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Absorção Atômica

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1 
 
FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA 
 
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE QUÍMICA - ESPECTROSCOPIA 
 
Espectrometria de absorção e emissão atômica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora: Fabrina Bentlin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Novo Hamburgo, Março de 2015. 
 
2 
 
1. Absorção de energia 
A espectroscopia de absorção atômica (AAS - do inglês Atomic Absorption 
Spectrometry) é uma das ferramentas mais utilizadas pela química na análise quantitativa. 
Esta técnica foi descoberta na primeira metade dos anos 50 por Walsh, Alkemade e Milatz. 
Mas, Walsh é considerado o pai da AAS, pois foi quem desenvolveu a fonte de radiação, ou 
seja, as lâmpadas de cátodo oco. 
O princípio fundamental da absorção atômica envolve a medida da absorção da 
intensidade da radiação eletromagnética, proveniente de uma fonte de luz, por átomos 
gasosos no estado fundamental. Aumentando-se o número de átomos no percurso luminoso, 
a absorção de luz também aumenta e por sua medida pode-se determinar a quantidade de 
espécie de interesse. 
A técnica de espectroscopia de absorção atômica envolve a irradiação de luz de um 
comprimento de onda específico sobre átomos no estado fundamental previamente gerados. 
Os átomos absorvem essa luz e ocorre uma transição eletrônica para um nível de energia 
mais elevado. A intensidade dessa transição está relacionada com a concentração original 
de átomos no estado fundamental. 
Lei de Beer-Lambert: relaciona a absorbância “A”, com a concentração do elemento “c” na 
célula de átomos (cubetas), conforme segue: 
A = o b c o=absortividade molar (L.mol
-1
.cm
-1
) 
ou A = a b c a=absortividade específica (L.g
-1
.cm
-1
) 
A espectroscopia de absorção atômica envolve a medida da queda de intensidade de luz 
de Io para I, esta é dependente da concentração do elemento. Os equipamentos atuais e 
modernos convertem automaticamente T em A. 
A transição eletrônica mais usada, por ser mais sensível, é a transição do estado 
fundamental para o primeiro estado excitado (transição de ressonância). 
Existem algumas diferenças básicas entre os processos de emissão e de absorção 
atômica. Na emissão, a chama tem como função converter a amostra sob forma de aerossol 
em vapor atômico e, termicamente, promover átomos a um estado excitado. Os átomos 
excitados ao retornarem ao estado fundamental emitem radiação luminosa, que é detectada 
3 
 
pelo instrumento. Na absorção atômica a única função da chama consiste em converter o 
aerossol em vapor atômico capaz de absorver luz de uma fonte primária de energia como, 
por exemplo, as lâmpadas de catodo oco. 
 
 2. O Espectrometria de Absorção Atômica 
 
 O espectrômetro de absorção atômica é um equipamento que permite a análise 
quantitativa de elementos metálicos em soluções líquidas, gasosas e sólidas. Os 
componentes básicos de um espectrômetro incluem: fonte de radiação, atomizador, 
monocromador, detector e processador (amplificador e dispositivo de leitura). 
1. Fonte de radiação: fonte que emita linhas atômicas do elemento a ser determinado. 
Exemplo: lâmpada de cátodo oco (LCO). 
2. Queimador-Atomizador: É onde os átomos são produzidos que pode ser na chama, forno 
de grafite, geração de vapor frio e geração de hidretos. 
3. Monocromadores: Para dispersão da luz, deixa passar somente a luz do comprimento de 
onda específico para o detector. 
4. Detector: É quem mede a intensidade de luz e amplifica o sinal (tubo fotomultiplicador) 
5. Dispositivo de leitura: Mostra a leitura processado pela parte eletrônica. 
 
 
Figura 1: Diagrama de um espectrofotômetro de absorção atômica 
Combustível 
ar 
Fonte de 
Luz 
(LCO) 
 
Atomizador 
Monocromador Detector 
Amplificador e 
Dispositivo de 
leitura 
Amostra 
do analito 
 
4 
 
 
Figura 2: Espectrofotômetro de absorção atômica com chama. 
 
2.1 Fonte de radiação 
2.1.1 Lâmpada de cátodo oco 
É uma lâmpada que contém um vapor do mesmo elemento que está sendo analisado 
e que permite produzir linhas finas de emissão de determinada frequência. Existem 
lâmpadas de um único elemento e multi-lâmpada (cátodo é uma liga de diferentes metais). 
Sob impacto de íons acelerados de argônio ocorre a excitação dos átomos do cátodo 
(sputter). Que depois relaxam emitindo fótons. 
 
Figura 3: Desenho de uma lâmpada de cátodo oco 
5 
 
 Sputtering 
É um processo no qual átomos ou íons são ejetados de uma superfície por um feixe de 
partículas carregadas. Esse é o processo que ocorre nas lâmpadas de cátodo oco: 
- a aplicação de um potencial de cerca de 300 V através dos eletrodos causa ionização do 
argônio e geração de uma corrente de 5 a 10 mA à medida que os cátions de argônio e 
elétrons migram para os dois eletrodos. 
- se o potencial é suficientemente alto, os íons de argônio batem no cátodo com suficiente 
energia para deslocar alguns dos átomos do metal e então produzir uma nuvem 
eletrônica; esse é o processo do sputtering (semelhante a pipocar). 
 
2.1.2 Lâmpadas com descarga sem eletrodos 
Para a maioria dos elementos, a lâmpada de catodo oco é uma fonte satisfatória na 
absorção atômica. Em alguns casos, entretanto, a qualidade da análise é prejudicada por 
limitação destas lâmpadas, por exemplo, quando se trata de um elemento volátil. Nesse 
caso, as LCO têm, às vezes baixa intensidade e vida útil curta. Uma opção é o emprego de 
lâmpadas de descarga sem eletrodo. Nas lâmpadas de descarga sem eletrodo, uma pequena 
quantidade do metal ou sal do elemento para o qual a lâmpada será usada é selada dentro de 
um bulbo de quartzo. Este bulbo é colocado dentro de um gerador de radiofrequência. 
Quando uma potência é aplicada, a energia acoplada vaporiza e excita os átomos dentro do 
bulbo causando a emissão do espectro característico. As lâmpadas de descarga sem eletrodo 
são tipicamente muito mais intensas e, em alguns casos, mais sensíveis quando comparadas 
às lâmpadas de catodo oco. 
 
 2.2 Sistema Nebulizador – Queimador 
O propósito do sistema nebulizador – queimador é converter a solução em átomos 
gasosos. A função do nebulizador é produzir uma névoa ou aerossol da solução. A 
formação de gotas menores é chamada de nebulização. Uma fina suspensão de partículas 
líquidas (ou sólidas) em um gás é chamada aerossol. O tipo principal usado na absorção 
atômica de chama é o queimador de mistura prévia ou queimador de fluxo laminar. 
6 
 
Além da maior trajetória da luz, este tipo de queimador tem a vantagem da operação 
estável com pouco risco de incrustações em torno da cabeça do queimador, pois as gotas 
maiores da solução foram previamente eliminadas da mistura que chega ao queimador. 
Uma desvantagem é que, apenas 10% da amostra aspirada chega ao queimador, e no caso 
de soluções feitas com misturas de solventes, os solventes mais voláteis são evaporados 
preferencialmente. 
 
 
Figura 4: queimador de mistura prévia ou queimador de fluxo laminar. 
2.2.1 Chamas 
A chama é a parte essencial da espectroscopia de absorção atômica, pois é onde o 
analito (amostra) é atomizado (quebrado em átomos). 
São três as combinações da chama: 
-ar-acetileno: T= 2200 
o
C, determina-se a maioria dos elementos metálicos. 
-óxido nitroso-acetileno: T= 2700 
o
C, esta chama tem características redutora e por 
isso, determina-se elementos que formam óxidos refratários na chama, como por exemplo: 
Al, Sb. 
-Argônio-hidrogênio: T= 300 - 800
o
C (para determinar K, Na). 
7 
 
A amostra em soluçãoentra no misturador junto com um fluxo rápido de oxidante e 
se transforma em uma névoa fina quando deixa o bico do “nebulizador” e choca-se com um 
leito de vidro. A formação de pequenas gotas é chamada de nebulização. 
A névoa gerada passa através de uma série de obstáculos que promovem mais 
mistura e bloqueiam as gotas grandes do líquido (que fluem para fora através do dreno). 
Uma névoa fina contendo cerca de 5 % da amostra inicial chega na chama. Após o solvente 
evaporar na chama a amostra remanescente vaporiza-se e se decompõe em átomos. 
Muitos átomos metálicos (M) formam óxidos (MO) e hidróxidos (MOH) a medida 
que sobem pela chama. Moléculas não têm o mesmo espectro que átomos, de modo que o 
sinal atômico é diminuído. Se a chama é relativamente rica em combustível, as espécies de 
carbono em excesso na chama, tendem a reduzir MO e MOH novamente na forma metálica, 
M, e desse modo aumentar a sensibilidade. É o elemento a ser analisado que determina o 
tipo de chama a ser usada. 
 
2.2.2 Forno de Grafite 
Nesta técnica, um pequeno tubo de grafite (1 ou 2 cm de comprimento) é colocado no 
compartimento da amostra do espectrômetro de absorção atômica, com o caminho ótico 
passando através dele. Um pequeno volume da amostra (poucos microlitros) é 
quantitativamente colocado no tubo, normalmente através de um orifício para injeção, 
localizado na parede de grafite. O forno é aquecido de acordo com uma sequência 
programada de temperaturas, até que, os átomos presentes na amostra são dissociados, e a 
absorção atômica ocorre. 
O forno de grafite é constituído de um cilindro de grafita oco que mede 50 mm de 
comprimento e 9 mm de diâmetro interno (Figura 5). O feixe de radiação passa ao longo do 
cilindro. O tubo de grafite tem uma camisa metálica, na qual circula água, e que está 
separado do cilindro central por uma câmara de gás. Um gás inerte (argônio) circula nesta 
câmara e penetra no tubo de grafita (paredes). A amostra penetra no tubo através da janela 
removível e o orifício existente no tubo. O tubo é aquecido eletricamente até a temperatura 
vaporizar o solvente. Depois aumenta-se a temperatura até calcinação e vaporização da 
amostra à átomos metálicos. 
8 
 
 
Figura 6: Corte transversal de um forno de grafite. 
 
 2.2.3 Geração de vapor frio 
 
O mercúrio é o único elemento que pode ser obtido quimicamente no estado 
fundamental, em temperatura ambiente. Na técnica do vapor frio, o mercúrio é 
quimicamente reduzido a átomos livres, reagindo-se a amostra com um agente fortemente 
redutor, como cloreto estanoso ou borohidreto de sódio. 
Hg 
2+
 + Sn 
2+
 ↔ Hg (g) + Sn
4+
 
2 BH4
-
 + 2 H
+
 ↔ (4H) + (BH3)2 
Hg 
2+
 + ( 2H ) ↔ Hg (g) + 2 H
+
 
Os átomos livres de mercúrio, voláteis são em seguida arrastados do recipiente de 
reação através de um gás adequado, por exemplo, argônio, que é borbulhado através da 
solução. Os átomos de mercúrio são carregados pelo gás de arraste através de tubos inertes 
conectados a uma cela de absorção de vidro ou quartzo, que é colocada no caminho ótico 
do espectrômetro. 
9 
 
A sensibilidade da técnica do vapor frio é muito maior que a alcançada pela absorção 
atômica convencional (chama), para o mercúrio. Essa melhoria é devida principalmente ao 
aproveitamento de 100% dos átomos que chegam à cela de absorção. 
 
 2.2.3 Geração de hidretos 
 
Sistemas de geração de hidretos têm certa semelhança com a montagem para vapor 
frio. A principal diferença é de que a cela precisa ser aquecida (por isso, é feita de quartzo). 
As amostras são reagidas em um recipiente externo ao espectrômetro, com um reagente 
redutor, usualmente borohidreto de sódio. Os produtos de reação gasosos são então 
encaminhados por um gás de arraste para a cela de leitura, instalada no caminho ótico. 
Diferentemente da técnica do vapor frio, os produtos gasosos não são átomos livres, mas 
hidretos voláteis. Essas espécies moleculares não absorvem radiação. Para dissociar o 
hidreto gasoso em átomos livres, a cela da amostra precisa ser aquecida. 
Em alguns sistemas de geração de hidretos, a cela de absorção é montada na cabeça 
do queimador e a cela é aquecida por uma chama. Em outros sistemas, a cela é aquecida 
eletricamente. Os elementos determináveis por geração de hidretos são praticamente 
limitados a As, Bi, Ge, Pb, Sb, Se, Sn e Te. 
 
 3. Interferências na Espectrometria de absorção atômica 
Qualquer fator que afete a população dos átomos no estado fundamental, bem como 
fatores que afetem estabilidade do equipamento, pode ser classificado com interferência. 
Podem-se classificar estas interferências em três tipos: interferências espectrais, de 
ionização e interferências químicas. 
 3.1 Interferências Espectrais 
As interferências espectrais ocorrem sempre que qualquer radiação se sobreponha à 
do analito. Pode ser proveniente, por exemplo, de uma linha de emissão de outro elemento 
ou da própria chama. Está presente principalmente para comprimentos de onda abaixo de 
300nm. Para sua correção a nível instrumental, é mais comumente utilizada uma lâmpada 
de deutério, que produz um espectro contínuo na região de 200 a 350nm. 
10 
 
 3.2 Interferências de Ionização 
 
São mais comuns em chamas de óxido nitroso-acetileno. Nas chamas de ar-acetileno, 
interferências de ionização são normalmente encontradas para elementos muito facilmente 
ionizáveis, notadamente metais alcalinos e alcalinos terrosos. Uma maneira de correção é a 
utilização de outro elemento facilmente ionizável (supressor de ionização) e que não tenha 
linhas de absorção de comprimento de onda a ser utilizado. 
 3.3 Interferências Químicas 
 
Ocorrem sempre que alguma reação química muda a concentração de átomos no 
estado fundamental. Podem ocorrer durante o processo de atomização na chama. Neste caso 
deve haver energia suficiente para dissociação da forma molecular do analito para gerar 
átomos livres. Se amostra contém componentes capazes de formar compostos termicamente 
estáveis com o analito, não haverá completa decomposição. 
O sistema Ca-P é um dos mais extensivamente estudados. A presença de fosfato na 
amostra diminui a concentração de Ca na chama. Este tipo de interferência pode ser 
eliminado de duas formas: uma, aumentando a energia no processo de atomização pela 
utilização de uma chama mais quente (N2O-acetileno); outra, adicionando à solução outro 
elemento ou composto que também forme compostos termicamente estáveis com o 
interferente. Para o caso do cálcio é recomendado lantânio ou estrôncio. 
 
4. Espectrometria de Emissão Atômica 
 
4.1 Emissão de energia 
Um átomo é considerado no estado excitado, quando um de seus elétrons é promovido 
do estado fundamental para um orbital mais distante do núcleo com nível de energia mais 
elevado. Um átomo é menos estável em seu estado excitado, e sofrerá decaimento para um 
estado menos energético pela perda de energia ocasionada pela colisão com outra partícula 
ou pela emissão de um fóton de radiação eletromagnética. Com resultado desta perda 
energética o elétron retorna para um orbital mais próximo do núcleo. 
11 
 
Se a energia absorvida por um átomo for grande o suficiente, um elétron pode ser 
completamente dissociado do átomo, formando um íon com carga positiva. A energia 
requerida para este processo, conhecida como ionização, é chamada de potencial de 
ionização, e é diferente para cada elemento. Os íons também possuem os estado 
fundamental e excitado, absorvendo e emitindo energia pelos mesmos processos de 
excitação e decaimento que os átomos, conforme Figura 6: 
 
Figura 6: Diagrama de nível de energia mostrandotransições de energia, onde a e b 
representam excitação, c ionização, d ionização/excitação, e emissão iônica e f, g e h 
emissão atômica. 
Todos os elementos têm seus próprios níveis de energia característicos, ou seja, um 
conjunto de comprimentos de onda de absorção e emissão, únicos para cada elemento. Esta 
propriedade faz da espectrometria atômica uma técnica útil na determinação analítica 
elementar. 
4.1.1 Fotometria de Chama 
A espectrometria de emissão de chama (também conhecida por fotometria de chama) 
é uma técnica espectroscópica de emissão, utilizada na análise quantitativa. Fundamenta-se 
na medida da intensidade de radiação emitida pelo átomo do elemento que se deseja 
determinar quando a solução é atomizada e chega à chama de um queimador. 
Caso a chama não seja suficientemente quente, apenas pequena fração dos átomos do 
metal se tornará excitada e o restante permanecerá no estado fundamental. Aqueles átomos 
excitados voltarão aos seus estados fundamentais com emissão de um fóton de radiação e 
medido em um fotômetro de chama. 
12 
 
A aplicação mais importante da fotometria de chama tem sido a análise de Na, K, Ca e 
Li, mais comumente em líquidos. É uma análise rápida e com pouca interferência. 
Instrumentação 
Um fotômetro de chama é constituído basicamente de reguladores de pressão e 
medidores de vazão dos gases, câmara de mistura, queimador, seletor de radiação 
fotodetector e sistema de registro. Na figura 7 está representado o esquema de 
funcionamento de um fotômetro de chama. 
 
 Figura 7: Esquema de funcionamento de um fotômetro de Chama 
 
A aspiração da amostra pode variar de 5 a 25 mL de solução por minuto. Deve-se 
assegurar a entrada dos gases combustível e comburente em velocidade constante, usando-
se reguladores de pressão e medidores de vazão. 
A função do nebulizador é permitir que amostra em solução chegue à chama, sob 
forma de névoa, com condições estáveis e reprodutíveis. Na câmara de mistura ou de 
nebulização, gotas maiores da solução aspirada chocam-se em anteparos, sendo drenadas 
para descarte, apenas um pequeno percentual da solução aspirada, contendo os 
componentes da amostra chega à chama. 
No queimador há uma pequena câmara onde o ar encontra o gás combustível 
injetado no combustor, sob pressão, e ocorre a queima. A radiação da chama passa através 
13 
 
de uma lente e de um filtro ótico que só dá passagem a radiação característica do elemento 
investigado, e esta radiação atinge a fotocélula. A resposta da fotocélula é medida num 
sistema apropriado, com um painel digital. 
A intensidade de radiação filtrada de uma chama é medida com um detector 
fotoelétrico. O filtro, interposto entre chama e o detector, transmite apenas a linha mais 
intensa do elemento. 
 Funções de uma chama na espectrometria de emissão atômica 
A chama é uma forma de excitação que produz emissão de espectros característicos, 
pelo aparecimento de bandas oriundas da excitação de óxidos. A função da chama é de 
converter a amostra líquida ao estado gasoso, decompor os constituintes em átomos ou 
moléculas mais simples e excitar eletronicamente uma fração das espécies atômicas ou 
moleculares restantes. 
 Tabela 1: Temperatura de diversos tipos de chamas 
 
combustível 
 Temperatura da chama 
Ar (ºC) O2 (ºC) 
Butano 1900 2900 
Acetileno 2200 3050 
Hidrogênio 2100 2780 
Propano 1925 2800 
 
 As chamas à base de gás natural, misturado previamente com ar, podem ser usadas 
apenas para metais de baixa energia de excitação como os alcalinos e alcalinos terrosos. 
 
Fatores que causam o aumento da intensidade da emissão 
- maior viscosidade do solvente: as gotas tornam-se de menor tamanho (gotículas); 
- há também diminuição do efeito resfriamento da chama, produzido pela água (a água 
causa um abaixamento de 200 a 300ºC na temperatura da chama); 
14 
 
- os solventes orgânicos queimam, contribuindo com seu calor de reação aos próprios 
gases combustíveis. 
 
Interferências 
Do mesmo modo que em outros métodos analíticos, a fotometria de chama também está 
sujeita a alguns tipos de interferência. O termo interferência engloba todos os fatores 
capazes de afetar a emissão espectral do analito. 
 
a) Interferência espectral 
As interferências espectrais são devidas à emissão de linhas ou bandas adjacentes 
quando o analito e o interferente têm comprimentos de onda de emissão muito próximos. 
Neste caso, as duas linhas ou bandas se sobrepõem total ou parcialmente e serão lidas em 
conjunto. A seleção de linhas de emissão afastadas ou separadas contorna esse tipo de 
interferência. 
 
b) Interferência por auto-absorção 
O processo de excitação do átomo de um elemento é seguida pela perda de quantidade 
discreta de energia sob forma de radiação, quando o elétron retorna ao estado inicial ou a 
um nível ou a um nível de energia inferior. O átomo excitado que tem meia vida de cerca 
de 10
-8
s pode, no entanto, colidir com outros átomos não excitados de sua própria espécie e 
transmitir-lhes toda ou parte de sua energia de excitação, conforme a equação da reação: 
 hv 
M
*
 + Q → M + Q + Ec 
 
O excesso de energia não se perde na forma de energia radiante, mas na de energia 
cinética. Se parte da energia radiante é auto-absorvida, ocorre interferência devido à 
diminuição da intensidade das raias espectrais. 
 
c) Interferência devido à ionização 
 A interferência de ionização ocorre quando parte dos átomos na amostra se ionizam, 
diminuindo a quantidade de átomos no estado fundamental. Isto ocorre para átomos 
facilmente ionizáveis: 
15 
 
M → M+ + e- 
 Para elementos de baixo potencial de ionização, chama com temperatura muito alta 
pode diminuir a sensibilidade. A temperatura elevada diminui a emissão espectral de metais 
alcalinos e aumenta a sensibilidade para alcalinos-terrosos, provavelmente, porque nas 
temperaturas usadas para a determinação destes metais por fotometria a ionização é 
pequena. 
 
d) Interferência química 
Este tipo de interferência provoca diminuição da intensidade de emissão devido à 
formação de compostos pouco voláteis. São ocasionadas, principalmente, por ânions 
capazes de impedir a excitação de cátions. Na determinação de Ca
2+
, por exemplo, a 
presença de C2O4
2-
, SO4
2-
, PO4
2-
 e AlO2
-
 diminui a emissão espectral em cerca de 50%. 
 
e) Interferência devido aos efeitos físicos de matriz 
Esta interferência deve-se às diferentes propriedades físicas da solução, em termos de 
pressão de vapor, viscosidade, tensão superficial que influenciam a intensidade de emissão. 
Os efeitos são contornados pelo emprego de soluções-padrão semelhante à amostra, 
incluindo solventes e concentração de todos os sais dissolvidos. 
 
Aplicações da fotometria de chama 
 As características técnicas do fotômetro de chama, sua construção simples, baixo 
custo e facilidade de manutenção tornaram a fotometria de chama um dos métodos mais 
importantes em laboratórios de indústrias, análises clínicas e pesquisa. Os métodos 
fotométricos de chama são aplicados na determinação de metais alcalinos e alcalinos-
terrosos, principalmente em líquidos biológicos, solos, materiais vegetais, cimentos, vidros, 
águas naturais e alimentos diversos, como frutas e vinhos, sucos, soluções energéticas, 
desde que as amostras sejam convenientemente preparadas. 
 
Outra técnica espectroscópica de emissão 
A espectroscopia de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado, conhecida 
como ICP OES, é uma técnica de análise multielementar que utiliza fonte de plasma 
16 
 
acoplado indutivamente para dissociar a amostra em seusátomos e íons constituintes. O 
plasma é um fluxo gasoso constituído por íons, átomos e seus elétrons em estado altamente 
energizado, mantido por um fluxo constante de argônio e pelo campo magnético gerado 
numa bobina de indução (uma espiral de cobre).
 
 O ICP geralmente usado é formado a partir de uma descarga elétrica num fluxo de 
argônio, o qual é mantido à pressão atmosférica. Ocorre ionização do argônio e os elétrons 
gerados recebem energia de um campo magnético induzido na bobina de indução, por onde 
circula uma corrente elétrica que induz a formação de um campo magnético. A temperatura 
do plasma pode chegar até 10.000 K, na parte mais externa. Na região do plasma, parte 
central, que é focalizada para fins analíticos, onde se localizam as espécies de interesse, a 
temperatura é cerca de 6.800 K. 
A técnica de ICP OES é útil em uma vasta gama de aplicações. Isto não é devido 
apenas ao grande número de elementos que podem ser determinados com rapidez e boa 
sensibilidade, mas também à variedade de tipos de amostras que podem ser analisadas. 
*Agricultura e alimentos: a técnica tem sido aplicada na analise de uma grande 
variedade de amostras agrícolas e alimentares, entre elas solos, fertilizantes, material 
vegetal, rações tecidos animais. A analise destas matrizes é necessária para determinar os 
níveis dos nutrientes essenciais e dos elementos tóxicos nas mesmas. 
* Medicina e biologia: a determinação de elementos-traço essenciais, tóxicos e 
terapêuticos é importante em laboratórios de pesquisa, bem como em laboratórios de 
analise clinica e forenses. 
*Geologia: amostras de solos, rochas, sedimentos. 
*Meio ambiente e águas: análise de lamas de rejeito, esgotos industriais, carvão e 
cinzas, poeiras e diferentes tipos de água. 
*Metais e ligas 
 
Bibliografia 
* Princípios de Química Analítica –Skoog D., West D.e Holler F. 
* Análise Instrumental – Cienfuegos F. e Vaitsman D., Editora: Interciência 
*Análise Química Quantitativa – Harris, D., Editora: LTC

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