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SOBERANIA INTERNA E EXTERNA

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ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. 
A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis. 
Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe 16 (livros didáticos e congêneres) - Biblioteca Nacional: n° 2012/RJ/19521 
Assessoria Jurídica: Tiago Koutchin - OAB/MS 14.707 - contato: tiagok.rosavitoriano@hotmail.com 
 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. 
A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis. 
Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe 16 (livros didáticos e congêneres) - Biblioteca Nacional: n° 2012/RJ/19521 
Assessoria Jurídica: Tiago Koutchin - OAB/MS 14.707 - contato: tiagok.rosavitoriano@hotmail.com 
Atualmente, muito se ouve falar sobre o instituto da Soberania, mas sem, ao menos, saber qual a origem, o 
conceito e a importância deste instituto para uma nação. Ao fazer uma retrospectiva nos últimos 
acontecimentos envolvendo o instituto da soberania, não se poderia deixar de mencionar a entrevista dada ao 
Canal Livre, da Rede Bandeirantes de Televisão, no dia 06 de abril de 2008, pelo General Augusto Heleno 
Ribeiro Pereira, comandante do Comando Militar da Amazônia, um dos grandes comandos de área do 
Exército Brasileiro. 
Na entrevista, o militar, referindo-se aos incidentes ocorridos no episódio da demarcação na reserva de 
“Raposa/Serra do Sol”, afirmou que a demarcação da área, um espaço de terras considerável no estado de 
Roraima, onde somente indígenas e seus convidados teriam acesso livre é atentar contra a Soberania 
Nacional. O General possui esta concepção porque, hoje, se constata a presença de várias ONGs 
internacionais, onde, sob o consentimento dos indígenas, têm o acesso irrestrito, o qual nem o poder estatal 
possui. Como se entenderá a afirmativa do referido general, sem haver conhecimento sobre o significado e a 
importância de Soberania? Para se entender o real significado, far-se-á uma abordagem de todo o legado 
histórico que se descreverá no decorrer do artigo. 
 
A SOBERANIA 
O conhecimento a respeito do conceito de soberania é fundamental para se entender a formação do que se 
define por Estado. De tamanha importância é o conceito, que Sahid Maluf chega a afirmar que não há estado 
perfeito sem soberania. Dessa forma, leva-se a concluir que ou o Estado é soberano ou não é. Jamais 
existirá Estado soberano se não houver supremacia total e absoluta de sua soberania. 
Foi a partir do Estado Moderno, com o esplendor da Revolução Francesa, que o conceito de soberania 
começou a ser concebido e, pouco a pouco, em uma evolução histórica, foi lapidado, chegando tal qual se 
vislumbra hoje. 
No período conhecido pelas gerações contemporâneas como período do Absolutismo, conceituava-se 
soberania, como um poder supremo, mas um poder exclusivo, inabalável, inquestionável e ilimitado do 
Monarca. Este poder era ratificado pela promiscuidade com que a igreja afirmava ser a soberania do 
monarca, uma representação do poder divino, chamado poder temporal. Aos poucos, entretanto, o monarca 
foi, gradativamente, se tornando independente do poder papal e se tornando realmente absoluto. 
Assim, o monarca instaurou uma série de medidas, a fim de exercer sua soberania, onde se descrevem as que 
aqui se julgam mais importantes: 
Aplicou os conceitos burocráticos, séculos antes do advento da Teoria idealizada por Weber, ao instituir 
funcionários que cumpriam ordens do monarca e desempenhavam as tarefas de administração pública. Estas 
funções eram ocupadas pela nobreza e pela alta burguesia. 
Criou as forças militares, onde existia sua força naval, exército e polícia, criados para assegurar a ordem 
pública na sociedade e o poder do governo em seu território. 
Seu conceito de justiça foi colocado em prática, com a legislação criada pelo poder absoluto colocada em 
prática em todo o território onde seu poder era exercido. 
Criou o sistema tributário, com a cobrança de impostos obrigatórios, com a finalidade de manter o governo e 
a Administração. 
Instituiu um idioma oficial obrigatório em todo o território do Estado, pelo qual se transmitiam ordens e leis, 
além de valorizar seus costumes e sua cultura. 
A partir destas ações, parte-se ao entendimento inicial sobre a visão de soberania no Estado Moderno, tendo, 
entretanto, algo ainda intrigante: a soberania na mão do monarca. 
Na evolução histórica do conceito de soberania, há o pacto social como fator determinante de uma nova 
concepção desse instituto. Isso se deve à força com as novas ideias foram se desencadeando, o que deu ao 
poder representante, ou seja, o poder político da época, um poder absoluto sobre seus membros 
representando a vontade geral e, desta forma, criando um novo entendimento por soberania. 
A partir deste marco, passou-se a observar a soberania como inalienável e indivisível. Inalienável por 
representar a vontade geral, não podendo de forma alguma ficar alienada e nem mesmo se representar por 
quem quer que seja. Consequentemente, só se tornará a vontade geral, indivisível, se houver a participação 
do todo. 
 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
A reprodução deste material é condicionada a autorização, sendo terminantemente proibido o seu uso para fins comerciais. 
A violação do direito autoral é crime, punido com prisão e multa, sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis. 
Inscrição no INPI: 905146603 para Classe 41 (educação) e 905146573 para Classe 16 (livros didáticos e congêneres) - Biblioteca Nacional: n° 2012/RJ/19521 
Assessoria Jurídica: Tiago Koutchin - OAB/MS 14.707 - contato: tiagok.rosavitoriano@hotmail.com 
Para isso ocorrer, todavia, há de se impor certos limites ao poder soberano, absoluto e inviolável, uma vez 
que este poder não pode ultrapassar nem transgredir os limites das convenções gerais. Isso se resume no de o 
monarca não poder sobrecarregar os cidadãos de atos inúteis à comunidade, sem também poder exigi-las, 
devendo fazer exigências de forma igualitária a todos os súditos. 
A passos largos existirá na teoria constitucional francesa do século XVIII uma distinção sistemática entre 
soberania nacional e popular. Houve nesta distinção, a concepção, no conceito de soberania nacional, de que 
o poder representativo, com absoluta autonomia jurídica, não apenas representava a vontade geral, mas era 
representante da Nação. A soberania popular estava calcada no fato de o representante expressar o que o 
representado quer, de forma democrática. 
No Estado Atual, em qual prisma se pode definir o que é um Estado soberano? Para inicializar-se a 
contextualização de soberania em um Estado Contemporâneo, há a necessidade de se relembrar as principais 
características de soberania. 
A soberania é una, uma vez que é inadmissível dentro de um mesmo Estado, a convivência de duas 
soberanias. É indivisível, pois os fatos ocorridos no Estado são universais, sendo inadmissível, por isso 
mesmo, a existência de várias partes separadas da mesma soberania. É inalienável, já que se não houver 
soberania, aquele que a detém desaparece, seja o povo, a nação ou o estado. É imprescritível, 
principalmente, justificando-se pelo fato de que jamais haveria supremacia em um Estado, se houvesse prazo 
de validade. A soberania é permanente e só desaparece quando forçado por algo superior.A soberania no prisma do Estado contemporâneo brasileiro é garantida no trecho que segue abaixo, retirado 
de nossa lei suprema: 
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania;” 
Seria importante a soberania para um Estado? Aqui, se torna pertinente uma observação acerca do caput do 
Art. 1º. Ao analisar as entrelinhas do referido caput, “União indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal”, haveria soberania no Estado brasileiro, caso não houvesse essa união indissolúvel? Por 
que a soberania constitui o primeiro fundamento da República Federativa do Brasil, seria mera 
coincidência? As respostas a estas perguntas se fazem utilizando a simples dedução lógica. 
Poderia se descrever acerca do conceito de soberania no Canadá ou na Austrália, por exemplo, ambas 
colônias autônomas do Reino Unido. Discorrer-se-á, entretanto, da soberania no Estado Brasileiro, na visão 
atual. Levando-se em conta os ensinamentos de Sahid Maluf, sobre os três elementos constitutivos do 
Estado: população, território e governo, leva-se a acreditar que a soberania hoje é oriunda de cada um dos 
cidadãos brasileiros. De forma democrática, em um estado de direito, concede-se esta soberania ao governo, 
ou seja, o poder representante. 
Para se entender melhor este conceito de soberania nos dias atuais, há a necessidade de distinguir a 
soberania do Estado e a soberania no Estado, muito bem ensinada pelo professor Paulo Bonavides. A 
primeira trata de assinalar a preeminência do grupo político, o Estado, sobre os demais grupos sociais 
internos e externos. Neste plano, cita-se como exemplo as ONGs, Igreja e a própria família como grupos 
internos e a comunidade internacional como externo. 
Observando-se a partir destas definições, acredita-se que a manutenção da soberania do Estado atual está 
diretamente ligada ao poder estatal em impor sua supremacia perante grupos do crime organizado (interna) 
e, com o constante crescimento da globalização, a imposição de políticas internacionais efetivas, de forma 
que sobreponha o respeito do Estado brasileiro sobre a ótica da comunidade internacional, seja de cunho 
social, político, econômico, cultural e militar (externa). 
A segunda, por outro lado, a soberania no Estado, se concentra na autoridade suprema do poder 
representante, na hierarquia dos órgãos integrantes da Administração e, sobretudo, na justificação da 
autoridade conferida ao titular do poder supremo, não permitindo que dentro da sociedade haja um poder 
superior ao seu. Assim, temos que, mesmo a soberania pertencendo ao próprio povo, o povo deve se 
submeter à soberania no Estado.

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