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27/09/2017 1 Doenças OBSTRUTIVAS: Aumento da resistência ao fluxo de ar • DENTRO DA LUZ: Luz pode ser parcialmente ocluída por excesso de secreção, como na bronquite crônica; edema pulmonar ou após aspiração de material estranho e por secreções retidas (pós- operatório). • PAREDE DA VIA AÉREA: Contração do músculo liso brônquico como na asma, hipertrofia das glândulas mucosas como na bronquite crônica e inflamação e edema da parede como na bronquite e asma. FISIOPATOGENIA • REGIÃO PERIBRÔNQUICA: Destruição do parênquima pulmonar pode causar perda da tração radial com conseqüente estreitamento como no enfisema; edema peribrônquico; um brônquio também pode ser localmente comprimido por um gânglio linfático aumentado ou um neoplasma (WEST, 1996). FISIOPATOGENIA DPOC Engloba um grupo de doenças do pulmão agrupadas devido a uma alteração fisiopatológica comum com mesma síndrome funcional (Tarantino): aumento persistente na resistência ao fluxo de ar brônquico. DPOC A DPOC é a forma mais comum de doença pulmonar crônica (West), tendo início precocemente, embora não costume causar sintomas antes da quarta década de vida, levando à invalidez progressiva a partir da sexta e sétima década de vida (Tarantino). Definição de DPOC A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença caracterizada por limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A limitação do fluxo aéreo é geralmente progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal do pulmão a partículas ou gases nocivos. 27/09/2017 2 DPOC - GOLD �DPOC pode ser prevenida e tratada (relação com a exposição a fatores de risco – tabagismo mais frequente) �Diagnóstico precoce �Tratamento adequado: reduzir os sintomas (especialmente a dispnéia), reduzir a freqüência e a severidade das exacerbações, melhorar o estado de saúde e a capacidade de tolerância ao exercício e prolongar a sobrevida. Pulmao RJ - Atualizacoes Tematicas 2009;1(1):7-12 lobal Initiative for Chronic bstructive ung isease lobal Initiative for Chronic bstructive ung isease G O G O G O L D G O L D GOLD - Relatório do Painel: Conteúdo GOLD - Endereço do website http://www.goldcopd.com GOLD – Brasil http://www.golddpoc.com.br Variação percentual da taxa de mortalidade ajustada para a idade nos EUA entre 1965 e 1998 0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 Proporção da taxa de 1965 1965 - 1998 1965 - 1998 1965 - 1998 1965 - 1998 1965 - 1998 –59%–59% –64%–64% –35%–35% +163%+163% –7%–7% Doença coronariana AVC Outras doenças cardio- vasculare s Outras causas DPOC 27/09/2017 3 Epidemiologia A DPOC é a quarta principal causa de morte em todo o mundo e estima-se que será a terceira a principal causa de morte em 2020. BRASIL: A mortalidade passou de 7,88 em 100.000 habitantes (1980) para 19,04 em 100.000 habitantes (1990): crescimento de 340%. Lancet 1997; 349:1498-504; II Consenso Brasileiro de Doenca Pulmonar Obstrutiva. Cronica (DPOC). J Bras Pneumol 2004;30:S1-S42.. Posição Condição 1ª Cardíacas (175.165) 2ª Câncer (129.800) 3ª A.V.Encef. (87.742) 4ª Causas externas (44.565) 5ª Diabetes (38.066) 6ª DPOC (35.478 ) Causas de morte no Brasil 2004 datasus.gov.br PLATINO: 2005 A. Latina São Paulo: projeto latino-americano de Investigação em obstrução pulmonar. Questionário + Espirometria Prevalência 18% homens e 14% mulheres; Daí Estimativa Total: 5-6 milhões de brasileiros com DPOC DPOC: dados mais recentes – GOLD 2011 � 3 milhões de mortes/ano; � Representa 5% das mortes por todas as causas; � Estimativa de aumento progressivo da mortalidade; � No período de 1990 a 2010, a DPOC passou da quarta para a terceira causa de morte. BRASIL � Terceira causa de morte dentre as doenças crônicas não transmissíveis; � 2005 – 2010: aumento de 12% dos óbitos (40.000 óbitos adicionais); � Custos: 103 milhões (SUS) em 2011 (internações). DPOC Na prova de função pulmonar, há redução do VEF1. Após o aparecimento das manifestações clínicas, o paciente sofre piora funcional progressiva! 27/09/2017 4 Limitação ao fluxo aéreo: Associação de processo obstrutivo (inflamatório) nas pequenas vias aéreas e destrutivo do parênquima pulmonar (destrutivo). �Grau de contribuição variável: forma de apresentação – bronquítico/enfisematoso/misto. DPOC Critérios para espirometria normal pós-broncodilatador • VEF1: % previsto > 80% • CVF: % previsto > 80% • VEF1/CVF: > 0,7 Traçado normal mostrando VEF1 e CVF 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 CVF5 1 VEF1 = 4L CVF = 5L VEF1/CVF = 0,8 V o lu m e, li tr o s Tempo, segundos Espirometria: doença obstrutiva V o lu m e, li tr o s Tempo, segundos 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 VEF1 = 1,8L CVF = 3,2L VEF1/CVF = 0,56 Normal Obstrutiva 27/09/2017 5 Estágios da DPOC: GOLD http://www.golddpoc.com.br/ DISPNÉIA: Medical Research Council modificada – boa relação com prognóstico. LEITOR ESTÁCIO Consequências da hiperinsuflação para função do diafragma? DIAFRAGMA DO DPOC? 27/09/2017 6 DIAFRAGMA DO DPOC? DIAFRAGMA DO DPOC? Diafragma DPOC Prof. Marcelo Alcantara Holanda, Universidade Federal do Ceará BRONQUITE CRÔNICA BRONQUITE CRÔNICA síndrome clínica caracterizada por tosse crônica com expectoração mucosa ou mucopurulenta, com duração de pelo menos 3 meses durante 2 anos consecutivos, não resultante de outra causa possível (tuberculose, bronquiectasia). “com redução de volume expiratório forçado que não melhora significativamente com a inalação de broncodilatadores.” (Hodgkin e Petty) ENFISEMA alteração do pulmão caracterizada por aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhado por alterações destrutivas das paredes alveolares. Simplificação: Na bronquite predominam as alterações inflamatórias, no enfisema as alterações destrutivas. 27/09/2017 7 DPOC ETIOLOGIA: estreita relação com hábito de fumar, avaliado desde 1954. Há relação com intensidade do fumo e freqüência de DPOC. Incidência de DPOC sobe de 19,7% para 87,7% em fumantes de mais de 2 maços/dia (risco 4,5 vezes maior). Nos fumantes de cigarro, a incidência de DPOC aumentaria com o incremento da poluição atmosférica. � Entende-se por tabagismo o consumo de qualquer derivado do tabaco, produtor ou não de fumaça (cigarro, charuto, cachimbo, cigarrilha, cigarro de palha, rapé, tabaco mascado, narguillé). � O tabagismo como uma doença crônica, epidêmica, transmitida através da propaganda e publicidade, tendo como vetor, a poderosa indústria do tabaco (OMS). � É a maior causa isolada evitável de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. � Há previsão de 10 milhões de mortes anuais em 2020 (70% países em desenvolvimento). Brasil: 200 mil mortes anuais devido ao tabagismo (Organização Pan-americana de Saúde). FATORES DE RISCO 1. TABAGISMO: Pergunta médica é do número de cigarros por dia ao doente com enfisema e por quanto tempo, quase sempre é ou foi tabagista! O tabagismo contribui com 75% dentre todas as causas. O fumo, além de ser responsável direto pelas graves alterações nas estruturas nobres do pulmão, interfere nos mecanismos bioquímicos de defesa da árvore brônquica ao perturbar o equilíbrio elastase-antielastase. FUMO Aproximadamente 15% - 25% dos fumantes desenvolvem DPOC. II Consenso DPOC 27/09/2017 8 Tabagismo Passivo Tabagismo passivo Define-se tabagismo passivo como a inalação da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros produtores de fumaça) por indivíduos não-fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados. O tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subseqüente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool (IARC, 1987; Surgeon General, 1986; Glantz, 1995). O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro. http://www.inca.gov.br/tabagismo/frameset.asp?item=passivo&link=tabagismo.htm Pulmao RJ - Atualizacoes Tematicas 2009;1(1):7-12 Tabagismo Passivo FUMO Alterações associadas ao fumo devido às substâncias irritantes inaladas: diminui motilidade ciliar; aumenta o número de células caliciformes; provoca hipertrofia das glândulas submucosas; favorece inflamação das paredes brônquicas e alveolares; condiciona o broncoespasmo; reduz atividade macrofágica; contribui para infecções respiratórias; limita a produção de surfactante; inibe ação enzimática da antielastase e antioxidante; provoca fibrose; espessamento e ruptura das paredes alveolares. 2. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA: A extensão do epitélio brônquico em contato com exterior equivale à um campo de tênis (80 vezes maior que a superfície corporal). Fatores importantes: tipo, quantidade, concentração e tempo de exposição aos poluentes. Maior perigo: inversão térmica (evento meteorológico: massa atmosférica baixa, retendo o ar poluído – mais pesado). FATORES DE RISCO Poluição Inversão Térmica 27/09/2017 9 2. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA: As partículas de carvão inaladas isoladamente são inócuas, depositando-se nos bronquíolos sem causar inflamação. Entretanto, inaladas com CO2 (queima de combustíveis), são absorvidas e causam lesão ao parênquima pulmonar. O mesmo acontece com o CÁDMIO, um dos maiores poluentes (na atmosfera e na fumaça do cigarro). FATORES DE RISCO Poluição - China 3. PROFISSÃO E FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS: as atividades profissionais que obrigam ao trabalhador permanecer em ambientes poluídos e sem proteção favorecem o desenvolvimento de DPOC. - Exposição fogão de lenha, mineração de carvão, escavação de tuneis. FATORES DE RISCO 4. DEFICIÊNCIA DE ALFA 1 ANTIPROTEASE (α1- ANTRIPSINA): enfisema aparece precocemente, muitas vezes sem histórico de tabagismo. A alfa 1 antiprotease é a principal enzima inibidora das proteases. Na sua deficiência as enzimas proteolíticas atuam sem resistência, destruindo a arquitetura pulmonar, composta por substância protéica. FATORES DE RISCO 5. Alcoolismo: produz efeitos maléficos sobre a movimentação ciliar, produção de surfactante e atividade macrofágica. Atua principalmente nas pequenas vias aéreas, afetando a função pulmonar. 6. Sexo: A maior prevalência e mortalidade por DPOC em relação aos homens vêm se modificando desde que a mulher começou a fumar tanto ou mais do que os homens. FATORES DE RISCO Fumaça de Cigarro Pó e gases ocupacional Tabagismo passivo Poluição ambiental Condição Condição SocioeconômicaSocioeconômica Fatores de Risco para DPOC 27/09/2017 10 FISIOPATOGENIA Aumento da resistência ao fluxo de ar INALAÇÃO DE PARTÍCULAS OU GASES NOCIVOS: � Resposta inflamatória anormal nos pulmões e vias aéreas � Desequilíbrio entre proteinases e antiproteinases � Estresse Oxidativo (lipídios, proteínas e DNA) ENFISEMA Definição Anatômica: aumento dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, com destruição de suas paredes. A unidade funcional do pulmão onde ocorrem as alterações do enfisema é o ácino ou lóbulo secundário. Os bronquíolos terminais não respiratórios subdividem-se sucessivamente em bronquíolos de primeira, segunda e terceira ordens. Ácino Há hiperdistensão alveolar com destruição progressiva dos septos e conseqüente confluência dos grupos alveolares, tendendo a formar bolhas. À abertura do tórax, os pulmões tendem a saltar da cavidade torácica, apresentando-se volumosos. O pulmão do enfisematoso apresenta perda das paredes alveolares com conseqüente destruição dos leitos capilares. Doenças Pulmonares, Tarantino. 27/09/2017 11 Tipos • Centroacinoso: destruição limitada à parte central do lóbulo e ductos alveolares periféricos, os alvéolos podem escapar intactos. • Panacinoso: distensão e destruição de todo lóbulo. Doenças Pulmonares, Tarantino. Tipos – O centroacinoso é mais encontrado no ápice, espalha-se inferiormente com a progressão da doença. Tipo mais comum. – O panacinoso não tem preferência regional, ou possivelmente mais comum nos lobos inferiores. Enfisema associada à deficiência de α1-antitripsina Pacientes homozigotos para o gene Z, freqüentemente desenvolvem o enfisema panacinoso grave que começa nos lobos inferiores. A doença torna-se evidente próximo aos 40 anos, sem histórico de tosse ou tabagismo. Existe terapia de reposição da α1-antitripsina. α1-antitripsina: proteína protetora dos pulmões contra uma enzima conhecida como elastase neutrofílica (combate bactérias). A doença se torna perigosa quando o número de α1-antitripsina é insuficiente para neutralizar a elastase. • A doença terá início precoce entre 20-40 anos, diferente do enfisema causado pelo fumo. Os sintomas iniciais podem ser sibilos, respiração curta e menor resistência aos exercícios. • O diagnóstico será realizado baseado na história clínica, exame do Raio X (enfisema predominante em bases) e dosagem da enzima α1-antitripsina no sangue. Enfisema associada à deficiência de α1-antitripsina 27/09/2017 12 BRONQUITE CRÔNICA Produção excessiva de muco na árvore brônquica, suficiente para causar expectoração excessiva de escarro. Quantidades excessivas de muco são encontradas nas vias aéreas, tampões semi- sólidos de muco podem ocluir pequenos brônquios. BRONQUITE CRÔNICA Há produção excessiva de muco na árvore brônquica, suficiente para causar expectoração excessiva de escarro (na maioria dos dias durante pelo menos 3 meses no ano durante 2 anos sucessivos). Doenças Pulmonares, Tarantino. Bronquite Fisiopatogenia �Os cílios das células ciliadas estão em constante movimento, no sentido dos brônquios menores para a traquéia, deslocando o muco. � O muco assume função mecânica de reter e captar qualquer partícula estranha, além de umedecer e aquecer o ar inspirado. A mucosa brônquica também tem papel importante pela capacidade de suas glândulas liberarem certas imunoglobulinas. � BRONQUITE: muco torna-se espesso - dificultando o movimento ciliar. O muco é secretado pelas células caliciformes e pelas glândulas mucíparas (assume volume 100 vezes maior que as células caliciformes). �Se houver uma causa permanente excitando a produção de muco, estas glândulas sofrem hipertrofia e as células caliciformes aumentam em número (principalmente nos brônquios mais grossos). Fisiopatogenia 27/09/2017 13 � Retenção de muco: ao aumento de sua consistência, redução da atividade ciliar, menor permeabilidade brônquica e à ação da gravidade. Favorece instalação de infecções. �Os capilares também sofrem alterações morfológicas como atrofia, redução de calibre, trombose e deformações varicosas. Por isso, o bronquítico crônico torna-se mais sujeito à hipóxia/policitemia (aumento do número de células vermelhas) com consequnte insuficiência cardíaca direita (cor pulmonale) que o enfisematoso. Fisiopatogenia � Tampões brônquicos, reação inflamatória local e bronquiolite. A bronquiolite comprometendo as pequenas vias aéreas seria a principal responsável por estes óbitos, mais que a hiperplasia e hipertrofia glandular. � As pequenas vias aéreas estão estreitadas e mostram alterações inflamatórias, incluindo infiltração celular e edema das paredes. O tecido de granulação está presente e pode desenvolver fibrose peribrônquica. Há aumento do tamanho das glândulas mucosas, aumento no músculo liso brônquico. Fisiopatogenia QUADRO CLÍNICO: DPOC Início do quadro: normal. Aumento do tempo expiratório e sibilos. Inspeção – instalação da doença: tórax hiperinsuflado, tempo expiratório prolongado, respiração com lábios semicerrados, utilização de musculatura acessória do pescoço; à ausculta, diminuição dos sons respiratórios, sibilos e raramente estertores crepitantes Pulmao RJ - Atualizacoes Tematicas 2009;1(1):7-12 Quadro Clínico - DPOC - Início/sintoma mais precoce: TOSSE crônica com expectoração. Pior pela manhã. Sintoma ignorado pelo paciente. - Dispnéia que interfere nas AVds do paciente. Piora do quadro dispnéia limita esforços menores e aparece em repouso. Pulmao RJ - Atualizacoes Tematicas 2009;1(1):7-12 Quadro Clínico: - Progressão da doença: piora dos sintomas. - IR que evolui com insuficiência cardíaca direita, perda de peso e hipoxemia arterial. Pulmao RJ - Atualizacoes Tematicas 2009;1(1):7-12 Quadro Clínico: DPOC: não apresenta reversão completa e deve ser tratada de forma contínua. NECESSIDADE: Suspensão da a exposição aos fatores de risco - pode resultar em alguma melhora na função pulmonar e na progressão do quadro clínico. Pulmao RJ - Atualizacoes Tematicas 2009;1(1):7-12 27/09/2017 14 QUADRO CLÍNICO QUADRO CLÍNICO • O tórax pode assumir formato de tonel (enfisema) acompanhado de cifose torácica (envelhecimento). ENFISEMA SINTOMAS Tosse Expectoração Dispnéia EXPOSIÇÃO A FATORES DE RISCO Tabagismo Ocupação Poluição extra e intradomiciliar ESPIROMETRIA Diagnóstico da DPOC AGUDIZADO: a dispnéia piora acentuada associada à tosse produtiva, com aumento do volume da expectoração. Secreção muda aspecto: mucóide à purulenta. Provável infecção brônquica, que é a causa mais freqüente de exacerbação da DPOC. EXAME FÍSICO: Pulmao RJ - Atualizacoes Tematicas 2009;1(1):7-12 - Outro sintoma relevante é a tosse crônica, geralmente produtiva e tende a melhorar com a cessação do fumo. A expectoração é maior pela manhã, aspecto claro e pouca quantidade. O aumento do volume e aspecto purulento sugere descompensação infecciosa. QUADRO CLÍNICO 27/09/2017 15 Os sinais podem estar ausentes no estágio inicial da doença. Com a evolução se fazem presentes: taquipnéia, aumento do volume torácico (tórax em “barril”), diminuição dos murmúrios vesiculares, sibilância e uso de musculatura acessória. Em casos mais avançados podem surgir: cianose de extremidades, estase jugular, edema dos MIS e emagrecimento. QUADRO CLÍNICO Exames Complementares Espirometria: espirometria pré e pós- broncodilatador é indicado para todos os pacientes. As alterações espirométricas terão correlação prognóstica e o VEF1 permite estadiamento do DPOC. Estágios da DPOC: GOLD http://www.golddpoc.com.br/ Raio X O diagnóstico não deve ser firmado pela análise do Raio X. Podem ser encontrados: evidências de HIPERINSUFLAÇÃO (com aumento do diâmetro AP do tórax e hipertransparência uniforme ou de predomínio basal/apical, pobreza da trama vascular, típica do enfisematoso) e rebaixamento da hemicúpulas diafragmáticas, pode haver sinais de trilhos de trem principalmente nas regiões hilobasais (espessamento das paredes brônquicas, principalmente no bronquítico, alguns autores sugerem bonquiectasias localizadas). DPOC Doenças Pulmonares, Tarantino. DPOC Doenças Pulmonares, Tarantino. 27/09/2017 16 DPOC Doenças Pulmonares, Tarantino. DPOC Doenças Pulmonares, Tarantino. Gasometria arterial Alteração de V/Q: PaO2, PaCO2 e Oximetria (satO2) Avaliar hipoxemia, indicação de oxigenoterapia domiciliar, presença de hipercapnia com compensação metabólica (elevação do bicarbonato). Mensuração dos níveis séricos de alfa 1 antitripsina : indicado para pacientes com histórico familiar de doenças respiratórias, enfisema precoce (antes 40 anos) e predomínio de enfisema panlobular difuso. (normal 90 a 200 mg/dL) Tumografia auxílio em casos duvidosos de classificação em qual pólo: enfisematoso ou bronquítico. Importante para detectar neoplasias pulmonares ou avaliar necessidade de ressecção pulmonar. Exames Complementares VOLUMES PULMONARES ESTÁTICOS: caracterizado pelo aumento do VR (aprisionamento de ar) e da relação VR/CPT. Teste de caminhada de 6min: avaliar capacidade funcional. Exames Complementares Outros... � Composição corporal: perda de massa muscular com repercussão na força muscular periférica e respiratória. �Peso corporal, índice de massa corpórea (IMC: peso/altura2) �Redução da força muscular inspiratória: PImáx < 60cmH2O, associada à baixa tolerância aos esforços, desnutrição, maior hiperinsuflação e pior prognóstico. 27/09/2017 17 BODE: Body Mass-Index, Airflow Obstruction, Dyspnea and Exercise Capacity Varia de 0 (melhor) a 10 (pior), permite melhor avaliação da sobrevida dos pacientes com DPOC. Preditor do risco de mortalidade em pacientes com DPOC. Entretanto, esse índice tem sido amplamente utilizado pela comunidade científica para classificar a gravidade da DPOC II Consenso DPOC - 2004 Objetivo do Tratamento – Gold 2006 �Aliviar sintomas �Prevenir progressão da doença �Melhorar tolerância ao exercício �Melhorar nível de saúde �Prevenir e tratar complicações �Prevenir e tratar exacerbações �Reduzir a mortalidade �Prevenir ou minimizar os efeitos colaterais do tratamento O abandono do tabagismo deve ser incluído como uma meta ao longo do programa de tratamento. Reabilitação pulmonar: �melhora a capacidade para o exercício; �reduz a dispneia; �melhora a qualidade de vida, a fadiga, a função emocional, reduzindo os níveis de depressão e ansiedade e aumentando a capacidade do paciente em controlar a própria doença. Reabilitação pulmonar: �aumenta a capacidade funcional para o exercício; �reduz o número de hospitalizações; �reduz o custo com o tratamento. Manifestações PULMONARES: Limitação ao fluxo aéreo e hiperinsuflação progressiva. Fraqueza dos mm. Inspiratórios (comprimento x tensão). Acúmulo de secreção pulmonar: infecções e risco de exacerbações. Dispnéia – Restrição nas Avds: reduz Qualidade de Vida. 27/09/2017 18 Manifestações PULMONARES: •• EXACERBAÇÕES EXACERBAÇÕES -- piora sustentada (piora sustentada (≥ 48 horas) da ≥ 48 horas) da dispneia, tosse e dispneia, tosse e produção de escarro: aumento do produção de escarro: aumento do uso de medicações (uso de medicações (manutencaomanutencao ou adicional). ou adicional). 1. Principal causa de visitas médicas, internações e morte de pacientes DPOC. 2. Exacerbações frequentes: declínio acelerado da função pulmonar. 3. Estratégias de prevenção e exacerbações permite identificação e tratamento precoces: cessação do fumo e reabilitação pulmonar. Manifestações EXTRAPULMONARES Doença cardiovascular, câncer de pulmão, descondicionamento, intolerância ao exercício, fraqueza muscular, perda de peso acentuada ou obesidade, diabetes, osteoporose, ansiedade e depressão. - Alta morbidade e mortalidade Manifestações EXTRAPULMONARES Redução do IMC: pior prognóstico. Desordens psiquiátricas: depressão e ansiedade. Déficit cognitivo: maior mortalidade. Mecanismo com hipoxemia? Comprometimentos: processamento verbal, atenção, pensamento dedutivo, habilidades de desenho, reconhecimento passivo, razões abstratas, memória, linguagem e velocidade de desempenho. Inteligência verbal parece não ser afetada. Manifestações EXTRAPULMONARES: MUSCULARES – disfunção musculoesquelética: afeta músculos respiratórios e periféricos. 1. Músculos dos MIS: redução da atividade enzimática aeróbica, baixa fração de fibras musculares tipo I, redução da capilaridade, presença de células inflamatórias e aumento da apoptose - reduzir a capacidade aeróbica com acidose lática precoce (met. Anaeróbico) : fadiga muscular em atividade pouco intenso. Consequência? AUMENTADEMANDAVENTILATÓRIA Manifestações EXTRAPULMONARES MUSCULARES – principais causas da fraqueza muscular: INFLAMAÇÃO E INATIVIDADE FÍSICA!!! Reabilitação Pulmonar na DPOC: �Avaliação do paciente, exercícios de treinamento, sessões educativas, avaliação dos resultados (inclusive para os casos mais graves). �Reduz custos com remédios e hospitalizações. 27/09/2017 19 Reabilitação Pulmonar na DPOC: �Sessões EDUCATIVAS �Programas de reabilitação pulmonar: 3x/semana durante 6 a 12 semanas (ou mais...). Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: Exercícios Respiratórios: freno labial e respiração diafragmática. - Aliviar a dispnéia através da redução da hiperinsuflação dinâmica e melhora da troca gasosa, aumento da força e endurance dos músculos respiratórios. Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: Treinamento de MMSS e MMII: Exercícios de endurance dos músculos dos membros inferiores - com caminhadas em esteiras e bicicletas ergométricas (carga 60%). Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: Treinamento de MMSS e MMII: Exercícios resistidos para os MMSS – mm. Acessórios da respiração – promove redução da dispnéia. Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: Treinamento de MMSS e MMII: treinamentotreinamento físicofísico �Melhora qualidade de vida �Ganho de força e massa muscular �Melhora da capacidade funcional Se preciso pode associar ao suporte ventilatório ou promover treino intercalado Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: Treinamento dos músculos Inspiratórios: aumenta a FM dos mm. Inspiratórios, melhora desempenho físico e reduz dispnéia. 27/09/2017 20 Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: VNI e Suporte de Oxigênio: Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: VNI: reduz a hiperinsuflação, melhora dispneia e desempenho ao exercício. Pode ser utilizado à noite para repouso (DPOC grave) ou durante os exercícios nas sessões de reabilitação pulmonar. Exacerbações: melhora a troca gasosa, evita intubação, aumenta sobrevida, reduz dias de internação. Suporte de Oxigênio: aumenta a capacidade de exercícios e reduz desconforto respiratório (drive – quimioceptores), retarda acidose e reduz hiperinsuflação dinâmica (reduz FR e drive). Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: Suporte de Oxigênio: EFEITOS - reduz a dispneia, a policitemia, a pressão arterial pulmonar, desordens do sono, arritmias noturnas, anormalidades neuropsiquiátricas, aumentar a tolerância ao exercício. Aumenta a sobrevida dos Aumenta a sobrevida dos pacientes com DPOC com falência pacientes com DPOC com falência respiratória crônica.respiratória crônica. Programa de Reabilitação Pulmonar na DPOC: HIGIENE BRÔNQUICA: Referências da aula: Doenças Pulmonares, Tarantino. Pneumologia, Bethlem. Fisiopatologia Pulmonar Moderna, West. Gold - http://www.golddpoc.com.br/ Pneumologia, Guia de Medicina ambulatorial e hospitalar – UNIFESP. Luiz Eduardo Nery, Ana Luísa G. Fernandez, João A. J. Perfeito. O pulmão – correlações radiológicas e patológicas. Stuart A. Groskin.
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