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Direito Penal II - Fixação de Pena

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FIXAÇÃO DE PENA
Art. 68, CP:
“A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão 
consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último as causas de diminuição e de 
aumento.”
É o momento em que o Juiz calcula de quanto tempo será a pena aplicada ao condenado. É utilizado o 
critério trifásico (3 fases) de fixação de pena, conforme o art. 68 do CP, sendo essas a Pena Base, Pena 
Provisória e Pena Definitiva.
PENA BASE
Art. 59, CP :
“O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da 
vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime...”
O Juiz faz os cálculos com base nos 8 critérios previstos no art 59, sendo esses:
Culpabilidade: quão reprovável é a atitude do agente; o quanto ele podia agir de modo 
diverso;
Antecedentes: (aqui não é calculada a reincidência!) se teve maus antecedentes, cometeu 
crimes anteriores e etc;
Conduta Social: como o agente age na sociedade (se briga com os vizinhos e etc);
Personalidade do Agente: se o mesmo tem uma personalidade distorcida;
Motivos: se foi um crime de ímpeto ou premeditado, por ciúmes e etc;
Circunstâncias: qual o lugar do crime (ex: na casa da pessoa, numa igreja), tempo de 
duração, alguma atitude no decorrer do mesmo (ter quebrado uma janela e etc);
Consequências: a morte de alguém casado com filhos pra criar (aumenta a pena); o roubo 
de um objeto que foi devolvido após a prisão (diminui a pena) e etc;
Comportamento da Vítima: se a vítima provocou o agente e situações afins.
A Pena Base não pode ficar nem aquém do mínimo da pena previsto no crime, nem além do máximo.
Ex: No art 121 não pode ser fixada nessa fase nem menor que 6 anos nem maior que 20.
Fora isso, não se pode calcular duas vezes alguma circunstância do crime – senão incorre o bis in 
idem. Por exemplo, qualificar o crime de homicídio pelo motivo torpe e depois aumentar a pena no critério 
Motivos acima pelo mesmo motivo (ou agravar pelo mesmo motivo!).
Assim, exemplificamos através do seguinte caso hipotético (e simplificado!):
“Alberto matou sua sogra Ermínia, visto que a mesma, por anos, atrapalhava o relacionamento dele 
com sua esposa. O agente comprou a arma do crime uma semana antes do ato, planejando matá-la em sua
própria casa. Realizou o ato à tarde, quando a mesma dormia. Alberto nunca antes havia cometido um 
crime.”
Digamos então que foi um homicídio simples, doloso e consumado. Pelo art. 121, a pena seria entre 6 e
20 anos. Durante o julgamento, o Juiz então começa o cálculo da pena de Alberto, pela primeira fase. 
Imagine uma folha de papel em que ele começa todos os 8 critérios pelo mínimo possível desse caso:
Culpab.: 6
Anteced.: 6
Conduta: 6
Persona.: 6
Motivos: 6
Circuns.: 6
Conseq.: 6
Comport.: 6
Em seguida, ele vai a aumentar, se achar necessário, com base nas circunstâncias.
Culpab.: 6 → 12 (bem reprovável a atitude, ele podia ter ignorado a sogra)
Anteced.: 6 (continua no mínimo, era uma boa pessoa)
Conduta: 6 (não diz nos relato acima, então, fica no mínimo)
Persona.: 6 (aparenta ser uma pessoa normal)
Motivos: 6 → 16 (premeditado, sem justificativa plausível)
Circuns.: 6 → 12 (com a vítima dormindo)
Conseq.: 6 → 8 (tristeza da família talvez?)
Comport.: 6 (permanece no mínimo, a vítima o provocou por anos)
Soma-se então tudo e divide por 8 (número de circunstâncias). Total, 64 / 8 = 8 anos de pena de 
reclusão (conforme art. 121) de pena base – em seguida ele deve passar para as outras duas fases.
PENA PROVISÓRIA
A 2ª Fase utiliza as agravantes e atenuantes do crime, que estarão SEMPRE entre o artigo 61 e 67 
do CP. 
Nessa fase também não se pode passar do máximo de pena previsto no artigo! Assim, no exemplo do 
homicídio simples, a pena não pode ficar maior que 20 anos e menos que 6.
Os artigos 63 e 64 tratam da reincidência, que será vista mais abaixo. Já o 67 trata do concurso em 
atenuantes e agravantes.
PENA DEFINITIVA
A 3ª Fase contabiliza as causas de aumento e diminuição de pena (majorantes e minorantes). 
Para saber quais são essas causas, basta buscar no Código tudo aquilo que aumenta ou diminui a pena em
fração. Estas podem ser encontradas tanto na Parte Geral quanto Especial. Lembrar que essas penas 
devem primeiro ser majoradas para depois minoradas.
Exemplos:
Art. 14, PU (da Pena de tentativa): “Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com 
a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços” (1/3 a 2/3).
Art. 29, §1º (Participação de menor importância no Concurso de Pessoas): “Se a 
participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço” (1/6 a 1/3).
Art 121, §6º (Aumento de pena no homicídio): “A pena é aumentada de 1/3 até a metade 
se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por 
grupo de extermínio” (1/3 até ½).
Atenção!
Maus antecedentes VS Reincidência
Maus antecedentes são calculados na Pena base (1ª fase)

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