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Asma Brônquica Asma brônquica É uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas e manifestando-se por obstrução ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou pelo tratamento, com episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao acordar. Fisiopatologia Inflamação: interação complexa entre celulas inflamatórias, mediadores e celulas estruturais das vias aéreas Eosinófilos Macrófagos Neutrófilos Cels epiteliais ASMA Doença Crônica das Vias Aéreas, caracterizada por: Obstrução ao fluxo aéreo reversível total ou parcialmente com ou sem tratamento. Inflamação. Hiper-responsividade brônquica. Episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, especialmente à noite e pela manhã ao despertar. ASMA - Epidemiolologia 4a. causa de internação pelo SUS; 3a. causa entre crianças e adultos jovens (MS). Prevalência está aumentando em todo o mundo, inclusive no Brasil (Fiori; Gergen). Prevalência média no Brasil de 20% (ISSAC). Mortalidade aumentando nos últimos 10 anos (Chatkin). ASMA - Fisiopatogenia Estimulação celular (mastócitos brônquicos, macrófagos, linfócitos Th2, eosinófilos, neutrófilos, células epiteliais) liberação de Mediadores Inflamatórios (citocinas, histamina, leucotrienos, etc.) início e manutenção da Inflamação. ASMA - Fisiopatogenia Inflamação Brônquica inclui: Infiltração eosinofílica. Degranulação de mastócitos. Lesão intersticial das paredes das vias aéreas. Ativação de linfócitos Th2 que produzem linfocinas responsáveis pelo início e manutenção da Inflamação. O Desenvolvimento do Sistema Imunológico e a Resposta Higiênica Older siblings: Múltiplas Infecções [Estímulo TH1] TH1 Não alérgica TH2 Alergia Somente crianças : Poucas infecções Exposição aos Alérgenos Source: Busse WW, Lemanske RF. N Engl J Med 2001. Nascer : TH2 ASMA – Mediadores inflamatórios Mastócitos Histamina, leucotrienos, prostaglandinas. Macrófagos Fator de necrose tumoral, IL-6. Linfócitos T IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, fator de crescimento de colônias de granulócitos (GM-CSF) Células epiteliais Endotelina-1, produtos do ácido aracdônico, moléculas de adesão Eosinófilos MBP, ECP Neutrófilos Elastase ASMA - Fisiopatogenia Mediadores Inflamatórios lesão epitelial, alteração do controle neural autonômico e do tônus da via aérea, alteração da permeabilidade vascular, hipersecreção de muco, mudanças na função mucociliar e aumento da reatividade do músculo liso da via aérea. Alterações estruturais na Asma ASMA - Fisiopatogenia Alguns pacientes podem apresentar irreversibilidade da obstrução decorrente do fenômeno de REMODELAMENTO BRÔNQUICO hipertrofia e hiperplasia de músculo liso, aumento das glândulas sub-mucosas e do número de células caliciformes, alteração dos componentes da matrix extra-celular ASMA - Desencadeadores Alergenos Exercícios Infecções Stress ocupacional Stress ambiental Stress farmacológico Stress emocional ASMA - Fisiopatogenia Fatores de risco Hereditariedade Inflamação das Vias Aéreas Sintomas HRB Limitação ao fluxo aéreo ASMA - Patologia Macroscopia: Pulmões volumosos e distendidos Brônquios e bronquíolos ocupados por tampões mucosos. ASMA - Patologia Histopatologia: Hipertrofia e hiperatividade das glândulas sub-mucosas, que podem estar infiltradas por eosinófilos, rolhas mucosas (células epiteliais descamadas – Corpos de Creola), cristais derivados de eosinófilos (cristais de Charcot- Leyden) e de glicoproteínas (espirais de Curshmann). Vasodilatação. Hipertrofia da musculatura lisa. ASMA - Patologia Histopatologia: Espessamento da membrana basal por deposição de colágeno e neoformação vascular. Edema da mucosa e submucosa. Infiltrado por eosinófilos, neutrófilos, plamócitos, macrófagos e linfócitos. DUAS VARIEDADES COMUNS DE ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS Inflamação: Envolvendo um processo de infiltração de células para o lumem e paredes das unidades broncoalveolares. Broncoconstrição: Predominantemente, induzida pela ação de mediadores liberados pelos mastócitos e basófilos por mecanismo Ig E mediado. Respostas Fisiológicas Dirigidas Contra Os Antígenos Inalados Reação restritiva muito tardia Obstrução tardia ABPA Reação restritiva tardia PH ou AAE BERILIOSE Obstrução imediata ASMA Respostas Fisiológicas Dirigidas Contra Os Antígenos Inalados: Obstrução Imediata ASMA 10´ após desafio com Ag Antes do desafio com Ag Respostas Fisiológicas Dirigidas Contra Os Antígenos Inalados ASMA: EVOLUÇÃO DINÂMICA Inflamação Agúda & Resposta imediata Remodelamento E Reparo Inflamação Crônica & Resposta Tardia ASMA – Diagnóstico Clínico Um ou mais dos seguintes sintomas, particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã: Dispnéia, Tosse crônica, Sibilância, Aperto no peito ou desconforto torácico. ASMA – Diagnóstico Clínico Sintomas episódicos. Melhora espontânea ou pelo uso de medicação específica p/ asma (broncodilatador, anti-inflamatório esteróide). Diagnósticos alternativos excluídos. NO Diagnóstico da Asma Os Exames complementares Complementam o diagnóstico, sobretudo nas faixas etárias mais avançadas onde patologias cardiovasculares e outras doenças obstrutivas pulmonares são mais freqüentes Objetivos da Avaliação clínica Confirmação diagnóstica Identificação de fatores desencadeantes de crise. Reconhecimento da gravidade do quadro clínico Confirmação ou não da existência de atopia. Caracterização da presença de infecção Confirmação da presença de hiper- responsividade Avaliação crítica da história terapêutica Planejamento de estratégia terapêutica imediata e a longo prazo. Avaliação Clínica História Infeções Respiratórias Exercícios Físicos Ingestão de Aspirina Ocupação Outros. Itens a ser esclarecidos Início da doença; Frequencias das crises; ocasião em que ocorrem. Intensidades das crises (emergências; hospitalizações, UTI). Sintomas norturnos Influencia dos sintmas nas atividades habituais e/ou destas sobre os sintomas. Tratamentos anteriores e sua regularidade. Uso de corticóide sistêmico (frequencia e doses) Uso de antiinflamatórios inalatórios (contínuo?) Uso de broncodilatadores (quais e como) Infecções reapiratórias de repetição (sinusite; pneumonia). Sintomas de Refluxo gastroesofagico Outros medicamentos usados (anti-hipertensivos etc) Atopia Pessoal e familiar (asma, rinite alérgica, dermatite atópica, reações alérgicas a fármacos) Fatores desencadeantes; fatores de alívio; tabagismo (Passivo e ativo). Exposições ambientais (características do domicílio, particularmente do quarto, quanto a cama, forração – carpete, cortinas, locais úmidos e com mofo); animais domésticos (cães, gatos, pássaros). Exame Físico Auscultação do Tórax Sinais Clínicos de Rinite Ectoscopia (a busca de sinais) Palpação e PercussãoDiagnóstico funcional da Asma “A resposta ao Bd para diagnóstico de Asma deve ser verificada pela espirometria e não pela comparação de valores isolados do PFE com valores previstos”. Detecção da obstrução: VEF1 mais sensível que o PFE. Os parâmetros são obtidos através da manobra de capacidade vital forçada (expiração), com registro das Curvas de Volume-Tempo e de Fluxo-Volume. (“Consenso Brasileiro no Manejo da Asma”) Diagnóstico funcional da Asma Espirometria: Redução do VEF1 (<80% do previsto) e da relação VEF1/CVF (<75 adulto; < 86 cça). Desaparecimento ou melhora significativa da obstrução ao fluxo aéreo (Aumento do VEF1 de 7% e de 200ml após inalação de broncodilatador de curta duração). Aumento do VEF1 espontâneo ou após uso de corticóide (30-40mg/dia p/ 2 semanas), de 20% e excedendo 250ml. (“IV Consenso Brasileiro no Manejo da Asma) Testes de Função Pulmonar Espirometria Volume-Tempo ou Fluxo-Volume As “Normalidades “ VEF1 X FEF 25-75% Prova Broncodilatadora (Padrões e fármacos) Diagnóstico funcional da Asma Pico de Fluxo expiratório (PFE): Menos sensível que Espirometria Diferença percentual média entre a maior de 3 medidas de PFE efetuadas pela manhã e ‘a noite com amplitude superior a 20% em período de 2-3 semanas. Aumento de 20% nos adultos e de 30% nas crianças no PFE, 15 minutos após uso de bd de curta duração. Testes de Função Pulmonar Peak Flow (Pico Máximo de Fluxo / Pico de Fluxo expiratório) O Normal Faixas de Gradação de Gravidade Pico de Fluxo Seriado ( O normal individualizado) Medida de Pico de Fluxo Expiratório Tabelas de Pico Máximo de Fluxo Avaliação Objetiva da Gravidade (Medidas) Pico de Fluxo Leve/Mod Grave Muito Grave PFE > 50% 30-50% < 30% Geral (L/min) Masc > 250 120-250 < 120 Fem > 200 100-200 < 100 Diagnóstico funcional da Asma Testes adicionais: Em indivíduos sintomáticos, com espirometria normal. Teste de broncoprovocação com agentes broncoconstritores (Metacolina, histamina, carbacol). Teste de broncoprovocação por exercício (queda do VEF1 acima de 10 a 15 %). Testes Sangüíneos Eosinofilia Imunoglobulina E (IGE sérica) Outros Eletrólitos Uréia/creatinina TGP/TGO Testes de Alergia Cutâneos Anti-corpo Anti-IGE específicos (RAST) Individuais F24 (Camarão) / E1(Pelo cão) / I6 (Barata) / D2 (Ácaro) Paineis Hx2 (Peira domestica) / Mx1(Fungos) / Fx2 (Alimentos) ASMA – Diagnóstico diferencial Anel vascular Apnéia obst. do sono Aspergilose bronco- pulmonar alérgica Bronquiectasias Bronquiolite Carcinoma brônq. Discinesia de laringe Disfunção de cordas vocais DPOC Embolia pulmonar Fibrose Cística Dç resp. crônica da prematuridade Fístula tráqueo- esofágica Incoordenação da deglutição Infecções virais e bacterianas Ins. Cardíaca Massas hipofaríng. Massas mediastin. Obst. alta das VA Obst. mecânica das VA RGE Sínd. de Löeffler Sínd. de hiperventilação Classificações consagradas pelo uso Asma Extrinsecas Asma Intrinsecas (Idiopáticas) Asma Mista Classificações mais atuais Asma Alérgica ou mediadas Imunologicamente Atópica Ag. inaláveis Ag. Alimentares Não Atópica Aspergilose Boncopulmonar Ao Leite de Vaca Pulmão do Fazendeiro Outras Classificações Asma por Exercício Asma Psicogênica Asma Hormonal Asma por refluxo Gastroesofágico Asma por Infecção Asma Ocupacional Asma por Medicação Asma por Inalação de Ar Frio Objetivos do Tratamento da Asma Controlar sintomas Prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo Permitir atividades normais – trabalho, escola e lazer Manter função pulmonar normal ou a melhor possível Evitar crises, idas à emergência e hospitalizações Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio Minimizar efeitos adversos da medicação Prevenir a morte Etapas do manejo da Asma 1. Gravidade da Asma 2. Manter a função pulmonar alvo através de: Medicação ótima Afastamento de desencadeantes e/ou agravantes 3. “Plano de ação” para as exacerbações 4. Educar o paciente e a família 5. Revisões regulares Tratamento (Segundo o dono da APPLE) Controle ambiental Atividade física Medicamentos Objetivos do Tratamento da Asma Controlar sintomas Prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo Permitir atividades normais – trabalho, escola e lazer Manter função pulmonar normal ou a melhor possível Evitar crises, idas à emergência e hospitalizações Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio Minimizar efeitos adversos da medicação Prevenir a morte Etapas do manejo da Asma 1. Educar o paciente e a família 2. Avaliar a Gravidade da Asma 3. Controle Ambiental 4. Manter a função pulmonar alvo através de: Medicação ótima Afastamento de desencadeantes e/ou agravantes 5. “Plano de ação” para as exacerbações 6. Atividades físicas Regulares 7. Revisões regulares Ambiente Varrer significa ± 36hs de poeira fina em suspensão Varrer com Vassoura protegida com pano Levemente úmido Paredes Pode ser estranho..... mas tem que ser clean...... Travesseiros e Colchões Plástico e Taquitel....... Principais medicamentos Agentes broncodilatadores ou de alívio Agentes anti-inflamatórios ou profiláticos Agentes broncodilatadores ou de alívio 1. Beta-agonistas de curta duração (Fenoterol, Salbutamol, Terbutalina) de longa duração ( Bambuterol e Formoterol, Salmeterol) Para: Exacerbação aguda Asma induzida pelo exercício. Asma noturna – Bd de longa duração. Casos em associação com corticóide inalatório (FACET, 1997). VO, injetável e inalatória; esta última tem efeito mais rápido e com menos efeitos adversos - via ideal para asmáticos. Agentes broncodilatadores ou de alívio 2. Teofilina Mecanismo de ação multifatorial e não totalmente esclarecido: inibe a fosfodiesterase (relaxamento da musculatura lisa das vias aéreas e ação anti- inflamatória) e inibe os receptores de adenosina (inibição da liberação de mediadores de mastócitos). (Int. Arch. Allergy Immunol. 2000; 121: 123-128 - efeito inibidor da teofilina na inflamação eosinofílica das vias aéreas pode ser de valor no tratamento da Asma). Agentes broncodilatadores ou de alívio 2. Teofilina Efeitos adversos importantes - dosagem deve ser ajustada a cada caso como nos pacientes cardíacos, hepatopatas, fumantes, crianças e obesos, bem como em pacientes em uso de fenobarbital, rifampicina e fenantoína. Agentes broncodilatadores ou de alívio 3. Anticolinérgicos (Brometo de Ipratrópio) reduz o tônus colinérgico intrínseco das vias aéreas broncodilatação início lento de ação efeito inferior aos beta-2 agonistas e utilidade limitada a longo prazo. 2 estudos (não confirmados em nosso meio): redução das internações quando adicionado ao beta-2 na emergência. Broncoespasmo devido ao uso de beta- bloqueadores. Agentes anti-inflamatórios ouprofiláticos 1. Cromoglicato e Nedocromil blqueiam canais de cloro da membrana celular aumento do limiar para ativação e degranulação de mastócitos (colocar aqui a figura 17 da p. 223) redução modesta da hiper-responsividade brônquica Casos leves e moderados pela atuação em nervos sensoriais, podem ser úteis em casos de asma onde a tosse é proeminente devem ser usados a cada 6 horas Agentes anti-inflamatórios ou profiláticos 2. Antagonistas dos leucotrienos montelucast e zafirlucast efeito broncodilatador modesto, inferior mas aditivo aos beta-agonistas redução de eosinófilos circulantes e no escarro, redução do número de crises e aumento gradual da função pulmonar durante o tratamento. Agentes anti-inflamatórios ou profiláticos 2. Antagonistas dos leucotrienos indicação principal em portadores de asma moderada podem permitir a redução do corticóide inalado em pacientes com asma de maior gravidade em asma por/ou em pacientes sensíveis a aspirina e outros anti-inflamatórios não hormonais asma de exercício (25% completa; 25% nenhuma ou pouca resposta; 50% intermediário) - tto por 6-8 semanas como terapia de prova. Via oral; montelucast 1 vez ao dia e zafirlucast 2 vezes ao dia Agentes anti-inflamatórios ou profiláticos 3. Corticosteróides bloqueiam muitas vias inflamatórias na asma reduzem o número e a ativação das células inflamatórias nas vias aéreas redução da inflamação ao longo de semanas; máxima após vários meses. Rápida redução dos sintomas. Agentes anti-inflamatórios ou profiláticos 3. Corticosteróides Início precoce da droga no tratamento correlacionou-se com melhor controle da Asma (Chest, 108: 1228-1234, 1995). Efeitos colaterais locais: disfonia candidíase de orofaringe tosse Agentes anti-inflamatórios ou profiláticos 3. Corticosteróides Efeitos colaterais sistêmicos: supressão adrenal: não com doses inaladas de beclo ou equivalente de até 1.500 mcg/dia em adultos e até 400mcg/dia em crianças (se CO não frequentes) osteoporose: não se até 1.000 mcg/dia de beclo ou budesonida no adulto glaucoma e catarata: risco maior para 1.500mcg/dia por 3 meses ou mais Agentes anti-inflamatórios ou profiláticos 3. Corticosteróides Efeitos colaterais sistêmicos: adelgaçamento da pele e equimoses: tempo e dose dependente; mais em idosos crescimento: retardo, início tardio da puberdade com altura final normal. Não para doses até 400mcg/dia para budesonida e 200mcg/dia para beclo outros (CO): dsitúrbios psiquiátricos, miopatia, hiperglicemia, hipertensão arterial. Agentes anti-inflamatórios ou profiláticos 4. Anti-IgE (Omalizumabe) Limitações Indicação restrita Custo
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