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CASO CONCRETO DE DIREITO DO PROCESSO DO TRABALHO

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
 
Aula 01
Introdução ao Direito Processual do Trabalho
O aluno deve conhecer os princípios básicos do processo do trabalho e compreender que suas peculiaridades estão diretamente relacionadas ao escopo desse ramo do direito processual, que visa a rápida entrega da prestação jurisdicional, na medida em que tem como principal atribuição resolver os conflitos de interesses que envolvem trabalhadores hipossuficientes.
Estrutura da aula:
Introdução ao Direito Processual do Trabalho:
I- Conceito
II- Evolução
III- Autonomia
IV- Princípios norteadores do processo do trabalho
a) Princípio da Aplicação Subsidiária e Supletiva do Processo Civil ao Processo do Trabalho (IN 39/16 do TST, em que pesem as divergências existentes diante do artigo 22 da CRFB/88)
b) Princípio da Proteção
c) Princípio da Celeridade
d) Princípio da Gratuidade
e) Princípio da Simplicidade
f) Princípio da Oralidade
g) Princípio da Concentração dos Atos em Audiência
h) Princípio da Conciliação
i) Princípio da Verdade Real (art. 765 CLT)
j) Princípio do Jus Postulandi
k) Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias
l) Princípio da Normatização Coletiva (Poder Normativo da Justiça do Trabalho)
m) Princípio do Dispositivo e do Inquisitivo/ da Iniciativa ex offício
n) Princípio da Extrapetição
CASO CONCRETO:
Mévio, juiz do trabalho, indignado com determinadas situações que estão ocorrendo na Empresa Alfa, gostaria de instaurar reclamação trabalhista plúrima (Art. 842 CT). Pergunta-se: Diante do caso apresentado, o magistrado poderá instaurar o processo de ofício? Fundamente sua resposta com base nos princípios norteadores do Processo do Trabalho.
Resposta: Não poderá o Magistrado instaurar processo de ofício, uma vez que estaria violando o princípio da inércia judicial que aduz que nenhum juiz prestará tutela jurisdicional senão quando a parte ou interessado assim requerer, preceito aplicado no processo trabalhista. Nesses termos o artigo 2º do CPC/2015:
 
Art. 2o   O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. (CC)
1ª QUESTÃO OBJETIVA:
(OAB/FGV 2012.3 IX EXAME NACIONAL UNIFICADO)
Um dos princípios norteadores do Processo do Trabalho é o da celeridade, dada a natureza salarial do crédito trabalhista. Entretanto, por força de Lei, algumas causas especiais possuem preferência na tramitação. Das situações listadas a seguir, assinale aquela que terá preferência em todas as fases processuais.
A) a que será executada contra a União, Estados ou Municípios.
B) a que será executada perante o juízo da falência.
C) a que será executada em face de empregador doméstico
D) a que será executada em face de empresa pública. 
Resposta:   Letra  B  Art. 768 - Terá preferência em todas as fases processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser executada perante o Juízo da falência. (CLT)
 Tramitação preferencial do feito: 
-  Idoso (art. 71, Lei 10741/2003 e 1.048 CPC/2015)
-  Portador de doença grave ART. 1.048 CPC/2015)
2ª QUESTÃO OBJETIVA: 
Após a entrada em vigor do CPC/2015, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Instrução Normativa de nº 39, segundo a qual, no Processo do Trabalho:
A) os prazos contados em dia só serão contados em dias úteis.
B) aplica-se a regra do foro de eleição e as partes podem pactuar nos contratos trabalho qual será a Vara do Trabalho competente para dirimir eventuais lides trabalhistas.
C) as tutelas provisórias de urgência e evidência não se aplicam;
D) aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho
Letra  D    Art. 1° Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015. (IN. 39/2016 do TST)
PLANO DE AULA 02
O sindicato da categoria profissional dos bancários celebrou com a categoria econômica correspondente - sindicato dos bancos - convenção coletiva de trabalho fixando o reajuste salarial para os bancários no patamar de 8%, dentre outros benefícios. Já o sindicato da categoria profissional dos professores teve frustrada a tentativa de negociação coletiva junto ao sindicato dos estabelecimentos de ensino, o que resultou na propositura do Dissídio Coletivo perante o Tribunal Regional do Trabalho daquela localidade. Diante dos casos apresentados, indique e explique qual foi o método de solução dos conflitos coletivos utilizado pelo sindicato dos bancários e pelo sindicato dos professores. 
Resposta: Uma norma coletiva é o exemplo de auto composição pois celebrado entre as partes, já o dissidio coletivo por se tratar de uma ação judicial será uma forma de hetero composição porque necessitará de uma decisão judicial.
1ª QUESTÃO OBJETIVA: (OAB/RJ/ CESPE - 2008.3) Manuel, contratado por uma empresa de comunicação visual, no dia 8/9/2005, para prestar serviços como desenhista, foi dispensado sem justa causa em 3/11/2008. Inconformado com o valor que receberia a título de adicional noturno, férias e horas extras, Manuel firmou, no dia 11/11/2008, acordo com a empresa perante a comissão de conciliação prévia, recebendo, na ocasião, mais R$ 927,00, além do valor que a empresa pretendia pagar-lhe. A comissão de conciliação prévia ressalvou as horas extras. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
A) O título decorrente da homologação somente pode ser questionado perante a comissão de conciliação prévia. 
B) Manuel não poderá reclamar na justiça do trabalho nenhuma parcela, visto que o acordo ocorreu regularmente. 
correta ⇒ C) Manuel pode postular na justiça do trabalho o pagamento de horas extras, dada a ressalva apresentada pela comissão de conciliação prévia. 
D) A comissão de conciliação prévia não poderia firmar acordo parcial indicando ressalvas. 
2ª QUESTÃO OBJETIVA: (OAB/RJ - CESPE 2009.1) Considere que, em determinado município, uma reclamação trabalhista tramite perante vara cível, dada a inexistência, na localidade, de vara do trabalho e dada a falta de jurisdição das existentes no estado. Nessa situação, caso venha a ser instalada uma vara trabalhista nessa localidade, a ação deve 
A) continuar no âmbito da competência da justiça comum, caso ainda não tenha sido prolatada a sentença, cabendo à vara do trabalho a execução da decisão. 
B) continuar sendo processada e julgada junto à justiça comum em razão do princípio da perpetuatio jurisdictionis, independentemente da fase em que esteja. 
correta ⇒ C) ser remetida à vara do trabalho, seja qual for a fase em que esteja, para que lá continue sendo processada e julgada, sendo esse novo juízo o competente, inclusive, para executar as sentenças já proferidas pela justiça estadual. 
D) ser remetida à vara do trabalho apenas se ainda não tiver sido prolatada a sentença, cabendo à justiça comum executar a sentença proferida.
PLANO DE AULA 03
 O viajante comercial Saulo pretende mover ação trabalhista em face da sua empregadora Empresa Delta Ltda, por entender que o seu gerente cometeu ato ilícito que lhe feriu a honra e boa fama, postulando indenização por danos morais a ser arbitrada pelo juiz diante da extensão e complexidade do dano, cumulada com pedido de pagamento de diferenças de comissões ajustadas no valor de R$ 10.000,00. Diante do caso exposto, responda de forma fundamentada: A) Segundo as regras contidas em legislação própria quanto à competência territorial, informe aonde a ação deve ser proposta. Fundamente. A ação deve ser proposta no local da filia l em que o empregado esteja subordinado , ou na própria sede d a empresa, se nela estiver trabalhando, caso haja a falta de jurisdição trabalhista, o emprega do deve sedirigir ao seu domicílio ou pra localidade mais próxima de onde reside. 
N os termos do artigo 651, parágrafo 1º da C LT : 
B) O Judiciário Trabalhista possui competência para apreciar e julgar a presente ação? É possível pleitear que o juiz arbitre o montante da postulada indenização por danos morais? 
A justiça trabalhista é competente para julgar ação de danos morais, em conformidade a o que dispõe a súmula 39 2 do TS T e o artigo 114, VI d a constituição federa l. Nesse sentido : 
1ª QUESTÃO OBJETIVA: (FCC AJAJ TRT 23 2016) Os normativos constitucionais NÃO atribuem competência material à Justiça do Trabalho para processar e julgar 
A) as ações que apuram os crimes contra a organização do trabalho e envolvendo retenção dolosa de salários e contribuições previdenciárias. 
B) as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
C) as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores.
 D) as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
PLANO DE AULA 04
Marcelo Antonio, por intermédio do seu advogado, ajuizou ação trabalhista postulando a condenação da ex-empregadora ao pagamento das horas extras. Na sentença o juiz do trabalho julgou improcedente o pedido condenando o Autor ao pagamento das custas processuais. O advogado de Marcelo, inconformado, interpôs recurso ordinário requerendo o deferimento da gratuidade de justiça, declarando, expressamente, no recurso que o Autor não tem condições financeiras para recolher o valor das custas sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, mas não juntou declaração de miserabilidade nem na petição inicial nem no recurso. Diante do caso narrado responda de forma justificada, se de acordo com o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, o advogado de Marcelo terá êxito quanto ao deferimento da gratuidade de justiça para o processamento do seu recurso. R: Sim, pois o advogado tem fé pública de acordo com as OJ 269 e 3 04 do SDI 1 do TST a gratuidade pode ser requerida até a fase recursal bastando a simples declaração da parte ou do seu advogado na petição sem a necessidade da juntada da declaração de hipossuficiência. 
1ª QUESTÃO OBJETIVA: (FCC AJAJ TRT 20 2016) Vênus atuou durante 6 anos como preposta da Cia de Bebidas Fonte de Amor. Por força da crise econômica foi dispensada sem receber alguns direitos trabalhistas. Em razão de sua experiência, ingressou com reclamação trabalhista de forma verbal, sem constituir advogado. Conforme súmula do Tribunal Superior do Trabalho e dispositivo processual trabalhista, a capacidade postulatória de Vênus em relação a essa reclamatória 
A) está restrita a fase de conhecimento na Vara do Trabalho. 
B) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a fase executória. 
C) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
D) é ilimitada quanto a fase processual, bem como em relação à instância, alcançando inclusive o Tribunal Superior do Trabalho, porque a lei permite o acompanhamento das reclamações até o final. 
E) está restrita à fase de conhecimento, incluindo recursos em todas as instâncias trabalhistas, Varas do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho, mas não envolve a fase de execução. 
2ª QUESTÃO OBJETIVA:
(OAB/FGV - VI EXAME NACIONAL UNIFICADO 2011.3) Quanto à nomeação de advogado na Justiça do Trabalho, com poderes para o foro em geral, é correto afirmar que: 
A) na Justiça do Trabalho, a nomeação de advogado com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada mediante simples registro na ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado e com a anuência da parte representada. 
B) as partes que desejarem a assistência de advogado sempre deverão outorgar poderes para o foro em geral por intermédio de instrumento de mandato, com firma devidamente reconhecida. 
C) na Justiça do Trabalho, o advogado pode atuar sem que lhe sejam exigidos poderes outorgados pela parte, haja vista o princípio do jus postulandi. 
D) somente o trabalhador poderá reclamar na Justiça do Trabalho sem a necessidade de nomeação de advogado, uma vez que o princípio do jus postulandi somente se aplica à parte hipossuficiente.

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