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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA LEI DE RESFRIAMENTO DE NEWTON VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL Outubro/2017 OBJETIVOS O objetivo desta prática é verificar se o resfriamento da água em dois recipientes com áreas distintas obedecem à Lei de Resfriamento de Newton. INTRODUÇÃO Quando um corpo “mais quente” é colocado em contato com um corpo “mais frio”, ocorre um fluxo de calor do primeiro para o segundo, até que um estado estacionário é atingido, chamado de equilíbrio térmico. Em outras palavras, dois sistemas estão em equilíbrio térmico somente quando se encontram à mesma temperatura. Dois sistemas nos quais a temperatura seja homogênea em todos os seus pontos, Supondo que a temperatura do primeiro sistema (água) seja T, e que a temperatura do segundo sistema (ambiente) seja Ta . Colocando os dois sistemas em contato, se T > Ta, então, haverá fluxo de calor da substância para o ambiente. Quando a diferença de temperaturas (T – Ta) não é muito grande, uma quantidade de calor dQ é transferida da água para o ambiente, durante um intervalo de tempo dt, de modo que a taxa de transferência de calor ou corrente de calor H é proporcional à diferença de temperaturas, isto é, em que α é uma constante que depende da condutividade térmica entre os sistemas e A é a área de contato. A água, de massa m e calor específico c, transfere para o ambiente, durante esse intervalo de tempo, a quantidade infinitesimal de calor , em que dT corresponde à variação infinitesimal de temperatura, devido ao resfriamento da água. Então, pode-se escrever: em que k é uma constante característica dos sistemas. Supondo que a água esteja à temperatura To no instante inicial to, e à temperatura T no instante t > to, integra-se a equação diferencial. Obtem-se a relação: conhecida como “Lei de Resfriamento de Newton”. Em termos da diferença de temperatura entre a substância e o ambiente, ∆T = T - Ta, podemos reescrever na forma: em que ∆To = To - Ta é a diferença de temperatura no instante inicial to = 0; t é o tempo contado a partir do momento em que os corpos foram postos em contato e k é uma constante determinada experimentalmente e que varia com o material do qual é feito o corpo, sua massa e sua condutividade térmica. METODOLOGIA 3.1. Material Utilizado Ebulidor; Dois béqueres com diferentes áreas de seção reta (A1 e A2); Vasilhames de isopor; Dois termômetros; Cronômetro. 3.2. Procedimentos Mediu-se a temperatura ambiente (Ta). Em seguida foi utilizado o ebulidor para aquecer água em um recipiente até que ela fervesse. Verteu-se 250 mL de água fervente nos dois béqueres que já estavam revestidos pelo isopor e, em seguida, ajustaram-se os termômetros dentro dos mesmos. Nesse mesmo momento mediu-se a temperatura da água, sendo considerada a temperatura inicial T0. A partir desse instante, mediu-se a temperatura da água nos instantes estabelecidos, cinco em cinco minutos, e os dois últimos pontos com intervalo de 10 minutos entre si. RESULTADO E DISCUSSÃO Os dados de tempo, temperatura e variação da temperatura, em relação à temperatura ambiente estão dispostos na tabela 1, no qual, A1 é o béquer com área maior e A2 com a área menor. Tabela 1 - Resultados da variação da temperatura em função do tempo. Tempo (min) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 50 60 A1 T (⁰C) 76 67 60 55 51 47 45 43 40 38 36 Δ T (⁰C) 54 45 38 33 29 25 23 21 18 16 14 A2 T (⁰C) 80 72 67 63 59 56 53 51 48 45 42 Δ T (⁰C) 58 50 45 41 37 34 31 29 26 23 20 A Temperatura ambiente no momento da análise foi de 22ºC. Utilizando os valores dos dados experimentais da Tabela 1, construiu-se o gráfico da função ∆T versus t, presente no (anexo 1), para A1e A2. Também foi construído o gráfico linearizado log ∆T versus t (anexo 2), em papel mono-log para os respectivos béqueres. Para linearizar a equação aplicou-se a função logaritmo, obtendo a seguinte equação: Sabendo que esta equação está na forma de y= ax + b (linear). Temos as seguintes relações: y = a = x = t; b = . Através da melhor reta visual obtida no gráfico mono-log calculou-se os parâmetros da equação, anexo 1, e os resultados que estão dispostos na Tabela 2. Tabela 2 – Dados obtidos através da análise da melhor reta visual. Ponto 1 Ponto 2 Coeficiente Angular Coeficiente Linear Equação da reta: K Δ T (⁰C) Erro relativo (%) A1 (5, log42) (46, log 16) - 1,02 x 10-2 1,67 Y = -(1,02 x x 10-2)t + 1,67 0,0235 46,77 13,38 A2 (7, log 48) (40, log 25) - 8,58 x 10-3 1,74 Y = -(8,58 x 10-3)t + 1,74 0,0197 54,95 5,25 O significado físico do coeficiente angular, de acordo com as relações discutidas anteriormente, é: -(k loge). Outra maneira de determinar os coeficientes angular e linear é através da regressão linear na calculadora. Através das relações analíticas encontradas para A1 e A2 calculou-se, anexo 1, os valores de k, , o erro relativo entre calculado e o experimental e o coeficiente de correlação para cada situação. Tabela 3 - Dados obtidos através da análise da regressão linear. Coeficiente Angular Coeficiente Linear Relacionamento Analítico K Δ T (⁰C) Erro relativo (%) Coeficiente de Correlação A1 - 9,79 x 10-3 1,68 y = - (9,79 x 10-3) t + 1,68 0,0225 47,86 11,36 -0,985 A2 - 7,52 x 10-3 1,72 y = - (7,52 x 10-3)t + 1,72 0,0173 52,48 9,51 -0,994 A constante k foi determinada experimentalmente e está relacionada com a fórmula . H é o coeficiente de películas e C a capacidade térmica e são valores fixos, ou seja, k varia diretamente com o valor da área (A) de cada recipiente. Analisando os resultados, obteve-se essa relação de maneira correta. O béquer A1, com área maior, possui maior valor de k do que o béquer A2, de área menor. Os valores de erro podem ser associados a alguns fatores, como por exemplo, o isopor utilizado como isolante não conseguir isolar de modo mais eficiente, mudança da temperatura ambiente que consideramos constante durante todo o calculo e também erros experimentais. O coeficiente de correlação mede a relação entre o grau de correlação entre duas escalas. Esse valor quando próximo de -1 significa que há uma correlação negativa perfeita entre as duas variáveis - Isto é, se uma aumenta a outra sempre diminui. Isso significa que quanto maior o tempo menor a temperatura, até entrar em equilíbrio, visto que, os valores de r estão muito próximos de -1. CONCLUSAO O experimento realizado mostrou que os resfriamentos da água dos respectivos recipientes obedecem a Lei de resfriamento de Newton. Mostrou que a taxa de variação da temperatura de um fluido é proporcional à diferença de temperaturas do sistema e provou que quanto maior a área, maior será a perda de calor do fluido a ser analisado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Toguinho Filho, D. O., Panjota, J. C. S.; Catálogo de Experimentos do Laboratório Integradi de Física Geral. Departamento de Física. Universidade Estadual de Londrina, Março de 2010.
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