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Direito Civil V Dir. das Coisas 3 esmv

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Direito civil v
da usucapião
Da usucapião
CONCEITO: usucapião (prescrição aquisitiva, CC, arts. 1.238 a 1.244)
É a situação de domínio pela posse prolongada no tempo, independentemente da vontade do titular anterior.
Alguém detém a posse de algo com ânimo de dono, por certo tempo, sem interrupção e sem oposição, e requer ao juiz que lhe reconheça a propriedade.
Da usucapião
CONCEITO: “A Usucapião é um modo de aquisição da propriedade e de outros direitos reais (usufruto, uso, habitação, enfiteuse, servidões prediais) pela posse prolongada da coisa com a observância dos requisitos legais”. 
(Maria Helena Diniz, Curso de Direito civil Brasileiro, 4. Direito das Coisas, 26ª ed., ed. Saraiva, 2011, p. 192. 
Da usucapião
FUNDAMENTOS: 
A) A consolidação da propriedade, dando juridicidade a uma situação de fato: a posse unida ao tempo.
B) Garantir a estabilidade e segurança da propriedade, fixando um prazo, além do qual não se podem mais levantar dúvidas ou contestações a respeito.
C) Sanar a ausência de título do possuidor, bem como os vícios intrínsecos do título que esse mesmo possuidor, porventura tiver.
Da usucapião
REQUISITOS:
1.) PESSOAIS: exigências em relação ao possuidor que pretende adquirir o bem e ao proprietário que o perde – CC, arts. 1.244, 197, 202.
2.) REAIS: alusivos aos bens e direitos suscetíveis de ser usucapidos, pois nem todas as coisas e nem todos os direitos podem ser adquiridos por usucapião.
3.) FORMAIS: compreendem os elementos necessários e comuns do instituto, como posse mansa, pacífica e contínua, lapso de tempo fixado em lei, sentença judicial (CPC, arts. 941, 945), bem como os especiais: justo título e boa-fé.
Da usucapião
ESPÉCIES DE USUCAPIÃO
EXTRAORDINÁRIA CC, ART. 1.238
ORDINÁRIA 
CC, ART. 1.242
PRO LABORE OU ESPECIAL RURAL 
CF, CC
ESPECIAL URBANA 
(pro moradia) 
CF, CC
Família, entre ex-conviventes, sejam cônjuges ou companheiros
COLETIVA
EXTRAORDINÁRIA CC, ART. 1.238
		
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
EXTRAORDINÁRIA CC, ART. 1.238
		
 - Posse mansa, pacífica e contínua, exercida com animus domini;
	
- Decurso de prazo de 15 ou 10 anos;
	
 - Dispensa de prova de justo título e boa-fé;
	
- Sentença declaratória de aquisição de domínio que deverá ser levada ao Registro Imobiliário.
ORDINÁRIA 
CC, ART. 1.242
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. 
ORDINÁRIA 
CC, ART. 1.242
Posse mansa, pacífica e ininterrupta, exercida com a intenção de dono;
Decurso do tempo de 10 a 5 anos – CC, art. 1.242, par. único;
 Justo título e boa-fé;
Sentença judicial que lhe declare a aquisição do domínio, registrada no cartório de Imóveis – CC, art. 1.241, par. único;
 
ESPECIAL URBANA (pro moradia) 
 
CF, CC
CF, Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 
§ 2º - Esse direito não será reconhecido
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
ESPECIAL URBANA (pro moradia) 
 
CF, CC
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
ESPECIAL URBANA (pro moradia) 
 
CF, CC
área não superior a 250 m²;
posse por 5 anos ininterruptos e sem oposição;
	
não ser proprietário de outro imóvel (rural ou 	urbano);
só pode ser usado uma vez, não exige justo título ou boa-fé.
PRO LABORE OU ESPECIAL RURAL - CF, CC
Legislação: CF, art. 191 e CC, art. 1.239;
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
PRO LABORE OU ESPECIAL RURAL - CF, CC
Legislação: CF, art. 191 e CC, art. 1.239;
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
PRO LABORE OU ESPECIAL RURAL - CF, CC
Legislação: CF, art. 191 e CC, art. 1.239;
Art. 1.239, CC: . Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
PRO LABORE OU ESPECIAL RURAL - CF, CC
Legislação: CF, art. 191 e CC, art. 1.239;
área não superior a 50 hectares;
posse por 5 anos ininterruptos e sem oposição;
destinada a sua moradia ou da família;
não ser proprietário de outro imóvel (rural ou urbano);
tornar a propriedade produtiva por força de seu trabalho ou do de sua família.
Família / entre ex-conviventes, sejam cônjuges ou companheiros
A lei 12.424/2011, ao dispor e regular majoritariamente a nova fase do programa Minha Casa, Minha Vida, não trouxe estranhezas apenas aos empreendedores do ramo imobiliário.
Nós, operadores do direito, fomos surpreendidos com a inovação legislativa que criou uma nova forma de usucapião, entre ex-companheiros e ex-cônjuges, incluída no CC pelo art. 1.240-A. 
Família / entre ex-conviventes, sejam cônjuges ou companheiros
CC, art. 1.240 – A. “Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural”.
Família / entre ex-conviventes, sejam cônjuges ou companheiros
Pela primeira vez o final de um relacionamento terá repercussões patrimoniais diretas e servirá, tão somente, para dificultar e burocratizar os procedimentos de composição de conflitos familiares, que, nos últimos anos, vêm sendo cada vez mais simplificados (após a EC 66, há o divórcio
direto e livre de prazos, sem necessidade de imputação de culpa ou responsabilização pelo término da relação).
Família / entre ex-conviventes, sejam cônjuges ou companheiros
A partícula "ex" significa que a união estável ou o casamento acabaram de fato ou de direito. 
A extinção de direito significa que houve sentença ou escritura pública reconhecendo o fim da união estável (ação declaratória de extinção da união estável), ou sentença ou escritura pública de divórcio ou separação de direito, bem como liminar em medida cautelar de separação de corpos. 
A extinção de fato significa fim da comunhão de vidas entre cônjuges e companheiros que não se valeram de meios judiciais ou extrajudiciais para reconhecer que a conjugalidade findou. É a simples saída do lar conjugal. 
COLETIVA
A Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade) admite a Usucapião Coletiva em áreas urbanas com mais de 250m², ocupadas por população de baixa renda para sua moradia.
Período: 5 anos, ininterruptamente, sem oposição e com animus domini, onde não for possível identificar os terrenos ocupados de cada possuidor e desde que não sejam proprietários de outro imóvel, urbano ou rural.
O juiz atribui igual fração ideal de terreno a cada possuidor.
Da aquisição da propriedade móvel
PROPRIEDADE MÓVEL
ESPECIFICAÇÃO
USUCAPIÃO
OCUPAÇÃO
DA CONFUSÃO, DA COMISSÃO, DA ADJUNÇÃO
TRADIÇÃO
DO ACHADO DO TESOURO
Da aquisição da propriedade móvel
Legislação: CC, arts. 1.260 a 1.274;
O nosso CC/02 disciplina modalidades como forma de aquisição da propriedade móvel, sendo elas: 
1.) a usucapião – CC, arts. 1.260 a 1.262;
2.) a ocupação – CC, art. 1.263;
3.) achado do tesouro – CC, arts. 1.264 a 1.266; 
4.) tradição – CC, art. 1.267 e 1.268; 
5.) especificação – CC, arts. 1.269 a 1.271; 
6.) confusão; comistão; adjunção – CC, arts. 1.272 a 1.274.
Da aquisição da propriedade móvel
1.) a usucapião – CC, arts. 1.260 a 1.262;
Assim como os bens imóveis, os bens móveis também podem ser adquiridos através da usucapião. 
O CC apresenta prazos mais reduzidos para a usucapião de coisas móveis .
Quando a pessoa possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente, durante 03 anos, com justo título e boa-fé, passa a ter a propriedade da coisa, CC, artigo 1.260.
Esse prazo de 03 anos se dá pois se trata de uma espécie de usucapião.
Da aquisição da propriedade móvel
1.) a usucapião – CC, arts. 1.260 a 1.262;
Na extraordinária, o prazo muda para 05 anos, porém mesmo que não tenha justo título e boa-fé, produzirá usucapião.
O princípio que norteia a usucapião dos móveis é o mesmo que inspira a usucapião dos imóveis, isto é, intuito de emprestar juridicidade a situações de fato que se alongaram no tempo.
Da aquisição da propriedade móvel
2.) a ocupação – CC, art. 1.263;
A ocupação é o modo originário de aquisição de bem móvel, consistindo na tomada de posse de uma coisa sem dono, com a intenção de se tornar seu proprietário.
Através da definição dada por Gonçalves, é importante saber o que são coisas sem dono: são as coisas de ninguém ( res nullius ) ou as abandonadas (res derelicta).
Da aquisição da propriedade móvel
2.) a ocupação – CC, art. 1.263;
É importante lembrar que o abandono não se presume, devendo resultar claramente da vontade do proprietário de se despojar do que lhe pertence, ou seja, é importante analisar o fato concreto para saber se o proprietário quis realmente se desfazer do objeto.
Da aquisição da propriedade móvel
3.) achado do tesouro – CC, arts. 1.264 a 1.266; 
Conceito: o depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, CC, art. 1.264: 
“O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente”.
Da aquisição da propriedade móvel
3.) achado do tesouro – CC, arts. 1.264 a 1.266; 
Tal dispositivo deixa claro que caso seja achado em prédio alheio, o tesouro deverá ser dividido entre o proprietário deste e o que achar casualmente. 
Caso o dono da propriedade tenha ordenado a busca pelo tesouro, ficará ele com a totalidade do tesouro. Também ocorrerá caso o tesouro seja achado por terceiro não autorizado.
Da aquisição da propriedade móvel
4.) tradição – CC, art. 1.267 e 1.268; 
CONCEITO: a tradição consiste na entrega da coisa do alienante ao adquirente, com a intenção de lhe transferir o domínio, em complementação do contrato. Com essa entrega, torna-se pública a transferência.
De acordo com o CC, art. 1.267: “a propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição”. 
Sendo assim, a tradição mostra-se de suma importância na aquisição de bens móveis.
Da aquisição da propriedade móvel
A tradição pode ser real, simbólica ou ficta. 
Será real quando a coisa for realmente entregue a outra pessoa. 
Ex.: quando a pessoa vai até uma loja, e compra um sapato, e este é entregue à compradora.
Será tradição simbólica quando um ato simbolizar a entrega da coisa. 
Ex.: quando em programa de televisão, ao ganhar um carro, o apresentador entrega as chaves ao ganhador.
A tradição ficta é aquela que a pessoa que já tinha a posse direta da coisa torna-se proprietário.
Ex.: depositário fiel, que é possuidor direto da coisa, torna-se proprietário.
Da aquisição da propriedade móvel
Hipóteses especiais em que a tradição é dispensada:
a) na abertura da sucessão legítima, ou testamentária aos herdeiros e legatários da coisa certa; 
b) na celebração do casamento realizado sob regime de comunhão universal, em que a transferência do domínio efetua-se independentemente de tradição, em virtude da solenidade inerente a esse ato; 
Da aquisição da propriedade móvel
Hipóteses especiais em que a tradição é dispensada:
c) por força dos pactos antenupciais, a contar da data do casamento, ao cônjuge adquirente; 
d) no caso de contrato de sociedade de todos os bens, em que a transferência se opera com a assinatura do referido contrato, entendendo-se haver a tradição tácita; 
e) na sociedade particular, em que a transferência se opera com a simples aquisição dos bens comunicáveis. 
Da aquisição da propriedade móvel
5.) especificação – CC, arts. 1.269 a 1.271; 
CONCEITO: constitui forma de aquisição da propriedade móvel, que ocorre mediante atividade de uma pessoa em determinada matéria prima, obtendo, por seu trabalho, espécie nova. 
Esta será do especificador, se a matéria era sua, ainda que só em parte, e não se puder restituir à forma anterior. 
Assim dispõe o CC, art. 1.269: 
“Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.” 
Da aquisição da propriedade móvel
Quando a matéria não for do especificador, e não for possível restituir à forma anterior, a solução dependerá da boa ou má-fé do especificador. 
CC, art. 1270: “se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir a forma procedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova”. 
Porém “se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria prima” (§1º).
Ex: pedra, madeira, couro, barro, ferro: obtém espécie nova (ex: escultura, carranca, sapato, boneco, ferramenta). 
Da aquisição da propriedade móvel
6.) confusão; comistão; adjunção – CC, arts. 1.272 a 1.274.
Confusão, comistão e adjunção:Tratam-se da mistura de coisas de proprietários diferentes e que depois não podem ser separadas.
 
A confusão é a mistura de coisas líquidas, ex: vinho com refrigerante, álcool com água. 
A comistão é a mistura de coisas sólidas, ex: sal com açúcar; sal com areia. 
A adjunção é a união de coisas, não seria a mistura, mas a união, a justaposição de coisas que não podem ser separadas sem estragar, ex: selo colado num álbum, peça soldada num motor, diamante incrustado num anel. 
Da aquisição da propriedade móvel
As coisas sob confusão, comistão ou adjunção, obedecem a 03 regras:
as coisas vão pertencer aos respectivos donos se puderem ser separadas sem danificação (CC, art. 1272, caput); 
se a separação for impossível ou muito onerosa surgirá um condomínio forçado entre os donos das coisas, CC, 1272, § 1º; 
c) se uma das coisas puder ser considerada principal, ex: sal com areia mas que ainda serve para alimento do gado; diamante em relação ao anel, o dono desta será dono do todo e indenizará os demais, CC, 1272, § 2º. 
Da aquisição da propriedade móvel
Estas regras são supletivas, ou seja, tais regras não são imperativas = obrigatórias;
Podem ser modificadas pelas partes, pois no direito patrimonial privado predomina a autonomia da vontade. 
Tal fenômeno tem que ser involuntário = acidental, ex: caminhão de açúcar que virou em cima da areia de uma construção; 
Se for voluntário, os donos das coisas têm que disciplinar isso em contrato, ex: experiência para fazer nova bebida da mistura de vinho com cerveja. 
Se ocorrer má-fé, ex: virar o caminhão de propósito em cima da areia, aplica-se o CC, art. 1273.

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