessoa humana...” ( Preâmbulo do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968).
Apesar dos propósitos mencionados no documento, o AI-5 representou o endurecimento do regime iniciado em 1964. Assim,
Explique a razão pelo qual o AI-5 foi imposto.
Cite duas práticas que demonstrem a contradição entre os princípios apresentados e a realidade.
Gabarito – caso 1
Em 1968 o Brasil começava a viver uma nova fase. O regime militar já estava presente desde 1964, mas o rigor começou com a implantação do Ato Institucional Número Cinco (AI-5). Redigido pelo Presidente Artur da Costa e Silva, o AI-5 veio em resposta a um episódio menor: um discurso do deputado Márcio Moreira Alves pedindo ao povo brasileiro que boicotasse as festividades do dia 7 de setembro. Mas o decreto também vinha no correr de um rio de ambições, ações e declarações pelas quais a classe política fortaleceu a chamada linha dura do regime instituído pelo Golpe Militar.
Entre as ações ordenadas pelo Ato estavam: o fechamento imediato do Congresso Nacional por tempo indeterminado; o confisco de bens de todos que tenham enriquecido, ilicitamente, no exercício de cargo ou função pública, inclusive de autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, sem prejuízodas sanções penais cabíveis e a suspensão do "habeas corpus" para os chamados crimes políticos.
É obvio que as posições aqui mencionadas não retratam os dias de terror que o país viveu, ao contrário são pequenos exemplos que podem ser usados nesta nossa reflexão. O Regime Militar fechou nossos olhos de calou nossas bocas, proibiu a livre manifestação de pensamento e freou o desenvolvimento da imprensa. (texto adaptado, disponível em: http://www.noticiashoje.com.br/?a=noticias&id=2171, acessado em 20 de novembro de 2008).
Caso Concreto 2
No governo do presidente Médici foi implantado no Brasil uma medida de crescimento econômico, cujo principal idealizador dessa medida foi o ministro da Fazenda, Antonio Delfim Netto. Esse projeto tinha como princípio o crescimento rápido da economia, acarretando o chamado “milagre”, alavancado pela forte entrada de capital estrangeiro no país.
Assim, o ”Milagre brasileiro”, expressão que designa o contexto econômico vivido pelo Brasil em uma determinada fase da ditadura militar, marcou profundamente a história recente da economia brasileira.
Indique duas características e dois efeitos desse “milagre” para a sociedade nacional do período citado.
Gabarito – caso 2
Entre 1968 e 1973 o país experimentou um rápido, desenvolvimento econômico. O PIB cresceu, em termos médios, de 3,7% de 1962 a 1967 para 11,3% nos anos de 1968 a 1974, sendo a indústria o principal responsável por esse boom, expandindo-se a taxas de 12,6% anuais. A inflação atingiu os menores índices desde os anos 50 (Baer, 1996). Porém, a concentração de renda aumentou significativamente em relação aos períodos anteriores. 
O crescimento econômico caracterizou-se pela grande participação do Estado na economia em vários pontos da cadeia produtiva de diversos setores industriais. As estatais de aço, mineração e produtos petroquímicos representavam quase 80% da capacidade geradora de energia do país. 
Para Baer (1996), " [...] o crescimento econômico ocorrido desde 1968 deveu-se ao impacto provocado pelos programas do governo e, devido aos elaborados mecanismos de controle do Estado, a alocação de recursos foi mais um resultado das políticas governamentais do que de forças de mercado". (disponível em: http://www.eps.ufsc.br/disserta98/mello/cap4.htm, acessado em 20 de novembro de 2008)
Caso Concreto 1
O crescimento da oposição nas eleições de 1978 acelera a abertura política. O general João Baptista Figueiredo concede a anistia aos acusados ou condenados por crimes políticos. O processo, porém, é perturbado pela linha dura. Figuras ligadas à Igreja Católica são seqüestradas e cartas-bomba explodem nas sedes de instituições democráticas, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O episódio mais grave é um malsucedido atentado terrorista promovido por militares no centro de convenções do Riocentro, no Rio, em 30 de abril de 1981. A crise econômica se aprofunda e mergulha o Brasil na inflação e na recessão. Crescem os partidos de oposição, fortalecem-se os sindicatos e as entidades de classe. Em 1984, o país mobiliza-se na campanha pelas Diretas Já, que pede eleição direta para a Presidência da República. Mas a emenda é derrotada na Câmara dos Deputados em 25 de abril.  Em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolhe o candidato Tancredo Neves como novo presidente da República. Ele integra a Aliança Democrática – a frente de oposição formada pelo PMDB e pela Frente Liberal, dissidência do PDS. A eleição marca o fim da ditadura militar, mas o processo de redemocratização só se completa em 1988, no governo José Sarney, com a promulgação da nova Constituição (texto adaptado. Disponível em: http://paginas.terra.com.br/arte/mundoantigo/ditadura/tira1.htm, acessado em 14 de outubro de 2008)
		O final da Ditadura Militar no Brasil (1964/1985) foi marcado por um movimento popular e político-partidário que aglutinou diversas forças políticas durante o seu processo. Foi um movimento que levou milhares de pessoas às ruas conclamando a redemocratização do Brasil. Nesse sentido, indique qual foi este movimento político e quais as forças políticas envolvidas? Ainda, quais as consequências deste movimento?
Gabarito – caso 1
		O movimento foi conhecido como “Diretas Já”. Desde o final de 1983 se iniciou um movimento para a realização de eleições diretas para Presidente da República no Brasil, que pretendia ampliar a idéia de redemocratização. No ano anterior, os governadores estaduais haviam sido eleitos pelo voto direto. Em 1984 esse movimento se ampliou e envolveu diversos partidos políticos e várias entidades da sociedade civil, apoiando uma Emenda Constitucional que possibilitaria as eleições presidenciais.
Questão Objetiva 1
“Distensão ‘lenta, gradual e segura’ rumo à democracia” - Em 1978 foi decretado o fim do AI-5, o que mostrava alguma boa vontade de Geisel com a distensão política. Mas antes de ele acabar com o ato arbitrário, usou o AI-5 para cassar diversos opositores. Mais ou menos como o pistoleiro que mata todo mundo e que, depois de acabarem as balas, resolve se arrepender do que fez. A garantia disso tudo era a Lei de Segurança Nacional (LSN), que continuava sendo mantida. Em 28 de agosto de 1979, foi sancionada a Lei 6.683, instaurando no Brasil a anistia para os crimes políticos e eleitorais, além do perdão para cassados entre setembro de 1961 e aquele mês. Estava iniciada a abertura, velhos líderes tornaram ao País, assim como militantes de esquerda. Nas últimas semanas, o ministro da Justiça Tarso Genro vem defendendo a tese de que a Lei da Anistia não poderia valer para os torturadores que serviram ao Estado. (A reportagem e a entrevista é de Pedro Doria e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 10-08-2008).
Neste sentido, sobre a anistia política brasileira pós-64, é INCORRETO afirmar que:
A lei de anistia, de agosto de 1979, não respondeu efetivamente aos interesses dos familiares de desaparecidos políticos, na medida em que não instituiu a obrigação do Estado em reconhecer seus crimes e apurá-los;
A lei de anistia, de agosto de 1979, possibilitou o retorno de muitos exilados e banidos políticos, entre estes o educador Paulo Freire, o ex-governador Leonel Brizola e o dirigente comunista Luis Carlos Prestes;
Foi resultado apenas da vontade civil-militar da ditadura, que fez dela um marco do momento de abertura lenta e gradual proposta por Geisel;
“A lei de anistia, de agosto de 1979, concedeu benefícios aos que foram condenados por crimes de terrorismo, assalto, seqüestro e atentado pessoal”.
Gabarito – Questão Objetiva 1
A alternativa correta é a Letra “d”
A Lei da anistia, que foi promulgada pelo presidente Figueiredo em de 28 de agosto de 1979, durante a ditadura militar, e tem em seu Artigo. 1º que “É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares (vetado). § 1º - Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política. 
 
A lei é clara quando se tratava de não anistiar os acusados de terrorismo: “§ 2º Excetuam-se dos benefícios da anistia os que foram condenados pela prática de crimes de terrorismo, assalto, seqüestro e atentado pessoal.”
Caso Concreto 1
No Brasil, o Código Criminal do Império chegou a prever a pena de morte. Entretanto, na década de 1850, D. Pedro II a revogou em virtude principalmente da execução do fazendeiro fluminense Mota Coqueiro, morto, como se soube após a execução, de maneira injusta. Uma constatação há de ser feita: a pena de morte sempre foi (ou é) utilizada por governostotalitários. No caso nacional, a Constituição Federal de 1937 estabelecia tal pena, e não apenas para as situações que envolvessem agressão estrangeira, de modo que ela poderia ser aplicada em vista de vários crimes de natureza política e de homicídios cometidos por motivo fútil e com requintes de perversidade. A emenda Constitucional n. 01 de 17 de outubro de 69, estabeleceu a possibilidade da incidência da pena capital; da mesma forma o decreto lei n. 898 de 29 de setembro de 1969, que estabeleceu o crime contra a Segurança Nacional, também estabeleceu a pena de morte no Brasil. Após isso, é com a Emenda Constitucional n. 11 de 13 de outubro de 1978, que a pena de morte foi novamente abolida para o crimes contra a segurança nacional, restringida sua incidência à legislação aplicável, quando se tratasse de guerra, ou seja, na legislação militar.
Tomando o texto como referência, informe se na atual Carta Política brasileira, há alguma possibilidade prevista de ocorrência da pena capital? Justifique fundamentando sua resposta.
Gabarito – caso 1
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade , à igualdade, à insegurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX.
Questão Objetiva 1
Convocada pela Emenda Constitucional nº 26, de 27 de novembro de 1985, a Assembléia Nacional Constituinte inicia os seus trabalhos a partir de 1º de fevereiro de 1987 e vai até 5 de outubro de 1988.  A nova Constituição, denominada de "Constituição Cidadã" pelo Deputado Ulysses Guimarães da Silveira (SP), Presidente da Assembléia Nacional Constituinte, foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988 - a 7ª da nossa história e a 6ª da República. Restabelece os parâmetros legais do regime democrático iniciado em 1946, interrompido em 1964, e reiniciado em 1985. É inovadora em suas definições de direitos humanos e coletivos. Marcada por sua extensão e pelo caráter detalhista em que estabelece direitos sociais e regula a ordem econômica. Na essência é diferente das constituições anteriores porque começa com o cidadão. Graficamente testemunha a primazia deste e foi escrita para ele. O cidadão (o homem) é seu fim e sua esperança. Por isso foi denominada de "Constituição Cidadã" pelo presidente da Assembléia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Silveira Guimarães (SP). Nela foram inseridos direitos e faculdades às crianças e adolescentes, idosos, mulheres, deficientes, índios e negros, assegurando prerrogativas às minorias, até então totalmente à margem de reconhecimento formal. 
Os seus princípios trazem forte caráter de proteção aos direitos humanos e sociais. Além disso, a nova Carta inova ao estabelecer novas garantias constitucionais aos cidadãos, as chamadas liberdades constitucionais, como o mandado de injunção e o habeas data. Qualifica ainda como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o Estado democrático, amplia os poderes do Congresso Nacional e estabelece a igualdade entre mulheres e homens. (texto adaptado, disponível em: http://www2.camara.gov.br/conheca/historia/historia/a6republica.html). 
Tomando o texto como referência e pesquisa na bibliografia indicada, responda:
O sistema de governo presidencialista e a forma republicana, mantidos na atual Constituição de 1988, foram:
referendados por um plebiscito, em 21 de abril de 1993.
instituídos na época do Império, através da primeira Constituição.
criados por meio de um decreto-lei assinado por Getúlio Vargas, após a Revolução de 1930.
resultado de um amplo debate popular, juntamente com o movimento das Diretas Já, no final da ditadura militar.
Gabarito – Questão Objetiva 1
A alternativa correta é a letra “a”
Lei 8.624/1993 - Dispõe sobre o plebiscito que definirá a forma e o sistema de governo e regulamenta o art. 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, alterado pela Emenda Constitucional nº 2.
Caso Concreto 1
Diz o artigo 225 da CF, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. O direito ao meio ambiente protegido é um direito difuso, já que pertence a todos e é um direito humano fundamental, consagrado nos Princípios 1 e 2 da Declaração de Estolcomo e reafirmado na Declaração do Rio.
Tomando o texto como referência:
Realize uma pesquisa e explique, de forma suscinta, o que é direito difuso.
Por que se diz ser esta categoria de direito fundamental uma conquista histórica?
Gabarito – caso 1
1) Direito difuso é um direito transindividual (transcendem o indivíduo, ultrapassando os limites de direito e deveres individuais). Tem um objeto indivisível ( de natureza indivisível, já que, mesmo pertencendo a todos, ninguém, em específico, o possui). Outra característica é a pluralidade de titulares (indeterminados e interligados por circunstâncias de fato). Assim, vê-se que o direito difuso determina um alcance abrangente, indeterminado, o qual não se sabe ou não se determina a sua extensão.
2) Historicamente o direito positivado sempre visou atuar nos conflitos de direito individual, isto acentuado no século XIX com a influência da Revolução Francesa. As necessidades puramente individuais deram lugar às necessidades coletivas, haja vista que a própria revolução tecnológica demonstrou que as organizações corporativas ganharam dimensões de importância destacada, não se admitindo mais a solução de problemas sociais sem o olhar coletivo. Esse olhar em face dos problemas sociais tem existência com os conflitos de massa muito presentes após a Segunda Guerra Mundial. Podemos classificar que estes interesses coletivos são de interesses metaindividuais (além dos interesses individuais).
Questão Objetiva 1
No Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu Artigo 16, há sete aspectos concernentes ao direito da liberdade, alguns destes situados abaixo, EXCETO um. Indique-o.
Brincar, praticar esportes e divertir-se.
Opinião e expressão.
Participar da vida política, na forma da lei.
Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Gabarito – Questão Objetiva 1
Letra “d” - Artigo 16 do Estatuto da Criança e do Adolescente; “O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II - opinião e expressão;III - crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; VI - participar da vida política, na forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Questão Objetiva 2
Os direitos sociais passam a ter dimensão constitucional no Brasil com a Constituição de 1934, sendo paulatinamente incrementados e estruturados nos textos seguintes, até a atual disciplina existente na carta de 1988. Pode-se extrair da atual Constituição Brasileira os direitos sociais (arts. 6º a 11 CRFB) e sua implícita inserção na ordem social (arts. 193 a 232 CRFB), apesar de graficamente separados. É comum afirmar que no primeiro grupo encontramos o conteúdo dos direitos sociais, enquanto que naquele segundo grupo o seu mecanismo e aspecto organizacional. “Os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade”( SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 289)
Tomando o texto como referência, pesquise no texto constitucional

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