O que é educação

Prévia do material em texto

FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU
ANTÔNIA ROSILENE MORAIS
ANTÔNIA VALÉRIA FERREIRA FERNANDES
NILIANE ISABELA COSTA DOS SANTOS
RAFAELA PEREIRA MACIEL
O QUE É EDUCAÇÃO
FORTALEZA-CE
2017
INTRODUÇÃO
Educação em seu vasto contexto pode ter muitos significados, seja ela no âmbito cultural, familiar, ético e a que mais comumente conhecemos como educação escolar. A educação, em sentido amplo, representa tudo aquilo que pode ser feito para desenvolver o ser humano e, no sentido restrito, representa a instrução e o desenvolvimento de competências e habilidades (CARLOS,2008 p,230). Com decorrer das décadas a educação vem sofrendo grandes mudanças, onde filósofos vêm trazendo pensamentos inovadores e assim contribuindo para esse desenvolvimento.
Antes de falarmos um pouco mais sobre ela, sua história, seu desenvolvimento e o que ela representa sob a perspectiva de alguns autores, o que entendemos por educação? De acordo com o dicionário Aurélio, educação está definida como ato ou efeito de educar (-se). Também como um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. Ainda pode ser vista como civilidade, polidez. Percebemos então que há 3 tipos distintos de educação: aquela à qual aprendemos em casa por nossos pais, a educação dada nas escolas e ensino acadêmico e a educação no sentido social. Para Kant, a educação deve cultivar a moral, despertando para que o homem tome consciência de que ela deve estar presente em todas as ações de sua vida, em todo o seu desenvolvimento, em todo o ser, e por efeito, deitando raízes sobre o direito, que não subsiste sem a moral (MUNIZ, 2002, p. 38).
Logo no início do mundo, quando existiam apenas as sociedades tribais, não havia regras ou leis morais, não existia um ensino que fosse voltado para ideias ou para a sociedade. Desse modo, educação era algo que apenas era passado de pai para filho, sem nenhuma outra interferência. Porém, ela começa a ser vista por outro olhar a partir da Grécia antiga e foi através dela que a educação propriamente dita nos âmbitos familiar, intelectual e social começou a dar seus primeiros passos. Passando pela Idade média, vemos que Deus era o centro de tudo e o homem era apenas um ser irracional que era totalmente dependente dele. Nessa época apenas os padres tinham acesso à educação, o povo era regido pela igreja e ela detinha todo o poder, isso fez com que consequentemente a maior parte da população fosse analfabeta, pessoas leigas que não podiam contrariar a igreja e suas doutrinas para não serem punidos.
Foi a partir da reforma Protestante que a igreja católica começou a buscar outros meios de restaurar os seus princípios e pôr um fim na recente mudança de valores e ensino trazidos por Martinho Lutero. Nesse momento, o Brasil que era um país recém descoberto passa a ser visto de uma maneira especial pela igreja, os jesuítas chegam aqui na intenção de evangelizar e educar os índios tanto socialmente quanto intelectualmente. Com o passar do tempo os jesuítas começaram a perder força e admiradores principalmente financeiros e o apoio da igreja romana começou a desaparecer o que fez com que os jesuítas fossem expulsos do Brasil.
Hoje em pleno século 21, podemos ver o quanto a educação mudou e ainda tem mudado no Brasil. Seu crescimento trouxe uma facilitação muito maior para os jovens que querem adentrar no ensino universitário ou curso técnico, esse último aliás, tem sido muito procurado atualmente. Esse crescimento, se dá devido a vários fatores como esses que aqui foram descritos, mas não podemos esquecer de grandes influências como pensadores, filósofos e escritores que se dedicam ou se dedicaram a estudar sobre educação, seus impactos na sociedade, seu significado nos dias atuais e sua tarefa no desenvolvimento humano, tudo isso feito através de seus relatos e observações que nada mais são do que valiosas contribuições.
É com base nisso, que traremos aqui 3 autores que foram muito relevantes para a educação, mostraremos o que ela é na perspectiva de Paulo Freire, Michel Foucault e Michel Apple.
Educação segundo Paulo Freire
Para Paulo Freire a educação é um instrumento capaz de preparar técnicas que atendesse as necessidades concretas da sociedade, assim trazendo a cultura do aluno para dentro da sala de aula, realizando um processo de construir e desconstruir temas, com o intuito de buscar um significado social para o aluno, uma forma de educação interdisciplinar, fazendo da educação um diálogo entre alfabetizadores e alfabetizados. Dizia que o objetivo da escola era ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo.
O educador deve ser o mestre do conhecimento mais avançado de seu meio, ele necessita saber de sua relevância e assim agir criticamente, pois educação é uma troca de conhecimento de alguém que sabe para alguém que não tem o mesmo conhecimento. A educação também pode ser vista como uma prática social, servindo aos objetivos e interesses da sociedade pelo desenvolvimento e transformação do indivíduo.
Freire ressalta a importância da cultura no processo de mudança, pois a educação não se retém a somente instruir, pois para ser transformadora deve estar intimamente ligada a cultura dos diferentes povos. 
O conteúdo deve estar ligado ao contexto do alfabetizando pois este estará ligado a uma vivência experiencial e assim fará com que o indivíduo detenha o conhecimento. No pensamento de Freire “o aluno não é um depósito que deve ser preenchido pelo professor, cada um, juntos podem aprender e descobrir novas dimensões e possibilidades na realidade da vida, pois o educador é somente o mediador no processo de ensino-aprendizagem e aprende junto com seu aluno”.
Educação segundo Michael Apple
Michael Apple um dos mais expressivos teóricos do pensamento educacional, vindo de família pobre, cresceu em meio ao embate das relações de desigualdades sociais. Apple faz crítica ao modelo contemporâneo, suas concepções se constituem nos estudos fazendo uma relação entre cultura, poder e educação estabelecendo uma problematização aos múltiplos efeitos do poder circulante na sociedade como também as estratégias para cessar os efeitos desses poderes.
Atualmente existem muitos discursos sobre as concepções de currículo escolar e essa discordância infere o saber sobre os conhecimentos que a humanidade já produzia ao longo da trajetória histórica, sendo que o currículo define de certa forma o que, como e para que os conteúdos são trabalhados nos diferentes graus de ensino, de modo que, o que é passado e instruído no ambiente escolar vem de ideologias das classes dominantes que lançam estrategicamente formas de se pensar, de enquadrar o indivíduo em um modelo.
São questões como essas que permeiam os pensamentos e críticas de Apple em torno da educação, o determinismo econômico assim como os aspectos que relacionam a esfera cultural, é pensando nessa relação de subordinação e dominação, do poder que maioria exerce sobre a minoria. Para melhor clareza as escolas como instituições têm passado por várias críticas por não apresentarem o modelo de democracia e igualdade como deveria, sob vários conceitos esta crítica tem sido benéfica, uma vez que tem conseguido o nosso olhar para ela de forma sensível para o importante papel que as escolas e os currículos em suma podem estar ajudando a exercer na produção de uma ordem social descompensada que continua notavelmente perversa em termos de classe, gênero e raça.
Embora não muito aceita, não se pode ignorar as ligações desiguais que estão contidas dentro desse processo escolar, como pano de fundo temos essa relação de poder que são expressas e legitimadas na área educacional, através dos hábitos rotineiros dos indivíduos da escola, dos conteúdos ensinados e da forma como são trabalhados. O primordial para Apple são os aspectos envolvidos no currículo nos assegurando que este não é somente um papel, e sim “ Um conjunto de valores e práticas que proporcionam a produçãoe a socialização de significados no espaço social e cultural dos estudantes. (BRASIL, 2013, p.27).
Desse modo vemos que os conceitos de hegemonia, ideologia e cultura conversam entre si, estabelecem uma relação contida dentro das camadas sociais, no espaço institucional de ensino, dos problemas por detrás da educação, refletem-se em questões provavelmente com efeitos prolongados nos campos cultural, econômico e político.
Educação segundo Foucault
       Michel Foucault foi um grande filósofo da Idade Moderna, trazendo propostas inovadoras para a instituição de ensino e o sistema de pensamento, fazendo assim, uma análise moderna o que fez tornar-se referência no campo do conhecimento. Também fez suas investigações históricas tomando como base a escola e as ideias pedagógicas na Idade Moderna.
Entre seus trabalhos mais relevantes estão: arqueologia do conhecimento, vigiar e punir e história da sexualidade, nos quais desenvolveu seus métodos arqueológicos e genealógicos de leitura histórica através dos quais enfatizava o papel do poder na evolução do discurso em sociedade.
Desenvolveu critérios de questionamentos e crítica para dar novo sentido ao sistema de questões filosóficas tradicionais da época. Concluiu que a concepção do homem como objeto foi necessário na emergência e manutenção da Idade Moderna, porque dá às instituições a possibilidade de modificar e corpo e mente, acrescentado assim a concepção de educação. Mostrou o significado para o estudo sobre arqueologia do saber, analisando discursos relacionados com circunstâncias históricas em busca de um saber que não foi sistematizado.
Para Foucault a escola é uma das “instituições de sequestro” como o hospital, o quartel e a prisão. “São aquelas instituições que retiram compulsoriamente os indivíduos do espaço familiar social mais amplo e os internam durante um período longo, para moldar suas condutas, disciplinar seus comportamentos, formatar aquilo que pensam” diz Alfredo Velga-Neto.
Não é simples em uma só leitura fazer uma análise precisa das ideias de Foucault, visto a complexidade de seus textos. É necessário uma leitura minuciosa de seus estudos para conseguir compreender seus pensamentos sobre a educação.
Conclusão
Podemos assim concluir, que a educação precisou passar por diferentes processos para chegar ao modelo que temos hoje. Desde a criação do mundo ela vem sendo trabalhada e construída, os acontecimentos que fazem parte de seu contexto histórico serviram relevantemente para o seu desenvolvimento, de maneira que podemos perceber a sua importância perante a sociedade e a sua grande colaboração para o desenvolvimento do indivíduo.
Durante todo o seu percurso é impossível deixar de registrar grande nomes de filósofos e pensadores que deixaram suas marcas na história da educação, principalmente no Brasil. Alguns deles como aqui foram mencionados, foram bastante significativos nessa evolução, pois fizeram suas conclusões, trouxeram esclarecimentos, escreveram suas críticas e analisaram a educação com base nos seus estudos e observações sobre ela. Sendo assim, a partir de tudo o que aqui foi colocado podemos dizer que Paulo Freire trouxe uma forte contribuição para a alfabetização do Brasil, onde acreditava que a escola não seria neutra, ao contrário, ela seria o elemento chave na formação conscientizadora dos indivíduos.
Já Michel Foucault “Buscou analisar como as diversas instituições, como seus saberes e poderes forjaram o “homem moderno” (...)” como disse Dametto. Por fim, Michel Apple acreditava que o Currículo não é uma mera colagem objetiva de informações, pois estas são sempre frutos de determinados agrupamentos sociais, que decidem o que será transmitido nas salas de aula. O que quer dizer que é possível ter uma percepção mais ampliada do currículo, como um conteúdo elaborado por certas camadas sociais, segundo suas ideologias, disputas, preocupações e comprometimentos culturais, políticos e econômicos.
Esses foram apenas alguns destaques, poderíamos ainda citar Bourdieu, Anísio Teixeira e seus estudos de organização escolar ou Darcy Ribeiro que atuou fortemente pela defesa da escola pública e da atenção ao desenvolvimento integral dos estudantes. Se nos aprofundarmos um pouco mais sobre educação, principalmente no Brasil, poderemos encontrar não só esses, mas muitos outros nomes e como cada um deles influenciaram fortemente a história da educação, cada qual em suas particularidades e lutas pelos seus ideais deram algum sentido para complementar o significado da educação a qual temos hoje.
REFERÊNCIAS
http://www.coladaweb.com/como-fazer/bibliografia; Acesso em 10
outubro.2017
https://novaescola.org.br/conteudo/460/mentor-educacao-consciência; Acesso
em 10 outubro.2017
http://Bibliotecadigital.fgv.br/osj/index.php/fe/article/viewfile/61060/59278; Acesso em 10 outubro.2017
http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/Contribui%C3%A7%C3%B5es-de-Paulo-Freire-para-a-Educa%C3%A7%C3%A3o.aspx; Acesso em 13 outubro.2017
http://www.webartigos.com/artigos/resenha-politica-e-educacao-de-paulo-freire/54539/; Acesso em 13 outubro.2017
https://www.flogao.com.br/cuidardoser/blog/2466429; Acesso em 13 outubro. 2017
http://www.curriculosemfroteiras.org; Acesso em 13 outubro.2017
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/6.01.pdf; Acesso em 14 outubro de 2017
http://www.infoescola.com/pedagogia/a-pedagogia-critica-de-michael-apple/; Acesso em 14 outubro 2017
http://educacaointegral.org.br/reportagens/7-educadores-brasileiros-fundamentais-compreender-educacao-integral/; Acesso em 14 outubro 2017
https://novaescola.org.br/conteudo/460/mentor-educacao-consciencia; Acesso em 14 outubro 2017