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www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 1 Tanatologia MEDICINA LEGAL Conceitos Iniciais MEDICINA LEGAL – GENIVAL VELOSO DE FRANÇA – EDITORA GUANABARA ‐ KOOGAN MEDICINA LEGAL ‐ MEDICINA LEGAL I – EDU- ARDO ROBERTO ALCÂNTARA DEL CAMPO – EDITORA SARAIVA MEDICINA LEGAL – TEXTO E ATLAS – HYGINO DE CARVALHO HÉRCULES – EDITORA ATHENEU MEDICINA LEGAL – DELTON CROCE – EDITORA SARAIVA VADE MECUM DE MEDICINA LEGAL – JORGE PAULETTE VANRELL EDITORA MIZUNO MEDICINA LEGAL MACEIÓ-AL COPYRIGHT PEREIRA, GERSON ODILON ACESSÍVEL NA PÁGINA DE INTERNET DE MEDICINA - UFAL: www.ufalmedicina.cjb.net OUTROS AUTORES ESPECIALIZADOS EM ME- DICINA LEGAL O que é Medicina Legal? Dentre as inúmeras definições para a Medicina Le- gal, cada autor procura trazer sua contribuição, sali- entando este ou aquele atributo da matéria. Todos os conceitos, no entanto, procuram demonstrar a intima relação existente entre ela e o Direito. Vejamos algumas definições mais conhecidas: “A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execução das leis que deles care- cem” (Fávero, 1975, p. 14) “A Medicina a serviço das ciências jurídicas e soci- ais” (Genival Veloso França, Medicina legal, 1998, p. 3) “O conjunto de conhecimentos médicos e paramédi- cos destinados a servir o Direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colabo- rando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina aplicada”. (Hélio Gomes, Medicina legal, 1998, p. 7). “A ciência e arte extrajurídica auxiliar alicerçada em um conjunto de conhecimentos médicos, paramédi- cos e biológicos, destinados a defender os direitos e os interesses dos homens e da sociedade”. (Delton Croce e Delton Croce Júnior, Manual de medicina legal, 1998, p. 1). “A ciência de aplicação dos conhecimentos médico- biológicos aos interesses do Direito constituído, do Direito constituendo e à fiscalização do exercício médico-profissional”. (Odon Ramos Maranhão, Curso básico de medicina legal, 2002, p. 25) Poderíamos citar inúmeras outras definições, procu- rando das uma visão geral da medicina legal, e to- das, como definições que são, passiveis de criticas por enfocarem determinada particularidade, esque- cendo-se de outras de interesse. O mais importante é demonstrar a intima relação entre os conhecimentos da natureza médica e bio- lógica colocados a serviço da Justiça para esclare- cimento de questões com repercussão no universo jurídico. Medicina Legal É uma modalidade do exercício da Medicina que, a partir de conhecimentos médicos, através de meios próprios de ação, fornece esclarecimentos sobre assuntos de ordem médica aos legisladores e ma- gistrados, orientando-os na elaboração e aplicação das Leis Civis e Penais no meio coletivo. Preocupa-se com o indivíduo desde a sua forma de ovo até sua morte, adquirindo o aspecto de Ciência Social. Sinonímia São muitas as designações para se fazer referência à Medicina Legal, o que demonstra que ainda não se encontrou uma expressão que defina essa Ciên- cia e Arte a serviço dos interesses jurídicos e soci- ais, satisfatoriamente. - MEDICINA LEGAL - MEDICINA LEGAL FORENSE (A. PARÉ) - QUESTÕES MÉDICO-LEGAIS (P. ZACCHIAS) www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 2 - MEDICINA JUDICIÁRIA (LACASSAGNE) - MEDICINA JUDICIÁRIA OU DOS TRIBUNAIS (PRUNELLE) - MEDICINA POLÍTICA (MARC) - JURISPRUDÊNCIA MÉDICA (ALBERTI) - ANTROPOLOGIA FORENSE (HEBENSTREIT) RELAÇÃO COM AS DEMAIS CIÊCIAS MÉDICAS E JURÍDICAS A Medicina Legal, por sua natureza e abrangência, relaciona-se com diversos ramos dentro das Ciên- cias Jurídicas, Ciências Médicas e Paramédicas e outras, dentre as quais citam-se: Ciências Jurídicas: Direito Civil, Direito Penal, Direito do Trabalho, Direi- to Constitucional, Direito Processual Civil e Penal, Lei das Contravenções Penais, Direito Penitenciário, Direito Canônico, Direito dos Desportos. Ciências Médicas: Anatomia, Fisiologia, Patologia, Traumatologia, Or- topedia, Psiquiatria, Psicologia, Infectologia, Derma- tologia, Cardiologia, Pneumologia, TocoGinecologia, Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Gastroenterologia, Urologia, Pediatria, Geriatria, etc. Outras Ciências paramédicas ou não: Biologia, Física, Química, Mineralogia, Toxicologia, Balística, Datiloscopia, Antropologia, Sociologia. Direito Civil: paternidade, impedimentos matrimoni- ais, erro essencial, limitadores e modificadores da capacidade civil, prenhes, personalidade civil e direi- tos do nascituro, comoriência, etc. Direito Penal: Lesões corporais, sexualidade crimi- nosa, aborto legal e ilícito, infanticídio, homicídio, emoção e paixão, embriaguez etc. Direito Constitucional: Dissolubilidade do matri- mônio, a proteção à infância e a maternidade etc. Direito Processual Civil e Penal: Psicologia da testemunha, da confissão, da acareação do acusa- do e da vítima, das perícias etc. Direito Penitenciário: Psicologia do detento no que tange a concessão de livramento condicional e a psicossexualidade das prisões etc. Direito do Trabalho: Infortunística, Insalubridade, Higiene, as doenças e a prevenção de acidentes profissionais etc. Lei das Contravenções Penais: Anúncios de téc- nicas anticoncepcionais, da embriaguez e das toxi- comanias etc. A Medicina Legal relaciona-se, ainda, intimamente, com vários outros ramos do Direito, a saber: Direito dos Desportos: Analisa as formas de le- sões culposas ou dolosas nas disputas desportivas e no aspecto do "doping". Direito Internacional Privado: Ao decidir as ques- tões civis relacionadas ao estrangeiro no Brasil. Direito Comercial: Ao periciar os bens de consumo e ao atribuir as condições de maternidade para ple- na capacidade civil dos economicamente indepen- dentes. Direito Canônico: No que se refere, entre outras coisas, à anulação de casamento. Relaciona-se também com a Física, Química, Biolo- gia, Matemática, Toxicologia, Balística, Datiloscopia, Economia, Sociologia e com a História Natural. Referências Históricas A História da Medicina Legal é dividida em cinco períodos: 1. Antigo 2. Romano 3. Médio 4. Canônico 5. Moderno ou Científico Período Antigo Caracteriza-se por não haver peritos médicos, sen- do os sacerdotes responsáveis pelas perícias. As necropsias não eram realizadas, pois os cadáve- res eram considerados sagrados. No Egito embalsamavam-se os cadáveres e as leis de Menés obrigavam o exame de mulheres conde- nadas, pois, se grávidas, não poderiam ser suplicia- das. Período Romano www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 3 Neste período os cadáveres já eram examinados por médicos, porém, externamente. As necropsias, por respeito ao cadáver, eram pros- critas. Em Roma, no período anterior à reforma de Justini- ano, a qual incluiu a intervenção do médico na práti- ca forense, a LEX REGIA, atribuída a Numa Pompí- lio, prescrevia a histerotomia na morte de mulher grávida. Antístio, médico, examinou os muitos ferimentos do cadáver de Júlio César, declarando que apenas um deles fora mortal. Segundo relatos de Tito Lívio, um médico examinou em praça pública os cadáveres de Tarquínio e Ger- mânico expostos no Fórum. O primeiro, vítima de assassinato, o segundo, suspeito de envenenamen- to. Período Médio (Idade Média) Maior contribuição do Médico no campo do Direito com as “Leis sálicas, Germânica e nas Capitulares de Carlos Magno”, que continhamdetalhes de Ana- tomia sobre ferimentos e sobre a reparação devida às vítimas, conforme a sede e gravidade dos mes- mos. Esse período foi indelevelmente marcado, portanto, pelas Capitulares de Calos Magno, que estabeleci- am que os julgamentos deviam apoiar-se no parecer dos médicos. Período Canônico Este período foi marcado principalmente pela obri- gatoriedade da perícia médica antes das decisões dos juízes em casos de ferimentos, assassinatos, gravidez, parto clandestino e aborto. Instituída pela Constituição do Império Germânico. A perícia era obrigatória, tendo sido instituído o axi- oma “Médici Creditur In Sua Medicina” – Tem fé pública o médico nos assuntos médicos. A Sexologia nas Decretais dos Pontífices é tratada exaustivamente, pois, “A moralidade tem aí seus fundamentos”. Por haver suspeita de envenenamento, o cadáver do Papa Leão X foi necropsiado em 1521. Ainda como fato marcante desse período, em 1575, Ambroise Paré escreveu o primeiro livro de Medici- na Legal intitulado “Dês Rapports et dês Mayens D’embauner Lês Corps Morts”, pelo que foi aclama- do como pai da Medicina Forense. Período Moderno ou Científico Este período tem início em 1602, em Palermo, na Itália, com a publicação da obra de Fortunato Fide- lis. Em 1621, foi publicado por Paulo Zacchia o ver- dadeiro tratado da disciplina “Questiones MÉDICO- LEGALIS”, considerado o mais completo daqueles tempos. O período Moderno ou Científico dura até os nossos dias e é caracterizado pela riqueza das obras publi- cadas pelos estudiosos da área e pelo aumento considerável de conhecimentos técnicos e científi- cos neste campo do conhecimento humano. EVOLUÇÃO DE MEDICINA LEGAL NO BRASIL A instituição do ensino oficial da Medicina Legal no Brasil ocorreu no ano de 1832 e, a partir deste ano, pode-se dividir a Medicina Legal brasileira em três períodos ou fases. Primeira Fase (1832 – 1877) Considerada a fase estrangeira, caracteriza-se pela influência exclusiva da Escola Francesa que perma- neceu até 1877 e, em menor escala, pelos italianos e alemães. A base primordial nesta fase era a Toxi- cologia. Neste período teve início o estudo da Toxicologia com os trabalhos de Francisco Ferreira de Abreu (Barão de Teresópolis) e a primeira publicação de Medicina Legal, do médico Gonçalves Gomide, sob o título “Impugnação Analítica ao Exame Feito pelos Clínicos Antônio Pedro de Souza e Manuel Quintão da Silva”. Segunda Fase Agostinho de Souza Lima: 1877 Começa o ensino prático da Medicina Legal, haven- do tentativas de interpretação dos fatos à luz das leis brasileiras. Caracteriza-se pela nacionalização da Medicina Legal em razão da importantíssima contribuição de Agostinho José de Souza Lima (Período Souza Lima), que criou o ensino prático desta disciplina, desenvolveu laboratórios, inaugu- rou o primeiro curso prático de Tanatologia Forense e publicou vários trabalhos. Fez comentários sobre a legislação brasileira, Penal e Civil, servindo-se de dados estrangeiros. Terceira Fase Nacionalização: Começa com Raymundo Nina Ro- drigues que criou uma escola original na Bahia e que se seguiriam outras escolas no Rio de Janeiro, São Paulo, etc., onde surgiram vários nomes entre www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 4 os quais destacamos: Afrânio Peixoto, Flamínio Fávero, Hilário Veiga de Carvalho, Hélio Gomes, Sampaio Dória. Caracteriza-se pela nacionalização da Medicina Legal. Ele sentiu a necessidade de contestar as doutrinas estrangeiras, suas técnicas, pois as condições de nosso meio físico, psicológico e social divergiam daquelas encontradas no meio estrangeiro. Realizou a colheita dos elementos de laboratório e de clínica em nosso próprio país e passou a estudar a origem da etnia de nossa população. Foi iniciado, então, o período das pesquisas origi- nais. Ressalta-se também nesta fase, a valiosa atuação do MESTRE OSCAR FREIRE, que em 1928 iniciou o ensino científico da medicina legal em São Paulo, além de lançar as bases de importante centro de investigação científica. Em 1922, Oscar Freire instalou na capital paulista o instituto que hoje leva seu nome. DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL A) GERAL (direitos e deveres dos médicos): Deontologia: princípios e fundamentos do exercício profissional – normas para relacionamento dos mé- dicos com colegas, paciente e Sociedade (segredo médico, responsabilidade médica). Diceologia: trata dos direitos profissionais - honorá- rios, representação e tratamento protocolar. DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL B) ESPECIAL: se divide em vários campos. Antropologia: trata de questões relativas a identi- dade e identificação humana. Asfixiologia: achados referentes às asfixias (esga- nadura, estrangulamento, afogamento e outras). Genética Forense: determinação de paternidade e à identificação humana relacionada com a herança genética. DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL Infortunística: cuida dos ambientes e acidentes do trabalho e de doenças profissionais. Psicologia Forense: estuda o psiquismo da pessoa normal e as alterações emocionais que podem in- fluenciar nas confissões e testemunhos prestados em juízo (no testemunho, na confissão do acusado e na ver- são da vítima). Psiquiatria Forense: estuda os processos mentais patológicos, particularmente aqueles que podem modificar a imputabilidade, a capacidade civil e a responsabilidade penal. DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL Sexologia Forense: estuda a sexualidade humana normal, anormal ou criminosa e quando a prática da mesma passa a se constituir em crime. Tanatologia Forense: estuda o morto e a morte e os fenômenos dela decorrentes. Toxicologia Forense: estuda o efeito das diversas substâncias químicas (mormente venenos e psico- trópicas) no organismo humano (vivo ou morto). Traumatologia Forense: estuda as lesões crimi- nais (corporais) e das diversas energias causadoras destas. Tanatologia Forense Estudo da morte Estudo dos sinais que indicam que o indivíduo está morto Thanatus: Deus da morte Hipnos: Deus do sono. TANATOLOGIA FORENSE A) TANATOSEMIOLOGIA (MOR- TE+SINAL+ESTUDO): Parte da Tanatologia que estuda os sinais (fenômenos) cadavéricos. B)TANATODIAGNÓSTICO MORTE+DIAGNOSE): Estuda o conjunto de sinais biológicos e propedêuti- cos que permitem afirmar o estado de morte real. C)CRONOTANATOGNOSE (TEM- PO+MORTE+CONHECIMENTO): Estuda os meios de determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame cadavérico. TANATOLOGIA FORENSE www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 5 D) TANATOSCOPIA = TANATOPSIA = NECRÓP- SIA (MORTE + VER = OBSERVAR): É o exame do cadáver para verificação da realidade e da causa da morte. E)TANATOCONSERVAÇÃO (MOR- TE+CONSERVAÇÃO): É o conjunto de técnicas empregadas para conser- vação do cadáver com suas características gerais. F) TANATOLEGISLAÇÃO (MORTE+LEGISLAÇÃO): É o conjunto de dispositivos legais concernentes à morte e ao cadáver. TANATOLOGIA FORENSE Perinecroscopia (perito analisa em volta do morto) Exame que se faz em volta do cadáver Atender Art 6 inciso 1 do CPP Trata necropsia por autópsia Exame de corpo de delito artigo 158 CPP Função do corpo de delito: perpetuar a materialida- de do delito, pois, o julgamento pode ocorrer anos depois do fato. TANATOLOGIA FORENSE Importância Jurídica da Morte - É um fenômeno intimamente ligado ao Direito. - Cessa a personalidade civil adquirida com o nascimento e advém as consequências jurídicas. - Põe a termo a capacidadejurídica. - Termina a aptidão de ser titular de direitos. - Seus bens se transmitem, desde logo, para seus herdeiros. - Com a morte do réu extingue-se a punibilidade. - Extingue-se o pátrio poder, etc. Tanatologia Forense Tanatolegislação Código Civil Art. 10 - A existência da pessoa natural termina com a morte. Art. 11 - Comoriência. Art. 315 - A sociedade conjugal termina. Art. 395 - Extingue-se o pátrio poder. Tanatologia Forense Tanatolegislação Código Penal Art. 108 - Extingue-se a punibilidade. I - Pela morte do agente. Art. 121 - Matar alguém. Art. 211 - Destruir ou subtrair ou ocultar cadáver. Art. 212 - Vilipendiar cadáver. Tanatolegislação Código de Processo Penal Art. 6°-Logo que tomar conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial deverá: VII – Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias. Art. 158 –Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito... Art. 162 - A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito. Tanatolegislação Lei das Contravenções Penais. Art. 67 Lei de Acidente do Trabalho. Art. 86 Decreto Federal 20.931. Art. 16 Lei 6.126 30.06.75. Art. 77 Código de Ética Médica. 6º, 44, 54, 66, 114, 115, 119 e 120 TANATOLOGIA FORENSE - É um fenômeno comum na vida do médico. - Envolve aspectos éticos em relação a doações de órgãos e transplantes, pesquisa médica, eutaná- sia etc. - Na maioria das vezes é de fácil diagnóstico, mas exige critérios técnicos rigorosos. - Os critérios para o diagnóstico devem ser avalia- dos juntamente com as excludentes de erro como: Intoxicação metabólica ou por drogas, hipotermia, crianças e choque. Definições de Morte MORTE: Hipócrates 460 a.C. Testa enrugada e árida, olhos, cavas, nariz saliente cercado de coloração escura, têmporas endurecida, epiderme seca e lívida, pelos das narinas e cílios encoberto por uma espécie de poeira, de um branco fosco (córnea) pálpebras semicerradas e fisionomia nitidamente “irreconhecível”. Definições de Morte MORTE: Hipócrates 460 a.C. Constituiu-se por muito tempo como a "cessação total e permanente de todas as funções vitais“ des- tacando-se a RESPIRAÇÃO e CIRCULAÇÃO. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 6 Breve Histórico (Mais Recente) 1967: morte encefálica Lei 9434 Lei de transplante e órgãos. 1968: parada cardíaca Transplante precisa retirar coração? 1968: morte cerebral (morto), mesmo com coração batendo Definição da Morte GENIVAL VELOSO a. Coma irreversível com E.E.G. plano por 30 min., com intervalo de 24 h. Não deve prevalecer para crianças, hipotermia, uso de drogas depressoras do S.N.C. e distúrbios metabólicos ou endócrinos; b. Abolição dos reflexos cefálicos (Hipotonia, Midrí- ase); c. Ausência de respiração espontânea; d. Causa da lesão cerebral conhecida; e. Estruturas vitais do encéfalo lesados irreversivel- mente. Definição de Morte ESCOLA DE MEDICINA DE HARVARD: a. Inconsciência total e falta de resposta aos estí- mulos externos; b. Ausência de respiração ou parada dos movimen- tos respiratórios por três minutos; c. Ausência de reflexos; d. Eletroencefalograma plano. Definição de Morte UNIVERSIDADES DE MINNESOTA E PRITTIS- BURGO CONFERÊNCIA DE ROYAL COLLEGE FACULDADE DE MEDICINA DO REINO UNIDO a. Coma profundo indiferente aos estímulos exter- nos; b. Ausência de reflexos; c. Hipotonia muscular; d. Rigidez de descerebração; e. Ausência de respiração espontânea; f. Eletroencefalograma plano; g. Opcionais: Angiografia e Cintilografia. Critérios atuais para diagnóstico de morte A morte atualmente é definida como sendo a parada total e irreversível das atividades encefálicas. É o que se denomina morte encefálica. Comprometimento da vida de forma irreversível. A morte atualmente é definida por critérios estabe- lecidos pelo Conselho Federal de Medicina (Resolu- ção 1480/97). MORTE CEREBRAL Além da morte encefálica é preciso que ocorra a morte do tronco encefálico (tronco cerebral), ou seja: da ponte e do bulbo. Parada cardiorrespiratória irreversível. Bulbo: localizam-se os centros cardiorespiratórios. Controla as funções autônomas, chamadas de vida vegetativa, como: batimentos cardíacos, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir. Mesmo que tronco cerebral esteja vivo e cérebro morto, o indivíduo é considerado vivo. Cérebro + cerebelo + ponte + bulbo = encéfalo. Criança anencefálica (tem encéfalo, mas, não tem cérebro). Ele está vivo. Como permanente. Morte cerebral. Não se autoriza aborto. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 7 "Ele estava congelado, como um bloco de concreto. Comecei a chacoalhá-lo e dizer: você não vai me deixar", diz o pai. Médicos descreveram o caso de Justin como um "milagre médico", como talvez a única pessoa que tenha sobrevivido a uma hipotermia tão grave. Justin passou cerca de três meses internado - seus rins e pulmões não funcionavam, e ele teve os de- dões do pé e os dedos mínimos das mãos amputa- dos por decorrência de gangrena. Como se verifica a morte? Morte encefálica: diagnosticada em hospital Verificar: Pulso arterial (cuidado: situação onde não se sente pulso e não há parada circulação: fibrilação ventricular (múscu- los se contraem de forma descontrolada). Mas, co- ração não está parado. Pequenos zig zag no ecg) Hospital: osciloscópio: mostram a oscilações das batidas do coração, temperatura, respiração. Morte Encefálica RESOLUÇÃO CFM nº 1.480/97 Causa conhecida; processo irreversível, clinicamen- te justificado por coma aperceptivo, ausência da atividade motora supraespinal e apneia, e comple- mentada por exames que comprovem a ausência da atividade elétrica cerebral, ou ausência das ativida- des metabólicas cerebrais ou ausência de perfusão sanguínea cerebral. Tipos de Morte A) Natural: É a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional provocada por agentes natu- rais, inclusive os patogênicos sem a interveniência de fatores mecânicos em sua produção. B) Súbita: Morte imprevista, que sobrevém instanta- neamente e sem causa manifesta, atingindo pesso- as em aparente estado de boa saúde. C) Violenta: É aquela que tem como causa determi- nante a ação abrupta e intensa, ou continuada e persistente de um agente biológico, físico ou químico sobre o organismo. Ex.: Homicídio, suicídio ou acidente. D) Fetal: Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe independente da duração da gravidez. E) Materna: Morte de uma mulher durante uma ges- tação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez. F) Catastrófica: É toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em que por um mesmo motivo, ocorre um grande número de vítimas fatais. G) Presumida: É a morte que se verifica pela au- sência ou desaparecimento de uma pessoa, depois de transcorrido um prazo determinado pela Lei. Tipos de mortes Natural: causas internas Causas externas: morte violenta? Morte suspeita: quando não se sabe se a morte foi natural ou violenta. Morte natural Pode ser assistida: médico assistente é obrigado a fornecer a declaração de óbito se tiver a certeza de ausência de morte violenta. Morte violenta (acidente, suicídio, crime): perito legista do IML (exame requisitado pela autoridade policial). Mortenão assistida: patologista. Serviço de Verifi- cação de Óbito. MORTE SÚBITA: - não pode ser violenta - tem que ser natural - tem que ser inesperada - pode ser fulminante ou agônica. Embolia pulmonar, embolia arterial, etc Alterações celulares - alterações celulares microscópicas aparecem após horas após da morte da Célula - Não aparecem na hora que a célula morre. Reação inflamatória - Ocorre horas após a lesão - Sem inflamação: lesão ocorreu após a morte ou morreu de forma fulminante. Tipo de morte celular Apoptose: células normais, sem inflamação, sem doenças, morrem (reparação). www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 8 Doenças degenerativas pode ocorrer apoptose. Autólise: células se digerem pela ação de lisosso- mos (enzimas digestivas). Necrose: células morrem devido a trauma, doença que matam a células. No local ocorrerá uma infla- mação (se não houver morte instantânea). DECRETO Nº 2.268, DE 30 DE JUNHO DE 1997 Art. 16 §1º O diagnóstico de morte encefálica será confirmado, segundo os critérios clínicos e tecnoló- gicos definidos em resolução do Conselho Federal de Medicina, por dois médicos, no mínimo, um dos quais com título de especialista em neurologia reco- nhecido no País. MODALIDADES DE MORTE MORTE APARENTE: provocada por estados pato- lógicos que simulam a morte o indivíduo se mantém vivo por tênues ou débeis sinais de circulação (as funções vitais se reduziram a um mínimo tal que dão a impressão errônea da morte) ocorre nas into- xicações graves produzidas por soníferos e nos congelamentos. Sinais de coma: existem sinais abióticos presentes. MODALIDADES DE MORTE MORTE RELATIVA: é um estado temporário de morte com parada “cardiorrespiratória” ou parada de outras funções vitais Este estado pode ser modificado e o indivíduo ser recuperado por manobras artificiais (reanimação). MORTE REAL ou ABSOLUTA: é a verdadeira mor- te, ocorrendo paralisação total, definitiva, permanen- te e irreversível de todos os fenômenos e atividades vitais TANATOLOGIA FORENSE É o capítulo da Medicina Legal que estuda a morte e as suas consequências. Definição de morte: é a cessação de todos os fe- nômenos vitais de modo definitivo, total e perma- nente. A morte não é um instante, um momento, mas um verdadeiro processo em que há um progressivo desmantelamento que vai do organismo como um todo passando por sistemas, órgãos, tecidos até chegar ao nível celular CRONOTANATOGNOSE É o diagnóstico do tempo da morte (também cha- mado de realidade da morte) pela observação das evidências ou dos sinais abióticos ou não vitais positivos: A) Sinais recentes (IMEDIATOS) B) Sinais mediatos (CONSECUTIVOS) C) Sinais tardios Destrutivos Conservativos SINAIS PATOGNOMÔNICOS adj (pato+gr gnómon+ico) Medicina: Relativo aos sinais próprios e constantes de cada doença. adj. Diz-se dos sintomas próprios de cada moléstia e cuja identificação permite um diagnóstico certo. Sinais imediatos: não são sinais de morte, mas, indicam probabilidade. É um período de incerteza, denominado de P. I. TOURDES. Parada cardíaca e respiratória irreversíveis: morto. Artigo 162: Autopsia 6h após a morte, salvo se mé- dicos tiverem certeza. Devido à incerteza da morte. SINAIS RECENTES OU IMEDIATOS 1. Aspecto do corpo: Fácies Hipocrática (máscara da morte) 2. Perda da consciência 3. Perda da sensibilidade 4. Imobilidade – perda do tônus muscular 5. Arreflexia – relaxamento dos esfíncteres (elimi- nação de fezes e urina, dilatação das pupilas, aber- tura dos olhos, queda do maxilar inferior) 6. Parada cardíaca (da circulação) => anóxia => morte celular 7. Parada respiratória: cessação da respiração prova da vela, prova do espelho 8. “Silêncio” de aparelhos: eletrocardiograma eletroencefalograma - cessação de atividade cerebral 9. Fenômenos oculares: www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 9 1. Opacificação do cristalino (Sinal de Stenon) 2. Pálpebras semi-cerradas 3. Midríase (dilatação pupilar) 4. Mancha na esclerótica (sinal de Sommer e Lar- cher) FENÔMENOS OCULARES: midríase Midríase Desidratação Mancha negra de Larcher-Sommer Aparece primeiro no ângulo externo do globo ocular e depois, também, no ângulo interno, nos cadáveres que permaneceram com os olhos abertos depois da morte. Anatomia do olho humano Parte branca esclerótica Parte interna: camada escura chamada coroide Quando começa a evaporação a esclerótica vai ficando transparente (daí se consegue ver o fundo) que é a coroide (que está embaixo da esclerótica). Muitos grânulos de melanina, dando a Coroide, uma cor escura SINAIS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS ou tar- dios 1. Desidratação Evaporação tegumentar (físico) Leva à perda de 10 à 18 gramas/Kg/dia no adulto e de 8 gramas/Kg/dia em crianças. Diminuição do volume com consequente “cresci- mento” (?) de unhas e pelos Decréscimo de massa (peso) Apergaminhamento da pele Dessecamento das mucosas dos lábios Mancha negra de Larcher-Sommer. - Tem início entre 15 e 30 minutos após a morte. SINAIS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS 2. Algor mortis ou esfriamento cadavérico (Físico) - fatores intrínsecos e extrínsecos Camada de gordura subcutânea dificulta a perda de calor, retardando o inicio do resfriamento cadavéri- co. Demora mais dependendo das condições: Cadáver mais gordo ou mais magro Esticado ou não Em local quente ou mais frio Velocidade de resfriamento pode variar Algor mortis ou esfriamento cadavérico Lento nas 3 primeiras horas (0,5°C /h) Rápido nas 6 horas seguintes (1ºC /h) Nas demais horas volta a ser lento Se o ambiente estiver quente, em lugar do resfria- mento, poderá se dar o aquecimento do cadáver, já que a sua temperatura tende a se igualar à do am- biente www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 10 temperatura axilar no vivo: ± 36,5 o C; temperatura retal no vivo: ± 37,2 o C. Resfriamento cadavérico Para Delton Croce: 0,5°C nas 3 primeiras horas e 1°C nas seguintes até atingir a temperatura ambiente. Para Flamínio Fávero; Zarzuela e Glaister: estimam uma redução de 1,5°C/hora, expondo a seguinte fórmula: T morte = (temp retal média)–(temp retal no exa- me)/1,5. SINAIS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS 3. Livores ou hipostases Livor mortis (físico) Manchas de coloração vermelho-arroxeada nas zonas de declive NÃO SUJEITAS à pressão. Resulta da acumulação do sangue não circulante nos vasos da pele das regiões de declive. Nas áreas de decúbito, respeitando as áreas de contato, pressão ou dobras (viscerais ou cutâneos). Possível indicador da causa da morte, eventual mudança de posição do cadáver e do intervalo pos- tmortem - CRONOLOGIA Pontinhos coloridos começam a aparecer por volta de 30 minutos Manchas: mais de 2h de morte Dorso todo arroxeado: mais de 6h a 8h de morte. Manchas podem mudar de lugar. Após 10 horas: livores fixados, permanecem. Não se formam mais depois de 24 horas. Em alguns casos, devido à falta de pele protetora, o acumulo de sangue goteja (língua e nariz). Nos demais locais ele se deposita, se acumula. T - Áreas claras nos livores: vasos comprimidos. - Não há acumulo de sangue. - DROGAS: LIVORES violáceos Livor x equimose Para diferenciar usar a Técnica de Bonnet Faz-se um corte do tecido subjacente e analisa-se o aspecto interno. Se tiversangue acumulado nos tecidos: equimose. Se estiver aspecto claro e começar a surgir gotas de sangue: livor. Teste de Bonnet HIPOSTASES Nos negros, podem não ser evidenciados. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 11 SINAIS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS OU TARDIOS 4. Rigidez cadavérica Rigor mortis (Químico) - cronologia Lei de Nysten-Sommer-Larcher Ordem: da cabeça para os pés, devido a ter massas moleculares de menores dimensões (menos células para resfriarem) Masseter mole (musculo da boca): 2h de morte Masseter duro e corpo mole 2 a 6 horas Tudo duro: de 6 a 8h Quando começa a amolecer: 24 horas, significa que começou a putrefação. Espasmo cadavérico (morte violenta) CRONOTANATODIAGNOSE CORPO QUENTE E FLÁCIDO: morte há menos de 3h CORPO QUENTE E FLÁCIDO: morte entre 3 e 8h CORPO FRIO E RÍGIDO: morte entre8 e 36h CORPO FRIO E FLÁCIDO: morte há mais de 36h Rigidez cadavérica - sem energia não há deslizamento da molécula de actina sobre a miosina. - início 1 a 2 horas - Sentido: grupos musculares menores => grupos musculares maiores, ou seja: Ocorre de cima para baixo; - Regra de Flamínio - inicia na 1ª hora, generaliza com 2-3 horas, máximo 5-8 horas. - decresce com o tempo devido à putrefação - varia com as condições ambientais de temperatu- ra, idade, nutrição, vestes, temperatura do corpo, causa mortis; RIGIDEZ CADAVÉRICA Está ligada à incapacidade de ressíntese de ATP, parcialmente suprida pela reserva existente e pelo teor de glicogênio muscular que se converte em ácido lático. Na verdade, rigidez cadavérica se instala simulta- neamente em toda a musculatura. O que sugere a ordem sequencial alegada, é a ób- via percepção do fenômeno em primeiro lugar nos grupos musculares de menor porte. Os de maior volume requerem, inevitavelmente, maior margem de tempo para serem englobados por completo pelo processo. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 12 Cuidado: sinal de DEVERGIE Rigidez MUSCULAR em cadáver que é decorrente do calor fogo. Posição de defesa (parece lutador de boxe). Espasmo cadavérico: rigidez corporal que ocorre instantaneamente mantendo a posição que o indiví- duo mantinha no momento da morte. Fenômenos abióticos consecutivos “DECOREBA” Livor mortis ou manchas de hipostase ou livor cada- vérico Algor mortis ou esfriamento cadavérico Rigor mortis ou rigidez cadavérica LAR – livor, algor e rigor (Tríade da Morte) SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS (TRANSFORMATIVOS) SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 1. Autólise: destruição do corpo pela liquidificação ácida, intra e extra celular. Conjunto de fenômenos fermentativos que têm lugar no interior das células por ação das próprias enzi- mas celulares com a morte, a circulação cessa e o meio orgâ- nico, que em vida era neutro, passa a ser ácido as membranas celulares se rompem, desinte- grando os tecidos SINAIS DA ACIDIFICAÇÃO (AUTÓLISE) Sinal de Labord — Esse autor recomenda a introdu- ção de uma agulha de aço bem polida no tecido, onde permanecerá cerca de 30 minutos; retirada, se permanecer seu brilho metálico,afirma-se diagnósti- co de morte real. Sinal de Brissemoret e Ambard — Consiste na punctura com trocarte (Instrumento perfurante) do fígado ou do baço e análise dos fragmentos obtidos pelo papel de tornassol. No morto a reação é ácida. SINAIS DA ACIDIFICAÇÃO (AUTÓLISE) Sinal de De-Dominicis — Emprega o papel de tor- nassol apenas em área escarificada no abdome, onde a acidez, se houver, é mais precoce. Sinal de Silvio Rebelo — Também não é infalível. Consiste na introdução de um fio-testemunha e de um fio corado pelo azul de bromo-timol, numa dobra da pele, deixando as suas extremidades exterioriza- das. Se o fio indicador, que é azul, adquirir na intimidade dos tecidos cor amarela, comprovará acidez ca- davérica; SINAIS DA ACIDIFICAÇÃO (AUTÓLISE) Sinais de forcipressão de Icard forcipressão física: comprime-se, com pinça, uma prega da pele, que persistirá no morto e de- saparecerá no vivo; forcipressão química: o pinçamento da pele provoca o escoamento de serosidade, que, pesquisada pelo papel de tornassol, indicará acidez no morto e alcal- inidade no vivo; reação sulfídrica: consiste em colocar nas narinas e dentro da boca papel previamente umidecido em uma solução aquosa a 50% de acetato neutro de chumbo. Este adquire cor negra de sulfeto de chumbo pela ação do ácido sulfídrico originado pela morte. Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no sangue Resultam da decomposição das hemácias. Aparecem por volta do 3º dia da morte. Desaparecem após o 35º dia após o óbito. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 13 Lâminas cristalóides muito frágeis, entrecruzadas e agrupadas, incolores, que adquirem coloração azul pelo ferrocianeto de potássio e castanha, pelo iodo. Crioscopia do sangue O ponto crioscópico ou ponto de congelação do sangue é de -0,55 ºC a -0,57 ºC. Koranyi considera patológicos os índices -0,54 ºC a -0,58 ºC. A crioscopia tem valor para afirmar a causa jurí- dica da morte na asfixia-submersão e indicar a natureza do meio líquido em que ela ocorreu. Imersão em água doce A fluidez do sangue do hemicórdio esquerdo acusa um PC abaixo do normal, mais próximo de 0 ºC. Se, porém, a causa mortis não foi acidental, nem suicida, mas criminosa, com posterior imersão do cadáver no meio líquido, o ponto crioscópico per- manecerá invariável (-0,55 ºC a -0,57 ºC), porque o indivíduo não se afogou. Imersão no mar PC mais afastado de 0 ºC quando a submersão, acidental ou suicida, devido maior [salina]. França afirma que a crioscopia normal do sangue é de - 0,57ºC 2. PUTREFAÇÃO (químico) A putrefação inicia-se logo após a autólise. Causado por bactérias já presentes nos organis- mos. Inicia-se geralmente na região do intestino grosso dando origem à chamada mancha verde abdominal e espalha-se pelo organismo. Destruição começa de dentro para fora. 2. PUTREFAÇÃO (químico) Bactéria produz H 2 S e este reage com a hemoglobi- na (sulfoxihemoglobina), que tem coloração esver- deada. tendência aumentar a cor até ficar esverde- ado escuro. Dificulta reconhecimento do cadáver visualmente (inclusive pela família). INDEPENDE DA CAUSA DA MORTE. 2. PUTREFAÇÃO (químico) A putrefação inicia-se logo após a autólise pela ação de germes. Inicia-se geralmente a nível do intestino grosso dando origem à chamada mancha verde abdominal e espalha-se pelo organismo. A putrefação obedece a 04 fases: SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS a) Cromática ou coloração: tonalidade escurecida da pele (20 horas) com cheiro característico (trans- formação da hemoglobina) início entre 16ª e 24ª hora, com a mancha verde abdominal Mancha verde abdominal Sinal de início de putrefação, Decorrente de ação microbiana Mais precoces nos idosos, fetos e afogados (no tórax e cabeça) Coloração ou cromática Acentuada presença no abdome (fossa ilíaca direi- ta) devido maior população de bactérias, que geram a coloração. Fetos: não há a presença de bactérias. A putrefação ocorre de FORA para dentro. Diferente dos vivos (dentro para fora). Esta fase se prolonga por uma semana, quando toda a pele fica verde-enegrecido a negro. A cabeça fica muito negra. Coloração ou cromática A contaminação do feto ocorre pelos orifícios. Logo, a manchaverde ocorre nas áreas destes ori- fícios. Afogados (AFOGADO AZUL): devido maior peso da cabeça e por aspirar água contaminada a putrefa- ção começa na cabeça, pescoço e tórax. SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS a) Gasosa (expansiva): (2º ao 8º dia) 1. Aumento do volume do corpo Enfisema cutâneo 2. Circulação póstuma de Brouardel – desenho produzido pelos vasos sanguíneos subcutâneos preenchidos por sulfahemoglobina e hematina www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 14 3. Flictenas (pequena pústula em forma de vesícu- la) 4. Eliminação de gases 5. Aspecto gigantesco e deformado (posição de lutador) Gaseificação ou enfisematosa Gases produzidos aumentar e a pressão força a circulação do sangue, gerando a circulação póstu- ma de Brouardel. Isto caracteriza esta fase de putrefação. Características do cadáver: braços e pernas abrin- do, língua protusa (não houve enforcamento ou esganadura); útero saindo pela vagina; intestino saindo pelo ânus. Presença de bolhas (morto a mais de 72h) Muitos gases: de 72 a 96 h. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 15 Mulher pode gerar parto póstumo de Brouardel. Podemos fazer o desluvamento da epiderme para coletar a impressão digital. Se ocorrer a perda da epiderme da ponta dos dedos não é mais possível coletar as digitais. Como diferenciar bolha de putrefação (no morto) com bolha de queimadura no vivo (flictenas com proteínas do plasma)? Basta fazer a reação química de Chambert - no morto: não reage (pois não tem proteína) - no vivo: reação positiva: tem proteína. Gases da putrefação 1º dia: não queimam. Geram CO2 2º ao 4º dia: queimam: produção de metano e gases hidrogenados. 5º dia em diante: não queimam. São gases nitroge- nados (aminas, amoníaco, etc). SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS a) Fase Coliquativa: (2 a 3 meses) dissolução pútrida com liquefação de vísceras e dos tecidos moles. O esqueleto fica coberto por uma massa de putrila- gem, e surge um grande número de larvas e inse- tos; desidratação e enrugamento SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS Coliquação ou redutora Dissolução dos tecidos. Vísceras perdem suas ca- racterísticas morfológicas; presença da fauna cada- vérica. Podem causar lesões no corpo (que não existiam em função do motivo da morte) São danosos à investigação pericial. FAUNA CADAVÉRICA Quando o cadáver permanece insepulto e abando- nado sobre o solo por razoável tempo, nele se insta- lam pequenos animais (principalmente insetos) de- nominados como fauna cadavérica www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 16 Existe uma certa ordem de instalação destes ani- mais: Moscas comuns Moscas verdes Coleópteros, lepidópteros, etc FAUNA CADAVÉRICA O estudo da fauna cadavérica pode ser importante para a cronotanatognose, pois o aparecimento de determinados insetos está relacionado ao tempo de morte Entomologia forense As larvas de insetos são as principais formas de decomposição cadavérica (tecidos moles). De acordo com o tipo de larva presente no cadáver dá para se calcular aproximadamente a hora da morte Inseto bota o ovo, Ovo vira larva, larva come muito e se transforma em pupa (no casulo) até atin- gir o estágio de adulto. O casulo fica no local e permite ao perito determinar o tipo de inseto que esteve no cadáver e estima o tempo de morte. Os insetos se aproximam do cadáver de acordo com o tipo de odor. Insetos chegam, portanto, em tempos diferentes. Daí se determina tempo de morte. MOSCA: NONO dia larva se transforma em pupa. Mosca varejeira (Sarcophagidae): primeiras a che- gar. Besouro (Colióptero) é um dos principais destruido- res de tecidos moles. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 17 O líquido gerado pela liquefação gera uma mancha no local, chamada de sombra cadavérica. Perito pode colher resíduo (solo) da sombra cadavé- rica Pode buscar identificar substâncias tóxicas através dos resíduos químicos do cadáver. SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS d) Fase de Esquelitização: ação da fauna e do meio ambiente destruição dos tecidos restando apenas o esqueleto, cabelos e dentes Esqueletização Exumação: 3 anos, em média. Cadáver pode ser encontrada com partes espalha- das devido a animais que comem pedaços e os levam a diferentes locais. Não dá para se estimar a data... Exumação (ex = exterior húmus= terra) Administrativa (para reusar a sepultura) Judicial = a qualquer tempo Autoridade policial lavra Auto de exumação, onde todos os que presenciaram o ato assinam o auto. Legista fará o LAUDO de exumação (só ele assina). SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS Maceração: em ambientes úmidos e quentes Destruição em meio líquido (O CADÁVER ES- TEVE IMERSO EM ÁGUA) Comum nos fetos e nos afogados com formação de bolhas de conteúdo líquido e pardacento Observa-se no cadáver o destacamento de am- plos retalhos de tegumentos cutâneos O corpo perde a consistência inicial, o ventre se achata e os ossos se livram dos tecidos, ficando como se estivessem soltos Maceração: destruição dos tecidos mergulhados em qualquer massa líquida. Afogados ou fetos. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 18 CLASSIFICAÇÃO DE LAUGLEY GRAU ZERO – até 8 horas – pequenas bolhas esparsas na epiderme GRAU 1 - de 8 a 24 horas – bolhas agrupadas e início do destacamento da epiderme GRAU 2 – de 24 a 48 horas – acentuado destaca- mento da epiderme e líquido avermelhado nas cavidades GRAU 3 – de 48 horas em diante – com as al- terações anteriores e líquido acastanhado nas cavidades SINAL DE SPALDING Quando se observa o cavalgamento dos ossos do crânio, em razão da maceração das membranas intersuturais a morte ocorreu há mais de sete dias. MACERAÇÃO FETAL (sem putrefação. Esta não ocorre) Destruição dos tecidos moles do feto pela ação do liquido amniótico Se estiver morto: A epiderme se solta, os vasos se rompem liberando hemoglobina (que mancha a derme do feto de ver- melho). As articulações ficam livres, grande amplitude Tempo para ocorrer: ao menos 24h de morto Ossos do crânio soltos (se soltam do couro cabelu- do): 7 dias morto (sinal de Spalding). Dependem de diversos fatores Solo Clima Obesidade Covas múltiplas Tipos Mumificação. Saponificação ou adipocera Corificação Petrificação/fossilização. Congelamento (criogenia) Plastinação SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Saponificação (químico) ou adipocera gordura reage com metais do solo éster reage com metais ambiente quente muito úmido e pouco arejado Saponificação: formação de adipocera (consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelo- escura, dando uma aparência de cera ou sabão, que se forma nos diversos tecidos e órgãos dos cadáveres). SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Ocorre principalmente nos cadáveres inumados em lugares úmidos, com má ventilação, solos argilosos, úmidos (valas comuns). Predisponentes: obesos www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 WagnerBertolini 19 SAPONIFICAÇÃO SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Mumificação : (químico) Natural (físico-químico) Artificial (físico ou químico) ambiente quente seco e arejado (bactérias não se desenvolvem) Natural: desidratação e secamento do corpo e da pele provocados pela ventilação, pela alta tempera- tura do solo ou local de sepultamento. O cadáver, ficando exposto ao ar, em regiões de clima quente e seco, sofrendo acentuado desseca- mento. Artificial: requer processo especializado – formoli- zação e embalsamamento SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Calcificação petrificação ou calcificação: ocorre nos fetos mortos e retidos na cavidade uterina (litopédios = criança de pedra) Corificação fenômeno muito raro: cadáveres inumados em ur- nas metálicas (zinco) onde o corpo foi lacrado. têm o corpo preservado da decomposição pela ini- bição dos fatores transformativos SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Congelação Um cadáver submetido a baixíssima temperatura e por tempo prolongado pode se conservar integral- mente por muito tempo. Conservação artificial: plastinação. Resinas sintéticas substituem os tecidos orgânicos corporais www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 20 (litopédio = criança de pedra):calcificação Destino do cadáver "caro data vermis" (carne dada aos vermes) Natureza jurídica do cadáver: não é mais pessoa e passa a se constituir numa coisa Sua posse, em sentido estrito: pertence definitivamente à família Cabe, de início, a posse ao Estado para cumprimen- to de normas específicas O corpo humano é de natureza extra-patrimonial. É “res extra commercium”, inacessível aos negócios habituais O cadáver não faz parte da sucessão Destino do cadáver 1. Inumação com ou sem necropsia 2. Imersão 3. Destruição 4. Cremação 5. Peças anatômicas e membros amputados: não necessitam do preenchimento do atestado de óbito, mesmo que o destino seja o sepultamento (melhor solução é a incineração) para partes ou parte de cadáver (esquartejamen- tos, explosões), desde que haja uma identificação criteriosa, pode ser expedido o respectivo atestado EXAME MÉDICO-LEGAL Necropsia: exame que se realiza no cadáver, interna e externamente, com a finalidade de deter- minar a causa da morte Necropsia branca: ocorre quando não é possível, após a realização de necropsia completa, estabele- cer a “causa mortis” Bioquímica do LCR Aumento da conc. de K com o aumento do T de morte Dosagem de K no humor vítreo www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 21 Aumento da conc. de K com o avançar do T de morte Contestado por diversos autores Excitação muscular Mecânica – necessita padronização do local e dos estímulos - Logo após a morte até 2h e meia – contração en- volve todo o músculo - 4 a 5 h após morte – elevação muscular no local percutido e desaparece em 1 segundo - 8 a 12 h após a morte – contração fraca e dura- doura ( várias horas ) Excitação elétrica Conhecido desde o início do séc. XIX. Problemas na padronização da experiência Medea – aparelho aplica corrente contínua de 30 mA durante 10 ms. Frequência de 50 por segundo Eletrodos (2) introduzido na metade nasal da pálpe- bra superior à distância de15 a 20 mm Extensão da resposta dividida em 6 graduações com redução com o passar do tempo Estimulação química da íris Adrenalina e atropina – midríase Acetil colina – miose Resposta costuma demorar de 5 a 30 minutos e pode persistir por até 1 hora Conforme aumenta o T de morte a reação demora mais para se instalar e é mais fraca Estudos feitos demonstram que é possível se obter resposta até um máximo de 14 a 46 horas após a morte Atividade enzimática dos tecidos Martin - Fac. Medicina de Ribeirão Preto Avaliação do tempo de morte com base na redução de algumas enzimas hepáticas. Resultados parecem animadores 1. (2012 - PC-SP - PC-SP - Delegado de Polícia). Para se realizar um transplante cardíaco, consi- dera-se como sinal de morte do doador: A) a parada dos movimentos cardiocirculatórios. B) a parada cardiorrespiratória irreversível. C) a parada cardíaca definitiva. D) a lesão cerebral irreversível. E) a suspensão irreversível da atividade encefálica. 2. (2014 – VUNESP - PC-SP - Delegado de Polí- cia). Considere a situação em que um cadáver é encontrado por seus familiares em domicílio, 4 dias após a morte. Assinale a alternativa que corresponde ao fenômeno cadavérico que já se desfez, nesse período (4 dias). A) Gases inflamáveis derivados de ação de bacté- rias facultativas. B) Rigidez cadavérica. C) Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no sangue periférico. D) Mancha verde disseminada por todo o corpo. E) Livores de hipóstase. 3. (2013 - COPS-UEL - PC-PR - Delegado de Polí- cia). Leia a manchete a seguir. Não é incomum que em alguns casos ocorram equívocos em relação ao atestado de óbito, co- mo nessa notícia. O Art. 162 do Código de Pro- cesso Penal Brasileiro (CPPB) diz que “A autóp- sia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto (...)”. Quanto aos sinais de certeza de morte que auto- rizam o médico legista a iniciar a autópsia antes de seis horas, assinale a alternativa correta. A) Os sinais de morte se dividem em fenômenos abióticos e consecutivos. A presença de qualquer sinal abiótico já é compatível com a realidade de morte e autoriza o início da autópsia. B) São considerados como sinais de certeza de morte aqueles chamados de abióticos consecutivos e que, quando presentes, autorizam a antecipação da autópsia. C) O médico legista só está autorizado a realizar a autópsia antes de seis horas, caso já se encontrem sinais transformativos como a mancha verde abdo- minal ou rigidez cadavérica. D) São sinais de certeza de morte, autorizadores de antecipação de autópsia, a presença de abolição do tônus muscular, presença de midríase e perda de consciência. E) É necessária a presença de todos os sinais abió- ticos consecutivos como rigidez cadavérica, desidra- tação cadavérica, esfriamento cadavérico e man- chas de hipóstases para a realização da autópsia. 4. (2013 - COPS-UEL - PC-PR - Delegado de Polí- cia). Leia o laudo de autópsia que demonstra as informações a seguir. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 22 I. Temperatura retal com perda de 2,5ºC em relação à temperatura média do ambiente. II. Presença de livores cadavéricos (hipóstases) em declives e em face posterior do pescoço, móveis. III. Rigidez cadavérica em membros superiores. IV. Ausência de gases de putrefação ou de mancha verde abdominal. O tempo de morte médio, ocorreu, aproximadamente, A) em menos de 1 hora. B) entre 1 a 2 horas. C) entre 3 a 4 horas. D) entre 6 a 7 horas. E) entre 8 a 9 horas. 5. (2014 – ACAFE - PC-SC - Delegado de Polícia). Com relação ao processo de putrefação do cor- po humano, analise as afirmações a seguir. l Durante a fase denominada cromática, ocorre o sinal mais precoce da putrefação que se caracteriza pela formação de uma mancha verde, comumente iniciada na fossa ilíaca direita e que se difunde por todo abdome. ll O período coliquativo, último da decomposição pela putrefação, manifesta-se com a dissolução pútrida das partes moles e dos ossos, devidoà ação de bactérias e da fauna necrófaga. lll É na fase da esqueletização que a fauna cadavé- rica e o meio ambiente destroem os resíduos tissu- lares, expondo os ossos que ficam presos apenas por alguns ligamentos. Este período varia de 3 a 5 anos. lV A fase gasosa se dá com o surgimento dos gases de putrefação, formando flictenas na epiderme, con- tendo líquido hemoglobínico. Assinale a alternativa correta. A) Apenas I, II e III estão corretas. B) Apenas I, III e IV estão corretas. C) Apenas II e IV estão corretas. D) Apenas III e IV estão corretas. E) Todas as afirmações estão corretas. 6. (2013 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia). Vários conceitos de morte são descritos na lite- ratura em geral, sejam eles científicos, religiosos ou filosóficos, todos devem ser respeitados. O Direito adota o conceito científico de morte. So- bre tanatologia forense, verifica- se que A) a diminuição da pressão intraocular, a desseca- ção dos lábios e a tela viscosa ocular são fenôme- nos consecutivos de morte. B) a rigidez cadavérica é um fenômeno abiótico imediato e progride da cabeça para os pés. C) o conceito de morte cerebral é utilizado como critério para realização de transplante de órgãos. D) a putrefação é um fenômeno transformativo des- trutivo que independe da ação das bactérias. 7. (2012 – FGV - PC-MA - Delegado de Polícia). A morte encefálica é definida como a parada total e irreversível das atividades encefálicas e equi- vale, para fins de remoção de s para transplante, à morte clínica. Assinale a alternativa que indica a condição que permite o diagnóstico de morte encefálica. A) Lesão axonal difusa pós traumática. B) Intoxicação por barbitúricos. C) Intoxicação por benzodiazepínicos. D) Intoxicação por neurolépticos. E) Hipotermia. 8. (2012 – FUNCAB - PC-RJ - Delegado de Polí- cia). Para a verificação do tempo aproximado de morte em um cadáver parcialmente esqueletiza- do, torna-se dispensável: A) o conhecimento de dados relacionados com o lugar de encontro do corpo, se aberto ou fechado, e o tipo de sepultamento. B) o estudo do corpo e do local por entomologista. C) a informação sobre a época do ano e as condi- ções climáticas. D) a dosagem de carbono 14 nos despojos. E) a ciência da causa da morte, se violenta ou natu- ral. 9. (2011 - PC-MG - PC-MG - Delegado de Polícia). Constituem fatores, que interferem na evolução da putrefação cadavérica, EXCETO: A) Temperatura ambiente. B) Espasmo cadavérico. C) Idade do morto. D) Umidade do ar. 10. (2011 - PC-MG - PC-MG - Delegado de Polí- cia). Denomina-se o processo especial de trans- formação, que ocorre no cadáver do feto retido no útero materno, do sexto ao nono mês de gra- videz: A) Maceração. B) Corifcação. C) Mumifcação. D) Saponifcação. 11. (2012 - PC-SP - PC-SP - Delegado de Polícia). No processo de putrefação do cadáver se suce- dem as seguintes fases, pela ordem: www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 23 A) gasosa, cromática, coliquativa e de esqueletiza- ção. B) cromática, gasosa, coliquativa e de esqueletiza- ção. C) cromática, coliquativa, gasosa e de esqueletiza- ção. D) gasosa, coliquativa, cromática e de esqueletiza- ção. E) coliquativa, cromática, gasosa e de esqueletiza- ção. 12. (2012 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia). Verificou-se em um cadáver os seguintes fenô- menos: rigidez generalizada, esboço de mancha verde abdominal, reforço da fragmentação ve- nosa e desaparecimento das artérias do fundo de olho. Com base apenas nessas observações e desconsiderando outros fatores ambientais, a morte teria ocorrido A) de 2 a 4 horas. B) mais de 8 e menos de 16 horas. C) mais de 16 e menos de 24 horas. D) de 48 a 72 horas. 13. (2008 - PC-MG - PC-MG - Delegado de Polí- cia). Um cadáver de homem adulto apresenta rigidez generalizada, manchas de hipóstase fi- xas no dorso, ausência de mancha verde abdo- minal e desaparecimento das artérias do fundo de olho. Qual o provável tempo de morte em horas? A) Menos de duas. B) Mais de duas e menos de quatro. C) Mais de quatro e menos de seis. D) Mais de oito e menos de dezesseis. 14. (2008 - PC-MG - PC-MG - Delegado de Polí- cia). A “circulação póstuma de Brouardel” carac- teriza o período A) cromático da putrefação. B) enfisematoso da putrefação. C) coliquativo da putrefação. D) liquefativo da putrefação. 15. (2008 - CEFET-BA - PC-BA - Delegado de Polícia). O sinal mais precoce de putrefação do cadáver é uma mancha verde que aparece, pri- meiramente, A) na cabeça. B) no abdômen. C) no tórax. D) nas costas. E) nos pés. www.cers.com.br DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Medicina Legal - Aulas 01 e 02 Wagner Bertolini 24 GABARITO: 1. E 2. B 3. B 4. C 5. B 6. A 7. A 8. D 9. B 10. A 11. B 12. C 13. D 14. B 15. B
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