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Aula 01 e 02

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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 
Medicina Legal - Aulas 01 e 02 
Wagner Bertolini 
1 
Tanatologia 
 
MEDICINA LEGAL 
Conceitos Iniciais 
 
 
 
 
 
MEDICINA LEGAL – GENIVAL VELOSO DE 
FRANÇA – EDITORA GUANABARA ‐ KOOGAN 
MEDICINA LEGAL ‐ MEDICINA LEGAL I – EDU-
ARDO ROBERTO ALCÂNTARA DEL CAMPO – 
EDITORA SARAIVA 
MEDICINA LEGAL – TEXTO E ATLAS – HYGINO 
DE CARVALHO HÉRCULES – EDITORA 
ATHENEU 
MEDICINA LEGAL – DELTON CROCE – EDITORA 
SARAIVA 
VADE MECUM DE MEDICINA LEGAL – JORGE 
PAULETTE VANRELL EDITORA MIZUNO 
MEDICINA LEGAL MACEIÓ-AL COPYRIGHT 
PEREIRA, GERSON ODILON ACESSÍVEL NA 
PÁGINA DE INTERNET DE MEDICINA - UFAL: 
www.ufalmedicina.cjb.net 
OUTROS AUTORES ESPECIALIZADOS EM ME-
DICINA LEGAL 
 
O que é Medicina Legal? 
 
Dentre as inúmeras definições para a Medicina Le-
gal, cada autor procura trazer sua contribuição, sali-
entando este ou aquele atributo da matéria. Todos 
os conceitos, no entanto, procuram demonstrar a 
intima relação existente entre ela e o Direito. 
 
Vejamos algumas definições mais conhecidas: 
“A aplicação dos conhecimentos médico-biológicos 
na elaboração e execução das leis que deles care-
cem” (Fávero, 1975, p. 14) 
“A Medicina a serviço das ciências jurídicas e soci-
ais” (Genival Veloso França, Medicina legal, 1998, 
p. 3) 
 
“O conjunto de conhecimentos médicos e paramédi-
cos destinados a servir o Direito, cooperando na 
elaboração, auxiliando na interpretação e colabo-
rando na execução dos dispositivos legais, no seu 
campo de ação de medicina aplicada”. 
(Hélio Gomes, Medicina legal, 1998, p. 7). 
“A ciência e arte extrajurídica auxiliar alicerçada em 
um conjunto de conhecimentos médicos, paramédi-
cos e biológicos, destinados a defender os direitos e 
os interesses dos homens e da sociedade”. 
(Delton Croce e Delton Croce Júnior, Manual de 
medicina legal, 1998, p. 1). 
 
“A ciência de aplicação dos conhecimentos médico-
biológicos aos interesses do Direito constituído, do 
Direito constituendo e à fiscalização do exercício 
médico-profissional”. 
(Odon Ramos Maranhão, Curso básico de medicina 
legal, 2002, p. 25) 
 
Poderíamos citar inúmeras outras definições, procu-
rando das uma visão geral da medicina legal, e to-
das, como definições que são, passiveis de criticas 
por enfocarem determinada particularidade, esque-
cendo-se de outras de interesse. 
O mais importante é demonstrar a intima relação 
entre os conhecimentos da natureza médica e bio-
lógica colocados a serviço da Justiça para esclare-
cimento de questões com repercussão no universo 
jurídico. 
 
Medicina Legal 
 
É uma modalidade do exercício da Medicina que, a 
partir de conhecimentos médicos, através de meios 
próprios de ação, fornece esclarecimentos sobre 
assuntos de ordem médica aos legisladores e ma-
gistrados, orientando-os na elaboração e aplicação 
das Leis Civis e Penais no meio coletivo. 
Preocupa-se com o indivíduo desde a sua forma de 
ovo até sua morte, adquirindo o aspecto de Ciência 
Social. 
 
Sinonímia 
 
São muitas as designações para se fazer referência 
à Medicina Legal, o que demonstra que ainda não 
se encontrou uma expressão que defina essa Ciên-
cia e Arte a serviço dos interesses jurídicos e soci-
ais, satisfatoriamente. 
 
- MEDICINA LEGAL 
- MEDICINA LEGAL FORENSE (A. PARÉ) 
- QUESTÕES MÉDICO-LEGAIS (P. ZACCHIAS) 
 
 
 
 
 
 
 
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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 
Medicina Legal - Aulas 01 e 02 
Wagner Bertolini 
2 
- MEDICINA JUDICIÁRIA (LACASSAGNE) 
- MEDICINA JUDICIÁRIA OU DOS TRIBUNAIS 
(PRUNELLE) 
- MEDICINA POLÍTICA (MARC) 
- JURISPRUDÊNCIA MÉDICA (ALBERTI) 
- ANTROPOLOGIA FORENSE (HEBENSTREIT) 
 
RELAÇÃO COM AS DEMAIS CIÊCIAS 
MÉDICAS E JURÍDICAS 
 
A Medicina Legal, por sua natureza e abrangência, 
relaciona-se com diversos ramos dentro das Ciên-
cias Jurídicas, Ciências Médicas e Paramédicas e 
outras, dentre as quais citam-se: 
 
Ciências Jurídicas: 
Direito Civil, Direito Penal, Direito do Trabalho, Direi-
to Constitucional, Direito Processual Civil e Penal, 
Lei das Contravenções Penais, Direito Penitenciário, 
Direito Canônico, Direito dos Desportos. 
 
Ciências Médicas: 
Anatomia, Fisiologia, Patologia, Traumatologia, Or-
topedia, Psiquiatria, Psicologia, Infectologia, Derma-
tologia, Cardiologia, Pneumologia, TocoGinecologia, 
Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Gastroenterologia, 
Urologia, Pediatria, Geriatria, etc. 
 
Outras Ciências paramédicas ou não: 
Biologia, Física, Química, Mineralogia, Toxicologia, 
Balística, Datiloscopia, Antropologia, Sociologia. 
Direito Civil: paternidade, impedimentos matrimoni-
ais, erro essencial, limitadores e modificadores da 
capacidade civil, prenhes, personalidade civil e direi-
tos do nascituro, comoriência, etc. 
 
Direito Penal: Lesões corporais, sexualidade crimi-
nosa, aborto legal e ilícito, infanticídio, homicídio, 
emoção e paixão, embriaguez etc. 
Direito Constitucional: Dissolubilidade do matri-
mônio, a proteção à infância e a maternidade etc. 
Direito Processual Civil e Penal: Psicologia da 
testemunha, da confissão, da acareação do acusa-
do e da vítima, das perícias etc. 
Direito Penitenciário: Psicologia do detento no que 
tange a concessão de livramento condicional e a 
psicossexualidade das prisões etc. 
Direito do Trabalho: Infortunística, Insalubridade, 
Higiene, as doenças e a prevenção de acidentes 
profissionais etc. 
Lei das Contravenções Penais: Anúncios de téc-
nicas anticoncepcionais, da embriaguez e das toxi-
comanias etc. 
 
A Medicina Legal relaciona-se, ainda, intimamente, 
com vários outros ramos do Direito, a saber: 
Direito dos Desportos: Analisa as formas de le-
sões culposas ou dolosas nas disputas desportivas 
e no aspecto do "doping". 
Direito Internacional Privado: Ao decidir as ques-
tões civis relacionadas ao estrangeiro no Brasil. 
Direito Comercial: Ao periciar os bens de consumo 
e ao atribuir as condições de maternidade para ple-
na capacidade civil dos economicamente indepen-
dentes. 
Direito Canônico: No que se refere, entre outras 
coisas, à anulação de casamento. 
Relaciona-se também com a Física, Química, Biolo-
gia, Matemática, Toxicologia, Balística, Datiloscopia, 
Economia, Sociologia e com a História Natural. 
 
Referências Históricas 
 
A História da Medicina Legal é dividida em cinco 
períodos: 
1. Antigo 
2. Romano 
3. Médio 
4. Canônico 
5. Moderno ou Científico 
 
 
 
Período Antigo 
 
Caracteriza-se por não haver peritos médicos, sen-
do os sacerdotes responsáveis pelas perícias. 
 
 
 
As necropsias não eram realizadas, pois os cadáve-
res eram considerados sagrados. 
No Egito embalsamavam-se os cadáveres e as leis 
de Menés obrigavam o exame de mulheres conde-
nadas, pois, se grávidas, não poderiam ser suplicia-
das. 
 
Período Romano 
 
 
 
 
 
 
 
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Medicina Legal - Aulas 01 e 02 
Wagner Bertolini 
3 
Neste período os cadáveres já eram examinados 
por médicos, porém, externamente. 
As necropsias, por respeito ao cadáver, eram pros-
critas. 
Em Roma, no período anterior à reforma de Justini-
ano, a qual incluiu a intervenção do médico na práti-
ca forense, a LEX REGIA, atribuída a Numa Pompí-
lio, prescrevia a histerotomia na morte de mulher 
grávida. 
Antístio, médico, examinou os muitos ferimentos do 
cadáver de Júlio César, declarando que apenas um 
deles fora mortal. 
Segundo relatos de Tito Lívio, um médico examinou 
em praça pública os cadáveres de Tarquínio e Ger-
mânico expostos no Fórum. O primeiro, vítima de 
assassinato, o segundo, suspeito de envenenamen-
to. 
Período Médio (Idade Média) 
Maior contribuição do Médico no campo do Direito 
com as “Leis sálicas, Germânica e nas Capitulares 
de Carlos Magno”, que continhamdetalhes de Ana-
tomia sobre ferimentos e sobre a reparação devida 
às vítimas, conforme a sede e gravidade dos mes-
mos. 
 
Esse período foi indelevelmente marcado, portanto, 
pelas Capitulares de Calos Magno, que estabeleci-
am que os julgamentos deviam apoiar-se no parecer 
dos médicos. 
 
Período Canônico 
Este período foi marcado principalmente pela obri-
gatoriedade da perícia médica antes das decisões 
dos juízes em casos de ferimentos, assassinatos, 
gravidez, parto clandestino e aborto. Instituída pela 
Constituição do Império Germânico. 
A perícia era obrigatória, tendo sido instituído o axi-
oma “Médici Creditur In Sua Medicina” – Tem fé 
pública o médico nos assuntos médicos. 
A Sexologia nas Decretais dos Pontífices é tratada 
exaustivamente, pois, “A moralidade tem aí seus 
fundamentos”. 
Por haver suspeita de envenenamento, o cadáver 
do Papa Leão X foi necropsiado em 1521. 
Ainda como fato marcante desse período, em 1575, 
Ambroise Paré escreveu o primeiro livro de Medici-
na Legal intitulado “Dês Rapports et dês Mayens 
D’embauner Lês Corps Morts”, pelo que foi aclama-
do como pai da Medicina Forense. 
 
Período Moderno ou Científico 
 
Este período tem início em 1602, em Palermo, na 
Itália, com a publicação da obra de Fortunato Fide-
lis. Em 1621, foi publicado por Paulo Zacchia o ver-
dadeiro tratado da disciplina “Questiones MÉDICO-
LEGALIS”, considerado o mais completo daqueles 
tempos. 
O período Moderno ou Científico dura até os nossos 
dias e é caracterizado pela riqueza das obras publi-
cadas pelos estudiosos da área e pelo aumento 
considerável de conhecimentos técnicos e científi-
cos neste campo do conhecimento humano. 
 
EVOLUÇÃO DE MEDICINA LEGAL NO BRASIL 
A instituição do ensino oficial da Medicina Legal no 
Brasil ocorreu no ano de 1832 e, a partir deste ano, 
pode-se dividir a Medicina Legal brasileira em três 
períodos ou fases. 
 
 
 
Primeira Fase (1832 – 1877) 
Considerada a fase estrangeira, caracteriza-se pela 
influência exclusiva da Escola Francesa que perma-
neceu até 1877 e, em menor escala, pelos italianos 
e alemães. A base primordial nesta fase era a Toxi-
cologia. 
Neste período teve início o estudo da Toxicologia 
com os trabalhos de Francisco Ferreira de Abreu 
(Barão de Teresópolis) e a primeira publicação de 
Medicina Legal, do médico Gonçalves Gomide, sob 
o título “Impugnação Analítica ao Exame Feito pelos 
Clínicos Antônio Pedro de Souza e Manuel Quintão 
da Silva”. 
 
Segunda Fase 
Agostinho de Souza Lima: 1877 
Começa o ensino prático da Medicina Legal, haven-
do tentativas de interpretação dos fatos à luz das 
leis brasileiras. 
Caracteriza-se pela nacionalização da Medicina 
Legal em razão da importantíssima contribuição de 
Agostinho José de Souza Lima 
(Período Souza Lima), que criou o ensino prático 
desta disciplina, desenvolveu laboratórios, inaugu-
rou o primeiro curso prático de Tanatologia Forense 
e publicou vários trabalhos. 
Fez comentários sobre a legislação brasileira, Penal 
e Civil, servindo-se de dados estrangeiros. 
 
Terceira Fase 
Nacionalização: Começa com Raymundo Nina Ro-
drigues que criou uma escola original na Bahia e 
que se seguiriam outras escolas no Rio de Janeiro, 
São Paulo, etc., onde surgiram vários nomes entre 
 
 
 
 
 
 
 
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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 
Medicina Legal - Aulas 01 e 02 
Wagner Bertolini 
4 
os quais destacamos: Afrânio Peixoto, Flamínio 
Fávero, Hilário Veiga de Carvalho, Hélio Gomes, 
Sampaio Dória. 
Caracteriza-se pela nacionalização da Medicina 
Legal. 
Ele sentiu a necessidade de contestar as doutrinas 
estrangeiras, suas técnicas, pois as condições de 
nosso meio físico, psicológico e social divergiam 
daquelas encontradas no meio estrangeiro. 
 
Realizou a colheita dos elementos de laboratório e 
de clínica em nosso próprio país e passou a estudar 
a origem da etnia de nossa população. 
 Foi iniciado, então, o período das pesquisas origi-
nais. 
Ressalta-se também nesta fase, a valiosa atuação 
do MESTRE OSCAR FREIRE, que em 1928 iniciou 
o ensino científico da medicina legal em São Paulo, 
além de lançar as bases de importante centro de 
investigação científica. 
Em 1922, Oscar Freire instalou na capital paulista o 
instituto que hoje leva seu nome. 
 
 
 
DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL 
 
A) GERAL (direitos e deveres dos médicos): 
 
Deontologia: princípios e fundamentos do exercício 
profissional – normas para relacionamento dos mé-
dicos com colegas, paciente e Sociedade (segredo 
médico, responsabilidade médica). 
Diceologia: trata dos direitos profissionais - honorá-
rios, representação e tratamento protocolar. 
DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL 
 
B) ESPECIAL: se divide em vários campos. 
 
Antropologia: trata de questões relativas a identi-
dade e identificação humana. 
Asfixiologia: achados referentes às asfixias (esga-
nadura, estrangulamento, afogamento e outras). 
Genética Forense: determinação de paternidade e 
à identificação humana relacionada com a herança 
genética. 
 
DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL 
Infortunística: cuida dos ambientes e acidentes do 
trabalho e de doenças profissionais. 
Psicologia Forense: estuda o psiquismo da pessoa 
normal e as alterações emocionais que podem in-
fluenciar nas confissões e testemunhos prestados 
em juízo 
(no testemunho, na confissão do acusado e na ver-
são da vítima). 
Psiquiatria Forense: estuda os processos mentais 
patológicos, particularmente aqueles que podem 
modificar a imputabilidade, a capacidade civil e a 
responsabilidade penal. 
 
DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL 
 
Sexologia Forense: estuda a sexualidade humana 
normal, anormal ou criminosa e quando a prática da 
mesma passa a se constituir em crime. 
Tanatologia Forense: estuda o morto e a morte e 
os fenômenos dela decorrentes. 
Toxicologia Forense: estuda o efeito das diversas 
substâncias químicas (mormente venenos e psico-
trópicas) no organismo humano (vivo ou morto). 
Traumatologia Forense: estuda as lesões crimi-
nais (corporais) e das diversas energias causadoras 
destas. 
 
Tanatologia Forense 
Estudo da morte 
Estudo dos sinais que indicam que o indivíduo está 
morto 
Thanatus: Deus da morte 
Hipnos: Deus do sono. 
 
 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
 
A) TANATOSEMIOLOGIA (MOR-
TE+SINAL+ESTUDO): Parte da Tanatologia que 
estuda os sinais (fenômenos) cadavéricos. 
 
B)TANATODIAGNÓSTICO MORTE+DIAGNOSE): 
Estuda o conjunto de sinais biológicos e propedêuti-
cos que permitem afirmar o estado de morte real. 
 
C)CRONOTANATOGNOSE (TEM-
PO+MORTE+CONHECIMENTO): Estuda os meios 
de determinação do tempo decorrido entre a morte 
e o exame cadavérico. 
 
 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 
Medicina Legal - Aulas 01 e 02 
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5 
D) TANATOSCOPIA = TANATOPSIA = NECRÓP-
SIA (MORTE + VER = OBSERVAR): É o exame do 
cadáver para verificação da realidade e da causa da 
morte. 
 
E)TANATOCONSERVAÇÃO (MOR-
TE+CONSERVAÇÃO): 
É o conjunto de técnicas empregadas para conser-
vação do cadáver com suas características gerais. 
 
F) TANATOLEGISLAÇÃO (MORTE+LEGISLAÇÃO): 
É o conjunto de dispositivos legais concernentes à 
morte e ao cadáver. 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
 
Perinecroscopia (perito analisa em volta do morto) 
Exame que se faz em volta do cadáver Atender Art 
6 inciso 1 do CPP 
Trata necropsia por autópsia 
Exame de corpo de delito artigo 158 CPP 
 
Função do corpo de delito: perpetuar a materialida-
de do delito, pois, o julgamento pode ocorrer anos 
depois do fato. 
 
 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
 
Importância Jurídica da Morte 
- É um fenômeno intimamente ligado ao Direito. 
- Cessa a personalidade civil adquirida com o 
nascimento e advém as consequências jurídicas. 
- Põe a termo a capacidadejurídica. 
- Termina a aptidão de ser titular de direitos. 
- Seus bens se transmitem, desde logo, para seus 
herdeiros. 
- Com a morte do réu extingue-se a punibilidade. 
- Extingue-se o pátrio poder, etc. 
 
Tanatologia Forense 
 
Tanatolegislação 
Código Civil 
Art. 10 - A existência da pessoa natural termina com 
a morte. 
Art. 11 - Comoriência. 
Art. 315 - A sociedade conjugal termina. 
Art. 395 - Extingue-se o pátrio poder. 
 
Tanatologia Forense 
 
Tanatolegislação 
Código Penal 
Art. 108 - Extingue-se a punibilidade. I - Pela morte 
do agente. 
Art. 121 - Matar alguém. 
Art. 211 - Destruir ou subtrair ou ocultar cadáver. 
Art. 212 - Vilipendiar cadáver. 
 
Tanatolegislação 
Código de Processo Penal 
Art. 6°-Logo que tomar conhecimento da prática de 
infração penal, a autoridade policial deverá: VII –
Determinar, se for o caso, que se proceda a exame 
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias. 
Art. 158 –Quando a infração deixar vestígios será 
indispensável o exame de corpo de delito... 
Art. 162 - A autópsia será feita pelo menos seis 
horas depois do óbito. 
 
Tanatolegislação 
Lei das Contravenções Penais. Art. 67 
Lei de Acidente do Trabalho. Art. 86 
Decreto Federal 20.931. Art. 16 
Lei 6.126 30.06.75. Art. 77 
Código de Ética Médica. 
6º, 44, 54, 66, 114, 115, 119 e 120 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
- É um fenômeno comum na vida do médico. 
- Envolve aspectos éticos em relação a doações 
de órgãos e transplantes, pesquisa médica, eutaná-
sia etc. 
- Na maioria das vezes é de fácil diagnóstico, mas 
exige critérios técnicos rigorosos. 
- Os critérios para o diagnóstico devem ser avalia-
dos juntamente com as excludentes de erro como: 
Intoxicação metabólica ou por drogas, hipotermia, 
crianças e choque. 
 
Definições de Morte 
MORTE: Hipócrates 460 a.C. 
Testa enrugada e árida, olhos, cavas, nariz saliente 
cercado de coloração escura, têmporas endurecida, 
epiderme seca e lívida, pelos das narinas e cílios 
encoberto por uma espécie de poeira, de um branco 
fosco (córnea) pálpebras semicerradas e fisionomia 
nitidamente “irreconhecível”. 
 
Definições de Morte 
MORTE: Hipócrates 460 a.C. 
Constituiu-se por muito tempo como a "cessação 
total e permanente de todas as funções vitais“ des-
tacando-se a RESPIRAÇÃO e CIRCULAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
 
 
Breve Histórico (Mais Recente) 
1967: morte encefálica 
Lei 9434 Lei de transplante e órgãos. 
1968: parada cardíaca 
Transplante precisa retirar coração? 
1968: morte cerebral (morto), mesmo com coração 
batendo 
 
Definição da Morte 
GENIVAL VELOSO 
 
a. Coma irreversível com E.E.G. plano por 30 min., 
com intervalo de 24 h. Não deve prevalecer para 
crianças, hipotermia, uso de drogas depressoras do 
S.N.C. e distúrbios metabólicos ou endócrinos; 
b. Abolição dos reflexos cefálicos (Hipotonia, Midrí-
ase); 
c. Ausência de respiração espontânea; 
d. Causa da lesão cerebral conhecida; 
e. Estruturas vitais do encéfalo lesados irreversivel-
mente. 
 
Definição de Morte 
ESCOLA DE MEDICINA DE HARVARD: 
 
a. Inconsciência total e falta de resposta aos estí-
mulos externos; 
b. Ausência de respiração ou parada dos movimen-
tos respiratórios por três minutos; 
c. Ausência de reflexos; 
d. Eletroencefalograma plano. 
 
Definição de Morte 
UNIVERSIDADES DE MINNESOTA E PRITTIS-
BURGO 
CONFERÊNCIA DE ROYAL COLLEGE 
FACULDADE DE MEDICINA DO REINO UNIDO 
 
a. Coma profundo indiferente aos estímulos exter-
nos; 
b. Ausência de reflexos; 
c. Hipotonia muscular; 
d. Rigidez de descerebração; 
e. Ausência de respiração espontânea; 
f. Eletroencefalograma plano; 
g. Opcionais: Angiografia e Cintilografia. 
Critérios atuais para diagnóstico de morte 
A morte atualmente é definida como sendo a parada 
total e irreversível das atividades encefálicas. 
É o que se denomina morte encefálica. 
Comprometimento da vida de forma irreversível. 
A morte atualmente é definida por critérios estabe-
lecidos pelo Conselho Federal de Medicina (Resolu-
ção 1480/97). 
 
MORTE CEREBRAL 
Além da morte encefálica é preciso que ocorra a 
morte do tronco encefálico (tronco cerebral), ou 
seja: da ponte e do bulbo. 
Parada cardiorrespiratória irreversível. 
Bulbo: localizam-se os centros cardiorespiratórios. 
Controla as funções autônomas, chamadas de vida 
vegetativa, como: batimentos cardíacos, respiração, 
pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse, 
espirro e o ato de engolir. 
Mesmo que tronco cerebral esteja vivo e cérebro 
morto, o indivíduo é considerado vivo. 
Cérebro + cerebelo + ponte + bulbo = encéfalo. 
Criança anencefálica (tem encéfalo, mas, não tem 
cérebro). 
 
 
 
Ele está vivo. Como permanente. Morte cerebral. 
Não se autoriza aborto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
 
 
 
"Ele estava congelado, como um bloco de concreto. 
Comecei a chacoalhá-lo e dizer: você não vai me 
deixar", diz o pai. 
Médicos descreveram o caso de Justin como um 
"milagre médico", como talvez a única pessoa que 
tenha sobrevivido a uma hipotermia tão grave. 
Justin passou cerca de três meses internado - seus 
rins e pulmões não funcionavam, e ele teve os de-
dões do pé e os dedos mínimos das mãos amputa-
dos por decorrência de gangrena. 
 
Como se verifica a morte? 
 
Morte encefálica: diagnosticada em hospital 
Verificar: Pulso arterial 
(cuidado: situação onde não se sente pulso e não 
há parada circulação: fibrilação ventricular (múscu-
los se contraem de forma descontrolada). Mas, co-
ração não está parado. Pequenos zig zag no ecg) 
Hospital: osciloscópio: mostram a oscilações das 
batidas do coração, temperatura, respiração. 
 
Morte Encefálica 
RESOLUÇÃO CFM nº 1.480/97 
Causa conhecida; processo irreversível, clinicamen-
te justificado por coma aperceptivo, ausência da 
atividade motora supraespinal e apneia, e comple-
mentada por exames que comprovem a ausência da 
atividade elétrica cerebral, ou ausência das ativida-
des metabólicas cerebrais ou ausência de perfusão 
sanguínea cerebral. 
 
Tipos de Morte 
A) Natural: É a que resulta da alteração orgânica ou 
perturbação funcional provocada por agentes natu-
rais, inclusive os patogênicos sem a interveniência 
de fatores mecânicos em sua produção. 
B) Súbita: Morte imprevista, que sobrevém instanta-
neamente e sem causa manifesta, atingindo pesso-
as em aparente estado de boa saúde. 
C) Violenta: É aquela que tem como causa determi-
nante a ação abrupta e intensa, ou continuada e 
persistente de um agente biológico, 
físico ou químico sobre o organismo. Ex.: Homicídio, 
suicídio ou acidente. 
D) Fetal: Morte de um produto da concepção antes 
da expulsão ou da extração completa do corpo da 
mãe independente da duração da gravidez. 
E) Materna: Morte de uma mulher durante uma ges-
tação ou dentro de um período de 42 dias após o 
término da gestação, independente da duração ou 
localização da gravidez. 
F) Catastrófica: É toda morte violenta de origem 
natural ou de ação dolosa do homem em que por 
um mesmo motivo, ocorre um grande número de 
vítimas fatais. 
G) Presumida: É a morte que se verifica pela au-
sência ou desaparecimento de uma pessoa, depois 
de transcorrido um prazo determinado pela Lei. 
 
Tipos de mortes 
 
Natural: causas internas 
Causas externas: morte violenta? 
Morte suspeita: quando não se sabe se a morte foi 
natural ou violenta. 
 
Morte natural 
Pode ser assistida: médico assistente é obrigado a 
fornecer a declaração de óbito se tiver a certeza de 
ausência de morte violenta. 
 
Morte violenta (acidente, suicídio, crime): perito 
legista do IML (exame requisitado pela autoridade 
policial). 
 Mortenão assistida: patologista. Serviço de Verifi-
cação de Óbito. 
 
MORTE SÚBITA: 
- não pode ser violenta 
- tem que ser natural 
- tem que ser inesperada 
- pode ser fulminante ou agônica. 
Embolia pulmonar, embolia arterial, etc 
 
Alterações celulares 
- alterações celulares microscópicas aparecem após 
horas após da morte da Célula 
- Não aparecem na hora que a célula morre. 
 
Reação inflamatória 
- Ocorre horas após a lesão 
- Sem inflamação: lesão ocorreu após a morte ou 
morreu de forma fulminante. 
 
Tipo de morte celular 
Apoptose: células normais, sem inflamação, sem 
doenças, morrem (reparação). 
 
 
 
 
 
 
 
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Doenças degenerativas pode ocorrer apoptose. 
Autólise: células se digerem pela ação de lisosso-
mos (enzimas digestivas). 
Necrose: células morrem devido a trauma, doença 
que matam a células. No local ocorrerá uma infla-
mação (se não houver morte instantânea). 
DECRETO Nº 2.268, DE 30 DE JUNHO DE 1997 
Art. 16 §1º O diagnóstico de morte encefálica será 
confirmado, segundo os critérios clínicos e tecnoló-
gicos definidos em resolução do Conselho Federal 
de Medicina, por dois médicos, no mínimo, um dos 
quais com título de especialista em neurologia reco-
nhecido no País. 
 
 
 
MODALIDADES DE MORTE 
 
MORTE APARENTE: provocada por estados pato-
lógicos que simulam a morte o indivíduo se mantém 
vivo por tênues ou débeis sinais de circulação (as 
funções vitais se reduziram a um mínimo tal que 
dão a impressão errônea da morte) ocorre nas into-
xicações graves produzidas por soníferos e nos 
congelamentos. 
Sinais de coma: existem sinais abióticos presentes. 
 
MODALIDADES DE MORTE 
 
MORTE RELATIVA: é um estado temporário de 
morte com parada “cardiorrespiratória” ou parada de 
outras funções vitais 
Este estado pode ser modificado e o indivíduo ser 
recuperado por manobras artificiais (reanimação). 
 
MORTE REAL ou ABSOLUTA: é a verdadeira mor-
te, ocorrendo paralisação total, definitiva, permanen-
te e irreversível de todos os fenômenos e atividades 
vitais 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
É o capítulo da Medicina Legal que estuda a morte 
e as suas consequências. 
Definição de morte: é a cessação de todos os fe-
nômenos vitais de modo definitivo, total e perma-
nente. 
A morte não é um instante, um momento, mas um 
verdadeiro processo em que há um progressivo 
desmantelamento que vai do organismo como um 
todo passando por sistemas, órgãos, tecidos até 
chegar ao nível celular 
 
 
CRONOTANATOGNOSE 
 
É o diagnóstico do tempo da morte (também cha-
mado de realidade da morte) pela observação das 
evidências ou dos sinais abióticos ou não vitais 
positivos: 
A) Sinais recentes (IMEDIATOS) 
B) Sinais mediatos (CONSECUTIVOS) 
C) Sinais tardios 
Destrutivos 
Conservativos 
 
 
 
SINAIS PATOGNOMÔNICOS 
 
adj (pato+gr gnómon+ico) 
Medicina: Relativo aos sinais próprios e constantes 
de cada doença. 
adj. Diz-se dos sintomas próprios de cada moléstia 
e cuja identificação permite um diagnóstico certo. 
Sinais imediatos: não são sinais de morte, mas, 
indicam probabilidade. 
É um período de incerteza, denominado de P. I. 
TOURDES. 
Parada cardíaca e respiratória irreversíveis: morto. 
Artigo 162: Autopsia 6h após a morte, salvo se mé-
dicos tiverem certeza. Devido à incerteza da morte. 
 
SINAIS RECENTES OU IMEDIATOS 
 
1. Aspecto do corpo: Fácies Hipocrática (máscara 
da morte) 
2. Perda da consciência 
3. Perda da sensibilidade 
4. Imobilidade – perda do tônus muscular 
5. Arreflexia – relaxamento dos esfíncteres (elimi-
nação de fezes e urina, dilatação das pupilas, aber-
tura dos olhos, queda do maxilar inferior) 
6. Parada cardíaca (da circulação) => anóxia => 
morte celular 
7. Parada respiratória: cessação da respiração 
prova da vela, prova do espelho 
8. “Silêncio” de aparelhos: 
 eletrocardiograma 
 eletroencefalograma - cessação de atividade 
cerebral 
9. Fenômenos oculares: 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Opacificação do cristalino (Sinal de Stenon) 
2. Pálpebras semi-cerradas 
3. Midríase (dilatação pupilar) 
4. Mancha na esclerótica (sinal de Sommer e Lar-
cher) 
 
FENÔMENOS OCULARES: midríase 
 
Midríase Desidratação 
 
 
Mancha negra de Larcher-Sommer 
 
 
Aparece primeiro no ângulo externo do globo ocular 
e depois, também, no ângulo interno, nos cadáveres 
que permaneceram com os olhos abertos depois da 
morte. 
 
 
 
Anatomia do olho humano 
 
Parte branca esclerótica 
Parte interna: camada escura chamada coroide 
Quando começa a evaporação a esclerótica vai 
ficando transparente (daí se consegue ver o fundo) 
que é a coroide (que está embaixo da esclerótica). 
 
 
 
Muitos grânulos de melanina, dando a Coroide, 
uma cor escura 
 
 
 
 
 
SINAIS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS ou tar-
dios 
 
1. Desidratação Evaporação tegumentar (físico) 
Leva à perda de 10 à 18 gramas/Kg/dia no adulto e 
de 8 gramas/Kg/dia em crianças. 
Diminuição do volume com consequente “cresci-
mento” (?) de unhas e pelos 
Decréscimo de massa (peso) 
Apergaminhamento da pele 
Dessecamento das mucosas dos lábios 
Mancha negra de Larcher-Sommer. 
- Tem início entre 15 e 30 minutos após a morte. 
 
SINAIS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS 
 
2. Algor mortis ou esfriamento cadavérico (Físico) 
- fatores intrínsecos e extrínsecos 
Camada de gordura subcutânea dificulta a perda de 
calor, retardando o inicio do resfriamento cadavéri-
co. 
Demora mais dependendo das condições: 
Cadáver mais gordo ou mais magro 
Esticado ou não 
Em local quente ou mais frio 
Velocidade de resfriamento pode variar 
 
Algor mortis ou esfriamento cadavérico 
Lento nas 3 primeiras horas (0,5°C /h) 
Rápido nas 6 horas seguintes (1ºC /h) 
Nas demais horas volta a ser lento 
Se o ambiente estiver quente, em lugar do resfria-
mento, poderá se dar o aquecimento do cadáver, já 
que a sua temperatura tende a se igualar à do am-
biente 
 
 
 
 
 
 
 
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temperatura axilar no vivo: ± 36,5
o
C; 
temperatura retal no vivo: ± 37,2
o
C. 
Resfriamento cadavérico 
Para Delton Croce: 
0,5°C nas 3 primeiras horas e 1°C nas seguintes até 
atingir a temperatura ambiente. 
Para Flamínio Fávero; Zarzuela e Glaister: estimam 
uma redução de 1,5°C/hora, expondo a seguinte 
fórmula: 
T morte = (temp retal média)–(temp retal no exa-
me)/1,5. 
 
SINAIS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS 
3. Livores ou hipostases Livor mortis (físico) 
Manchas de coloração vermelho-arroxeada nas 
zonas de declive NÃO SUJEITAS à pressão. 
Resulta da acumulação do sangue não circulante 
nos vasos da pele das regiões de declive. 
Nas áreas de decúbito, respeitando as áreas de 
contato, pressão ou dobras (viscerais ou cutâneos). 
Possível indicador da causa da morte, eventual 
mudança de posição do cadáver e do intervalo pos-
tmortem 
 
- CRONOLOGIA 
Pontinhos coloridos começam a aparecer por volta 
de 30 minutos 
Manchas: mais de 2h de morte 
Dorso todo arroxeado: mais de 6h a 8h de morte. 
Manchas podem mudar de lugar. 
Após 10 horas: livores fixados, permanecem. 
Não se formam mais depois de 24 horas. 
Em alguns casos, devido à falta de pele protetora, o 
acumulo de sangue goteja (língua e nariz). 
Nos demais locais ele se deposita, se acumula. 
T 
- Áreas claras nos livores: vasos comprimidos. 
- Não há acumulo de sangue. 
- DROGAS: LIVORES violáceos 
Livor x equimose 
Para diferenciar usar a Técnica de Bonnet 
Faz-se um corte do tecido subjacente e analisa-se o 
aspecto interno. 
Se tiversangue acumulado nos tecidos: equimose. 
Se estiver aspecto claro e começar a surgir gotas de 
sangue: livor. 
 
Teste de Bonnet 
 
 
 
 
 
 
HIPOSTASES 
Nos negros, podem não ser evidenciados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SINAIS MEDIATOS OU CONSECUTIVOS OU 
TARDIOS 
 
4. Rigidez cadavérica Rigor mortis (Químico) 
- cronologia 
Lei de Nysten-Sommer-Larcher 
Ordem: da cabeça para os pés, devido a ter massas 
moleculares de menores dimensões (menos células 
para resfriarem) 
Masseter mole (musculo da boca): 2h de morte 
Masseter duro e corpo mole 2 a 6 horas 
Tudo duro: de 6 a 8h 
Quando começa a amolecer: 24 horas, significa que 
começou a putrefação. 
Espasmo cadavérico (morte violenta) 
CRONOTANATODIAGNOSE 
CORPO QUENTE E FLÁCIDO: morte há menos de 
3h 
CORPO QUENTE E FLÁCIDO: morte entre 3 e 8h 
CORPO FRIO E RÍGIDO: morte entre8 e 36h 
CORPO FRIO E FLÁCIDO: morte há mais de 36h 
Rigidez cadavérica 
 - sem energia não há deslizamento da molécula de 
actina sobre a miosina. 
- início 1 a 2 horas 
- Sentido: grupos musculares menores => grupos 
musculares maiores, ou seja: Ocorre de cima para 
baixo; 
- Regra de Flamínio - inicia na 1ª hora, generaliza 
com 2-3 horas, máximo 5-8 horas. 
- decresce com o tempo devido à putrefação 
- varia com as condições ambientais de temperatu-
ra, idade, nutrição, vestes, temperatura do corpo, 
causa mortis; 
RIGIDEZ CADAVÉRICA 
Está ligada à incapacidade de ressíntese de ATP, 
parcialmente suprida pela reserva existente e pelo 
teor de glicogênio muscular que se converte em 
ácido lático. 
Na verdade, rigidez cadavérica se instala simulta-
neamente em toda a musculatura. 
O que sugere a ordem sequencial alegada, é a ób-
via percepção do fenômeno em primeiro lugar nos 
grupos musculares de menor porte. 
Os de maior volume requerem, inevitavelmente, 
maior margem de tempo para serem englobados 
por completo pelo processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Cuidado: sinal de DEVERGIE 
Rigidez MUSCULAR em cadáver que é decorrente 
do calor fogo. 
Posição de defesa (parece lutador de boxe). 
Espasmo cadavérico: rigidez corporal que ocorre 
instantaneamente mantendo a posição que o indiví-
duo mantinha no momento da morte. 
 
 
 
Fenômenos abióticos consecutivos 
“DECOREBA” 
Livor mortis ou manchas de hipostase ou livor cada-
vérico 
Algor mortis ou esfriamento cadavérico 
Rigor mortis ou rigidez cadavérica 
LAR – livor, algor e rigor 
(Tríade da Morte) 
 
 
 
 
SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 
(TRANSFORMATIVOS) 
 
SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 
1. Autólise: destruição do corpo pela liquidificação 
ácida, intra e extra celular. 
Conjunto de fenômenos fermentativos que têm lugar 
no interior das células por ação das próprias enzi-
mas celulares 
 com a morte, a circulação cessa e o meio orgâ-
nico, que em vida era neutro, passa a ser ácido 
 as membranas celulares se rompem, desinte-
grando os tecidos 
 
SINAIS DA ACIDIFICAÇÃO (AUTÓLISE) 
Sinal de Labord — Esse autor recomenda a introdu-
ção de uma agulha de aço bem polida no tecido, 
onde permanecerá cerca de 30 minutos; retirada, se 
permanecer seu brilho metálico,afirma-se diagnósti-
co de morte real. 
Sinal de Brissemoret e Ambard — Consiste na 
punctura com trocarte (Instrumento perfurante) do 
fígado ou do baço e análise dos fragmentos obtidos 
pelo papel de tornassol. 
No morto a reação é ácida. 
 
SINAIS DA ACIDIFICAÇÃO (AUTÓLISE) 
Sinal de De-Dominicis — Emprega o papel de tor-
nassol apenas em área escarificada no abdome, 
onde a acidez, se houver, é mais precoce. 
Sinal de Silvio Rebelo — Também não é infalível. 
Consiste na introdução de um fio-testemunha e de 
um fio corado pelo azul de bromo-timol, numa dobra 
da pele, deixando as suas extremidades exterioriza-
das. 
Se o fio indicador, que é azul, adquirir na intimidade 
dos tecidos cor amarela, comprovará acidez ca-
davérica; 
 
SINAIS DA ACIDIFICAÇÃO (AUTÓLISE) 
Sinais de forcipressão de Icard 
forcipressão física: comprime-se, com pinça, uma 
prega da pele, que persistirá no morto e de-
saparecerá no vivo; 
forcipressão química: o pinçamento da pele provoca 
o escoamento de serosidade, que, pesquisada pelo 
papel de tornassol, indicará acidez no morto e alcal-
inidade no vivo; 
reação sulfídrica: consiste em colocar nas narinas e 
dentro da boca papel previamente umidecido em 
uma solução aquosa a 50% de acetato neutro de 
chumbo. 
Este adquire cor negra de sulfeto de chumbo pela 
ação do ácido sulfídrico originado pela morte. 
 
Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no 
sangue 
 
Resultam da decomposição das hemácias. 
Aparecem por volta do 3º dia da morte. 
Desaparecem após o 35º dia após o óbito. 
 
 
 
 
 
 
 
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Lâminas cristalóides muito frágeis, entrecruzadas e 
agrupadas, incolores, que adquirem coloração azul 
pelo ferrocianeto de potássio e castanha, pelo iodo. 
 
Crioscopia do sangue 
O ponto crioscópico ou ponto de congelação do 
sangue é de -0,55 ºC a -0,57 ºC. 
Koranyi considera patológicos os índices -0,54 ºC a 
-0,58 ºC. 
A crioscopia tem valor para afirmar a causa jurí-
dica da morte na asfixia-submersão e indicar a 
natureza do meio líquido em que ela ocorreu. 
 
Imersão em água doce 
A fluidez do sangue do hemicórdio esquerdo acusa 
um PC abaixo do normal, mais próximo de 0 ºC. 
Se, porém, a causa mortis não foi acidental, nem 
suicida, mas criminosa, com posterior imersão do 
cadáver no meio líquido, o ponto crioscópico per-
manecerá invariável (-0,55 ºC a -0,57 ºC), porque o 
indivíduo não se afogou. 
Imersão no mar 
PC mais afastado de 0 ºC quando a submersão, 
acidental ou suicida, devido maior [salina]. 
França afirma que a crioscopia normal do sangue é 
de - 0,57ºC 
 
2. PUTREFAÇÃO (químico) 
A putrefação inicia-se logo após a autólise. 
Causado por bactérias já presentes nos organis-
mos. 
Inicia-se geralmente na região do intestino grosso 
dando origem à chamada mancha verde abdominal 
e espalha-se pelo organismo. 
Destruição começa de dentro para fora. 
 
2. PUTREFAÇÃO (químico) 
Bactéria produz H
2
S e este reage com a hemoglobi-
na (sulfoxihemoglobina), que tem coloração esver-
deada. tendência aumentar a cor até ficar esverde-
ado escuro. Dificulta reconhecimento do cadáver 
visualmente (inclusive pela família). 
INDEPENDE DA CAUSA DA MORTE. 
 
2. PUTREFAÇÃO (químico) 
A putrefação inicia-se logo após a autólise pela 
ação de germes. Inicia-se geralmente a nível do 
intestino grosso dando origem à chamada mancha 
verde abdominal e espalha-se pelo organismo. 
A putrefação obedece a 04 fases: 
 
 
 
 
SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 
a) Cromática ou coloração: tonalidade escurecida 
da pele (20 horas) com cheiro característico (trans-
formação da hemoglobina) início entre 16ª e 24ª 
hora, com a mancha verde abdominal 
 
Mancha verde abdominal 
Sinal de início de putrefação, 
Decorrente de ação microbiana 
Mais precoces nos idosos, fetos e afogados (no 
tórax e cabeça) 
 
Coloração ou cromática 
Acentuada presença no abdome (fossa ilíaca direi-
ta) devido maior população de bactérias, que geram 
a coloração. 
Fetos: não há a presença de bactérias. A putrefação 
ocorre de FORA para dentro. 
Diferente dos vivos (dentro para fora). 
Esta fase se prolonga por uma semana, quando 
toda a pele fica verde-enegrecido a negro. 
A cabeça fica muito negra. 
 
Coloração ou cromática 
A contaminação do feto ocorre pelos orifícios. 
Logo, a manchaverde ocorre nas áreas destes ori-
fícios. 
Afogados (AFOGADO AZUL): devido maior peso da 
cabeça e por aspirar água contaminada a putrefa-
ção começa na cabeça, pescoço e tórax. 
 
 
 
SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 
a) Gasosa (expansiva): (2º ao 8º dia) 
1. Aumento do volume do corpo Enfisema cutâneo 
2. Circulação póstuma de Brouardel – desenho 
produzido pelos vasos sanguíneos subcutâneos 
preenchidos por sulfahemoglobina e hematina 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Flictenas (pequena pústula em forma de vesícu-
la) 
4. Eliminação de gases 
5. Aspecto gigantesco e deformado (posição de 
lutador) 
 
Gaseificação ou enfisematosa 
 
Gases produzidos aumentar e a pressão força a 
circulação do sangue, gerando a circulação póstu-
ma de Brouardel. 
Isto caracteriza esta fase de putrefação. 
Características do cadáver: braços e pernas abrin-
do, língua protusa (não houve enforcamento ou 
esganadura); útero saindo pela vagina; intestino 
saindo pelo ânus. 
Presença de bolhas (morto a mais de 72h) 
Muitos gases: de 72 a 96 h. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mulher pode gerar parto póstumo de Brouardel. 
Podemos fazer o desluvamento da epiderme para 
coletar a impressão digital. Se ocorrer a perda da 
epiderme da ponta dos dedos não é mais possível 
coletar as digitais. 
 
 
 
Como diferenciar bolha de putrefação (no morto) 
com bolha de queimadura no vivo (flictenas com 
proteínas do plasma)? 
Basta fazer a reação química de Chambert 
- no morto: não reage (pois não tem proteína) 
- no vivo: reação positiva: tem proteína. 
 
Gases da putrefação 
 
1º dia: não queimam. Geram CO2 
2º ao 4º dia: queimam: produção de metano e gases 
hidrogenados. 
5º dia em diante: não queimam. São gases nitroge-
nados (aminas, amoníaco, etc). 
 
 
 
SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 
a) Fase Coliquativa: (2 a 3 meses) 
 dissolução pútrida com liquefação de vísceras e 
dos tecidos moles. 
O esqueleto fica coberto por uma massa de putrila-
gem, e surge um grande número de larvas e inse-
tos; 
 desidratação e enrugamento 
 
SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 
 
Coliquação ou redutora 
Dissolução dos tecidos. Vísceras perdem suas ca-
racterísticas morfológicas; presença da fauna cada-
vérica. 
Podem causar lesões no corpo (que não existiam 
em função do motivo da morte) 
São danosos à investigação pericial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAUNA CADAVÉRICA 
 
Quando o cadáver permanece insepulto e abando-
nado sobre o solo por razoável tempo, nele se insta-
lam pequenos animais (principalmente insetos) de-
nominados como fauna cadavérica 
 
 
 
 
 
 
 
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Existe uma certa ordem de instalação destes ani-
mais: 
Moscas comuns 
Moscas verdes 
Coleópteros, lepidópteros, etc 
 
FAUNA CADAVÉRICA 
O estudo da fauna cadavérica pode ser importante 
para a cronotanatognose, pois o aparecimento de 
determinados insetos está relacionado ao tempo de 
morte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entomologia forense 
 
As larvas de insetos são as principais formas de 
decomposição cadavérica (tecidos moles). 
De acordo com o tipo de larva presente no cadáver 
dá para se calcular aproximadamente a hora da 
morte Inseto bota o ovo, Ovo vira larva, larva come 
muito e se transforma em pupa (no casulo) até atin-
gir o estágio de adulto. 
O casulo fica no local e permite ao perito determinar 
o tipo de inseto que esteve no cadáver e estima o 
tempo de morte. 
 
 
 
Os insetos se aproximam do cadáver de acordo 
com o tipo de odor. 
Insetos chegam, portanto, em tempos diferentes. 
Daí se determina tempo de morte. 
MOSCA: NONO dia larva se transforma em pupa. 
Mosca varejeira (Sarcophagidae): primeiras a che-
gar. 
 
 
 
 
 
Besouro (Colióptero) é um dos principais destruido-
res de tecidos moles. 
 
 
 
 
 
 
 
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O líquido gerado pela liquefação gera uma mancha 
no local, chamada de sombra cadavérica. 
Perito pode colher resíduo (solo) da sombra cadavé-
rica Pode buscar identificar substâncias tóxicas 
através dos resíduos químicos do cadáver. 
 
 
 
 
 
SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 
 
d) Fase de Esquelitização: 
 ação da fauna e do meio ambiente 
 destruição dos tecidos 
 restando apenas o esqueleto, cabelos e dentes 
Esqueletização 
Exumação: 3 anos, em média. 
Cadáver pode ser encontrada com partes espalha-
das devido a animais que comem pedaços e os 
levam a diferentes locais. 
Não dá para se estimar a data... 
Exumação (ex = exterior húmus= terra) 
Administrativa (para reusar a sepultura) 
Judicial = a qualquer tempo 
Autoridade policial lavra Auto de exumação, onde 
todos os que presenciaram o ato assinam o auto. 
Legista fará o LAUDO de exumação (só ele assina). 
 
 
 
 
 
SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 
Maceração: em ambientes úmidos e quentes 
 Destruição em meio líquido (O CADÁVER ES-
TEVE IMERSO EM ÁGUA) 
 Comum nos fetos e nos afogados com formação 
de bolhas de conteúdo líquido e pardacento 
 Observa-se no cadáver o destacamento de am-
plos retalhos de tegumentos cutâneos 
 O corpo perde a consistência inicial, o ventre se 
achata e os ossos se livram dos tecidos, ficando 
como se estivessem soltos 
Maceração: destruição dos tecidos mergulhados em 
qualquer massa líquida. Afogados ou fetos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DE LAUGLEY 
 
GRAU ZERO – até 8 horas – pequenas bolhas 
esparsas na epiderme 
 
GRAU 1 - de 8 a 24 horas – bolhas agrupadas e 
início do destacamento da epiderme 
 
GRAU 2 – de 24 a 48 horas – acentuado destaca-
mento da epiderme e líquido avermelhado nas 
cavidades 
 
GRAU 3 – de 48 horas em diante – com as al-
terações anteriores e líquido acastanhado nas 
cavidades 
 
SINAL DE SPALDING 
Quando se observa o cavalgamento dos ossos do 
crânio, em razão da maceração das membranas 
intersuturais a morte ocorreu há mais de sete dias. 
 
 
 
 
 
 
MACERAÇÃO FETAL (sem putrefação. Esta não 
ocorre) 
Destruição dos tecidos moles do feto pela ação do 
liquido amniótico 
 
Se estiver morto: 
A epiderme se solta, os vasos se rompem liberando 
hemoglobina (que mancha a derme do feto de ver-
melho). 
As articulações ficam livres, grande amplitude 
Tempo para ocorrer: ao menos 24h de morto 
Ossos do crânio soltos (se soltam do couro cabelu-
do): 7 dias morto (sinal de Spalding). 
 
 
 
 
 
Dependem de diversos fatores 
Solo Clima Obesidade Covas múltiplas 
Tipos 
Mumificação. 
Saponificação ou adipocera 
Corificação 
Petrificação/fossilização. 
Congelamento (criogenia) 
Plastinação 
 
SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS 
Saponificação (químico) ou adipocera 
gordura reage com metais do solo 
éster reage com metais 
ambiente quente muito úmido e pouco arejado 
Saponificação: formação de adipocera (consistência 
untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelo-
escura, dando uma aparência de cera ou sabão, 
que se forma nos diversos tecidos e órgãos dos 
cadáveres). 
 
SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS 
Ocorre principalmente nos cadáveres inumados em 
lugares úmidos, com má ventilação, solos argilosos, 
úmidos (valas comuns). 
Predisponentes: obesos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SAPONIFICAÇÃO 
 
 
 
SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS 
Mumificação : (químico) 
Natural (físico-químico) 
Artificial (físico ou químico) 
ambiente quente seco e arejado (bactérias não se 
desenvolvem) 
 
Natural: desidratação e secamento do corpo e da 
pele provocados pela ventilação, pela alta tempera-
tura do solo ou local de sepultamento. 
O cadáver, ficando exposto ao ar, em regiões de 
clima quente e seco, sofrendo acentuado desseca-
mento. 
Artificial: requer processo especializado – formoli-
zação e embalsamamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS 
Calcificação 
petrificação ou calcificação: ocorre nos fetos mortos 
e retidos na cavidade uterina (litopédios = criança 
de pedra) 
 
Corificação 
fenômeno muito raro: cadáveres inumados em ur-
nas metálicas (zinco) onde o corpo foi lacrado. 
têm o corpo preservado da decomposição pela ini-
bição dos fatores transformativos 
 
SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS 
Congelação 
Um cadáver submetido a baixíssima temperatura e 
por tempo prolongado pode se conservar integral-
mente por muito tempo. 
Conservação artificial: plastinação. 
 Resinas sintéticas substituem os tecidos orgânicos 
corporais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(litopédio = criança de pedra):calcificação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destino do cadáver "caro data vermis" 
(carne dada aos vermes) 
Natureza jurídica do cadáver: 
 não é mais pessoa e passa a se constituir numa 
coisa 
Sua posse, em sentido estrito: 
 pertence definitivamente à família 
Cabe, de início, a posse ao Estado para cumprimen-
to de normas específicas 
O corpo humano é de natureza extra-patrimonial. 
É “res extra commercium”, inacessível aos negócios 
habituais 
O cadáver não faz parte da sucessão 
Destino do cadáver 
 
1. Inumação com ou sem necropsia 
2. Imersão 
3. Destruição 
4. Cremação 
5. Peças anatômicas e membros amputados: 
 não necessitam do preenchimento do atestado 
de óbito, 
mesmo que o destino seja o sepultamento (melhor 
solução é a incineração) 
 para partes ou parte de cadáver (esquartejamen-
tos, explosões), desde que haja uma identificação 
criteriosa, pode ser expedido o respectivo atestado 
 
EXAME MÉDICO-LEGAL 
 Necropsia: exame que se realiza no cadáver, 
interna e externamente, com a finalidade de deter-
minar a causa da morte 
 Necropsia branca: ocorre quando não é possível, 
após a realização de necropsia completa, estabele-
cer a “causa mortis” 
 
 
 
 
 
Bioquímica do LCR 
Aumento da conc. de K com o aumento do T de 
morte 
Dosagem de K no humor vítreo 
 
 
 
 
 
 
 
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Aumento da conc. de K com o avançar do T de 
morte 
Contestado por diversos autores 
Excitação muscular 
 
Mecânica – necessita padronização do local e dos 
estímulos 
- Logo após a morte até 2h e meia – contração en-
volve todo o músculo 
- 4 a 5 h após morte – elevação muscular no local 
percutido e desaparece em 1 segundo 
- 8 a 12 h após a morte – contração fraca e dura-
doura ( várias horas ) 
 
Excitação elétrica 
Conhecido desde o início do séc. XIX. 
Problemas na padronização da experiência 
Medea – aparelho aplica corrente contínua de 30 
mA durante 10 ms. Frequência de 50 por segundo 
Eletrodos (2) introduzido na metade nasal da pálpe-
bra superior à distância de15 a 20 mm 
Extensão da resposta dividida em 6 graduações 
com redução com o passar do tempo 
 
Estimulação química da íris 
Adrenalina e atropina – midríase 
Acetil colina – miose 
Resposta costuma demorar de 5 a 30 minutos e 
pode persistir por até 1 hora 
Conforme aumenta o T de morte a reação demora 
mais para se instalar e é mais fraca 
Estudos feitos demonstram que é possível se obter 
resposta até um máximo de 14 a 46 horas após a 
morte 
 
Atividade enzimática dos tecidos 
Martin - Fac. Medicina de Ribeirão Preto 
Avaliação do tempo de morte com base na redução 
de algumas enzimas hepáticas. 
Resultados parecem animadores 
 
1. (2012 - PC-SP - PC-SP - Delegado de Polícia). 
Para se realizar um transplante cardíaco, consi-
dera-se como sinal de morte do doador: 
 
A) a parada dos movimentos cardiocirculatórios. 
B) a parada cardiorrespiratória irreversível. 
C) a parada cardíaca definitiva. 
D) a lesão cerebral irreversível. 
E) a suspensão irreversível da atividade encefálica. 
 
2. (2014 – VUNESP - PC-SP - Delegado de Polí-
cia). Considere a situação em que um cadáver é 
encontrado por seus familiares em domicílio, 4 
dias após a morte. Assinale a alternativa que 
corresponde ao fenômeno cadavérico que já se 
desfez, nesse período (4 dias). 
A) Gases inflamáveis derivados de ação de bacté-
rias facultativas. 
B) Rigidez cadavérica. 
C) Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no 
sangue periférico. 
D) Mancha verde disseminada por todo o corpo. 
E) Livores de hipóstase. 
 
3. (2013 - COPS-UEL - PC-PR - Delegado de Polí-
cia). Leia a manchete a seguir. 
 
 
 
Não é incomum que em alguns casos ocorram 
equívocos em relação ao atestado de óbito, co-
mo nessa notícia. O Art. 162 do Código de Pro-
cesso Penal Brasileiro (CPPB) diz que “A autóp-
sia será feita pelo menos seis horas depois do 
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos 
sinais de morte, julgarem que possa ser feita 
antes daquele prazo, o que declararão no auto 
(...)”. 
Quanto aos sinais de certeza de morte que auto-
rizam o médico legista a iniciar a autópsia antes 
de seis horas, assinale a alternativa correta. 
 
A) Os sinais de morte se dividem em fenômenos 
abióticos e consecutivos. A presença de qualquer 
sinal abiótico já é compatível com a realidade de 
morte e autoriza o início da autópsia. 
B) São considerados como sinais de certeza de 
morte aqueles chamados de abióticos consecutivos 
e que, quando presentes, autorizam a antecipação 
da autópsia. 
C) O médico legista só está autorizado a realizar a 
autópsia antes de seis horas, caso já se encontrem 
sinais transformativos como a mancha verde abdo-
minal ou rigidez cadavérica. 
D) São sinais de certeza de morte, autorizadores de 
antecipação de autópsia, a presença de abolição do 
tônus muscular, presença de midríase e perda de 
consciência. 
E) É necessária a presença de todos os sinais abió-
ticos consecutivos como rigidez cadavérica, desidra-
tação cadavérica, esfriamento cadavérico e man-
chas de hipóstases para a realização da autópsia. 
 
4. (2013 - COPS-UEL - PC-PR - Delegado de Polí-
cia). Leia o laudo de autópsia que demonstra as 
informações a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I. Temperatura retal com perda de 2,5ºC em relação 
à temperatura média do ambiente. 
II. Presença de livores cadavéricos (hipóstases) em 
declives e em face posterior do pescoço, móveis. 
III. Rigidez cadavérica em membros superiores. 
IV. Ausência de gases de putrefação ou de mancha 
verde abdominal. O tempo de morte médio, ocorreu, 
aproximadamente, 
 
A) em menos de 1 hora. 
B) entre 1 a 2 horas. 
C) entre 3 a 4 horas. 
D) entre 6 a 7 horas. 
E) entre 8 a 9 horas. 
 
5. (2014 – ACAFE - PC-SC - Delegado de Polícia). 
Com relação ao processo de putrefação do cor-
po humano, analise as afirmações a seguir. 
 
l Durante a fase denominada cromática, ocorre o 
sinal mais precoce da putrefação que se caracteriza 
pela formação de uma mancha verde, 
comumente iniciada na fossa ilíaca direita e que se 
difunde por todo abdome. 
ll O período coliquativo, último da decomposição 
pela putrefação, manifesta-se com a dissolução 
pútrida das partes moles e dos ossos, devidoà ação 
de bactérias e da fauna necrófaga. 
lll É na fase da esqueletização que a fauna cadavé-
rica e o meio ambiente destroem os resíduos tissu-
lares, expondo os ossos que ficam presos apenas 
por alguns ligamentos. Este período varia de 3 a 5 
anos. 
lV A fase gasosa se dá com o surgimento dos gases 
de putrefação, formando flictenas na epiderme, con-
tendo líquido hemoglobínico. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
A) Apenas I, II e III estão corretas. 
B) Apenas I, III e IV estão corretas. 
C) Apenas II e IV estão corretas. 
D) Apenas III e IV estão corretas. 
E) Todas as afirmações estão corretas. 
 
6. (2013 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia). 
Vários conceitos de morte são descritos na lite-
ratura em geral, sejam eles científicos, religiosos 
ou filosóficos, todos devem ser respeitados. O 
Direito adota o conceito científico de morte. So-
bre tanatologia forense, verifica- se que 
 
A) a diminuição da pressão intraocular, a desseca-
ção dos lábios e a tela viscosa ocular são fenôme-
nos consecutivos de morte. 
B) a rigidez cadavérica é um fenômeno abiótico 
imediato e progride da cabeça para os pés. 
C) o conceito de morte cerebral é utilizado como 
critério para realização de transplante de órgãos. 
D) a putrefação é um fenômeno transformativo des-
trutivo que independe da ação das bactérias. 
 
7. (2012 – FGV - PC-MA - Delegado de Polícia). A 
morte encefálica é definida como a parada total 
e irreversível das atividades encefálicas e equi-
vale, para fins de remoção de s para transplante, 
à morte clínica. 
Assinale a alternativa que indica a condição que 
permite o diagnóstico de morte encefálica. 
 
A) Lesão axonal difusa pós traumática. 
B) Intoxicação por barbitúricos. 
C) Intoxicação por benzodiazepínicos. 
D) Intoxicação por neurolépticos. 
E) Hipotermia. 
 
8. (2012 – FUNCAB - PC-RJ - Delegado de Polí-
cia). Para a verificação do tempo aproximado de 
morte em um cadáver parcialmente esqueletiza-
do, torna-se dispensável: 
 
A) o conhecimento de dados relacionados com o 
lugar de encontro do corpo, se aberto ou fechado, e 
o tipo de sepultamento. 
B) o estudo do corpo e do local por entomologista. 
C) a informação sobre a época do ano e as condi-
ções climáticas. 
D) a dosagem de carbono 14 nos despojos. 
E) a ciência da causa da morte, se violenta ou natu-
ral. 
 
9. (2011 - PC-MG - PC-MG - Delegado de Polícia). 
Constituem fatores, que interferem na evolução 
da putrefação cadavérica, EXCETO: 
 
A) Temperatura ambiente. 
B) Espasmo cadavérico. 
C) Idade do morto. 
D) Umidade do ar. 
 
10. (2011 - PC-MG - PC-MG - Delegado de Polí-
cia). Denomina-se o processo especial de trans-
formação, que ocorre no cadáver do feto retido 
no útero materno, do sexto ao nono mês de gra-
videz: 
 
A) Maceração. 
B) Corifcação. 
C) Mumifcação. 
D) Saponifcação. 
 
11. (2012 - PC-SP - PC-SP - Delegado de Polícia). 
No processo de putrefação do cadáver se suce-
dem as seguintes fases, pela ordem: 
 
 
 
 
 
 
 
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A) gasosa, cromática, coliquativa e de esqueletiza-
ção. 
B) cromática, gasosa, coliquativa e de esqueletiza-
ção. 
C) cromática, coliquativa, gasosa e de esqueletiza-
ção. 
D) gasosa, coliquativa, cromática e de esqueletiza-
ção. 
E) coliquativa, cromática, gasosa e de esqueletiza-
ção. 
 
12. (2012 – UEG - PC-GO - Delegado de Polícia). 
Verificou-se em um cadáver os seguintes fenô-
menos: rigidez generalizada, esboço de mancha 
verde abdominal, reforço da fragmentação ve-
nosa e desaparecimento das artérias do fundo 
de olho. Com base apenas nessas observações 
e desconsiderando outros fatores ambientais, a 
morte teria ocorrido 
 
A) de 2 a 4 horas. 
B) mais de 8 e menos de 16 horas. 
C) mais de 16 e menos de 24 horas. 
D) de 48 a 72 horas. 
 
13. (2008 - PC-MG - PC-MG - Delegado de Polí-
cia). Um cadáver de homem adulto apresenta 
rigidez generalizada, manchas de hipóstase fi-
xas no dorso, ausência de mancha verde abdo-
minal e desaparecimento das artérias do fundo 
de olho. 
Qual o provável tempo de morte em horas? 
 
A) Menos de duas. 
B) Mais de duas e menos de quatro. 
C) Mais de quatro e menos de seis. 
D) Mais de oito e menos de dezesseis. 
 
14. (2008 - PC-MG - PC-MG - Delegado de Polí-
cia). A “circulação póstuma de Brouardel” carac-
teriza o período 
 
A) cromático da putrefação. 
B) enfisematoso da putrefação. 
C) coliquativo da putrefação. 
D) liquefativo da putrefação. 
 
15. (2008 - CEFET-BA - PC-BA - Delegado de 
Polícia). O sinal mais precoce de putrefação do 
cadáver é uma mancha verde que aparece, pri-
meiramente, 
 
A) na cabeça. 
B) no abdômen. 
C) no tórax. 
D) nas costas. 
E) nos pés. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO: 
 
1. E 
2. B 
3. B 
4. C 
5. B 
6. A 
7. A 
8. D 
9. B 
10. A 
11. B 
12. C 
13. D 
14. B 
15. B

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